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1111 
 
O texto a seguir corresponde à parte do capítulo 3 de REGATO, 
Vilma Cardoso. (2008) A Psicologia nas Organizações e fala sobre 
fatores de influência no processo perceptivo. 
 
 
Fatores internos que influenciam na percepção 
 
Traços de personalidade – há uma tendência muito grande em projetarmos 
características próprias em outras pessoas ou em situações que estamos vivenciando. 
Pessoas que atuam de modo sempre premeditado, por exemplo, tendem a não 
receber um presente sem a fantasia de que a pessoa que está presenteando deseja 
alguma coisa em troca. Isso não lhes permite vivenciar o prazer do presente 
simplesmente pelo presente. 
 
História de vida - as condições que nos são impostas ao longo da vida marcam 
sobremaneira nosso modo de percebermos as pessoas e o mundo. 
 
Estado emocional - o momento por que passamos é sempre influente em nossas 
percepções. 
 
Acuidade dos sentidos - pessoas privadas de um sentido específico tendem a 
desenvolver melhor os outros. Os deficientes visuais são um ótimo exemplo, pois 
desenvolvem percepções táteis, olfativas e auditivas, muito superiores às das pessoas 
que possuem visão. 
 
A percepção visual do bebê, em início de vida, é limitada, quando comparada a do 
adulto. O bebê requer um tempo mínimo para a percepção de cores, volumes etc. A 
estimulação que o mesmo recebe também conta para esse desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Cultura e meio - o conhecimento específico em determinadas áreas responde por 
leituras distintas de objetos únicos. Um estudante de Belas Artes, por exemplo, ao 
observar telas em uma exposição tende a apresentar uma percepção informada, 
totalmente diferente de pessoas leigas que apreciam as mesmas telas. Um médico 
não tem por hábito impressionar-se com um paciente de CTI monitorado, ao contrário 
da visita leiga. A percepção da violência em meios onde ela frequentemente 
acontece tende a ser subestimada. 
 
Campo visual - de acordo com nosso campo visual, percebemos alguns objetos, 
outros não. Uma criança de seus três anos, que chorava para que a mãe a pusesse no 
colo enquanto atravessavam a rua, ouviu da mãe a seguinte resposta: “Você já está 
muito grande para colo” e a criança respondeu: “Mas... mãe eu só vejo pernas!”, 
referindo-se às dezenas de pessoas que passavam por ela em direção oposta. Deve ser 
muito incômoda para a criança essa visão fragmentada das pessoas. 
 
Atenção – Neisser (1976, apud DAVIDOFF, 2001) observa que a atenção é 
simplesmente um aspecto da percepção, dizendo que as pessoas “escolhem” para o 
que atentar. Essa escolha pode ser mais aleatória do que voluntária, se 
considerarmos que há estímulos que nos roubam os olhos, dado o impacto de seu 
surgimento, como um chamado, uma campainha etc. Em condições menos furtivas, 
tendemos a nos ater sobre aquilo que mais nos interessa, o que revela, também, uma 
condição de motivação pessoal. 
 
Allport (1980) e Wickens (1980) observam que podemos realizar mais que uma 
atividade ao mesmo tempo, mas nossa capacidade de atenção é limitada. Observam, 
ainda, que tendemos a realizar mais rapidamente uma tarefa já conhecida, o que 
suscita a ideia de automatismo e que precisamos despender mais tempo nas tarefas 
menos conhecidas. 
 
 O advento da computação fez surgir o homem multitarefa e, por isso, cada vez mais 
nos é exigido um emprego de atenção em atividades concomitantes. 
 
 
 
 
 
 
 
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Linguagem - conforme nossa linguagem vai se desenvolvendo, alteram-se os modos 
de percebermos as coisas. A linguagem modela nossas percepções. Se pensarmos em 
duas crianças que sofreram molestações sexuais, sendo uma com dois anos e outra 
com 10 anos, obviamente que aquela de 10 anos sofrerá consequências psicológicas 
piores, uma vez que já poderá fazer uma representação negativa do mesmo evento. 
 
Vale ressaltar que a linguagem a que nos referimos nesse fator é a linguagem afetiva 
(a que exprime sentimentos e emoções que um indivíduo experimenta no contato 
com outros) que amadurece juntamente com o ser humano. Conforme vamos 
crescendo, expandimos nossa capacidade de percepção sobre os fatos, no sentido de 
vê-los positivos ou negativos para nossas vidas. 
 
Passemos ao estudo dos fatores externos no processo perceptivo. 
 
Fatores externos que influenciam na percepção 
 
O que chamaremos “fatores externos da percepção” equivale às informações visuais 
constantes no mundo que nos cerca. Essas informações, somadas à mente do receptor 
e que, obviamente, são interpretadas pelo mesmo, fazem o processo perceptivo. 
 
Solomon (2002) observa que os profissionais de marketing, usando seus 
conhecimentos sobre psicologia do consumidor, exploram características na 
propaganda que assumem “um papel importante na determinação do que é notado e 
do que é ignorado pelos consumidores, o que tende a direcioná-los na elaboração de 
propagandas”. (p. 81) 
 
Informações visuais - o número de informações contidas num ambiente é maior do 
que nossa capacidade em assimilá-lo. O que registramos é, geralmente, aquilo que 
mais concentra nossa atenção, e que pode ser desde uma cor mais chamativa até 
 
 
 
 
 
 
 
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algum objeto que seja um sonho de consumo nosso. Profissionais que lidam com 
propaganda atentam muito para este dado, no sentido de obterem sucesso em suas 
campanhas de publicidade. O excesso de dados ou de informações desnecessárias são 
“pecados” graves no mundo da propaganda. 
 
Como vimos, são inúmeros os fatores que interferem na percepção, e esses mesmos 
fatores não são idênticos nas pessoas. Dessa maneira, não podemos defender a 
existência de uma realidade única, pois cada um concebe sua realidade, conforme 
sua percepção da mesma. 
 
Myers (2006) defende todos os aspectos de influência na percepção estudados, 
acrescentando, ainda, que, ao contrário do dito popular: “é preciso ver para crer” no 
processo perceptivo somos, muitas vezes, mais influenciados por nossas crenças e 
aprendizados anteriores à apreciação de determinados contextos e que este dado nos 
permitiria afirmar: “é preciso crer para ver”. Para o mesmo autor “nossas 
experiências, suposições e expectativas podem nos dar um conjunto perceptivo, ou 
predisposição mental, que influencia, e muito, o que percebemos” (p. 182). O que 
Myers (op. cit.) chama conjunto perceptivo constitui-se de todos os fatores de ordem 
interna e externa que atuam no fechamento perceptivo. 
 
A percepção pode ser alterada, ainda, por fatores químicos que provocam alterações 
na própria química do cérebro. Isto pode acontecer no uso de drogas e em doenças 
específicas. Estas alterações podem fazer com que a pessoa possa ver e/ou ouvir 
estímulos não reais. (DAVIDOFF, 2001)

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