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CC – nós e fios 1 SARA PRADO RAMOS 7 PERÍODO Nós e fios Nós cirúrgicos: Deve possuir pelo menos 3 seminós (laçadas) sobrepostos e apertados, podendo ser adicionados outros seminós se necessário. O primeiro seminó serve para conteção tecidual, o segundo fixação e os demais para aumentar a segurança. Tipos: 1. Nó “quadrado” ou antideslizante; Tipo básico de nó utilizado, são realizado dois seminós simples em que duas meias voltas são posicionadas em direções opostas;Pode ser reforçado; Quando amarrado não pode ser afrouxado;↑ resistência, considerado um nó seguro. 2. Nó deslizante ou comum; Um nó simples sobreposto a outro, ambas as laçadas serão feita na mesma direção; Não se constitui um nó seguro;Como segurança este nó exige, obrigatoriamente, ao menos um terceiro seminó; 3. Nó duplo ou “nó do cirurgião”; Nó de cirurgião: nó duplo ou de fricção, tem como característica ter duas passagens dofio na primeira laçada e ser auto-estático, boa segurança e grande volume, com grande dificuldade para apertar. Não é indicado para ligadura de vasos e quando utilizado, deve ser seguido de seminós simples. A técnica de sapateiro no nó de cirurgião consiste na realização de três seminós. O primeiro é denominado de contenção e compreende uma passada elegante mais uma dupla laçada. O segundo é denominado de fixação e compreende uma passada elegante. E por fim, o terceiro e não menos importante seminó, denominado de segurança, que compreende também uma passada elegante. · Este tipo de nó compreende duas técnicas igualmente importantes: Técnica de Pauchet e Técnica de Sapateiro. · 2 entrecruzamentos na formação do 1º seminó + 2º seminó na direção oposta (similar ao nó quadrado) · Propriedade auto-estática, ↑ segurança, ↑ Volume; · É utilizado para ligadura de estruturas importantes; · Maior dificuldade para apertar, possibilitando a quebra do fio; 4. Nó em roseta; Especialmente usado para ancorar as extremidades de fios em suturas intradérmicas; Frequentemente realizado com auxílio de um instrumento cirúrgicos (técnica mista); Algumas vezes se interpõe um pequeno segmento de tubo para se evitar que o nó penetre na pele (pela tensão exercida na linha de sutura) 5. Nó por torção; Utilizado com fios metálicos; Geralmente realizado com o uso de pinças; Suas extremidades devem ser cortadas no sentido perpendicular e encurvadas para dentro da alça de seminós; Fios cirúrgicos Podem ser de origem sintética ou orgânica e monofilamentares (levam à menor reação inflamatória) ou multifilamentares. Se fossemos pensar em fio ideal, ele deveria ter as seguintes características: ter a resistência tênsil igual à dos tecidos, ser fino, regular, flexível, ter pouca reação tecidual e baixo custo. Os fios ainda podem ser classificados em absorvíveis e não absorvíveis: Fios Absorvíveis: Origem animal/orgânico: Catgut simples – anastomoses intestinais, ligadura de vasos do subcutâneo, cirurgias ginecológicas e cromado Origem sintética: Vycril, Dexon (músculos, fáscias, tecido celular subcutâneo), Monocryl, Vycril(cirurgias gastrointestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas)Rapid e PDS II( sutura de tendões, cápsulas articulares, fechamento da parede abdominal) Fios Não absorvíveis: Origem animal: seda Origem vegetal: Linho e Algodão Origem sintética: Mononylon (poliamida), Prolene (polipropileno) – sutura vascular/intradérmica, Mersilene, Polycot, Aciflex Os fios não absorvíveis, na maioria das vezes, não precisam ser retirados e levam à menor reação inflamatória. O calibre dos fios varia de nº 0 até nº 12.0. Quanto menor o número de zeros, maior é o calibre do fio, portanto, um fio 2.0 (dois zeros) é mais calibroso que o fio 4.0 (quatro zeros). Isso é importante por que cada calibre do fio exerce uma tensão na sutura, sendo necessária a escolha do calibre adequado. Além disso, cada calibre tem sua aplicação: oftalmologia e microcirurgia (7.0 – 12.0); face e vasos (6.0); face, pescoço e vasos (5.0); mucosa, tendão e pele- abdome e tronco (4.0); pele- extremidades e intestino (3.0); pele- extremidades-, fáscia e vísceras (2.0); parede abdominal, fáscia e ortopedia (0-3). Indicações/ Contraindicações: PELE: monofilamento de náilon e prolipropileno são mais indicados evitar: fios com capilaridade ou reativos SUBCUTÂNEO: absorvíveis sintéticos são preferíveis devido a baixa reatividade FÁSCIA: fios não absorvíveis: necessidade de prolongada resistência absorvíveis sintéticos (preferível) ou categute (cromado). *OBS: categute está em desuso! MÚSCULO: sintéticos absorvíveis ou não absorvíveis miocárdio: náilon ou polipropileno VÍSCERAS OCAS: categute cirúrgico* absorvíveis sintéticos e não absorvíveis monofilamentados evitar: não absorvíveis multifilamentados ; seda na vesícula urinária. TENDÃO: nylon e aço inoxidável são os mais utilizados polidioxanona e poligliconato também são usados VASO SANGUÍNEO: polipropileno (menos trombogênico) nylon, poliéster revestido, outros NERVO: nylon e polipropileno (baixa reatividade) Referências: GOFFI, F. S.; TOLOSA, E. M. D. C. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas da cirurgia. 4. Ed. São Paulo: Atheneu, v. único, 1997 Marques, RG, Técnica operatória e cirurgia experimental. Editora: Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005. p.207-306