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Endometriose - É uma doença considerada benigna, mas é considerada incapacitante para muitas pacientes pela intensidade da dor, principalmente, e outros sintomas que ela pode causar na esfera genital e extragenital - É definida como a presença de glândulas endometriais e estroma que ocorrem fora da cavidade uterina - As lesões são tipicamente localizadas na pelve, mas podem ocorrer em vários locais, incluindo o intestino, diafragma e cavidade pleural - Epidemiologia: → Aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo têm endometriose → Até 40% das adolescentes com anomalias do trato genital (anomalias mullerianas) → Até 50% das mulheres com infertilidade → Até 70% das mulheres e adolescentes com dor pélvica *Já existe a tendencia de bloquear a menstruação de adolescentes que já começam com muita dismenorreia para que elas não desenvolvam a endometriose posteriormente - É multifatorial, depende de ter: → Tecido endometrial ectópico → Imunidade alterada → Proliferação celular desequilibrada → Apoptose de maneira inadequada → Sinalização endócrina aberrante → Fatores genéticos: existem seis regiões genômicas associadas à endometriose O QUE OCORRE: As células endometriais ectópicas se implantam e crescem fora do seu sítio inadequado e causam uma resposta inflamatória, que é quem vai causar dor e desconforto - A teoria de Sampson sobre menstruação retrógrada afirma que toda mulher, no período menstrual, tem um refluxo do sangue para a trompa, que vai para a cavidade abdominal – com isso leva células endometriais que podem se implantar na cavidade peritoneal. ENDOMETRIOSE À DISTÂNCIA: - Endometriose a distância pode ocorrer por disseminação linfática ou sanguínea ENDOMETRIOSE PRÉ-PÚBERE - Existência de resquícios embrionários mullerianos - Lesões resultantes de hemorragia uterina neonatal, incluindo sangramento retrógrado, causado pela exposição hormonal materna *Muitas recém-nascidas tem a mamas e a vulva mais inchadas por causa dos hormônios maternos, mas depois elas voltam a normal ENDOMETRIOSE EM HOMENS - Metaplasia celômica - Exposição estrogênica: → Transexualidade → Tratamento neoplasia próstata: são feitas a base de medicações anti-endrogênicas e estrogênicas - Lesões de endometriose contêm glândulas endometriais e estroma - Implantes de endometriose geralmente contêm tecido fibroso (por causa da reação inflamatória), sangue e cistos (cheio de sangue pois não ocorre a drenagem) - A decomposição de glóbulos vermelhos por células inflamatórias resulta na formação de histiócitos pigmentados e macrófagos carregados de hemossiderina (os macrófagos tentam fagocitar essas lesões/ inflamações que ocorrem) - Quanto mais velha a lesão, maior a probabilidade de ser pigmentada LESOES PERITONEAIS SUPERFICIAIS: - Contém glândula endometriais e estroma - O componente glandular pode ser ausente, esparso ou transformado por alterações hormonais e metaplásicas ou atipia celular *Os hormônios tentam fazer a metaplasia porque aquele tecido que está implantado ali não pertence àquele local, mas não conseguem transformar nas células normais, por isso viram élulas atípicas - O componente estromal pode ser obscurecido por infiltrados de histiócitos espumosos e pigmentados, fibrose ou outros processos - Alterações inflamatórias e reativas dentro ou adjacentes aos focos de endometriose também podem confundir os achados histológicos LESAO OVARIANA (ENDOMETRIOMA) - Tecido endometrial ectópica dentro do ovário que sangra e resulta em um hematoma cercado por parênquima ovariano - Ambos os ovários estão envolvidos em um terço dos casos - Preenchidos com materiais cor de chocolate, cercados por parênquima ovariano e forrados por epitélio endometrial, estroma e glândulas INFILTRAÇÃO PROFUNDA DA ENDOMETRIOSE: - Massa de endometriose sólida situada a mais de 5mm de profundidade ao peritônio - Geralmente é encontrado no septo retovaginal, reto, cólon retossigmoide, bexiga, ureter e outras estruturas fibromusculares pélvicas, como ligamentos uterinos e vagina *Dispareunia progressiva: na relação sexual, a mulher vai sentir dor na hora da distensão da vagina por causa dos processos inflamatórios que estão presentes *Se a mulher não faz um tratamento para endometriose, em todo o período menstrual, todas essas áreas irão sangrar – vai encher de sangue, e vai demorar de ser absorvido e vai doer cada vez mais a cada ciclo – a mulher vai sentir dispareunia progressiva e dismenorreia progressiva - Existia uma aderência entre o útero e o reto e agora está cheio de sangue devido às infiltrações de endometriose (foto de cirurgia) LOCAIS MAIS FREQUENTES DE ENDOMETRIOSE: - Ovário (67%) - Ligamentos uterossacrais (46%) - Fossa ovariana (32%) - Fundo de saco de Douglas (30%) - Bexiga (21%) - Nuliparidade: a mulher que nunca pariu nunca ficou quase 1 ano sem menstruar e sem exposição ao estrogênio; com predomínio de progesterona (que é justamente o tratamento da endometriose) - Exposição prolongada ao estrogênio endógeno: → Menarca precoce (antes dos 11 anos) → Menopausa tardia → Ciclos menstruais mais curtos (definidos como 27 dias) - Sangramento menstrual pesado - Obstrução do fluxo menstrual (anomalias mullerianas, como septo vaginal; septo uterino) - Exposição ao dietilestilbestrol do útero - Menor índice de massa corporal - Exposição a abuso físico e/ou sexual grave na infância ou adolescência - Alto consumo de gordura trans - Multiparidade - Intervalos prolongados de lactação - Menarca tardia (após 14 anos) - Aumento do consumo de ácidos graxos ômega-3 - Etnias negra e hispânica - Uso de pílulas contraceptivas orais, injetáveis – tudo que bloqueia a menstruação - Dismenorreia (78%): progressiva – em geral, no início da terceira década - Dispareunia (39%): presença de nódulos em fundo de saco - Dor pélvica (32%): cólica difusa e variável intensidade - Infertilidade (2 a 50%): nas formas moderadas e severas - Bexiga: → Sintomas urinários inespecíficos de frequência, urgência e dor na micção → Endometriose ureteral pode ser assintomática ou associada a dor de flanco ou hematúria grosseira - Endometriose intestinal: diarreia, prisão de ventre, disquezia e cólicas intestinais - Endometriose da parede abdominal: dolorosa massa de parede abdominal, dor cíclica e sangramento - Endometriose torácica: dor no peito, pneumotórax ou hemotórax, hemoptise ou dor escapular ou cervical - Nódulos na parede vaginal posterior - Massas anexiais - Imobilidade do colo uterino - Lesão visualizada no colo do útero ou mucosa vaginal USG: TC DE PULMÃO: - O diagnóstico é clínico + USG e RNM, TC se necessário, mas o estadiamento é feito cirurgicamente, por laparoscopia: ESTÁGIO I: A doença mínima é caracterizada por implantes isolados e sem aderências significativas ESTÁGIO II: A endometriose leve consiste em implantes superficiais com menos de 5cm no total e espalhados no peritônio e ovários. Não há aderências significativas. ESTÁGIO III: A doença moderada apresenta múltiplos implantes superficiais e profundamente invasivos. As aderências peritubarias e periovarianas podem ser evidentes. ESTÁGIO IV: A doença grave é caracterizada por múltiplos implantes superficiais e profundos, incluindo grandes endometriomas ovarianos. Aderências densas geralmente estão presentes. 1. Não hormonais: - AINEs - Antifibrinolíticos *Tenta com esse método, caso não resolva, associa um método hormonal 2. Hormonais: - Progestágenos (SIU, orais, injetáveis) - ACO *O maior vilão da endometriose é o pico de estrogênio anteriormente ao LH, o ACO dá um equilíbrio de estrogênio e progesterona, então não tem problema usar ACO combinados - Análogode GnRH: é uma medicação de alto custo e deve ser utilizada somente por um tempo, pois ele vai impedir a liberação de GnRH pelo hipotálamo – então utiliza para dar um baque no organismo e depois muda o tratamento *Se não der certo, parte para o tratamento cirúrgico 3. Cirúrgicos: - Ressecção cirúrgica da endometriose: → Diagnostico histológico → Reduz dor destruindo os implantes endometrióticos → Conservadora (tratamento de lesões de endometriose por ablação ou ressecção), definitiva (histerectomia, com ou sem ooforectomia, além de ressecção de endometriose), ou radical (remoção de todos os implantes visíveis no momento da cirurgia) - Transecção nervosa: quando a paciente continua com muita dor mesmo tendo feito todas as medidas anteriores → Ablação do nervo uterossacral laparoscópico → Neurectomia pré-sacral
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