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PRÁTICAS EM PATOLOGIA 1ª Edição Marcelino Gevilbergue Viana (Organizador) PRÁTICAS EM PATOLOGIA Marcelino Gevilbergue Viana (Organizador) PRÁTICAS EM PATOLOGIA Marcelino Gevilbergue Viana (Organizador) 1ª Edição Quipá Editora 2021 Copyright © dos autores e autoras. Todos os direitos reservados. A presente obra foi derivada de estudos bibliográficos de alunos do curso de Enfermagem, da Universidade Regional do Cariri (URCA), como trabalho de conclusão da disciplina de Patologia Geral. Os dados e imagens são de autoria dos respectivos autores referenciados, tanto nas imagens como nas referências bibliográficas informadas em cada caderno. Normalização e revisão: dos autores e autoras. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) __________________________________________________________ Práticas em Patologia / Organizado por Marcelino Gevilbergue Viana . ― Iguatu, CE : Quipá Editora, 2021. 127 p. : il., color. ISBN 978-65-89091-42-4 DOI doi.org/10.36599/qped-ed1.026 1. Patologia. 2. Doenças. 3. Enfermagem. I. Marcelino Gevilbergue Viana. II. Título. CDD 571.9 __________________________________________________________ Quipá Editora www.quipaeditora.com.br @quipaeditora Obra publicada pela Quipá Editora em março de 2021. P912 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 5 CADERNO 1 ....................................................................................................... 6 Andreza Rayane Higino da Silva, Antonia Gisele Vieira Albuquerque, Francinilda Araújo de Amorim, Janiele da Silva Oliveira, Karoline de Cássia Cipriano de Sousa, Lara Helen Lemos de Oliveira, Leidiana Cosme de Araújo, Lorena Gonçalves de Souza, Maria Geovana da Silva, Maria Lorhana Venâncio da Silva, Tainara Silva, Vitória de Araújo Bezerra CADERNO 2 .................................................................................................... 55 Alice Alves Tibúrcio, Ana Vitória Costa Lima, Gildiana Ferreira de Carvalho, Graziela de Almeida, Joana Vitória Lira da Silva, Luana Alves de Melo, Luzia Laysa Dias de Araújo, Maria Giceli Martins da Silva, Maria Hermina Ferreira Ricarte, Natalia Lima da Silva, NicolleTeixeira de Matos, Sabrina de Sousa Lima CADERNO 3 ....................................................................................................102 Antônia Alexsandra da Costa Santana, Isadora Magalhães Fernandes, Maria Clarissa de Sousa Lima, Maria Daniely da, Silva Gonçalves, Maria Sandy Moura Souza, Millena Batista de Sousa, Nataly Gomes Pereira, Neuma Cunha Medeiros, Paulo Cesar Delmondes Cordeiro APRESENTAÇÃO Esta obra apresenta temas gerais de Patologia, voltados para seu ensino prático, elencando, de modo leve, como os conteúdos podem ser abordados, visando o fortalecimento do aprendizado dos estudantes. Desse modo, convidamos o professor/leitor para refletir sobre a possibilidade de aplicabilidade dos experimentos, melhorando sua prática docente e extraindo caminhos para o entendimento da melhor forma de trabalhar alguns conteúdos em sala e em laboratório. Ressalta-se que, no processo de educação em saúde, é fundamental que profissionais, pesquisadores e estudantes da área da saúde apoiem-se em recursos de informações que propiciem um boa comunicação e entendimentos pelos participantes. CADERNO 1 Andreza Rayane Higino da Silva Antonia Gisele Vieira Albuquerque Francinilda Araújo de Amorim Janiele da Silva Oliveira Karoline de Cássia Cipriano de Sousa Lara Helen Lemos de Oliveira Leidiana Cosme de Araújo Lorena Gonçalves de Souza Maria Geovana da Silva Maria Lorhana Venâncio da Silva Tainara Silva Vitória de Araújo Bezerra Autoras: SUMÁRIO PRÁTICA 1: EXTRAÇÃO DO DNA DA BANANA 08 PRÁTICA 2: RELACIONANDO PEROXISSOMOS, CATALASE E FERIMENTOS 15 PRÁTICA 3: EXAME PREVENTIVO DE COLO DO ÚTERO 18 PRÁTICA 4: MELANOMA 22 PRÁTICA 5: PNEUMONIA EM FASE DE HEPATIZAÇÃO CINZENTA 26 PRÁTICA 6: METAPLASIA ESCAMOSA DE COLO UTERINO 29 PRÁTICA 7: NEOPLASIA 33 PRÁTICA 8: NECROSE LIQUEFATIVA – ABSCESSOS HEPÁTICOS. 38 PRÁTICA 9: DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA 42 PRÁTICA 10: ESTEATOSE HEPÁTICA 46 PRÁTICA 11: DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE ATRAVÉS DA BACILOSCOPIA 50 SUMÁRIO PRÁTICA 1: EXTRAÇÃO DO DNA DA BANANA Ácido Desoxirribonucleico (DNA) é uma macro molécula orgânica que contém as informações genéticas e está presente em todos os seres vivos , com exceção apenas de alguns RNA-vírus . É formado por uma base nitrogenada, uma pentose e um grupo fosfato. Essa importante molécula contém as informações básicas para a formação de um ser vivo e para que ele possa se reproduzir e age orientando a célula na produção de proteínas com diversas funções . Em células eucarióticas , o DNA se encontra no núcleo celular. O processo de extração dos ácidos nucléicos do núcleo requer o rompimento da membrana plasmática e do envoltório nuclear. Esse procedimento ocorre como uso de detergentes que afetam as interações entre lipídios e proteínas . Após o rompimento das membranas, o conteúdo celular extravasa, ficando em suspensão, sendo extraídas as moléculas de DNA por meio da centrifugação do composto, em presença de solventes orgânicos (ex.: álcool) e íons ( ex.: NaCl ). Hoje em dia, a extração e o estudo da molécula de DNA abrangem muitas áreas . Um dos ramos que tem investido nestes estudos é o da agricultura, pois as alterações genéticas em legumes , frutas e verduras , buscando o melhoramento das mesmas contra pragas ou para torná-las mais saborosas e resistentes tem despertado grande interesse. Isso ocorre não apenas em plantas , o estudo e conhecimento desta molécula ajudam a desenvolver técnicas utilizadas na criação de animais para consumo humano ou para criação em residências . Outra grande aplicação do DNA se encontra na investigação de paternidades e descoberta de crimes , através da decodificação do mesmo. Além de serem aplicados na área médica , na procura por tratamento, prevenção e a cura de doenças . Utilizando procedimentos e instrumentos muito simples é possível extrair o DNA e visualizá-lo sob forma de filamentos brancos . Esta atividade tem como objetivo, extrair o DNA de células de banana, para visualização do material genético, promovendo assim a descoberta da localização do mesmo. Práticas em Patologia, p. 8 MATERIAIS UTILIZADOS • Meia banana; • Saco plástico comum; • Detergente; • Água; • 2 ou mais colheres; • Álcool etílico; • Filtro de papel ou peneira; • Sal de cozinha; • Recipiente de plástico; • Copos de vidro para substituir os béqueres de laboratório. FIGURA 1: Número 1 – sal, número 2 – álcool, número 3/4 – meia banana e recipiente plástico, número 5 – sacola transparente. Fonte: Autoria própria, 2020. Práticas em Patologia, p. 9 FIGURA 2: Número 1 – colheres, número 2 – Copos de vidro de diferentes tamanhos. Fonte: Autoria própria, 2020. FIGURA 3: Número 1 – peneira, número 2 – detergente, número 3 – um copo de água. Fonte: Autoria própria, 2020. Práticas em Patologia, p. 10 PROCEDIMENTOS 1: Primeiramente a banana foi retirada do recipiente e colocada no saco onde foi macerada até formar uma pasta homogênea, onde foi transferida para um copo de vidro número 1; 2: Enquanto no copo número 2 foram adicionados 150 mL de água, uma colher de sopa de detergente, uma colher de chá de sal de cozinha e em seguida misturados vagarosamente a fim de não ocorrer a formação de espumas; 3: Após a mistura foram adicionados 50 mLdesta mistura sob a banana, misturado novamente e deixado na temperatura ambiente por 30 minutos, mexendo levemente a cada 3 minutos; 4: Decorrido os 30 minutos, essa mistura foi peneirada deixando passar somente sua parte mais líquida sob um outro copo limpo, feito isso dessa mesma mistura foi colocado em um quarto copo 3 dedos de medida, juntamente com 6 dedos de álcool colocados cuidadosamente no mesmo copo e aguardando 5 minutos e observado o resultado. FIGURA 4: Banana macerada no saco plástico (Procedimento 1). Fonte: Autoria própria, 2020. Práticas em Patologia, p. 11 FIGURA 5: Banana macerada junto com a mistura de água, sal e detergente, permanecendo nesse estado por 30 minutos (Procedimento 3). Fonte: Autoria própria, 2020. RESULTADOS Após 5 minutos da adição de álcool a o ”suco” (líquido oriundo da mistura de banana com sal, água e detergente), ocorreu a formação de uma nuvem esbranquiçada que na verdade se tratam de milhares de moléculas de DNA sobrepostas e isoladas devido a ação do álcool . A banana utilizada foi macerada, a fim de que os produtos químicos utilizados para a extração cheguem mais facilmente em todas as suas células. Foi utilizado detergente para romper a membrana porque eles geralmente são empregados para dissolução de gorduras ou lipídeos e a composição da membrana celular tem alta quantidade de lipídios sob a ação do detergente, estes se tornam solúveis e são extraídos junto com as proteínas que também fazem parte das membranas. A função do sal proporcionou ao DNA um ambiente favorável, pois o sal contribuiu com os íons positivos que neutralizam a carga negativa do DNA, para que assim as numerosas células de DNA pudessem coexistir na solução, através da precipitação das proteínas. Práticas em Patologia, p. 12 O DNA extraído das células da banana encontra -se na fase aquosa da mistura, ou seja, dissolvido na água, porém na presença de álcool e de concentrações relativamente altas de Na+ (fornecidas pelo sal de cozinha) o DNA sai de solução, isto é, ele é precipitado . O precipitado aparece na superfície da solução, isto é, na interface entre a mistura aquosa e o etanol. Essa prática permitiu a visualização do DNA, através d e substâncias usadas, agentes físicos e químicos, permitindo que no final da prática conseguíssemos ver o DNA da banana, através da lise da membrana, a precipitação salina e o isolamento do DNA. Onde com um método simples, dividido em etapas foi possível ver primeiramente a destruição da parede celulósica que envolve a célula vegetal, depois o detergente foi o responsável pelo rompimento da membrana citoplasmática e da liberação do DNA no suco e com o álcool possibilitou separar a molécula do resto do suco. FIGURA 6: Suco da banana após ter sido peneirada e separada do restante da fruta entrando em contato com o álcool (Procedimento 4). Fonte: Autoria própria, 2020. Práticas em Patologia, p. 13 FIGURA 7: Resultado final, nuvem na coloração branca que é o DNA da banana, após 5 minutos em contato com o álcool. Fonte: Autoria própria, 2020. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EXTRAÇÃO do DNA da banana: aliando teoria e prática no ensino de ácidos nucleicos em Bioquímica. 10° Simpósio Brasileiro de Educação Química, [s. l.], Junho 2012. Disponível em:http://www.abq.org.br/simpequi/2012/trabalhos/219-13358.html.Acesso em: 5 out. 2020. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. DNA: As características gerais do DNA. Biologia NET, [2017?]. Disponível em: https://www.biologianet.com/biologia-celular/dna.htm.Acesso em: 16 out. 2020. VOCÊ pode extrair DNA em casa: Saiba como. Revista Galileu: Ana Freitas, 2018. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,ERT340027- 17770,00.html.Acesso em: 16 out. 2020. Práticas em Patologia, p. 14 PRÁTICA 2: RELACIONANDO PEROXISSOMOS, CATALASE E FERIMENTOS Peroxissomos são organelas citoplasmáticas, envoltas por uma membrana que tem como função oxidar substâncias orgânicas, e gerar como subproduto peróxido de hidrogênio (H2O2), mais conhecido como água oxigenada, que é extremamente tóxico para a célula. Portanto, os peroxissomos têm que eliminar esse subproduto, eles possuem em seu interior uma enzima chamada catalase, que converte este agente em água e oxigênio. A utilização de água oxigenada para assepsia de ferimentos é uma prática bastante comum, isso porque o peróxido de hidrogênio reage com o sangue e o plasma expostos em uma ferida, liberando uma de suas moléculas de oxigênio, transformando-se em água e formando borbulhas saindo do machucado. O experimento a seguir tem como objetivo simular um ferimento e, por meio da utilização da água oxigenada, fornecer evidências experimentais que fomentem a discussão a respeito do papel da catalase, dos peroxissomos e dos mecanismos pelos quais a degradação do H2O2 promove a assepsia de feridas. MATERIAIS UTILIZADOS • 1 micro lanceta estéril descartável ou agulha de seringa descartável; • 1 lâmina de vidro para microscopia; • 1 gota de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) 10 volumes; • 1 pipeta Pasteur ou conta-gotas; • Algodão; • Álcool 70 %. PROCEDIMENTOS Será necessário um voluntário para a prática, então com o algodão embebido em álcool 70%, deve-se limpar o dedo indicador do indivíduo; Fazer um pequeno furo com auxílio de uma micro lanceta estéril ou agulha descartável, desde que seja nova e esteja lacrada na embalagem antes do uso; Depositar algumas gotas de sangue sobre a lâmina de microscopia; Adicionar uma gota de água oxigenada sobre o sangue; Práticas em Patologia, p. 15 O resultado deve ser observado e comparado àquele normalmente visto em situações de ferimentos reais. FIGURA 1: Procedimentos: Gota de sangue e aplicação do peróxido de hidrogênio Fonte: Atividades Práticas em Biologia Celular, 2019, p. 76 RESULTADOS Como pode ser visto na figura 2, ao adicionar água oxigenada ao sangue, a ação da catalase provoca efervescência, por causa da degradação da água oxigenada que transforma-se em água e oxigênio. Esse oxigênio puro tem função desinfetante oxidante, que mata microrganismos causadores de doenças, como bactérias e vírus anaeróbicos (que não sobrevivem à presença de oxigênio), por ter essa capacidade de matar microrganismos, a água oxigenada é um antisséptico eficiente. FIGURA 2: Transformação do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio, por meio da catalase, causando efervescência e promovendo assepsia da ferida. Fonte: Atividades Práticas em Biologia Celular, 2019, p. 76 Práticas em Patologia, p. 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARONEZA, José Eduardo. Atividades práticas em biologia celular: capítulo 9 peroxissomos. Ceará: Edições UFC, 2019. 128 p. ISBN 978-85-7282-763-8. Disponível em: http://www.editora.ufc.br/images/imagens/pdf/2019-atividades- praticas-em-biologia-celular-ebook.pdf.Acesso em: 13 out. 2020. ÁGUA Oxigenada ou Água e Sabão? Qual dos Dois Limpa Melhor um Machucado?: Como a Água Oxigenada Mata as Bactérias?. [S. l.], 19 fev. 2019. Disponível em: https://portuguese.mercola.com/sites/articles/archive/2019/02/19/agua- oxigenada.aspx#:~:text=Por%20que%20a%20%C3%81gua%20Oxigenada,de%20doen %C3%A7as%2C%20como%20as%20bact%C3%A9rias. Acesso em: 21 out. 2020. Práticas em Patologia, p. 17 PRÁTICA 3: EXAME PREVENTIVO DE COLO DO ÚTERO O câncer de colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais frequente na população feminina brasileira, atrás apenas do câncer de mama e do colorretal. Existe uma fase pré- clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita através de um exame preventivo: o Papanicolau. Quando diagnosticadona fase inicial, as chances de cura podem chegar a até 100%. Conforme a evolução da doença aparecem sintomas como sangramento vaginal, corrimento e dor. O câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente do papiloma vírus humano (HPV), principalmente por seus subtipos chamados de oncogenitos. Além disso, outros fatores de risco associados são: início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, histórico de verrugas genitais, tabagismo e pacientes com doenças imunossupressoras. A infecção por HPV é bastante frequente e não evolui para a doença em grande parte das vezes, sendo combatida pelo sistema imunológico da paciente. Entretanto, quando há alterações celulares, os casos podem evoluir para o câncer. Descobrimos essas lesões precursoras durante a realização do exame preventivo Papanicolau. Por isso, é fundamental que as mulheres procurem um médico periodicamente. Quando o tumor é detectado no início, há chance de cura na maioria dos casos, segundo o especialista. O Papanicolau deve ser feito em mulheres de 25 a 64 anos de idade que já tiveram relação sexual, conforme diretriz do Ministério da Saúde. Em relação à frequência, precisar ser realizado a cada três anos, após dois exames normais consecutivos no intervalo de um ano. MATERIAIS • Espéculo; • Lâmina com uma extremidade fosca; • Espátula de Ayre; • Escova endocervical; • Par de luvas para procedimento; • Formulário de requisição do exame; Práticas em Patologia, p. 18 • Lápis n.º 2 (para identificação da lâmina); • Máscara cirúrgica; • Fixador citológico; • Recipiente para acondicionamento das lâminas; • Lençol para cobrir a paciente; • Avental. PROCEDIMENTOS 1. Identifique as iniciais da paciente e a data do nascimento no lado fosco da lâmina utilizando lápis grafite; 2. Introduza o espéculo, gire e abra-o lentamente e com delicadeza; 3. Colete a amostra ectocervical com a espátula de Ayre, girando 360° e a amostra endocervical girando a escova 360°; 4. Realize o esfregaço de maneira a distribuir uniformemente o material em camada fina; 5. Fixe imediatamente o material na lâmina. 6. Ambas as superfícies da espátula e todas as faces da escova devem entrar em contato com a lâmina de vidro. 7. Tome cuidado com os movimentos circulares para não lesar as células. RESULTADOS As alterações celulares reativas são de natureza benigna, associadas à inflamação, determinadas pela ação de agentes físicos ou químicos. Ocasionalmente, podem-se observar alterações decorrentes do uso do dispositivo intrauterino, em células endometriais e mesmo endocervicais. Os critérios de alterações celulares associados à inflamação são: aumento nuclear, bi nucleação ou multinucleação, nucléolos únicos ou múltiplos, o citoplasma pode apresentar policromasia, vacuolização ou halos perinucleares. Práticas em Patologia, p. 19 FIGURA 1: Esfregaço cérvico-vaginal indicando características celulares de coilocitose e binucleação. Fonte: Google imagens . FIGURA 2: Esfregaço cérvico-vaginal mostrando células – guia (setas: células escamosas recobertas por densas colônias de microrganismos. Fonte: Google imagens A Figura 1 revela características celulares indicativas de provável infecção pelo Humano (HPV), visto que a coilocitose e a binucleação observadas em células desse esfregaço são típicas da infecção por HPV. A Figura 2 revela características celulares indicativas de provável infecção por Gardnerella vaginalis. Práticas em Patologia, p. 20 FIGURA 3: A imagem (a) apresenta uma célula (seta) que exibe núcleo volumoso e borda nuclear espessa, representando alterações reativas, a imagem (b) são células endocervicais com aumento nuclear e bi nucleação, essas alterações são associadas às vezes a processos inflamatórios. Papanicolaou (400x). Fonte: Google Imagens REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS O QUE é o exame papanicolau e para que ele serve: O teste é usado na prevenção do câncer de colo de útero, o terceiro mais comum entre as mulheres brasileiras. Veja Saúde: Chloe Pinheiro, 8 mar. 2018. Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-o- exame-de-papanicolau-e-para-que-ele-serve/.Acesso em: 20 out. 2020. PAPANICOLAU: Exame preventivo de colo do utero. Biblioteca Virtual em Saúde: Ministerio da Saúde, 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2069-papanicolau-exame- preventivo-de-colo- de-utero. Acesso em: 21 out. 2020. Práticas em Patologia, p. 21 PRÁTICA 4: MELANOMA O melanoma é um tumor maligno proveniente dos melanócitos, esse tumor é bastante comum na pele. Existem também outras localizações habituais, como a coróide (camada pigmentada do olho, entre a retina e a esclera), orelhas, trato gastrointestinal e genitais. Na pele, a luz solar é o principal fator para o aparecimento da patologia e as áreas mais frequentemente afetadas são o dorso e membros inferiores. A pele clara por sua vez possui maior risco, em comparação com os indivíduos de pele escura. O surgimento de uma lesão pigmentada nova na vida adulta, ou a mudança de tamanho e/ou de cor em uma lesão pigmentada já existente é um forte indício clínico para o melanoma. Uma lesão no melanoma tende mostrar diversas tonalidades de marrom, negro e até outras cores na mesma lesão, e o contorno costuma a ser irregular. As células neoplásicas, existentes no melanoma podem apresentar dois tipos de desenvolvimento, o radial e o vertical. No estágio inicial, o desenvolvimento é chamado de radial ou horizontal. Com o passar do tempo inicia-se a fase de desenvolvimento vertical, onde as células penetram tanto na epiderme, gerando ulceração, como a derme mais profunda, atingindo vasos linfáticos e sanguíneos. A partir desse momento a ocorrência de metástases é praticamente certa. Clinicamente esta fase é caracterizada pelo surgimento de um nódulo proeminente na lesão que antes era plana, e condiz com o aparecimento de um clone de células mais agressivas. MATERIAIS • Agulha; • Formol (10%); • Saco plástico; • Parafina; • Micrótomo; • Lâmina; • Corante hematoxilina-eosina (15%); • Microscópio; • Anestesia; • Máscara; • Luvas. Práticas em Patologia, p. 22 PROCEDIMENTOS 1. O procedimento se inicia com uma aplicação de uma anestesia local ou dependendo da extensão do tecido é necessário que ocorra a sedação do paciente. 2. De modo geral com o auxílio de uma agulha, pinça ou bisturi, é retirada um pequeno pedaço da região em foco. 3. O material recém-colhido é guardado em uma solução de formol a 10% (de preferência formol tamponado) e isso é feito para que as células não se danifiquem e assim seja possível fazer a realização da de análise. 4. As amostras são depositadas em um recipiente de boca larga ou depositadas em um saco plástico adequado, onde o mesmo deve está identificado com o nome do paciente e data de nascimento. 5. A amostra poderá continuar dentro desse líquido ainda por mais um dia. 6. O pedaço de tecido é mergulhado em parafina para que assim possa ficar mais firme. No momento em que endurece, é cortado em pedaços muito pequenos por um instrumento chamado micrótomo. 7. Após esse processo essas fatias são inseridas em uma lâmina e é jogado corante que habitualmente é a hematoxilina-eosina para evidenciar as estruturas das células ali dentro. 8. A análise é visual, e será utilizado um microscópio para observar as estruturas celulares e verificar se possui algum tipo de anormalidade. No caso das células cancerígenas, elas se apresentam irregulares e não estão bem organizadas. Então, um laudo sobre o que foi constatado será emitido. RESULTADOS Com base na análise feita microscopicamente, é possível notar que a amostrade tecido da Figura 01 manteve sua morfologia intacta e normal, estando com a área analisada contendo pouca melanina e isso acontece, pois a melanina é injetada aos queratinócitos próximos. O tecido da Figura 02 por sua vez demonstra uma escassez de melanina, onde a área se encontra a melanótica, sendo possível observar que existem alterações morfológicas presentes na amostra. Práticas em Patologia, p. 23 Assim também como na figura 03 que apresenta uma área bastante pigmentada (melanótica), contendo células neoplásicas produzindo melanina de forma abundante e exagerada, trazendo também alterações para a amostra. Por fim, na figura 04 pode-se observar uma lesão enegrecida, elevada, ulcerada e com contorno irregular e com base em todas essas características obtidas na lâmina, é possível diagnosticar como melanoma maligno. FIGURA 01: Imagem histológica do tecido epitelial, é possível notar melanócitos normais. Fonte: Google Imagens. FIGURA 02: Imagem histológica do tecido epitelial, é notável a falta de melanina na área observada. Fonte: Google Imagens. Práticas em Patologia, p. 24 FIGURA 03: Imagem histológica do tecido epitelial, observa-se grande produção de melanina na área em foco. Fonte: Google Imagens. FIGURA 04: Imagem histológica da região lombar, onde notasse uma área escurecida no tecido. Fonte: Google Imagens. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LUCÍRIO, Ivonete. Como é feita uma biópsia?. Veja Saúde. Publicado em 12 Maio 2017. Disponível em:https://saude.abril.com.br/medicina/como-e-feita-uma-biopsia/.Acesso em: 20 out, 2020. Melanoma maligno. Unicamp. Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/lamneo19.html. Acesso em: 20 out, 2020. Práticas em Patologia, p. 25 PRÁTICA 5: PNEUMONIA EM FASE DE HEPATIZAÇÃO CINZENTA Pneumonia é a infecção do parênquima pulmonar, com quadro inflamatório característico. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus, fungos, parasitas, além de terapia com radiação, ingestão e inalação de substâncias químicas, porém a maioria das pneumonias é bacteriana. O parênquima pulmonar está constantemente exposto à agressão de agentes infecciosos, porém consegue manter-se estéril graças à eficácia de vários mecanismos de defesa do organismo, imunológicos e não imunológicos. Quando os mecanismos de defesa falham ou quando o agente é demasiadamente agressivo, surge o quadro infeccioso — pneumonia — em que os bronquíolos respiratórios e alvéolos são preenchidos por exsudato inflamatório, levando ao comprometimento da função de troca gasosa. A pneumonia pode ser classificada, tendo por base a sua distribuição anatômica, em três subtipos: Pneumonia lobar (disseminação inflamatória uniforme no parênquima dos lobos pulmonares), Pneumonia lobular ou broncopneumonia (focos inflamatórios no parênquima dos lóbulos pulmonares) e Pneumonia intersticial (inflamação do interstício pulmonar). MATERIAIS • Microscópio óptico; • Corante; • Tecido pulmonar; • Lâmina histológica para coloração. PROCEDIMENTOS 1. Inicia-se com a coleta do material, onde envolve a coleta de amostras do tecido pulmonar, que tem como objetivo observar as alterações patológicas envolvendo a Pneumonia em Fase de Hepatização Cinzenta. 2. Existe também a fixação, etapa na qual ocorre a preservação tecidual, que tem como objetivo interromper o metabolismo celular. 3. No esfregaço, coloca-se o material (tecido pulmonar) sobre a lâmina, logo após utiliza- se os cortantes que são diluídos a 15% (hematoxilina-eosina), corante este muito Práticas em Patologia, p. 26 utilizado na coloração na área da histologia, possibilitando a melhor identificação do tecido exposto. 4. Para finalizar, deve ocorrer a observação por meio do microscópio óptico, havendo a ampliação através das lentes, nas objetivas é 3x, 10x e 40x, proporcionando então, uma melhor visualização do material escolhido, neste caso o tecido pulmonar, facilitando a identificação. RESULTADOS FIGURA 1: Observa-se na imagem a presença de exsudato de fibrino-purulento, juntamente com piócitos e septos interalveolares necróticos. Fonte: Google Imagens FIGURA 2: Presença do aumento dos leucócitos e fibrina nos alvéolos, diminuição da congestão e desaparecimentos de bactérias. Também é importante observar o preenchimento das luzes alveolares com exsudato faz com que o pulmão apresente a cor acinzentada e aspecto compacto. Fonte: Google Imagens Práticas em Patologia, p. 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PNEUMONIA LOBAR EM FASE DE HEPATIZAÇÃO CINZENTA, Anatomia Patológica Geral, Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/pecasinfl1.html#:~:text=c)%20fase %20de%20hepatiza%C3%A7%C3%A3o%20cinzenta,64). Acesso em 28 de set. de 2020. Práticas em Patologia, p. 28 PRÁTICA 6: METAPLASIA ESCAMOSA DO COLO UTERINO A metaplasia escamosa do colo do útero é a mudança das células cilíndricas da região uterina logo após o orifício cervical. Em outras palavras, ela é a transformação ou substituição de um tecido adulto por outro da mesma classe. Na metaplasia escamosa, o epitélio monoestratificado (aquele que possui apenas um camada de células) se converte em epitélio pluriestratificado (com várias camadas de células). Substituição do epitélio glandular endocervical por células de reserva sub colunares, que se diferenciam em epitélio escamoso (maduro ou imaturo). É uma resposta comum a irritantes, que está presente em quase todos colos uterinos e se localiza na zona de transformação. Não é considerada uma condição pré-maligna. As causas mais frequentes da metaplasia escamosa do colo do útero são proliferações de células colunares de reserva que enchem as glândulas endocervicais, aumento da acidez do útero durante a puberdade, inflamações ou irritações uterinas, exposição a substâncias químicas, excesso de estrogênio, déficit de vitamina A, presença de pólipos uterinos e uso de anticoncepcionais orais. Não é necessário um tratamento, apenas acompanhamento médico. Em um exame Papanicolau, a metaplasia é classificada como negativa ou classe I, o que significa que não há risco de malignidade. Em geral, as células do colo do útero apresentam-se completamente normais após a metaplasia. MATERIAIS • Espéculo; • Lâmina com uma extremidade fosca; • Espátula de Ayre; • Escova endocervical; • Par de luvas para procedimento; • Formulário de requisição do exame; • Lápis n° 2 (para identificação da lâmina); • Máscara cirúrgica; • Fixador citológico Vagispec Spray 30 ml; • Recipiente para acondicionamento das lâminas; • Lençol para cobrir a paciente; • Avental. Práticas em Patologia, p. 29 PROCEDIMENTOS 1. Primeiro realizará a identificação das iniciais da paciente e a data de nascimento do lado fosco da lâmina utilizando o lápis grafite. 2. Depois irá introduzir o espéculo para manter o canal vaginal aberto e permitir a observação do colo do útero, com espátula de Ayre e escova endocervical. 3. Fará uma leve e pequena descamação da parede vaginal e do colo do útero com giro 360°, realize o esfregaço de maneira a distribuir uniformemente o material em camada fina, sempre com movimentos circulares para não lesar as células. 4. Fixe o material na lâmina com o fixador citológico, se aplicado muito próximo da lâmina, o jato pode deslocar e danificar as células criando artefatos que dificultam a análise. 5. O material coletado será colocado em uma lâmina e será encaminhado ao laboratório especializado em citopatologia, para análise. RESULTADOS No análise microscópica foi possível visualizar na figura 01 presença de glândulas no epitélio escamoso e colunar, glândulas com presença de muco e estão dilatadas por causa do espaço branco, logo depois é possível visualizar na figura 02 um epitélio pavimentoso e estratificado sem presençade creatina ausência de atipias, núcleos até a periferia e uma junção colunar é encontrada no colo uterino. Tem as regiões endocervicais apresentadas pelo epitélio colunar e as regiões ectocervicais apresentadas pelo epitélio escamoso. Na figura 03 nota-se nas regiões endocervicais glândulas que não podiam está no epitélio pavimentoso estratificado, ocorreu então uma metaplasia escamosa onde existia o epitélio colunar, por uma reação adaptativa acabou se alterando. Práticas em Patologia, p. 30 Figura 01: No córion identificam-se glândulas endocervicais, enquanto na superfície o epitélio de revestimento é de tipo escamoso estratificado maduro. Fonte: Google Imagens Figura 02: Observa-se ausência de atipias, ou seja não há uma lesão precursora do câncer do colo. Fonte: Google Imagens Práticas em Patologia, p. 31 Figura 03: A imagem apresenta a junção do epitélio glandular endocervical colunar com o epitélio estratificado escamoso. No córion observam-se células inflamatórias e vasos congestos. Fonte: Google Imagens REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PROCESSOS adaptativos: Metaplasia. Patologia Geral, 15 abr. 2015. Disponível em: https://www.ufrgs.br/patologiageral/.Acesso em: 19 out. 2020. METAPLASIA escamosa do colo do útero. CCM SAÚDE, 25 abr. 2017. Disponível em: https://saude.ccm.net/faq/8525-metaplasia-escamosa-do-colo-do-utero.Acesso em: 17 out. 2020. PARACOCCIDIOIDOMICOSE em traquéia e linfonodo: exemplo de metaplasia escamosa. [S. l.], 23 out. 2020. Disponível em:http://anatpat.unicamp.br/lamneo2.html.Acesso em: 20 out. 2020. METAPLASIA. InfoEscola, 2009. Disponível em: https://www.infoescola.com/histologia/metaplasia/.Acesso em: 20 out. 2020. Práticas em Patologia, p. 32 PRÁTICA 7: NEOPLASIA Neoplasia é uma multiplicação anormal de células de um tecido que pode ocasionar consequências graves ao organismo. A neoplasia pode ser definida como um tumor que surge devido ao aumento anormal do número de células, ou seja, caracteriza-se como proliferação anormal do tecido. O termo tumor refere- se a um aumento do volume de uma parte do organismo, entretanto, é comumente usado como sinônimo de neoplasia. As neoplasias podem ser consideradas benignas ou malignas usando como critério o seu comportamento biológico. A neoplasia benigna, também chamada de tumor benigno, caracteriza-se por apresentar células bem semelhantes às do tecido original, ou seja, apresentam diferenciação; crescem de forma lenta; são bem vascularizadas; comprimem os tecidos vizinhos, no entanto, não os infiltram. A migração dessas células só ocorre em caso de lesão ou rompimento do tecido. Embora seja denominada de benigna, essa neoplasia também pode gerar complicações, pois comprime órgãos e vasos, além de poder causar a secreção em excesso de algumas substâncias, o que pode ser prejudicial. Em geral os tumores ou neoplasias benignas são designados ligando o sufixo - oma ao nome do tipo de célula de origem. As neoplasias epiteliais benignas que surgem a partir de superfícies epiteliais são referidas como papilomas e produzem projeções visíveis semelhantes a verrugas. A Neoplasia maligna também chamada de tumor maligno ou câncer, caracteriza-se por um crescimento mais rápido do que a benigna e suas células são menos diferenciadas, o que faz com que muitas percam a sua função no tecido original. Como essas células apresentam uma redução das estruturas funcionais e moléculas de adesão, elas apresentam maior mobilidade, invadindo os tecidos adjacentes. Os cânceres que surgem em tecidos mesenquimais sólidos são geralmente chamados sarcomas, os das células formadoras de sangue são as leucemias ou linfomas e os que surgem das células epiteliais são os carcinomas, com algumas exceções. Além de serem agressivas localmente, as neoplasias malignas podem também se propagar pelo organismo em um processo denominado de metástase, em que há a formação de uma nova massa tumoral a partir de uma primeira sem que haja, no entanto, continuidade entre elas. Isso ocorre porque as células da massa tumoral primária podem Práticas em Patologia, p. 33 desprender-se e entrar na corrente sanguínea ou vasos linfáticos, deslocando-se pelo organismo e fixando-se em outro local, no qual dará origem a um novo tumor. MATERIAIS • Microscópico óptico; • Lâmina; • Lamínula; • Palito de sorvete; • Álcool 70%; • Becker; • Hematoxilina e Eosina (diluído a 15%); • Amostra da mucosa bucal; • Água destilada; • Pipetas Pasteur; • Papel filtro. PROCEDIMENTOS 1. De início colocar uma gota de água na lâmina, depois raspar suavemente a mucosa da boca com o auxílio do palito de sorvete. 2. Em seguida fazer o esfregaço espalhando sobre a lâmina o material raspado. 3. Logo após, fixar o material na lâmina, mergulhando em álcool 70%, em seguida aguardar dois minutos para a fixação 4. Após a fixação retirar a lâmina do álcool e escorrer o excesso de líquido em um papel filtro. 5. Colocar a lâmina sobre a bancada e pingar sobre a região do esfregaço uma gota de hematoxilina e eosina, em seguida aguardar dois minutos. 6. Com o auxílio de uma pipeta remover o excesso de hematoxilina e eosina, jogando sobre a região do esfregaço uma gota de água, e cobrir com uma lamínula. 7. Retirar as bolhas de ar presentes na lâmina, pressionando levemente com a pinça, colocar a preparação dentro de um pedaço de papel filtro dobrado. Pressionar levemente para retirar todo o excesso de líquido. 8. Por fim observar no microscópio o material usando a objetiva de 10x e 40x, girar vagarosamente o macrométrico para melhor visualização. Práticas em Patologia, p. 34 RESULTADOS Diante da análise microscópica foi possível visualizar na figura 01 a presença de mucosa escamosa com epitélio escamoso devido a acantose, papilomatose, hiperqueratose, hipergranulose e células escamosas com halo perinuclear claro e bi nucleações raras. Notava-se, ainda, no córion, infiltrado inflamatório linfoplasmocitário, além de ectasia vascular. Após a análise das lâminas na figura 02 é notável que as papilas dérmicas estão muito alongadas, formando eixos conjuntivo-vasculares recobertos por epiderme acantótica e hiperceratótica. Nota-se também a convergência dos cones epiteliais para a base da lesão, em forma de leque. Nos aumentos maiores, nota-se espessamento da epiderme (acantose) e grande proeminência da camada granulosa, onde os grânulos de queratohialina são excepcionalmente irregulares e grosseiros (alteração esta causada pelo vírus HPV). Os espaços claros perinucleares são chamados coilocitose e também próprios da infecção por este vírus. Estes 'buracos'' correspondem, a uma zona pobre em organelas celulares. Na Figura 03 é visível a presença de focos de tecido conjuntivo fibrovascular em meio ao tecido epitelial proliferativo. Além dessa característica, a presença de células modificadas pela inclusão viral, que apresentam citoplasma claro e núcleo pequeno e intensamente corado. Essas células são chamadas de Coilócitos e normalmente são encontradas nas camadas mais superiores do tecido epitelial. Figura 01: Imagem histológica de papiloma escamoso com presença de acantos. Fonte: Googles Imagens Práticas em Patologia, p. 35 Figura 02: Imagem histológica da intensa papilomatose da derme, pelo (humano papiloma vírus) HPV. Fonte: Googles Imagens. Figura 03: Epitélio escamoso com hiperqueratose e coilócitos abundantes. Fonte : Googles Imagens. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MUCOSA ORAL. Vidraria de laboratório. Disponível em:http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/observacao-de-celulas-da- mucosa- bucal-microscopio.Acesso em 18 de outu de 2020 Práticas em Patologia, p. 36 PAPILOMA ESCAMOSO ORAL. Scielo.br. Disponível em:https://www.scielo.br/scielo.php? pid=S167945082019000200501&script=sci_arttext&tlng=pt.Acessoem 18 de outu de 2020. VERRUGA VULGAR. Departamento de Anatomia Patológica. Disponível em:http://anatpat.unicamp.br/lampele8.html.Acesso em 18 de outubro de 2020. Práticas em Patologia, p. 37 PRÁTICA 8: NECROSE LIQUEFATIVA - ABSCESSOS HEPÁTICOS A necrose liquefativa é específica de tecidos ricos em lipídios e pobres em albuminas coagulativas. Entretanto, existem casos onde aparece até mesmo em tecidos que, embora possuam níveis de albumina, acabaram sofrendo com infecções bacterianas ou fúngicas. Nestes casos as enzimas das bactérias, das próprias células mortas e dos leucócitos (decorrentes do processo inflamatório) se agregam para o processo de digestão proteolítica liquefativa do tecido lesado. Como resultado dessa digestão se tem um tecido caracterizado como uma massa viscosa, líquida, com presença de pus e amolecido. A necrose liquefativa heterólise acontece quando há uma infeção bacteriana focal, e como qualquer outro tipo que infecção por microrganismos o nosso sistema imune é ativado, o que irá liberar uma cascata de mecanismos de reconhecimento desse antígeno. Quando finalmente acontece o conhecimento se dá início ao processo que terá eliminá-la. Os leucócitos então, são os responsáveis por liberar enzimas lisossômicas que ajudaram no combate. Além do sistema imune atuante, enzimas proteolíticas liberadas pelo próprio microrganismo, no caso as bactérias, são fator decisivo para a destruição do tecido lesado. Ambos os processos de destruição do tecido lesado, desencadeia a digestão enzimática por heterólise, em outras palavras, necrose liquefativa por heterólise, através de ações do próprio microrganismo, e principalmente do nosso sistema imunológico, pela ação leucocitária. Como consequência desse amontoado de células e bactérias mortas, se tem o aparecimento do pus, ocasionando a formação de abcessos. Os abcessos representam um exemplo de necrose liquefativa, resultante de infecções bacterianas purulentas, eles são responsáveis por produzirem uma nova cavidade de tecido. O mesmo é caracterizado por ficar restrito apenas a determinado ponto do órgão. MATERIAIS • Lâmina; • Lamínula; • Microscópio óptico; • Amostra do tecido hepático; • Pinça; Práticas em Patologia, p. 38 • Bisturi; • Formol a 10%; • Micrótomo; • Xilol; • Álcool etílico (70%, 80%, 90%, 100%); • Parafina; • Corantes: Hematoxilina e Eosina (diluído em 15%). PROCEDIMENTOS 1. Para obter a amostra tecidual específica da seguinte prática é necessário que seja feito um pequeno corte no órgão (fígado), através de uma biópsia. Para retirada dessa amostra será obrigatório a utilização de um bisturi e uma pinça. 2. Em seguida se dará início ao processo de fixação, que consiste no retardo e interrupção do metabolismo celular, visando conservar os elementos teciduais da amostra. Como fixador será utilizado o formaldeído a 10%, fixado durante 24 horas. O tecido será colocado em uma concentração com no mínimo um volume 10 vezes maior em relação ao tecido a ser fixado. 3. Após a fixação, realizar lavagem em água corrente para retirar o excesso do fixador. 4. Posteriormente, o material deverá ser desidratado pelo processo de desidratação, onde será realizada a remoção de toda água do tecido, e sua substituição por álcool, uma vez que, as substâncias utilizadas para a inclusão em parafina não são miscíveis em água. O material então será mergulhado em um recipiente com uma série de soluções alcoólicas em concentrações diferentes e crescentes de álcool etílico (70%, 80%, 90%, 100%). 5. Em seguida esse álcool deverá ser substituído pelo Xilol, uma substância preparatória para a penetração da parafina no tecido. Conforme essa substituição acontece o material ficará mais claro e transparente. 6. Para deixar o material rígido e facilitar o corte em camadas finas será realizado banhos em parafina por cerca de 5 minutos. 7. Depois de endurecido, o tecido será cortado em poções extremamente finas, com espessuras de 5 µm, por meio de um micrótomo. 8. Logo após, o material deve ser colocado nas lâminas. Práticas em Patologia, p. 39 9. Antes de seguir para o microscópio óptico as lâminas deverão passar pela etapa de coloração, para então possibilitar a visualização e análise das estruturas celulares do tecido. Um dos corantes utilizados será a Hematoxilina, que vai corar os ácidos nucleicos dos núcleos, outro corante será a Eosina, que vai corar os componentes do citoplasma das células. 10. Por fim, os cortes serão protegidos por uma lamínula e analisados por um microscópio óptico. RESULTADOS Com a observação da lâmina contendo o tecido lesado, foi identificado as características fundamentais da necrose liquefativa, onde aconteceu a total lise da área tecidual e desnaturação da proteína. O conteúdo do abscesso mostra acúmulo de leucócitos e restos celulares necróticos, além de um material amorfo e fibrilar. Observando a figura 1, nota-se uma presença excessiva de neutrófilos entre o material fibrilar, além de restos celulares do tecido lesado, em menor aumento. Na figura 2, com um aumento maior, é possível observar de forma mais visível e em detalhes, um material amorfo, róseo, fibrilar, juntamente com restos celulares e neutrófilos necróticos. Todas essas observações, através do microscópio óptico, constatam que o fígado encontre-se com necrose liquefativa por heterólise, e com presença de abscessos purulentos. Figura 1: Microscopia do tecido pulmonar fibrilar e com presença abundante de neutrófilos. Fonte: Departamento de Patologia – UFRJ Práticas em Patologia, p. 40 Figura 2: Microscopia de um material amorfo e com neutrófilos necróticos. Fonte: Fonte: Departamento de Patologia – UFRJ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Adaptação, lesão e mortes celulares. Departamento de Patologia da faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em: http://patologia.medicina.ufrj.br/index.php/histopatologia-geral/153- morte- celular/necrose/necrose-deliquefacao#:~:text=F%C3%8DGADO&text=A%20necrose %20liquefativa%2C%20ou%20por,lisossomais%20liberadas%20das%20c%C3%A9lulas %20mortase Acesso em: 08 de out. de 2020. Carvalho, Débora. Necrose. InfoEscola. Disponível em:https://www.infoescola.com/citologia/necrose/.Acesso em: 08 de out. de 2020. Fernandes, Joyce. Necrose de liquefação e acidente vascular encefálico isquêmico. Jaleko, 2019. Disponível em: https://blog.jaleko.com.br/necrose-de-liquefacao-e-acidente- vascular- encefalico-isquemico/>. Acesso em: 08 de out. de 2020. Lílian de L. Timm Centro Universitário La Salle Museu de Ciências Naturais. TÉCNICAS ROTINEIRAS DE PREPARAÇÃO E ANÁLISE DE LÂMINAS. Docplay. 2016. Disponível em: https://docplayer.com.br/12035438-Tecnicas-rotineiras-de-preparacao-e-analise-de- laminas-histologicas.html.Acesso em: 12 de out. de 2020. Técnicas histopatológicas: Preparação de tecidos. Kasvi, Paraná, 27 de nov. de 2017. Disponível em:https://kasvi.com.br/histopatologica-tecnica-tecido-celular/.Acesso em: 10 de out. de 2020. Práticas em Patologia, p. 41 PRÁTICA 9: DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA Degeneração hidrópica é o acúmulo de água no meio intracelular, consequência de desequilíbrios no controle do gradiente osmótico no nível da membrana citoplasmática e nos mecanismos de absorção, eliminação de água e eletrólitos intracelulares. Difere da degeneração turva pela forma de acumular água em vacúolos, que se coalescem, formando nos epitélios o que se conhece com o nome de vesícula. Praticamente todos os tipos de lesão levam, ao menos em um primeiro momento, a acumulação de água intracelular. Como consequência, a célula adota um aspecto edematoso, que corresponde ao aumento de água e sódio no citoplasma ou nas cisternas do retículo endoplasmático. Este fenômeno se deve à alteração da bomba de sódio produzido peladiminuição de adenosina trifosfato (ATP). A consequência direta é a retenção de sódio e água na célula (POZO e ARELLANO, 2006). Os melhores exemplos de degeneração hidrópica se veem nas queimaduras e nas enfermidades virais (febre aftosa, estomatite vesicular dos suínos, doença das mucosas, febre cataria maligna, varíolas, herpes labial e prepucial e outras). A degeneração hidrópica é considerada como um estágio mais avançado da degeneração turva, portanto suas causas são semelhantes, variando apenas em intensidade (COELHO, 2002). MATERIAIS • Microscópio; • Tecido hepático; • Lâmina: • Lamínula; • Pinça; • Parafina; • Toluol; • Ácido acético (80%); • Micrótomo; • Xilol (100%); • Hematoxilina; • Eosina; • Becker da forma alta. Práticas em Patologia, p. 42 PROCEDIMENTOS 1. Coleta do material: esse tecido utilizado é obtido através de uma biópsia cirúrgica; 2. Fixação: o tecido deve ser imerso em uma substância fixadora (ex: (formaldeído, ácido acético e ácido pícrico), essa substância deve ser no mínimo 10 vezes mais volume que o tecido a ser fixado, essa etapa é importante para preservar o material e ajudar na observação microscópica; 3. Desidratação: Após a fixação, o material deve ser bem lavado para, em seguida, ser desidratado. A desidratação consiste na retirada de água dos espécimes a serem analisados, evitando qualquer dano ao microscópio eletrônico, que funciona sob vácuo. Desse modo, toda a água é substituída gradativamente por concentrações crescentes de álcool etílico ou acetona até atingir 100%; 4. Diafanização: Nessa etapa o material é imerso em uma substância chamada de agente clarificado (ex: toluol), para que o tecido fique semi translúcido, quase transparente; 5. Corte com micrótomo e aplicação sobre a lâmina de vidro: com micrótomo corta-se o tecido, em seguida com o auxílio de uma pinça, o corte é posicionado sobre uma lâmina de vidro: 6. Desparafinização: O corte, que já foi aderido à lâmina de vidro por ‘pescagem’ em banho-maria, é banhado no xilol para dissolver a parafina; 7. Coloração com hematoxilina e eosina: com o uso desses corantes é possível melhorar a observação e a identificação das partes do tecido; 8. Fixação da lamínula: após a adição dos corantes e fixada a lamínula para “prender” o material na lâmina. 9. A lâmina agora está pronta para ser observada no microscópio e assim identificar as alterações histológicas. RESULTADOS Ao analisar lâminas histológicas hepáticas em um microscópio é possível notar a presença de hepatócitos hidrópicos ao redor da veia centrolobular (imagem 01), quando a Práticas em Patologia, p. 43 lente é aumentada é possível visualizar nas células hepáticas um citoplasma claro e um núcleo centralizado, essa coloração clara do citoplasma é uma caracterizar para identificar a existência do acúmulo de água no meio intracelular (imagem 02). Com a observação da imagem 03 pode- se fazer um comparativo, pois as células estão menos danificadas. A imagem 04 mostra claramente a presença de hepatócitos edemaciados com coloração característica de água no citoplasma. FIGURA 1: Imagem do fígado, HE 10X. Identificam-se zonas de hepatócitos claros com edema celular circundando a veia centrolobular, enquanto os hepatócitos que circundam o espaço portam estão mais eosinofílicos. Fonte: Google Imagens FIGURA 2: Imagem do fígado, HE 50x. Com o maior aumento, hepatócitos hidrópicos com citoplasma claro e núcleo central, circundando veia centrolobular. Fonte: Google Imagens Práticas em Patologia, p. 44 FIGURA 3: Imagem do fígado, HE 50x. Hepatócitos mais preservados circundando espaço-porta. Fonte: Google Imagens FIGURA 4: Imagem do fígado, HE 400x. Detalhe do edema celular hepatocitário, caracterizado por clareamento citoplasmático, manutenção do núcleo em uma posição central e distorção arquitetural dos cordões hepatocitários com compressão dos sinusóides. Fonte: Google Imagens REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMARARIVERO, Raquel. Degeneração hidrópica. Patologia geral, 15 de abril de 2015. Disponível em:https://www.ufrgs.br/patologiageral/degeneracao-hidropica/. Acessado em: 10 de outubro de 2020. MIRANDA, Paulo Cesar. Degeneração hidrópica. Revista científica eletrônica de medicina veterinária, v. 6, n-10. Janeiro de 2008. Práticas em Patologia, p. 45 PRÁTICA 10: ESTEATOSE HEPÁTICA Esteatose é uma alteração degenerativa gordurosa, lesão celular reversível também chamada de infiltração ou metamorfose de gordura, que se refere ao acúmulo de gorduras neutras (mono, di e triglicerídeos) no citoplasma de células parenquimatosas dos hepatócitos. É observado com maior frequência no fígado, principal órgão envolvido no metabolismo lipídico, mas também pode ocorrer no epitélio tubular renal, miocárdio, músculo esquelético e pâncreas. Além disso, a esteatose pode ser dividida em doença gordurosa alcoólica (quando há abuso de bebidas alcoólica) ou doença gordurosa não alcoólica, quando não existe história de ingestão de álcool significativa. A patogênese da esteatose no fígado ocorre a partir do metabolismo de lipídeos. O hepatócito sintetiza lipídios e os exporta para o tecido de armazenamento, que é tecido adiposo. Se existe algum comprometimento nas vias de metabolismo, aumento da síntese, dificuldade na utilização, transporte ou excreção dos ácidos graxos, pode ocorrer acúmulo de gorduras. Os fatores que contribuem para instalação da esteatose são destruição crônica, diabetes mellitus, obesidade, medicamentos, infecções, intoxicações, anemia, difteria, etilismo, alcoolismo crônico entre outros. O acúmulo de gordura ocorre no interior de vacúolos na célula, sendo que em estágios mais avançados há o deslocamento do núcleo para periférica MATERIAIS • Lâminas de vidro; • Lamínulas; • Microscópio; • Tecido hepático; • Formol (4%); • Parafina; • Micrótomo; • Álcool absoluto (50%, 70%, 96%, 100%); • Corantes Hematoxilina-eosina (diluído em 15%); • Xilol (absoluto); • Pinça. Práticas em Patologia, p. 46 PROCEDIMENTOS 1. Inicialmente, os materiais coletados são obtidos através da biópsia cirúrgica, processo pelo qual consiste na retirada de uma amostra de tecido para investigação; 2. Os tecidos são fixados em formol tamponado a 4% por vinte quatro horas. Em seguida colocada parafina para preparação dos cortes fornecendo maior resistência impedindo a proliferação de microrganismo; 3. Os tecidos cortados transversalmente pelas secções em micrótomo semi automática adquirido assim, aproximadamente 4 μm de porções menores de cortes da amostra dos materiais, são colocados nas lâminas com auxílio da pinça; 4. As lâminas prontas são desidratadas em álcool 96% por 20 minutos e em seguida reidratados em água corrente; 5. As lâminas imersas em tintura de hematoxilina por 4 minutos, depois lavada com água corrente aproximadamente por 5 minutos; 6. Agora corados pela eosina por 5 segundo, logo após lavada em água corrente até tirar o excesso dos corantes. Em seguida as lâminas passaram a ser desidratadas por três concentração de álcool absoluto 50%, 70% e 100%. E logo depois, ocorre a finalização da coloração as lâminas são submetidas a lavagem de xilol absoluto por cinco minutos; 7. Na montagem as lamínulas são colocadas em cima das lâminas para serem analisada no microscópio; 8. Depois de colocadas as lâminas no microscópio e ampliada até encontrar a melhor resolução; 9. Realizada a identificação, reconhecida e descrita as principais alterações morfológicas do tecido do fígado nas lâminas; 10.Analisado o tipo de lesão celular como reversível ou irreversível. Além disso, observa no microscópio formação de vesículas de gorduras na lâmina da esteatose gordurosa, enquanto na esteatose alcoólica nota a destruição dos hepatócitoscom início de fibrose ao parênquima e perda da arquitetura funcional do fígado. RESULTADOS Analisada as lâminas no microscópio, foi possível observar o tipo de lesão celular como reversível ou irreversível. Além disso, foi identificada as principais características fundamentais da esteatose hepática com infiltração de gordura nas células dos hepatócitos Práticas em Patologia, p. 47 provocada pelo excesso de vesículas lipídicas, também verificada a perda da arquitetura funcional do tecido. Na figura 1, notam-se delicados septos fibrosos com esteatose difusa e infiltrado inflamatório nos espaços portais nos parênquimas dos hepatócitos com focal destruição dos neutrófilos no tecido do fígado com esteatose hepática alcoólica. Enquanto na figura 2, observa-se distribuição difusa dos vacúolos lipídicos nos hepatócitos, com aspecto arredondado ocupando quase toda a célula empurrando o núcleo e citoplasma para periferia ocasionado pelo acúmulo de lipídeos nas células dos hepatócitos. FIGURA 1: Lâmina degeneração gordurosa com esteatose alcoólica. Identifica fibrose e inflamação nas células dos hepatócitos (Fonte: Google Imagens). FIGURA 2: Lâmina degeneração gordurosa com esteatose gordurosa. Observar os hepatócitos com citoplasma ocupados por grandes vacúolos lipídicos claros (Fonte: Google Imagens). Práticas em Patologia, p. 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APARECIDA, N. et al. Atlas de patologia geral. Biomedicina. Universidade Estadual de Londrina. Disponível em:<http://www.uel.br/ccb/patologia/atlas/Atlas-de- Patologia.pdf>. Acessado em: 09 out. 2020. Adaptação, lesão e morte celular. Faculdade de Medicina. Departamento de patologia, UFRJ, Rio de Janeiro, 20 jun. 2018.Disponível emhttp://patologia.medicina.ufrj.br/index.php/histopatologia-geral/146- adaptacao/esteatose/6-esteatose-degeneracao-gordurosa.Acessado em: 09 out. 2020. CAMARA, Raquel. Processos adaptativos esteatose hepática. Patologia Geral. UFRGS, 20 abr, 2015. Disponível em:<https://www.ufrgs.br/patologiageral/esteatose-hepatica/>. Acessado em: 09 out. 2020. ANCELMO, Giuliano. Et al. Avaliação da proteína acídica fibrilar glial como marcador da injúria por isquemia-reperfusão hepática. Scielo, Rio de Janeiro, 19 agos. 2012. Disponível em<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 69912013000300009#f1>. Acessado em: 12 out. 2020. UNKNOWN, Histologia. Degeneração Gordurosa. Biomedicina Total. 27 agos, 2015. Disponível em:https://www.biomedicinatotal.com.br/2015/08/degeneracao- gordurosa.html.Acessado em: 13 out. 2020. Departamento de Anatomia Patológica, Faculdade de Ciências Médicas. Esteatohepatite alcoólica Lam. A. 293, corte médio. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo. Disponível em:<http://anatpat.unicamp.br/lamfig6.html>. Acessado em: 13 out. 2020. Práticas em Patologia, p. 49 PRÁTICA 11: DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE ATRAVÉS DA BACILOSCOPIA A tuberculose é uma doença infecciosa proporcionada pela Mycobacterium, geralmente afeta os pulmões e pode ser caracterizada como grave caso não haja o diagnóstico e o tratamento precoce. Essa patologia pode ser transmitida através de gotículas de espirro ou tosse vindas de uma pessoa infectada que possui as bactérias da doença no organismo. As mycobacteriums ou micobactérias, têm a forma de um bastonete e, por isso, todas as espécies são classificadas morfologicamente como bacilos. Na estrutura dessas bactérias será visualizada, especificamente, na parede celular uma grande constituição de lipídios, nesses lipídeos estarão presentes um de seus componentes que mais auxilia na baciloscopia: os ácidos micólicos. Esses ácidos irão fornecer a retenção do corante e estarão presentes também na resistência da propriedade álcool-ácido. Essa propriedade álcool-ácido estará relacionada diretamente com a capacidade das micobactérias em reter os corantes, e isso as denomina como Bacilos Álcool-Ácido Resistentes identificados por práticas clínicas e laboratoriais apenas como BAAR. O bacilo da tuberculose terá sua forma de aquisição através, principalmente, pela inalação de partículas infectantes através do ar. A forma mais comum e mais infectante patológica da tuberculose é a tuberculose pulmonar pois, esta produz as gotículas/partículas infectantes que serão responsáveis pela disseminação da doença através da tosse ou do espirro, o que causa a problemática da nos termos da saúde pública. Entretanto, outras formas de tuberculose extrapulmonar pode existir. MATERIAIS • Pote descartável comum; • Amostra de catarro; • Lâminas; • Bico de Bunsen; • Microscópio óptico comum; • Corantes: fucsina, azul de metileno (ambos a 0,3%); • Palito de madeira. Práticas em Patologia, p. 50 PROCEDIMENTOS Preparação do esfregaço: 1. É necessário que a bancada esteja precisamente organizada para que não ocorra riscos, seguindo os protocolos corretos de biossegurança; 2. O bico de Bunsen aceso entre o profissional e a amostra que está sendo manipulada, durante todos os procedimentos. O calor da chama forma uma barreira de proteção para os aerossóis formados durante a preparação do esfregaço; 3. O procedimento de fato efetuado é por distensão do escarro diretamente sobre a lâmina; Esfregaço: 1. Realiza-se a quebra ao meio do palito de madeira, posteriormente a quebra, utiliza-se o palito de madeira (ou swab, critério do profissional) para pegar a maior partícula possível da amostra de escarro; 2. É necessário realizar uma extensão homogênea da amostra na lâmina, então precisa- se espalhar a secreção em movimentos de vai e vem; 3. Após o esfregaço ser eficientemente realizado, realiza o descarte adequado dos palitos de madeira e armazena-se a substância restante da amostra caso seja necessário repetir o procedimento; 4. Por fim, espera-se a secagem a temperatura ambiente da lâmina para fixação do esfregaço. Fixação do esfregaço: 1. Com o esfregaço voltado para cima, a lâmina será atravessada três vezes, rapidamente, pelo bico de Bunsen, repetir o procedimento até duas vezes para fixar completamente o esfregaço. Práticas em Patologia, p. 51 Coloração do esfregaço: A coloração será realizada a partir do método padrão de Ziehl-Neelsen. Esse método terá as seguintes etapas: 1° Etapa: Adiciona-se a fucsina sobre o esfregaço fixado; 2° Etapa: Faz-se o aquecimento através do bico de Bunsen até a liberação de vapores, por 3 vezes, para facilitar a penetração da fucsina; 3° Etapa: Derrama-se o corante na pia e lava-se o esfregaço com água; 4° Etapa: Faz-se a descoloração com álcool-ácido e lava-se o esfregaço com água. Somente os BAAR presentes no esfregaço reterão a fucsina; 5° Etapa: Adiciona-se azul de metileno; 6° Etapa: Lava-se o esfregaço com água e faz-se a leitura. Caso exista a presença de BAAR na amostra eles ficarão vermelhos devido à retenção da fucsina e serão observados microscopicamente. O fundo azul no esfregaço, faz o contraste para essa visualização. RESULTADOS Leitura e interpretação do esfregaço: • De acordo com o método Ziehl-Neelsen, além da coloração vermelha, os bacilos podem se apresentar isolados (como visualizados na figura 1), em grupos ou fragmentados. • Os bacilos podem possuir diversificadas morfologias (como visualizados na figura 2). Eles podem se apresentar microscopicamente em bacilos fragmentados, bacilos íntegros ou bacilos granulosos. • Para classificar como positivo o resultado é necessário visualizar 10 a 99 BAAR, em 100 campos; • Para classificar o resultado como negativo é necessário visualizar que não foram encontrados BAAR em 100 campos; Práticas em Patologia, p. 52 • Para a leitura, registra-se o as informações referentes aos dados da lâmina e se essa análise é designada para controleou diagnóstico da doença; • Antes de proceder com a leitura, é necessário acrescentar uma gota de óleo de imersão e estender o óleo na lâmina em sentido horizontal; • Após isso, a leitura é feita dividindo a imagem em quadrantes. Conta-se quantos bacilos são encontrados em cada quadrante, ao finalizar a contagem de cada bacilo presente na microscopia, deve ser realizado o registo do exame. Figura 1: Bacilos destacados em vermelho na microscopia através do método padrão de Ziehl Neelsen. Fonte: Google Imagens FIGURA 2: Formatos morfológicos aos quais os bacilos podem ser visualizados microscopicamente. Fonte: Google Imagens Práticas em Patologia, p. 53 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOVERNO DO ESTADO (Paraná). SECRETÁRIA DE SAÚDE. Tuberculose. In: Tuberculose . Celepar, 2015. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Tuberculose#.Acesso em: 15 out. 2020. TUBERCULOSE – Diagnóstico Laboratorial: Baciloscopia. Telelab – Diagnóstico e monitoramento, 2017. Disponível em: https://telelab.aids.gov.br/index.php/component/joomdle/course/13. Acesso em: 16 out. 2020. Práticas em Patologia, p. 54 CADERNO 2 Alice Alves Tibúrcio Ana Vitória Costa Lima Gildiana Ferreira de Carvalho Graziela de Almeida Joana Vitória Lira da Silva Luana Alves de Melo Luzia Laysa Dias de Araújo Maria Giceli Martins da Silva Maria Hermina Ferreira Ricarte Natalia Lima da Silva NicolleTeixeira de Matos Sabrina de Sousa Lima Autoras: SUMÁRIO PRÁTICA 01: ÊMBOLO SÉPTICO- EMBOLIA PULMONAR 57 PRÁTICA 02: INFARTO ISQUÊMICO 60 PRÁTICA 03: EDEMA 62 PRÁTICA 04: DEGENERAÇÃO HIALINA 66 PRÁTICA 05: NECROSE DE COAGULAÇÃO 71 PRÁTICA 06: INFLAMAÇÃO AGUDA 76 PRÁTICA 07: ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA 81 PRÁTICA 08: HIPERPLASIA 84 PRÁTICA 09: TUBERCULOSE 87 PRÁTICA 10: TROMBO 91 PRÁTICA 11: ANTRACOSE 95 PRÁTICA 12: LEIOMIOMA 99 SUMÁRIO PRÁTICA 01: ÊMBOLO SÉPTICO – EMBOLIA PULMONAR A embolia pulmonar é uma doença caracterizada pelo bloqueio de uma ou mais artérias pulmonares devido a um coágulo sanguíneo. Êmbolo é uma massa intravascular que pode ser solta, sólida, líquida ou gasosa que acaba sendo transportada pela corrente circulatória para uma parte mais distante do ponto que se originou. Os êmbolos ficam retidos em vasos que possuem um menor calibre, que acaba não permitindo sua passagem, causando assim a oclusão vascular. Em mais de 90% dos casos, surgem de trombos (tromboembólica); menos comum, são formados por fragmentos de placas ateroscleróticas, gotículas de gordura, bolhas de nitrogênio, fragmentos de tumor, fragmentos de medula óssea ou até mesmo corpos estranhos. A embolia pulmonar é causada pela obstrução das artérias dos pulmões por coágulos (trombos ou êmbolos) que, na maioria das vezes, se originam nas veias localizadas mais profundamente que existem nas pernas ou da pélvis e são liberados na circulação sanguínea. Trombos menores ou aqueles que podem ser ligeiramente desfeitos podem acabar não provocando nenhum sintoma, como também podem provocar alguns sintomas mais leves que acabam passando despercebidos. Quando os trombos acabam sendo maiores ou, até mesmo menores, mais de uma artéria pulmonar acaba sendo de certa forma afetada. MATERIAIS UTILIZADOS Microscópio óptico; Corantes: hematoxilina e eosina (diluídos a 15%); Tecido pulmonar; Lâmina histológica para coloração. PROCEDIMENTOS Inicialmente deve-se haver a coleta do tecido pulmonar proposto, no caso um fragmento tecidual retirado próximo a artéria pulmonar, com intuito de observar e investigar as alterações patológicas relacionadas a embolia pulmonar. Práticas em Patologia, p. 57 Para que haja a preservação desse elemento tecidual, é feito o processo de fixação, onde são usados agentes fixadores que variam a depender da natureza bioquímica do tecido. Os agentes fixadores utilizados nesse caso é o formol, o qual preserva a estrutura do tecido por um período mais curto, que vai até 24 horas; como também o álcool, agente que estende a preservação por vários anos até o momento da observação. Posteriormente, é realizado o esfregaço, processo que consiste na sobreposição do tecido sob a lâmina para fins de observação microscópica. Em seguida, são utilizados os corantes hematoxilina-eosina (diluídos a 15%). A Hematoxilina é deixada durante 5 min e a eosina durante 20s a 1 min; isso possibilitará a identificação dos elementos expostos no tecido. Finalmente após todos os processos anteriormente citados, deve-se fazer a observação no microscópio óptico para se obter uma melhor ampliação, iniciando por meio das lentes nas objetivas 3X, em seguida 10X e depois 40X, o que irá proporcionar uma melhor visualização do tecido pulmonar e assim a posterior identificação. RESULTADOS Ao observar o preparado no microscópio, é possível ver algumas alterações; entre elas: alguns vasos sanguíneos e o lúmen ocluído por colônias bacterianas, as quais tem aspecto granular, basófilo. Além disso, através do corte histológico visto pela microscopia óptica é visualizado também o tecido pulmonar com variadas colônias de bactérias, como mostrado na Figura 01, as quais se formaram por meio da multiplicação de uma bactéria mãe. Na parte circular esbranquiçada encontra-se o lúmen, que é o espaço entre as células. Em rosa, cor proveniente do corante eosina, existe a possibilidade de notar o citoplasma da célula. Por fim, em roxo, cor adquirida por meio do corante hematoxilina, é possível ver o núcleo, assim como a colônia de bactérias. Práticas em Patologia, p. 58 Figura 01: Imagem histológica de um fragmento do tecido pulmonar, com a presença de uma colônia bacteriana (Fonte: Google imagens). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VIDAL, A.K.L et al. Processos patológicos gerais: guia para aulas práticas. EDUPE, Recife, p.86, 2013. O QUE É EMBOLIA PULMONAR? Blog da saúde, 2019. Disponível em: <https://www.gndi.com.br/saude/blog-da-saude/embolia-pulmonar> Acesso em: 01 de out. de 2020. VARELLA, Dráuzio. EMBOLIA PULMONAR. Dráuzio Varella. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/embolia-pulmonar/> Acesso em: 01 de out. de 2020. Colônia de BactériasColônia de bactérias Práticas em Patologia, p. 59 PRÁTICA 02: INFARTO ISQUÊMICO Um acidente vascular isquêmico cerebral é referente a morte do tecido do cérebro (infarto cerebral) que é ocasionado devido ao fornecimento inapropriado de oxigênio na corrente sanguínea, em razão de uma obstrução na artéria. Normalmente essa obstrução é desencadeada por um coágulo sanguíneo ou por depósitos de gordura, provenientes de uma possível aterosclerose. A principal consequência da isquemia para os tecidos atingidos é a hipóxia ou a anóxia. A causa é sempre arterial (oclusão tromboembólica, compressiva). A isquemia pode atingir qualquer órgão, porém é mais comum nos rins, baço, coração e cérebro. (No tecido nervoso devido a sua riqueza em lipídios e água, a zona da necrose amolece rapidamente, tornando-se semilíquida). Infartos isquêmicos podem ocorrer em qualquer órgão, exceto no cérebro, órgão este, que também pode passar pelo processo de necrose de coagulação. Os infartos podem ser classificados em dois tipos: tipo branco ou isquêmico; os quais geralmente sofrem tumefação e palidez no local. Além disso, o infarto isquêmico é mais comum no tecido cardíaco (infarto no miocárdio). Existem alguns fatores nocivos relacionados ao infarto isquêmico, que são: colesterol alto, hipertensão arterial, tabagismo, excesso de peso e sedentarismo. Entretanto, há alguns fatores que não podem ser mudados, como: idade, histórico familiar e predisposição genética. MATERIAIS UTILIZADOS Microscópio óptico; Lâmina histológica para coloração; Corantes: Hematoxilina e Eosina (diluídos a 15%); Tecido cardíaco retirado de uma autópsia; Agentesfixadores (absoluto). PROCEDIMENTOS A princípio, o tecido cardíaco é retirado de uma autópsia para ser analisado de forma minuciosa pelo examinador/ observador. O tecido coletado é colocado sobre uma lâmina histológica para coloração, onde são utilizados os corantes Hematoxilina e Eosina. Estes, vão ser diluídos a 15% e terão como tempo de ação um período de 20 segundos a 5 minutos. Práticas em Patologia, p. 60 Por fim, são utilizados agentes fixadores como medida, para que a qualidade do processo histológico possa ser melhor visualizada através do microscópio óptico. RESULTADOS Ao analisar o material coletado por meio do microscópio óptico, é possível observar que o tecido está morto (necrosado), devido as enzimas que deixaram de atuar no local. Além disso, também foi visto Fibras musculares estriadas existentes com necrose de coagulação. Através da análise das imagens histológicas, identificou-se também um pigmento acastanhado (lipofuscina) no citoplasma e a ausência de núcleos (devido a cariólise). Na figura 1, é possível perceber que no tecido não há presença de núcleo. Outrossim, nota-se na figura 01 a presença de Eosinofilia no citoplasma sem estriação. Figura 1: Imagem histológica do infarto agudo no miocárdio – Necrose de Coagulação por isquemia (Fonte: Google imagens). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GIRALDO, Elias. Acidente Vascular cerebral isquêmico. MANUAL SD, 2018. Disponível em:< https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula- espinal-e-dos-nervos/acidente-vascular-cerebral-avc/acidente-vascular-cerebral-isqu %C3%AAmico>. Acesso em: 01 de out. de 2020. Pigmento acastanhado no citoplasma Ausência de núcleos Pigmento acastanhado no citoplasma Ausência de núcleos Práticas em Patologia, p. 61 https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/acidente-vascular-cerebral-avc/acidente-vascular-cerebral-isqu%C3%AAmico https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/acidente-vascular-cerebral-avc/acidente-vascular-cerebral-isqu%C3%AAmico https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/acidente-vascular-cerebral-avc/acidente-vascular-cerebral-isqu%C3%AAmico PRÁTICA 03: EDEMA Edema é definido como acúmulo de líquido no espaço intersticial ou nas cavidades pré-formadas do organismo. Microscopicamente o edema apresenta-se como tumefação celular sutil, separando os elementos da matriz extracelular. Pode ser inflamatório (exsudato), hemodinâmico (transudato) e ainda do tipo linfedema (secundário a redução da drenagem linfática). Também pode ser localizado ou generalizado. O edema pode ser generalizado, quando ocorre por todo o corpo, ou localizado, quando se limita a uma região. Ele pode ocorrer em qualquer parte do nosso organismo, sendo comum na região de pernas e pés. Em alguns casos, o edema pode ocorrer nos pulmões, fígado e cérebro sendo mais grave nessas ocasiões. O edema propriamente dito acarreta poucos sintomas, com exceção da sensação de aperto ou plenitude ocasional, uma vez que os outros sintomas estão, em geral, relacionados com a doença de base. Pacientes com edema decorrente de insuficiência cardíaca (causa comum) em geral desenvolvem dispneia durante o esforço, ortopneia e dispneia paroxística noturna. Os pacientes com edema decorrente de TVP (Trombose venosa profunda), com frequência, desenvolvem dor. O edema pulmonar geralmente é causado por uma doença cardíaca. Outras causas incluem pneumonia, exposição a determinadas toxinas e substâncias e estar em altitudes elevadas. Dependendo da causa, os sintomas de edema pulmonar podem surgir de repente ou se desenvolver ao longo do tempo. Pode haver dificuldade respiratória leve ou extrema, além de tosse, dor no peito, fadiga e outros sintomas. MATERIAIS UTILIZADOS Corantes: hematoxilina-eosina (diluídos a 15%); Microscópio óptico; Micrótomo; Formol (10%); Lâmina para coloração; Tecido pulmonar, proveniente de uma biópsia. Práticas em Patologia, p. 62 PROCEDIMENTOS O procedimento se inicia com a retirada do tecido pulmonar, no qual será realizado a análise através de uma biópsia. Dessa forma, deve-se realizar o corte histológico do tecido estudado por meio de um micrótomo automático; aparelho utilizado para realizar cortes microscópicos. Após a realização do corte histológico, será feito a preparação e identificação das lâminas histológicas, para posteriormente realizar o esfregaço do tecido em análise. Nas lâminas preparadas, é necessário que se tenha a presença de agentes fixadores. A escolha destes, vai depender da origem bioquímica do tecido que está sendo utilizado para estudo, sendo formol (10%) o mais consumido nesse preparado, a fim de manter a integridade do tecido e interromper sua autólise (processo pelo qual qualquer tecido passa ao ser retirado do organismo ou após a sua morte). Além disso, será essencial a presença de corantes específicos como, hematoxilina-eosina (diluído a 15%) atuando em tempo médio de 20 segundos a 5 minutos, os quais facilitarão a visualização das partes edemaciadas; a hematoxilina é predominante da coloração roxa, e eosina predominante da coloração rosa. Posterior a fixação e a fase de coloração com os corantes (H&E) do tecido, as lâminas histológicas devem ser encaminhadas para a visualização ao microscópio óptico, iniciando a observação nas objetivas de 3X, 10X e 40X. Por fim, nesse procedimento é notado um edema localizado, o edema pulmonar, cujo aspecto macroscópico é de aumento de peso, ruídos crepitantes e úmidos. RESULTADOS Com a realização das análises histológicas, obtiveram-se diagnósticos decorrentes das colorações predominantes no tecido pulmonar. Na lâmina ilustrada na figura 01 podemos observar um tecido pulmonar no processo de coloração com os corantes hematoxilina-eosina (absoluto) para a identificação de patologias e/ou alterações morfológicas do tecido em análise. A microscopia óptica apresenta septos alargados e presença de líquido pobre em proteínas nos espaços alveolares (transudato), também há vasos congestos. Práticas em Patologia, p. 63 Na figura 02, é possível identificar edema na região dos alvéolos através da coloração rosa predominante do corante eosina. Na figura 03, a análise histológica mostra tecido pulmonar contendo estrutura brônquica e alveolar. Os alvéolos mostrados na figura contêm edema e a estrutura brônquica se encontra normal. Figura 01: Tecido pulmonar no processo de coloração hematoxilina e eosina para análise de edema microscopicamente (Fonte: Google imagens). Figura 02: Alvéolos contendo material róseo (eosinófilo), que representa o edema (Fonte: Google imagens). Edema pulmonar (coloração eosina) Edema alveolar (coloração eosina) Edema pulmonar Edema alveolar Práticas em Patologia, p. 64 Figura 03: Estrutura brônquica normal e alvéolos contendo edema (Fonte: Google imagens). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NUNES, C.S; CINSA, L.A. Princípios do processamento histológico de rotina. Revista Interdisciplinar de Estudos Experimentais, 2016. Disponível em:< http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/11/964830/2884-8890-1-sm.pdf>. Acesso em: 07 de out. de 2020. BARBOSA, E.C. MECANISMOS DE FORMAÇÃO DE EDEMAS, 2004. Disponível em:< https://core.ac.uk/download/pdf/268326427.pdf>. Acesso em: 28 de set. de 2020. Região brônquica (coloração hematoxilina) Região alveolar – edema (coloração hematoxilina) Região brônquica Região alveolar (edema) Práticas em Patologia, p. 65 https://core.ac.uk/download/pdf/268326427.pdf http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/11/964830/2884-8890-1-sm.pdf PRÁTICA 04: DEGENERAÇÃO HIALINA O termo hialino geralmente refere-se a uma alteração dentro das
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