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Avaliação de Filosofia (A República - Mito da Caverna)

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1. INTRODUÇÃO 
Platão foi um filósofo grego e o fundador da Academia de Atenas (primeira instituição de educação superior). Nasceu em Atenas no ano 427 a.C e faleceu no ano 347 a.C. Pertencia a uma das mais nobres famílias atenienses e era discípulo de Sócrates, a quem considerava “o mais sábio e o mais justo dos homens”. Seu nome verdadeiro era Aristóteles, mas em virtude da sua estrutura corporal recebeu o apelido de Platão, termo grego que significa “ombros largos/costas largas”.
O Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna encontra-se na obra intitulada do Livro VII da República de Platão. Trata-se de uma narrativa constituída por um diálogo entre Sócrates e Glauco (irmão de Platão), no qual o filósofo grego relata sobre sua teoria em relação ao conhecimento, a linguagem e a educação, condições primordiais para os seres humanos.
A narrativa retrata sobre homens que foram acorrentados e aprisionados em uma caverna desde sua infância onde passavam o tempo todo olhando para a parede ao fundo dela, a qual era iluminada pela luz de uma fogueira, transmitindo sombras de estatuetas que simbolizavam pessoas, animais, plantas e objetos. Essa era a única forma de imagem real e verdadeira que os prisioneiros conseguiam enxergar.
Considerando que em um determinado momento, um desses homens moradores da caverna fosse retirado de suas correntes e obrigado a explorar todo o interior da caverna, ele descobriria a fogueira por ali posta e concluiria que os verdadeiros seres eram as estátuas e não as sombras até então visualizadas. Logo entenderia que passou todo aquele tempo julgando coisas que não existiam e acreditando em ilusões. (Agnes Rafaela, 2013).
Depois de explorar e entender tudo o que foi observado no mundo real, o “fugitivo” retornou para o interior da caverna com a finalidade de comunicar aos seus companheiros de prisão sobre suas novas descobertas e libertá-los da ignorância. Porém, sua experiência não teve êxito, o qual foi rendido e convencido novamente pela ignorância, uma vez que não acreditaram em nada do que relatou.
2. PEDAGOGIA DE PLATÃO 
 A caverna representava o mundo sensível, conhecido através dos sentidos, onde residia a falsa percepção da realidade e as imagens observadas prevaleciam sobre os conceitos. A escuridão estava relacionada à dificuldade de assimilar novas descobertas e a necessidade de aprimorar o conhecimento. O lado de fora da caverna representava o mundo inteligível, ou seja, o mundo real. Ele era conhecido somente através da razão e era dotado de formas e diferentes ideias. 
Segundo Zingano (2005): “Platão, estabelece um fosso entre o mundo e outro; o problema todo consiste, para ele, em sair do mundo enganoso das sensações e entrar no reino tranquilo e recompensador das Ideias, não em transitar de um mundo para outro”. 
O Mito da Caverna está interligado com a educação, buscando o conhecimento das ideias perfeitas e imutáveis as quais correspondem à realidade verdadeira. O aprendizado é um processo difícil e doloroso, no qual a educação consegue mudar nossa visão e percepção a respeito de todas as coisas, sendo capaz de superar a alienação e a ignorância. 
A educação platônica é uma educação comprometida com o ensino da verdade. Todo o sistema educacional de Platão está edificado sobre a noção fundamental da verdade, sobre a conquista da verdade pela ciência racional. É a posse da verdade que definirá, segundo Platão, o verdadeiro orador, o verdadeiro médico, o verdadeiro político, bem como o verdadeiro filósofo [...] (RIBEIRO, 2005, p. 83-84).
Platão, em seu livro “A República”, tem como objetivo apontar que as “prisões do conhecimento” levam as pessoas à alienação, ou seja, levam a ausência do conhecimento por acreditarem em algo que não é verdadeiro, sendo que elas acreditavam somente nas sombras que eram transmitidas pela luz, concluindo-se que aquela era a própria realidade. Não tinham interesse em conhecer o outro lado da caverna e sair em busca do mundo “verdadeiro”. 
Para Platão [...] o conhecimento é a iluminação do saber, mas cada indivíduo possui suas motivações e desejos, e nem sempre todos estão dispostos ou aptos a começar esta jornada quando requisitados [...] (FRANCO, 2019).
Em 2017, ocorreu um Projeto Político Pedagógico no Colégio Estadual Barão do Rio Branco, localizado em Foz do Iguaçu, o qual teve a finalidade de demonstrar a concepção política de Platão e relacioná-la com a sociedade atual. Esse projeto foi proposto em sala de aula para os alunos do 3º ano da Formação de Docentes, com o intuito de desenvolver indivíduos com pensamentos críticos, compreendendo que os homens contemporâneos estão sendo cada vez mais afetados pela alienação em todos os segmentos de sua vida. 
A ausência de conhecimento conduz a sociedade à ignorância e acaba acorrentando-a em “novas prisões do conhecimento”, as quais estão presentes nos dias atuais e podem ser denominadas de: “shoppings, televisão, mídias, entre outras”. Podemos notar que as pessoas recebem informações que são transmitidas durante a vida toda e não questionam a origem e o motivo daquela informação e, por fim, acabam transmitindo aquele “conhecimento” como se fosse uma verdade abstrata, sem perceberem que tudo aquilo era uma mera ilusão. 
A alegoria da caverna põe em cena o esforço trágico da ascensão que o homem deve fazer para chegar à ciência. O motivo disso é que, à distância que existe entre a Ideia e o objeto material (um é modelo; o outro, cópia), corresponde um fosso entre o conhecimento e a opinião. A opinião pode ser verdadeira, mas pode também ser falsa; ela é mutável, presa fácil da persuasão, produto de nossas sensações; o conhecimento, ao contrário, é por essência verdadeiro e não se deixa persuadir, pois é objeto de convicção [...] (ZINGANO, 2005, p.51).
Todos os seres humanos possuem a capacidade de aprender coisas novas, mas nem todos despertam a curiosidade ou o desejo de se dedicar e viver este novo aprendizado. Todos deveriam se desempenhar em uma atitude de investigação, pesquisas, aprofundamentos e criticidade, a fim de se empenharem para conseguirem atingir o bem maior para sua vida, ou seja, a verdade ou a busca incessante por ela. Portanto, a busca pelo saber e pelo conhecimento deve ser contínua, pois é ela o “combustível” da vida. 
3. CONCLUSÃO 
Portanto conforme dissemos anteriormente, o Mito da Caverna representa a constituição da realidade, onde as falsas sombras das estatuetas se sobrepõem sobre as ideias e conceitos reais.
A interpretação de Platão nos demonstra que as riquezas, as honras e os prazeres eram uma importância secundária e não podiam tomar lugar daquilo que era realmente essencial, isto é, os valores imateriais e os bens da alma, tais como: a educação, a sabedoria e a busca pelo conhecimento verdadeiro, os quais seriam capazes de conhecerem e desfrutarem do mundo verdadeiro e se desprenderem das amarras causadas pela ignorância. Com relação à educação é necessário que os estudantes tirem de si a ilusão das sombras, livrem-se dos preconceitos e comecem a desenvolver pensamentos críticos construtivos, a fim de produzirem novos conhecimentos. 
Ao analisarmos as características do “Livro VII - A República” juntamente com as características dos dias atuais identificam-se muitas semelhanças, principalmente em relação à alienação e a ignorância, as quais estão cada vez mais evidentes nas mídias, tornando-se um grande fator alienativo para toda sociedade.
A Filosofia é a arte de pensar e questionar as verdades ditas como “absolutas”, ela confronta todo o conhecimento, retribuindo a sabedoria. As pessoas devem sair das “novas prisões do conhecimento”, deixando de lado o mundo sensível, ou seja, o mundo imaginário, e tendo sempre como objetivo a busca incessante pelo conhecimento.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRANCO, Cristiano. O Mito da Caverna de Platão: educação, aprendizado e a descoberta do conhecimento. 2019.
GONÇALVES, Henrique. Os Desafios da Escola Pública Paranaense na Perspectiva do Professor PDE. 2016.
MEDEIROS, Alexsandro. Interpretaçãopedagógica de A Alegoria da Caverna. 2016.
PLATÃO. A República. 11. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1949. 
PLATÃO. A República. 6. ed. São Paulo: Editora Difusão Européia do Livro, 1965. 
RAFAELA, Agnes. Mito da caverna de Platão. 2013.
RIBEIRO, Djalma. Conhecimento, amor e educação em Platão. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Católica de Goiás. Goiânia, 2005.
URPIA, Luciano. Morte na História. 2010.
VIANA, Karla. Platão e sua Pedagogia. 2011
ZINGANO, Marco. Platão e Aristóteles - O Fascínio da Filosofia. 2. ed. São Paulo: Odysseus Editora, 2005.

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