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Prof. Beatriz Meurer Moreira Introdução da terapia antimicrobiana diminuição drástica da mortalidade por doenças infecciosas – bacterianas Porém, rapidamente foi identificada a emergência da resistência em paralelo à terapêutica Utilização crescente de agentes antimicrobianos medicina humana – profilaxia e tratamento medicina veterinária – profilaxia, tratamento e promoção de crescimento agricultura –controle de infecções em plantas População microbiana heterogênea (amostras resistentes e susceptíveis) Uso de agentes antimicrobianos Pressão seletiva Surgimento de bactérias resistentes Eventos espontâneos durante a divisão celular; Transmissão vertical Transformação, transdução, conjugação Transmissão horizontal Resistência natural (intrínseca) Característica de uma espécie microbiana Caráter hereditário Ausência de receptores ou presença de mecanismos que impedem a ação da droga Ex. bacilos Gram-negativos e penicilina G impermeabilidade da membrana externa Resistência adquirida Microrganismo primitivamente sensível → Modificações na estrutura e no funcionamento da célula bacteriana. Staphylococcus aureus Oxacilina (ou meticilina) – MRSA Glicopeptídeos Linezolida Sulfametoxazol-trimetoprim Clindamicina Enterococcus sp. Penicilina Aminoglicosídeos - em altos níveis - HLR Glicopeptídeos Enterobactérias Cefalosporinas de amplo espectro Carbapenemas Quinolonas – resistência adquirida Bacilos Gram-negativos não-fermentadores Carbapenemas Gram-negativos Polimixinas Família de drogas contendo anel b-lactâmico atividade antimicrobiana Inibição da biossíntese da parede celular reação de transpeptidação Alvo: PBPs = transpeptidases Penicilina Cefalosporina Carbapenema Aztreonam Inibidores de b-lactamases: ác. clavulânico, sulbactam, tazobactam Gerações 1ª 2ª 3ª 4ª Bactéria Gram- positiva Bactéria Gram-negativa Resistência por produção de b-lactamases: um mecanismo bem sucedido Classe molecular Sítio ativo Exemplo A: inibidas por ácido clavulânico Serina Penicilinase, TEM, SHV CTX-M, GES, KPC B: metalo b-lactamases, inibidas por quelantes iônicos Zn SPM, VIM, IMP NDM C: cefalosporinases Serina AmpC D: oxacilinases Serina OXA 18 Serina no sítio ativo Inibidas por ácido clavulânico b-lactamases de amplo espectro Staphylococcus penicilinase R à penicilina Enterobactérias SHV1, TEM1 e TEM2 R à ampicilina e às cefalosporinas de 1ª. geração SHV 1, TEM 1 e TEM 2: R à ampicilina e às cefalosporinas de 1ª. geração SHV 2-142, TEM 3-196: R às cefalosporinas de 3ª. geração e aztreonam, e em algumas situações, cefalosporinas de 4ª. geração b-lactamases de espectro estendido ESBL b-lactamases de amplo espectro Emergência das ESBLs em enterobacterias SHV TEM-1 TEM-2 Pressão seletiva pelo uso intenso de cefalosporinas de 1a. ger. SHV TEM-2 SHV TEM-1 TEM-2 SHV TEM-1 TEM-2 ESBL-SHV2 ESBL-TEM3 ESBL-SHV5 ESBL-TEM25 ESBL-SHV35 ESBL-TEM27 ESBL-TEM30 mutações pontuais Pressão seletiva pelo uso intenso de cefalosporinas de 3a. geração CTX-M colonização infecção 0 5 10 15 20 25 30 A U G /9 7 S E P O C T N O V D E C J a n /9 8 F E B M A R A P R M A Y J U N J U L A U G S E P O C T N O V D E C J a n /9 9 F E B M A R A P R M A I J U N J U L Month N º C a s e s o f E S B L K p A c q u is it io n Colonization (n=204) Infection (n=13) Surto causado por K. pneumoniae ESBL em UTI neo, 1999 Silva, e col. JHI 47: 198, 2003 Estudos de fatores de risco: exposição a cefalosporinas de > espectro Fatores de risco para colonização HR (IC 95%) Cefalosporina+aminoglicosídeo 4,6 (1,5-14,3) Cada dia de internação 1,3 (1,2-1,4) Fatores de risco para infecção OR (IC 95%) Colonização por KpESBL 5,2 (1,6-17,1) Uso de cateter vascular central 13,9 (2,7-71,3) Silva, e col. JHI 47: 198, 2003 Tanzania -14 crianças com sepse - 10 óbitos Blomberg, JCM, 2005 26 Amostras produtoras de ESBL Resistência: cef.3g. e 4g. e aztreonam Co-resistência: aminoglicosídeos, SMT/TMP, ciprofloxacino Uso intenso de carbapenemas Naturais de Gram-negativos exceção: Salmonella, Klebsiella Reciclagem do peptidoglicano • Habitualmente reprimidas Indução : ocorre quando alguns b-lactâmicos são usadas durante o tratamento Resistência cefalosporinas 3ª geração, aztreonam imipenem aztreonam ceftazidima 30 R às cef.3g. em E. coli, Enterobacter e outras enterobactérias: mutações produção cromossômica Outros gêneros: aquisição plasmidial Disseminação em paralelo à epidemia de ESBL 31 Antimicrobiano ESBL AmpC Cef. 1º, 2º, 3ºG R R Cef. 4ºG R S Aztreonam R R Piperac/Tazob S/R R Imipenem S S Meropenem S S Ertapenem S S Tigeciclina S/R S/R Aminoglicosídeo S/R S/R SMX/TMP S/R S/R Ciprofloxacino S/R S/R 32 Antimicrobiano ESBL AmpC Cef. 1º, 2º, 3ºG R R Cef. 4ºG R S Aztreonam R R Piperac/Tazob S/R R Imipenem S S Meropenem S S Ertapenem S S Tigeciclina S/R S/R Aminoglicosídeo S/R S/R SMX/TMP S/R S/R Ciprofloxacino S/R S/R 33 ESBLs revelam diferenças no perfil hidrolítico perante b-lactâmicos Ex. CTX-M > penicilinas, cefotaxima, cefepime, aztreonam < ceftazidima Limites de susceptibilidade CLSI até 2009: amostras ESBL poderiam parecer S no TSA 34 Amoxicilina-ác.clavulânico ceftotaxima + ác. clavulânico •CLSI: Quando a produção de ESBL for confirmada: relatar como R para todas as pelinicilinas, cefalosporinas, e aztreonam Ceftazidima ceftazidima + ác. clavulânico Ceftotaxima Ceftazidima Ceftotaxima 36 AmpC ESBL Cefalosp.3ª ger Cefepime Resultado Relatar Resultado Relatar + - R ou S Como obtido R ou S Como obtido - + R ou S R R ou S R + + R ou S R R ou S R 37 Limites de sensibilidade e testes de ESBL: validados nos anos 1990s para Klebsiella spp., Escherichia coli e Proteus mirabilis Microrganismos onde o problema surgiu com maior intensidade Não produzem AmpC cromossômica, ou apresentam um gene de difícil indução - Testes mais sensíveis Baseados na pequena diversidade de bla 38 a diversidade de tipos de ESBL genes em elementos móveis: disseminação múltiplas b-lactamases diferentes/célula algumas mascaram o resultado do teste ESBL AmpC ESBLs resistentes a inibidores 39 Novos Limites de Susceptibilidade Testes de ESBL não mais necessários para diagnóstico da resistência Fazer teste ESBL para controle da disseminação do mecanismo de resistência Descritas em 2001 em Klebsiella pneumoniae em franca disseminação K. pneumoniae, K. oxytoca, Enterobacter sp., E. coli, Salmonella, C. freundii, Serratia, P. aeruginosa Ocorrência mundial ao final de 2008 Nordmann, Lancet Infect Dis: 228, 2009 42 Teste com 31 amostras produtoras de KPC e 45 não KPC Anderson et al (CDC), JCM 45: 2723, 2007 Teste de Hodge modificado Anderson et al (CDC), JCM 45: 2723, 2007 Incluído no CLSI mas retirado da rotina em 2010 Indicado para controle da disseminação Zinco no sítio ativo Com exceção do aztreonam, hidrolisam todos os b-lactâmicos Nativas de algumas bactérias ambientais Ex. Stenotrophomonas maltophilia (carbapenemas não são incluídos no teste de susceptibilidade desse microrganismo) Emergente em bacilos Gram-negativos de importência médica especialmente em não-fermentadores Amostras esporádicas e alguns surtos em fermentadores Ceftazidima Ceftazidima Ceftazidima Ceftazidima Ácido mercaptopropiônico 50 Descoberta em paciente sueco em 2009 que havia viajado para Nova Deli e adquiriu ITU por Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenema Emergência mundial de casos relacionados à Índia e Paquistão Presente em plasmídios facilmente transferíveis 51 52 Klebsiella pneumonia, Enerobacter cloacae, Proteus spp., Citrobacter freundii, Klebsiella oxytoca, Morganella morganii e Providencia spp. Escherichia coli: infecção urinária comunitária – grande limitação na terapêutica (impossibilidade de uso qualquer b-lactâmico) 53 54 Grande afinidade por oxacilina Fraca inibição pelo ácido clavulânico Conferem resistência a ampicilina e cefalotina Variantes ESBL e carbapenemases Natural de algumas espécies de Acinetobacter sp, onde não são expressas em quantidades suficientes para conferir resistência a carbapenemas Atualmente: principal causa de resistência aos carbapenemas em Acinetobacter baumannii Gene nativo + uma nova sequência de inserção >>> produção Gene adquirido a partir de outras espécies, expressos em quantidades suficientes para conferir resistência a carbapenemas Resistência aos carbapenemas em Acinetobacter baumannii e disseminação de KPC em Klebsiella pneumoniae Grande aumento do uso de polimixinas Grande aumento do uso de polimixinas Uso coerente de antimicrobianos É o emprego adequado de antibiótico para a cura da infecção, e para o controle da emergência da resistência Controle da disseminação de amostras resistentes Aplicação de técnicas de biologia molecular para identificar a presença de clones dentro de coleções de amostras bacterianas Clones, cepas, genótipos 61 Emergência independente de muitas cepas resistentes Disseminação de cepas dentro do hospital Múltiplos tipos Um único tipo ou um tipo predominante Tipificar: delinear cepas ou genótipos Mais difícil controle Controle possível por meio de - Reforço de medidas de precaução de contato - Reforço de medidas de higiene - Eliminação de fonte comum Identificar as amostras em espécies 62 Adequar uso do antimicrobianos Prevenir Infecções Prevenir transmissão Diagnosticar e tratar infecções Campanha para Prevenção de Resistência Bacteriana em Unidades de Saúde www.cdc.gov
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