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Introdução O cruzamento entre raças, às vezes chamados de cruzamento industrial na zootecnia, é o processo de acasalamento entre animais de raças diferentes, muitas vezes com a intenção de criar descendentes que compartilhem as características de ambas as linhagens ou que produzem um animal com vigor híbrido para melhor saúde e desempenho. Cruzamento nada mais é que acasalamento entre indivíduos de raças diferentes O benefício gerado pela utilização do cruzamento industrial é poder explorar os efeitos da heterose ou vigor híbrido, que podem estra relacionadas, não só nos aspectos produtividades (ganho de peso, peso de carcaça, fertilidade, precocidade, ect.), mas também no aspecto qualitativo da carcaça (melhor acabamento, marmorização e maciez) Diferença entre heterose e heterozigose Heterozigose É a quantidade de gene vindos de raças diferentes. Assim, ao se cruzar animais da raça Nelore com animais da raça Angus a heterozigose é de 100%, pois 100% dos genes estão cindo de raças diferentes. O mesmo se pode dizer ao cruzar animais da raça Nelore com animais da raça 1tabapuá. Já a heterose desses dois cruzamentos é muito diferente Heterose Re presenta a superioridade média de um animal cruzado em relação à média dos desempenhos dos pais, independente da causa. A heterose terá benefícios sobre características com baixa herdabilidade, como as características reprodutivas e as de adaptabilidade sendo assim, as características do animal dependem muito mais do ambiente que da própria genética Depende também das diferentes genéticas entre as raças que estão sendo utilizadas, assim, quando maior a distância genética entre as raças, maiores serão os benefícios da heterose. Heterezigose Heterose Aumento da heterozigose Vigor Hibrido Aumento genes dominantes Aumento da produtividade das cruzas Competição e maior versatilidade bioquímica e soma das ações dos alelos divergentes Superioridade fenotípica média da progênie em relação à média dos genitores para determinada característica omo estimar a heterose Heterose % = média da progênie – média dos pais X 100 Média dos pais § peso médio ao desmame do Angus foi 170kg § peso médio ao desmame do Charolês foi 190kg § peso médio do F! Angus-Charolês foi 200kg heterose% = 200-180 x 100 180 Heterose é de 11,1% Heterose será maior quanto mais distantes geneticamente forem as raças usadas no cruzamento Outro exemplo: § considerando o peso ao desmame, o Nelore tem um peso médio de 180 quilos e o Angus, 250 quilos. § média das duas raças, chega-se a 215 quilos de peso ao desmame. No entanto, os animais F1 desse cruzamento têm um peso ao desmame de 250 quilos, devido á heterose. § assim, 250 – 215 = 35 quilos. § dividir esse valor pela média dos pais, chega-se ao valor da heterose em porcentagem: 250 – 215 = 35/215 * 100 = 16% de heterose Heterose entre bos taurus e bos taurus é até 20% de aumento na produtividade em relação entre bos taurus e bos indicus até 50% de aumento na produtividade Complentariedade entre raças A complementariedade de raça é um outro fenômeno onde se consegue reunir em um animal cruzado característica das duas raças, transformando o animal cruzado num mix de alto valor adaptativo e produtivo, sendo baseado em conceito de que algumas raças se combinam de melhor maneira de que outras e que ainda algumas raças são melhores como raças paternas e outras melhores como raças maternas. Se uma raça zebuína que é altamente resistente às condições adversas de clima e qualidade de pastagens, outra raça europeia têm alta capacidade leiteira, maior precocidade sexual e melhor ganho de peso, os bezerros cruzados reunirão a rusticidade da zebuínas com habilidade do ganho de peso da europeia. +. = 1. aumentar vigor e produtividade 2. quando a raça pura tem problemas adaptação Melhoramento genético Especializado Produtividade (exigente) Rusticidade Resistência Adaptabilidade Produtividade Rusticidade Resistência Adaptabilidade Versatilidade CRUZAMENTO E CONSANGUINEO sistema de criação O sistema de cruzamento preencher alguns requisitos Þ permitir que as fêmeas de reposição sejam produzidas no próprio sistema; Þ possibilitar que o. uso de fêmea mestiças; Þ explorar efetivamente a heterose; Þ não interferir com a seleção; Þ possibilitar que tanto machos quanto fêmeas sejam adaptados ao ambiente onde eles e suas progênies serão criados. O sistema de cruzamento é classificado em três formas: Cruzamento simples Acasalamento que envolve duas raças com produção da primeira geração de mestiços, os famoso F1. Não há continuidade os machos e fêmeas são destinados ao abate Composição genética (%) Pai Mãe Progênie Heterozigose A B A B (%) 100 100 50 50 100 Cruzamento rotacionado ou alternado É aquele em que a raça do pai é alternada a cada geração, podendo ser de duas ou mais raças Composição genética (%) Pai Mãe Progênie Heterozigose A B A B A B (%) 100 - 100 50 50 100 100 50 50 25 75 50 100 25 75 63 37 75 100 63 37 31 69 63 100 66 34 33 67 66 100 33 67 67 33 67 100 67 33 33 67 67 G heterose retida alta e produtividade da progênie G aproveitamento do mérito genético das fêmeas mestiças (heterose materna) = passar a progênie G oscilação na constituição genética racial do rebanho (abc), heterose retida e produtividade entre gerações. G abate machos e fêmeas reposição Cruzamento contínuo Cruzamento absorvente, tem a finalidade de substituir uma raça ou grau de sangue por outra, pelo uso contínuo desta segunda, produzindo animais como puros por cruzas Composição genética (%) Pai Mãe Progênie Heterozigose A A B A B (%) 100 - 100 50 50 100 100 50 50 75 25 50 100 75 25 87 13 25 100 87 13 94 6 13 100 94 6 97 3 6 100 97 3 98 2 3 100 98 2 99 1 2 A medida que aumenta o sangue da raça superior, aumenta exigência (manejo, alimentação, profilática), demandados pela melhor qualificação genética para produção nos animais mais puros. Cruzamentos sintéticos ou compostos Estabilizar e fixar grau-de-sangue no rebanho, mantendo os níveis de produtividade mais constantes. formação da raça Santa Gertrudis P: Sorthorn X Brahman F1: 1/2 Sorthorn 1/2 Brahman X Brahman F2:3/4 Brahman 1/4 Shorthon X Shorthorn F3:5/8 Shorthorn 3/8 Brahman X 5/8 Shorthorn 3/8 Brahman estabilização: Santa Gertrudis puro Sintético (62.,5% shorthorn + 37,5% brahman) Estudos realizados no Brasil têm mostrados que o grau de sangue mais adequado para nossas condições fica entre 50-75% de sangue taurino, ou seja, ½, 5/8, ¾. CONSANGUINIDADE Consanguinidade ou endogamia é o grau em que os pais do animal estão relacionados, ou seja, ter um ancestral comum na genealogia. O resultado desses acasalamentos é o aumento da homozigose, que acaba resultando em perdas de vigor, assim como na perda da variância, a medida que aumenta o parentesco. Em contrapartida, pode ser usada para melhoramento genético, visando a selecionar determinado caractere desejável, quando em sua máxima expressão A endogamia pode ocorrer de forma natural (em plantas autógamas), não intencional (como no caso de populações pequenas, nas quais os acasalamentos entre indivíduos aparentados é o único viável) ou pode ser induzida intencionalmente (como na formação de raças de animais ou de linhagens endogâmicas de plantas) G ancestral comum na arvore genealógica N ST X G S e T tem como ancestral comum o individuo “N’’, ou seja, são meios-irmãos. Utilização da endogamia G Apurar geneticamente as qualidades e defeitos; G Fixa e refinar os fenótipos desejados; G Fixação de um padrão fenotípico de determinada linhagem de raça pura na fazenda x Coeficiente de consanguinidade Coeficiente de um individuo é a metade do grau de parentesco entre seus pais, que é medido pelos ancestrais em comum que os mesmos possuem. Quanto mais e mais próximos forem os ancestrais em comum, maior o grau de parentesco e consequente maior endogamia no acasalamento. Alguns acasalamentos endogâmicos e seus respectivos coeficientes de endogamia Pai x Filha 25% Irmãos próprios 25% Meios irmãos 12,5% Touro X Neta 12,5% Filho de um touro X Neta do mesmo touro 6,25% Neto de um touro X Neta do mesmo touro 3,13% Cada animal recebe 50% de seus genes do pai e 50% dos genes da mãe, sendo que quando mais aparentados forem eles, maiores são as probabilidades ou chances da progênie possuir dois genes presentes em um determinados loco, idênticos por descendência. Quando mais distante na arvore genealógica for menor será o grau de parentesco Calcular a consanguinidade Direto A. B C D Causas e consequências Os efeitos da consanguinidade na frequência genotípica deslocam genes dos heterozigotos para homozigotos e, aumenta a homozigose a heterozigose. Os efeitos e implicações da consanguinidade tem um aumento de genes recessivos e patológicos. Podendo aumenta morte embrionária e natimortos. Faz também, o aumento de defeitos genéticos agnatia, catarata congênita, hipoplasia do ovário ou testículos, hérnia umbilical, BLAD (deficiência de adesão de leucócitos bovinos). Depressão endogâmica Têm a diminuição da produção devido à consanguinidade, uma baixa na reprodução, produtividade e vigor/adaptabilidade, tendo um desempenho de caracteres reprodutivos decresce a uma taxa de cerca 1% para cada !% de aumento na consanguinidade. Depressão endogâmica em bovinos de leite Depressão endogâmica em bovinos de corte Para 1% de aumento de F há uma redução de 22,7kg de leite em uma lactação de 305 dias A cada 1% de aumento 0,15%kg peso ao nascer Zebuínos com 1% de aumento provoca 18,99kg de leite e 1,55 dia na lactação Aumento de 1% tem redução de 0,03 mm na circunferência escrotal Aumento na mortalidade, diminuição na produção de gordura, aumento idade ao primeiro parto Lábio leporino em gir entre 8,5% a 34,11% Consanguinidade é ruim? G Deve ser mantida em níveis abaixo de 5% G Analise da genealógica G Direcionar criteriosamente acasalamentos de acordo com f esperados PAI OU MÃE AVÔ OU AVÓ BISAVÓ OU BISAVÔ R = grau de parentesco (0,5) = corresponde a cada genes em comum X = nº de gerações existentes entre os indivíduos R(AB) = (0,5) X R(AB) = (O,5)1 R(AB) = 0,5 R(AD) = (0,5)3 R(AD) = 0,125 OU 12,5%
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