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PREPARATÓRIO PARA OAB Professora: Dra. Claudia Tristão DISCIPLINA: DIREITO CIVIL Capítulo 5 Aula 2 DIREITO DOS CONTRATOS Coordenação: Dr. Flávio Tartuce 01 Formação e Extinção "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br - Formação dos contratos Conceito Proposta e aceitação Contrato entre ausentes - Princípio da autonomia da vontade e a Declaração unilateral de vontades - Teoria da Imprevisão (Cláusula rebus sic stantibus) Aplicação - Vícios redibitórios Conceito Má-fé do alienante Ação quanti minoris - Evicção Conceito Efeitos da evicção - Extinção dos contratos Resilição Rescisão Resolução Pacto comissório ou cláusula resolutiva Exceção de contrato não cumprido - Formação dos contratos Os contratos constituem uma das fontes das obrigações tanto nas atividades empresariais, quanto nas declarações unilaterais de vontade (testamento). Conceito 1: Para Orlando Gomes contrato é " ". Conceito 2: E para Maria Helena Diniz é " " Negócio jurídico bilateral, ou plurilateral, que sujeita as partes a observância de conduta idônea à satisfação dos interesses que regularam Acordo entre a manifestação de duas ou mais vontades, na conformidade com a ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial Aula 2 02 Nos conceitos citados é de se observar que mencionam expressamente as relações jurídicas de natureza patrimonial, deixando de fora as relações jurídicas de natureza moral como, por exemplo, o casamento, que também é uma forma de contrato, inclusive a mais formal, rígida e solene forma de contratar. A formação do vínculo contratual se dá com a declaração de vontade das partes, a proposta e a aceitação. Tal manifestação pode ser tácita, quando a lei não exigir que seja expressa. Se a declaração for expressa, pode revestir-se de todas as formas conhecidas pelo direito: orais, escritas e virtuais. A declaração inicial é a proposta ou oferta emitida pelo proponente (um anúncio de jornal). A declaração seguinte é a aceitação emitida pelo aceitante, alguém se interessa pelo anúncio. O vínculo contratual nasce quando se integram a proposta e a aceitação, oportunidade em que as partes concordam com as condições, o preço e a entrega da coisa ou serviço. Há a figura do contrato entre ausentes, que se constitui em analisar se houve aceitação de uma proposta por decurso de prazo, ou seja, o aceitante não manifestou imediatamente sua concordância ou recusa. Princípio da autonomia da vontade e a Declaração unilateral de vontades. Com as mudanças de caráter político e econômico, verificados no último século, o princípio da autonomia da vontade sofreu constantes alterações, passando a significar não somente o acordo de vontades resultante da discussão pelas partes em torno de cláusulas contratuais, como a pura imposição de certas cláusulas já pré-estabelecidas pelo proponente, para o "consentimento" do aceitante. Esta declaração unilateral da vontade, portanto, diz respeito a contratos de conteúdo rígidos, onde somente o proponente cria e impõe deveres à outra parte que os aceita integralmente, sem a prerrogativa de discussão ou modificação. Esta modalidade de contratação que restringe a manifestação da vontade é representada pelos denominados contratos-tipos (formulários, em série, em massa) e os contratos de adesão, largamente utilizados nos negócios comerciais. Uma vez formado o contrato, passa-se a sua execução. Decididas as partes sobre a aquisição de algum bem ou serviço e as condições que o negócio deva se realizar, o próximo passo é o do cumprimento do seu conteúdo. Quando do seu cumprimento poderão surgir situações extraordinárias e imprevisíveis que dificultem o cumprimento da obrigação pactuada, onerando excessivamente uma parte à outra. As cláusulas dos contratos sob essa situação poderão ser suscetíveis de revisão. É a chamada teoria da imprevisão. Nestas situações excepcionais a doutrina, a jurisprudência e agora, o novo Código Civil nos artigos 478, 479 e 480, têm admitido uma revisão das condições dos contratos por força de uma intervenção judicial, substituindo, a sentença, a vontade de uma das partes. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 03 Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. Aplicação: Mas é importante esclarecer que para aplicação da teoria da imprevisão essa dificuldade deve alcançar toda sociedade ou grande parte dela, como ocorre nos casos de guerra, golpe de Estado, revolução, ou seja, totalmente imprevistos. Não é admissível o ingresso em juízo para alterar ou mesmo resolver o contrato em razão de dificuldades pessoais originadas no caso fortuito ou força maior (enchente, desemprego). A obrigação de adimplir as prestações persiste. Seria caso de resolução do contrato em razão de inadimplemento e não aplicação da cláusula rebus sic stantibus. Também, a obrigação pactuada deve ser a prazo ou de duração, não se aplicando a regra aos contratos de execução imediata, porque é justamente o fator tempo que qualifica sua aplicação. Se uma das partes tinha condições de saber da existência ou ocorrência do fato que gerou o desequilíbrio contratual, será o caso resolução pelos motivos de vícios de vontade (erro, dolo, fraude). A revisão dos contratos é judicial, por meio de petição requerendo a liberação da obrigação pactuada ou a redução do montante da prestação, alcançando somente as obrigações ainda não cumpridas, a menos que o inadimplemento tenha surgido do fato que ocasionou o desequilíbrio contratual, tornando-se as prestações desproporcionais ou excessivamente onerosas em decorrência de acontecimento imprevisível, anormal e estranho à época da celebração contratual, e que esse fato exceda os riscos normais do contrato. Vícios redibitórios Nos contratos bilaterais em que há a transferência da propriedade, o alienante ou vendedor deve garantir ao adquirente que ele possa usufruir o bem conforme sua natureza e destinação (contratos de compra e venda, locação, comodato, doação com encargo). Se houver defeito oculto que a torne imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminua o valor, poderá ser recusada pelo adquirente ou requerido um abatimento no preço, esses defeitos ocultos que desvalorizam a coisa ou a tornam imprestável à suafinalidade, são chamados vícios redibitórios. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 04 Conceito: . Se no momento da aquisição o adquirente sabia ou presumia que a coisa era defeituosa, não há que se falar em vício redibitório porque o adquirente sabia do seu estado e mesmo assim quis recebê-la. A garantia somente se operara se o defeito existir no momento da conclusão do contrato, ao tempo da transferência da coisa. Não pode ser originado em causa posterior à entrega. Também deve ser grave a ponto de o contrato não se realizar se o adquirente soubesse anteriormente do problema. Esclarece Sílvio Venosa que " ". Má-fé do alienante: Se o alienante ou vendedor, sabendo do defeito mascarar o problema, será obrigado a indenizar o adquirente pelos prejuízos que der causa e pela privação da vantagem que essa pessoa obteria se a coisa estivesse perfeita, ou seja, responderá pelo lucro cessante e pelo dano emergente. Ação quanti minoris: Esclarece o artigo 442 do Código Civil que o adquirente " ". A figura do abatimento no preço é conhecida através da ação quanti minoris, utilizada não só para redução do valor do bem, mas também quando ele se tornar impróprio para o uso a que se destinava. E a opção de escolha tanto da ação redibitória, quanto da ação quanti minoris é da parte que adquiriu a coisa, ficando também sob sua responsabilidade a prova do defeito. Evicção Conceito: A evicção ocorre quando terceiro reivindica em ação judicial direitos sobre o bem vendido, ou seja, o adquirente perde a propriedade ou posse da coisa em virtude de sentença judicial que reconhece a outra pessoa o direito sobre o bem reivindicado. A evicção deriva do princípio segundo o qual o alienante tem o dever de garantir ao adquirente a posse justa da coisa transmitida, defendendo-a de pretensões de terceiros quanto ao seu domínio. É requisito fundamental que o adquirente não tenha conhecimento que a coisa era alheia ou litigiosa. Efeitos da evicção: Uma vez configurada a evicção estaremos diante de uma inexecução contratual surgindo daí alguns efeitos como: 1) obter a restituição integral do preço ou das quantias que pagou; 2) ser indenizado dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 3) ser indenizado das despesas do contrato; 4) ser ressarcido dos prejuízos que diretamente resultarem da evicção e; 5) ser reembolsado das despesas judiciais e honorários advocatícios. Porém, se souber do risco da evicção não poderá pleitear a restituição porque o contrato deixa de ser comutativo para ser aleatório, ou seja, de risco. Art. 441: "A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria para o uso a que é destinada ou lhe diminuam o valor" essa impropriedade para o uso, ou a diminuição do valor, norteará a escolha da ação a ser proposta pelo prejudicado, que poderá ser a redibitória, para o desfazimento do negócio, ou a 'quanti minoris', para abatimento do preço em vez de rejeitar a coisa, poderá reclamar abatimento no preço "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 05 Extinção dos contratos O contrato pode extinguir-se em razão do seu integral cumprimento ou pela inadimplência, oportunidade em que se antecipa sua execução. Resilição: O contrato pode ter seu termo final pela resilição que é o desfazimento voluntário do contrato, é a cessação do vínculo contratual pela vontade das partes, prevista no artigo 472 do C.C., ou mesmo pela vontade de uma só delas, artigo 473 do C.C. Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo Único: Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. Rescisão: Já a rescisão é a extinção da relação contratual originada na culpa. A parte que se sentir lesada pede a rescisão em juízo e esta é decretada por sentença. Resolução: O termo resolução é utilizado nos casos de inexecução do contrato por uma das partes. E é indiferente a inexecução ser por culpa ou não. Pacto comissório ou cláusula resolutiva: É a resolução por descumprimento de um dos contratantes, independente de estar ou não expressa no contrato. A exceção de contrato não cumprido não é aplicável aos contratos unilaterais porque não há equivalência de direitos e obrigações, ou seja, só existe um devedor. Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. Art. 476. nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br
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