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PUERPÉRIO - Modificações Fisiológicas

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PUERPÉRIO
Período que sucede o parto → classificado em imediato (até 2h após parto); mediato (3h a
10 dias); tardio (11ºdia até retorno das menstruações ou 6-8 semanas lactantes).
Modificações Fisiológicas do Puerpério
→ ÚTERO E ENDOMÉTRIO
● Involução uterina: contração dos vasos intramiometriais e obliteração (trombose) dos
vasos calibrosos). Nos 3 dias iniciais do puerpério há um aumento das contrações
uterinas (estimuladas pela ocitocina através da sucção do leite pelo bebê), as quais
favorecem a regressão uterina. O fundo do útero costuma atingir a cicatriz umbilical
após 24h do parto, tende a regredir 1cm a cada dia que passa (geralmente com 12
dias está na altura do bordo superior da sínfise púbica).
● Decídua: a parte basal da placenta persiste e é dividida em camada superficial e
profunda. A camada superficial sofre descamação, sendo eliminada pela via vaginal
através de moderadas quantidades de sangue, exsudato e transudato (lóquios).
→ Lochio Rubra: 3 a 4 dias, avermelhados (composto por eritrócitos).
→ Lochio Fusca: após 3 a 4 dias, mais sero-hemáticos/acastanhados (hemoglobina
semidegradada).
→ Locho Flava: após 10º dia, coloração mais amarelada, incorporação de
leucócitos.
→ Lochia Alba: esbranquiçado.
● Colo utero: dilatação com regressão mais lenta, fica cerca de 2-3cm dilatado nos
primeiros dias após o parto e menos de 1cm com 1 semana de puerpério.
● Vagina: alargada e lisa após o parto. Há diminuição da dimensão ao longo do tempo,
mas raramente retorna ao padrão pré-gravídico. Pode haver afrouxamento da
musculatura pélvica.
→ PAREDE ABDOMINAL:
Há afrouxamento da musculatura da parede em função da distensão sofrida, retornando ao
normal após várias semanas. Em algumas há persistência, denominada diástase do
músculo reto abdominal.
→ SISTEMA ENDÓCRINO:
Após a dequitação placentária há diminuição dos níveis de esteroides da placenta, no
entanto a prolactina permanece alta (a prolactina alta inibe a liberação de GnRh pelo
hipotálamo, impedindo a ovulação nas mulheres que amamentam).
Na ausência da lactação, inicialmente FSH e LH ficam baixos, mas depois elevam-se
lentamente. Na fase inicial puerperal o estrogênio também mantem-se baixo e a
progresterona não é detectável. Nas não lactantes a menstruação costuma ocorrer após 7 a
9 semanas.
→ PERDA PONDERAL:
Geralmente o ganho ponderal médio gira em torno de 12,5kg. Nas primeiras 6 semanas de
puerpério há redução de metade dessa quantidade, sendo o resto entre 6 semanas e 6
meses (mais intenso nos primeiros 3 meses). No entanto, também há mulheres que não
retornam ao peso pré-gestacional, principalmente quando há ganho excessivo ao longo da
gravidez.
→ ALTERAÇÕES ÓSSEAS:
Diminuição generalizada da densidade óssea nas gestante, mas que recorre ao normal até
12 a 18 meses pós parto, sem necessidade de intervenções médicas.
→ ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS:
● Hb e Ht: níveis flutuantes. Atentar para quedas acentuadas que podem refletir
perdas sanguíneas. Tendem a estabilizar com 6 semanas após o parto.
● Leucócitos: durante o puerperio imediato pode haver leucocitose com níveis até
elevados - predomínio de granulócitos, linfopenia relativa e eosinofilia absoluta.
● Plaquetas: queda, com elevação secundária nos primeiros dias pós parto junto com
adesividade plaquetária. Fibrinogênio diminui.
→ SISTEMA DIGESTIVO:
Há melhora do esvaziamento gástrico, por diminuição da compressão das estruturas e
influência hormonal. Atentar para ileo paralítico nas mulheres que tiveram cesárea.
→ MAMAS
Na primeira metade da gestação há hipertrofia da glândula mamária por proliferação de
células epiteliais alveolares - formação de novos ductos e dseenvolvimento de arquitetura
lobular. Já na segunda metade e final há predomínio da atividade secretora, com aumento
glandular as custas da hipertrofia das células mioepiteliais, vasos sanguíneos, depósito de
gordura. No segundo trimestre já pode haver o colostro. Após o descolamento da placenta e
expulsão fetal, há queda nos níveis de hormonio esteroide que bloqueavam a prolactina,
fazendo com que ela aumente e estimule a secreção láctea. A descida do leite propriamente
dito é denominada apojadura, podendo ser incompleta no início, tende a ser completa entre
o 1ºe 3º dias pós-parto.
→ SISTEMA CARDIOVASCULAR
● FC e DC: retornam ao basal geralmente após o 10 dia pós parto, até então ficam
aumentados, podendo aparecer até sopro sistólico de hiperfluxo.
● Resistência vascular: permanece diminuída por 48h, depois tende a retornar ao
normal.
→ SISTEMA URINÁRIO:
● Atentar para retenção urinária: ausência de diurese após 6h de parto normal ou após
retirada da SVD na cesárea.
● Puerpério imediato: mucosa vesical edemaciada pelo TP. Além disso, o uso de
analgésicos e bloqueio anestésico (associado a distensão vesical prévia) predispõe
a retenção. Até a 6ª semana pode haver certo grau de dilatação pielocalicial.

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