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SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV 1. Os britânicos decidiram sair da União Europeia (UE). A decisão do referendo abalou os mercados financeiros em meio às incertezas sobre os possíveis impactos dessa saída. Os gráficos apresentam, respectivamente, as contribuições dos países integrantes do bloco para a UE, em 2014, que somam € 144,9 bilhões de euros, e a comparação entre a contribuição do Reino Unido para a UE e a contrapartida dos gastos da UE com o Reino Unido. Considerando o texto e as informações apresentadas nos gráficos, descreva as diferenças entre as contribuições do Reino Unido para a União Européia e o contrário, concluindo se as alegações que justificam o Brexit são bem fundamentadas. A União Europeia (UE) representa o estágio mais avançado do processo de formação de blocos econômicos no contexto da globalização. Constitui-se em uma união econômica e monetária, com 28 países membros. Sendo que a crise econômica mundial de 2008 trouxe enormes desafios à integridade do bloco econômico, de maneira a fazer crescer o discurso de partidos eurocéticos, com resistências as várias das políticas comuns do bloco. No que se refere ao Reino Unido, este é um dos países no qual a permanência no bloco é fortemente questionada. É um país formado por quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Sendo que somente em 1973 o Reino Unido ingressou na Comunidade Econômica Europeia (CEE). Quatro décadas após o referendo, em um plebiscito, os britânicos decidiram SAIR da União Europeia, fato que se denominou de “Brexit”. A vitória apertada do sair mostrou um país dividido, o que já estava demonstrado na campanha do plebiscito. A vitória do sair fortaleceu os nacionalistas britânicos. Os defensores da saída alegaram que o crescimento da União Europeia diminuiu a importância e a soberania britânica, sendo que o Reino Unido passaria a economizar mais dinheiro para ser investido no país. A questão da migração de cidadãos europeus ao Reino Unido foi um dos temas polêmicos. Três milhões de migrantes de países do bloco do leste europeu, residem e trabalham no país. O argumento utilizado pelos defensores SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV da saída é de que esses migrantes tiram o emprego dos britânicos e tem acesso ao sistema de seguridade social, prejudicando a qualidade dos serviços para os nacionais. Os defensores da permanência argumentaram que sair do bloco vai trazer prejuízos econômicos, como a exigência de novas tarifas, regulações e acordos comerciais. A saída do Reino Unido alimentou temores sobre a estabilidade e o futuro da União Europeia. Politicamente, os partidos nacionalistas crescem em vários países. Uma de suas bandeiras é a saída ou maior soberania nacional sobre a regulação europeia. A saída dos britânicos serviria como mais um estímulo para a defesa dessas ideias nos seus países. Para tanto, na análise dos gráficos, o primeiro apresenta as contribuições, em valores absolutos (bilhões de euros), dos países para a União Europeia (UE) e o segundo apresenta a contribuição do Reino Unido para a União Europeia e o gasto da União Europeia com o Reino Unido. De acordo com os dados do primeiro gráfico, a contribuição total dos quatro maiores países do bloco (Alemanha, França, Itália e Reino Unido) totalizou, em valor absoluto, 70,9 bilhões de euros. Ou seja, os quatro maiores países do bloco contribuíram para a UE, em 2014, com 70,9 bilhões de euros do total de 144,9 bilhões de euros recebidos pela união. Isso corresponde a 48,93% do valor total das contribuições. 2. Brasil é o 10º país mais desigual do mundo País apresenta mais disparidades que vizinhos como Chile e México O Brasil é o décimo país mais desigual do mundo, segundo dados divulgados nesta terça-feira no Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), elaborado pelas Nações Unidas. O levantamento usa como referência o chamado Índice de Gini, uma forma de calcular a disparidade de renda. O indicador varia de 0 a 1 — quanto menor, melhor. No Brasil, ficou em 0,515 em 2015, mesmo número registrado pela Suazilândia, e maior que vizinhos da América Latina, como Chile (0,505) e México (0,482). SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV O ranking é liderado pela Áfirca do Sul, a nação mais desigual, com Gini de 0,634. Namíbia, com 0,610, e Haiti, com 0,608, completam o top 3. Todos esses três países têm Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerados baixos ou médios. O Brasil, que ficou estagnado em 2015 , tem IDH de 0,754, considerado alto. A Ucrânia destaca-se como país menos desigual, com Gini de 0,241. Slovênia (0,256) e Noruega (0,259) completam a lista das economias com menores disparidades de renda. A desigualdade social é apontada como um dos principais problemas do Brasil. Há vários anos, o ranking de desenvolvimento humano mostra como o país seria prejudicado por esse desequilíbrio, caso as disparidades fossem consideradas para calcular o IDH. No relatório mais recente o Brasil perderia 19 posições no ranking, com os ajustes pela desigualdade. Com base na leitura discorra sobre os três seguintes aspectos. I. Qual a mensagem da charge. II. O índice de Gini do Brasil revela que a desigualdade social é grande, com isso afeta as relações sociais no país? III. Quais as vantagens da diminuição da desigualdade e de um alto índice de desenvolvimento humano (IDH)? A charge tem como mensagem central a critica a desigualdade social, representada pela imagem de muros altos que isolam pessoas de classes sociais distintas. No que se refere ao índice do GINI do Brasil, este é uma forma de calcular a disparidade de renda”. Esse “indicador varia de 0 a 1 — quanto menor, melhor”. É dito que, em 2015, os Índices Gini do Brasil, do Chile e do México foram, respectivamente, iguais a 0,515, 0,505 e 0,482. Dentre os três países, o Brasil é o que apresenta o maior Índice de Gini e a pior situação de desigualdade social. No que se refere ao IDH este envolve a análise de três variáveis consideradas centrais para o desenvolvimento humano: renda per capita (relação PIB/população), saúde (examinada nos termos de expectativa de vida da http://oglobo.globo.com/economia/pela-1-vez-desde-2004-brasil-fica-estagnado-no-indice-de-desenvolvimento-humano-da-onu-21090827 SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV população do país) e, por fim, educação (analisada através da taxa de analfabetismo). Assim, por mais que a desigualdades sociais tenham diminuído, é notório salientar que o bem -estar da população não se relaciona tão somente com o nível médio de renda, já que uma renda extremamente concentrada pode significar que a grande maioria da população tem um nível de renda muito baixo e, portanto vive mal (enquanto uma pequena minoria desfruta de níveis altos de renda), mas também as condições de educação, saúde e trabalho. 3. País registra 10 estupros coletivos por dia; notificações dobram em 05 anos. Em cinco anos, mais do que dobrou o número de estupros coletivos no país registrados por hospitais que atenderam as vítimas. Dados inéditos do Ministério da Saúde obtidos pela Folha apontam que as notificações pularam de 1.570 em 2011 para 3.526, em 2016. São, em média, dez casos de estupro coletivo por dia. Os números são os primeiros a captar a evolução desse tipo de violência sexual no país. Na polícia, os registros do crime praticado por mais de um agressor não são contabilizados em separado dos demais casos de estupro. Desde 2011, dados sobre violência sexual se tornaram de notificação obrigatória pelos serviços públicos e privados de saúde e são agrupados em um sistema de informações do Ministério, o Sinan. Acre, Tocantins e Distrito Federal lideram as taxas de estupro coletivo por cem mil habitantes – com 4,41, 4,31 e 4,23, respectivamente. Esse tipode crime representa hoje 15% dos casos de estupro atendidos pelos hospitais – total de 22.804 em 2016. Os números representam só uma parcela dos casos: a violência sexual é historicamente subnotificada (nem todas as vítimas procuram hospitais ou a polícia) e 30% dos municípios ainda não fornecem dados ao Sinan. Estudos feitos pelo Ipea mostram que apenas 10% do total de estupros são notificados. Considerando que há 50 mil casos registrados por ano (na polícia e nos hospitais), o país teria 450 mil ocorrências ainda "escondidas". Estupro coletivo SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV Segundo a socióloga Wânia Pasinato, os dados da saúde sobre estupro coletivo mostram que o problema existe há muito tempo, mas só agora está vindo à tona a partir de casos que ganharam destaque na imprensa nacional. "O estupro coletivo é um problema muito maior e que permanecia invisível. Há uma dificuldade da polícia e da Justiça em responder a essa violência", diz Wânia. Para a antropóloga Debora Diniz, professora da Universidade de Brasília, o aumento de casos de estupro coletivo é impactante. "É um crime de bando, de um grupo de homens que violenta uma mulher. Essa característica coletiva denuncia o caráter cultural do estupro". "É a festa do machismo, de colocar a mulher como objeto. O interesse não é o ato sexual, mas sim ostentar o controle sobre o corpo da mulher", diz Cerqueira, do Ipea. O pesquisador é um dos autores de estudo sobre a evolução dos estupros nos registros de saúde. Nele, há breve menção ao crime cometido por dois ou mais homens. Crianças respondiam por 40% das vítimas, 24% eram adolescentes e 36% eram adultas. Outro fato que tem chamado a atenção em algumas das ocorrências de estupros coletivos é a gravação e a divulgação de imagens do crime. A Folha pesquisou 51 casos noticiados pela imprensa nos últimos três anos. Em pelo menos 14, foram publicados vídeos em redes sociais. "É perturbadora essa necessidade que os agressores têm de filmar a violência. É como se fosse um souvenir da conquista", diz Debora Diniz. Para Wânia, do USP Mulheres, essa prática parece ter caráter ritualístico. "É o estupro sendo mostrado como troféu", afirma. Com base na leitura, responda: I. Quais as causas dos estupros coletivos segundo a antropóloga Débora Diniz? II. Quais as principais vítimas desse tipo de violência? SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV III. Quais as Unidades da Federação com mais casos (por cem mil habitantes) e qual a média brasileira? Por que esses números, de acordo com a reportagem, são sub-representados? De acordo com a antropóloga Débora Diniz o estupro coletivo é um crime de bando, de um grupo de homens que violenta uma mulher. Essa característica coletiva denuncia o caráter cultural do estupro. O texto ainda cita que 40% das vítimas do estupro coletivo são crianças, 24% são adolescentes e 36% são mulheres adultas. A taxa de estupros no Acre (4,41 a cada 100 mil) foi aproximadamente três vezes maior do que a taxa de estupros no Rio de Janeiro (1,46 a cada 100 mil), em 2016. No entanto, em termos absolutos, o número de vítimas no Acre não foi aproximadamente três vezes maior do que o número de vítimas no Rio de Janeiro, em 2016. Isso porque a taxa é dada em número de casos por 100 mil habitantes e a população do Rio de Janeiro é muito maior do que a população d o Acre. Em 2016, a população do Rio de Janeiro era de aproximadamente 16 milhões de pessoas (16.000 vezes 100 mil pessoas), e a do Acre, 800 mil pessoas (8 vezes 100 mil pessoas). Logo, em 2016, no Acre, houve cerca de 35 vítimas, que é o resultado da multiplicação de 4,41 por 8, e, no Rio de Janeiro, houve cerca de 23.360 vítimas, que é o resultado da multiplicação de 1,46 por 16.000. 4. Na sociologia e na literatura, o brasileiro foi por vezes tratado como cordial e hospitaleiro, mas não é isso o que acontece nas redes sociais: a democracia racial apregoada por Gilberto Freyre passa ao largo do que acontece diariamente nas comunidades virtuais do país. Levantamento inédito realizado pelo projeto Comunica que Muda [...] mostra em números a intolerância do internauta tupiniquim. Entre abril e junho, um algoritmo vasculhou plataformas [...] atrás de mensagens e textos sobre temas sensíveis, como racismo, posicionamento político e homofobia. Foram identificadas 393 284 menções, sendo 84% delas com abordagem negativa, de exposição do preconceito e da discriminação. SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV Faça um comentário ao texto acima, considerando os seguintes pontos: I- O texto afirma que há democracia racial no Brasil, e, consequentemente, não há racismo? II- O texto afirma que houveram, entre abril e junho do ano relatado, 393.284 casos de exposição de preconceito e discriminação nas plataformas pesquisadas. O texto refuta a ideia de cordialidade e hospitalidade do brasileiro por meio de dados que revelam, nas redes sociais, atitudes contrárias à democracia racial apregoada por Gilberto Freyre. Mediante a consideração de que houveram relatos de 393.284 casos de exposição de preconceito e discriminação nas plataformas pesquisadas, convém frisar que a morosidade da justiça em relação a penalizar os processos envolvidos nos discursos de ódio pela rede mundial de computadores viabiliza a prática. De acordo com o sociólogo Bordieu, a violação dos direitos humanos não consiste somente no embate físico, o desrespeito está, sobretudo na perpetuação de preconceitos que atentam contra a dignidade da pessoa humana ou de um grupo social, corroborando para que a justiça brasileira cumpra a Constituição Brasileira de 1988 onde infere-se que todo cidadão é igual perante a lei e tem direito à igualdade, sem distinção de qualquer natureza, priorizando a diminuição da prática de intolerância. Portanto, medidas são necessárias para deslindar a problemática. É imprescindível que o Ministério da Educação estabeleça desde o ensino básico uma disciplina sobre informática e ética nas redes sociais para que os alunos saibam viver em rede. Além disso, é essencial que o Ministério da Justiça priorize e penalize os criminosos de propagarem preconceitos e ameaças nas redes socais cumprindo assim a Constituição. Para mais, caberá o Ministério da Ciência Tecnologia Inovações e Comunicações a utilização de aplicativos para investigar e monitorar os casos de intolerância como forma de sanar os ataques. Outrossim, deverá os meios midiáticos como jornais, televisão e a internet campanhas, debates e documentários apresentando os casos como SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV forma de sensibilizar e evitar a problemática. Logo, poder-se-á afirmar que a pátria educadora oferece mecanismos exitosos para o combate a intolerância e o discurso de ódio nas redes sociais. 5. Observe o gráfico a seguir: Disserte sobre a função, as características e as formas de chegada dos usuários aos sistemas socioassistenciais no Brasil: De acordo com a análise do gráfico, é possível sustentar que o percentual de Unidades de prestação de serviços socioassistenciais privadas que informam a busca ativa por serviços de convivência e fortalecimento de vínculos é 32,2% e o percentual de unidades que informam a busca ativa por serviços de acolhimento institucional é 16,6%, o que dá uma diferença de 15,6 pontos. Já no que tange a relação aos serviços especializados para pessoas em situação SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV de rua, a porcentagem de busca ativa como modalidade de acesso é menor do que a porcentagem de encaminhamentos. Pode-se ainda considerar que 72,8% das Unidades que prestam serviços de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas, declararam forma de chegada espontânea dos usuários (barra amarela).O encaminhamento tem porcentagem maior como forma de chegada de usuários em dois tipos de serviços socioassistenciais (Acolhimento institucional e Proteção social especial para deficientes, idosos e suas famílias). Já a demanda espontânea tem porcentagem maior como forma de chegada de usuários em três tipos de serviços socioassistenciais (Especializado para pessoas em situação de rua, Proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas e Convivência e fortalecimento de vínculos). Portanto, é a demanda espontânea que prevalece nas possíveis formas de chegada de usuários. 6. Análise o gráfico a seguir: Redija um texto tratando da evolução das classes econômicas no Brasil entre 2003 e 2014. Discorra sobre as garantias fundamentais à dignidade humana. SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV As pirâmides sintetizam para o conjunto do país aspectos passados e prospectivos da transição do povo brasileiro entre classes. A altura se refere ao tamanho da população. Se o Brasil continuasse nessa trajetória de crescimento com redução de desigualdade teríamos em 2014 cerca de 118 milhões de pessoas da classe C e 29,1 milhões de pessoas da classe AB. Diante de tais apontamentos, é correto se afirmar que a dignidade da pessoa humana é inerente ao ser humano desde o seu nascimento, desta forma, a qualidade de ser um ser humano o identifica como portador do direito à dignidade humana. Logo, todo aquele que nasce com vida, é detentor de direitos, aqueles mínimos necessários. É exatamente desse jogo de ideias que se consegue alcançar o significado de dignidade humana, que e exatamente o princípio conformador (limitador) mínimo desses direitos inerentes ao ser humano – aquele que assim o é, pois a lei determina, não um animal qualquer ou uma coisa – mas o ser humano tal como determina nosso ordenamento. Assim, a busca pela realização da dignidade humana é uma tarefa não só do Brasil, mas de outros países que comungam de legislações e tratados comuns objetivando construir um mundo melhor onde o ser humano possa demonstrar sua evolução moral fugindo ao comparativo dos primórdios e das barbáries cometidas séculos atrás. 7. As taxas de emprego para mulheres são afetadas diretamente por ciclos econômicos e por políticas de governo que contemplam a inclusão das mulheres no mercado de trabalho. O gráfico a seguir apresenta variações das taxas percentuais de emprego para mulheres em alguns países, no período de 2000 a 2011. Redija um texto tratando das diferenças entre os países, no tocante à taxa percentual de mulheres empregadas. De acordo com a análise gráfica para ser constante, a linha do gráfico deveria estar na horizontal. Percebe-se que houve crescimento da taxa, com alguns períodos de decrescimento. SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV Nos dois países, houve períodos de queda das taxas de emprego para a mulher. Já na Grã-Bretanha, a maior taxa foi em 2000. A inclinação da reta do gráfico da taxa de emprego para mulheres na Alemanha é a maior. Observa-se crescimento contínuo de 2005 a 2011. Sendo que na Alemanha, de 2000 a 2005, a taxa ficou abaixo dos 60%. 8. Em seu livro Levando os Direitos a Sério, Ronald Dworkin cita o caso Riggs contra Palmer, em que um jovem matou o próprio avô para ficar com a herança. O Tribunal de Nova Iorque (em 1889) julga o caso considerando que a legislação do local e da época não previa o homicídio como causa de exclusão da sucessão. Para solucionar o caso, o Tribunal aplica o princípio, não legislado, do direito que diz que ninguém pode se beneficiar de sua própria iniquidade ou ilicitude. Assim, o assassino não recebeu sua herança. Com base no texto discorra sobre o princípio posto e sobre a noção de que uma lei não pode retroagir e nem prejudicar alguém. Quando o texto se refere ao princípio aplica o princípio, não legislado, do direito que diz que ninguém pode se beneficiar de sua própria iniquidade ou ilicitude cabe se argumentar que regras e princípios são normas com características distintas e em certos casos os princípios poderão justificar de forma mais razoável a decisão judicial, pois a tornam também moralmente aceitável. Nesse sentido, faz-se referência ao princípio da irretroatividade que salienta que a regra adotada pelo ordenamento jurídico é de que a norma não poderá retroagir, ou seja, a lei nova não será aplicada às situações constituídas sobre a vigência da lei revogada ou modificada. Para tanto, é possível se concluir que por mais que haja doutrinadores e julgados de Tribunais de Justiça entendendo que uma lei infraconstitucional não pode retroagir para alcançar o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido, entendo que em vista das recentes decisões a respeito da relativização da coisa julgada feitas pelo STF e pelo STJ, além da previsão contida no art. 2.035 do CC/02, em alguns casos excepcionalíssimos tal retroação da lei será admitida. SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV 9. As projeções da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais vêm indicando, para 2020, produção entre 104 milhões e 105 milhões de toneladas de soja. A área de cultivo da soja deve aumentar cerca de 6,7 milhões de hectares, chegando, em 2023, a 34,4 milhões. Isso representa um acréscimo de 24,3 na área mensurada em 2013. No Paraná, a área de cultivo de soja pode expandir-se para áreas de outras culturas e, no Mato Grosso, para pastagens degradadas e áreas novas. Com base na leitura e nos conhecimentos, redija um texto tratando dos seguintes pontos: I- A expansão das áreas de monocultura de soja amplia a mecanização no campo e gera a migração de trabalhadores? II- A expansão da cultura de soja do Paraná e no Mato Grosso promoverá o avanço do plantio de outras culturas? III- Como o problema da relação entre produção e direito à terra de populações tradicionais pode ser equacionado? Quando se fala que a expansão das áreas de monocultura de soja amplia a mecanização no campo e gera a migração de trabalhadores rurais para centros urbanos, de maneira a concluir-se que a monocultura, para ser mais lucrativa, adota técnicas de produção mecânica, o que dispensa mão de obra, visto que a No que tange a intensificação da monocultura da soja acarreta aumento da concentração da estrutura fundiária é notório sustentar que em geral, a monocultura exige grandes áreas de terra, ou seja, estimula a formação de latifúndios. Quando o texto se refere a expansão da cultura de soja no Paraná e no Mato Grosso promoverá o avanço do plantio de outras culturas ele faz menção de que a plantação da soja deve expandir-se para outras áreas, impossibilitando a diversificação de culturas. Para tanto, é notório que a concentração de terras que marca a história fundiária do país ganha um perfil diferenciado visto que as populações SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV tradicionais que ocupam as mais diversas regiões desenvolvem com o território uma relação especial que exigem ações diferenciadas por parte por parte do Poder Público. Nesse sentido, a história da formulação da terra como um direito humano é muito rica, pois se parte de uma interpretação marxista da realidade e de uma visão religiosa da relação entre homem e terra e, a partir da experiência dos movimentos sociais na demanda por terras e das alianças forjadas com redes transnacionais e organizações internacionais, se constrói não só a demanda por um novo direito humano, mas também por uma reinterpretação dos direitos humanos como um todo, tendo por base uma crítica do individualismo. 10. Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estadode Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Com base no texto discorra sobre a importância da alfabetização e educação formal no Brasil. Também trate da necessidade de transparência nos órgãos e juízos. Articular a educação com a formação dos sujeitos como cidadão, ou ainda, articular a escola com a comunidade educativa é uma demanda da sociedade atual. Neste sentido, a sociedade contemporânea necessita que seus cidadãos dominem os conhecimentos científicos e tecnológicos. Por isso, há uma necessidade urgente em envolver os diferentes modelos de ensino na formação do indivíduo. A importância da educação não formal está em desenvolver saberes que orientam as práticas sociais na construção de novos valores para a participação coletiva da comunidade. A educação formal preocupa-se com o letramento científico de forma que os atores do processo ensino e aprendizagem possam aplicar os conhecimentos científicos, adquiridos nos espaços formais de educação, de maneira coerente SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV na vida social. Neste sentido, a prática do professor se expressa na reflexão, no modo de ação e na transformação do sujeito nos diferentes espaços educacionais. Dentro desta perspectiva a ciência deve ser entendida como instrumento para atender as necessidades sociais, educacionais, compromisso ético social para garantia de uma cultura científica e tecnológica de qualidade. Sendo a educação processo mais amplo na formação dos indivíduos conclui – se, portanto que a educação não formal, informal e formal do conhecimento científico deva ocorrer nos diferentes espaços de ensino e aprendizagem. Já quando se fala em transparência se trata do aumento da visibilidade dos gastos efetivados pelo governo com qualidade de informação e em espaço temporal. Esses dados se referem a qualquer informação pública ou mediante custódia dos órgãos e entidades da Administração Pública, desde que não sejam sigilosos. Além disso, quando a transparência pública é eficaz a sociedade pode acompanhar os serviços prestados e identificar quando houver fraudes que impeçam o desenvolvimento do país. Por isso, os gestores de todos os setores e esferas administrativas precisam colocar o tema ‘Transparência Pública’ entre suas prioridades, não apenas para atender à lei, mas também como instrumento de aproximação entre a Administração Pública e a população. Pelo maior contato com os cidadãos, é possível entender melhor suas demandas e estabelecer prioridades para atendê-las, além de mostrar também os desafios enfrentados pelo setor público. SANDRA DOBJENSKI – SD JURISADV
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