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PARASSIMPÁTICOcap 4 E 5 farm ilustrada

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SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO 
Agonistas Colinérgicos - CAP 4
I. RESUMO 
Os fármacos que afetam o sistema nervoso autônomo (SNA) são divididos 
em dois grupos, de acordo com o tipo de neurônio envolvido nos seus 
mecanismos de ação:
-Os fármacos colinérgicos atuam em receptores que são ativados pela 
acetilcolina (ACh), 
-Os fármacos adrenérgicos atuam em receptores que são estimulados pela 
norepinefrina ou pela epinefrina. 
*Os fármacos colinérgicos e adrenérgicos atuam estimulando ou 
bloqueando receptores do SNA.
II. O NEURÔNIO COLINÉRGICO
- A fibra pré-ganglionar que termina na suprarrenal, o gânglio autônomo e as fibras pós-
ganglionares da divisão parassimpática usam ACh como neurotransmissor (Fig. 4.2). 
- A fibra pós-ganglionar simpática das glândulas sudoríparas também usa ACh. Além 
disso, neurônios colinérgicos inervam os músculos do sistema somático e também 
desempenham função importante no SNC. 
A. Neurotransmissão nos neurônios colinérgicos 
-> A neurotransmissão nos neurônios colinérgicos envolve 6 etapas: 
- 1) síntese
- 2) armazenamento
- 3) liberação
- 4) ligação da ACh ao receptor
- 5) degradação do neurotransmissor na fenda sináptica ( entre terminais nervosos 
e receptores adjacentes nos nervos ou órgãos efetores)
- 6) reciclagem de colina e acetato (Fig. 4.3). 
-> Síntese de ACh: 
-A colina é transportada do líquido extracelular para o citoplasma do neurônio colinérgico 
por um sistema carregador dependente de energia que cotransporta sódio e pode ser 
inibido por hemicolínio. 
OBS: A colina tem um nitrogênio quaternário e carrega permanentemente uma carga 
positiva; dessa forma, não consegue difundir-se através da membrana.
-A colina-acetiltransferase catalisa a reação da colina com a acetilcoenzima A (CoA) para 
formar ACh (um éster) no citosol. 
-> Armazenamento da ACh em vesículas: 
-A ACh é empacotada em vesículas pré-sinápticas por um processo de transporte ativo 
acoplado ao efluxo de prótons. 
-A vesícula madura contém não só ACh, mas também (ATP) e proteoglicano. 
-A maioria das vesículas contém o neurotransmissor primário (neste caso, a ACh) e o 
cotransmissor que aumenta ou diminui o efeito do neurotransmissor primário. 
-> Liberação da ACh: 
-Quando um potencial de ação propagado por canais de sódio voltagem-dependentes, 
chega ao terminal nervoso, abrem-se canais de cálcio voltagem-dependentes na membra- 
na pré-sináptica, causando um aumento na concentração de cálcio intracelular. 
-Níveis elevados de cálcio promovem a fusão das vesículas sinápticas com a membrana 
celular e a liberação do seu conteúdo no espaço sináptico. 
-Essa liberação pode ser bloqueada pela toxina botulínica, em contraste, a toxina da 
aranha viúva-negra provoca a liberação de toda a ACh armazenada nas vesículas, 
esvaziando-a na fenda sináptica 
-> Ligação com o receptor: 
-A Ach liberada das vesículas sinápticas difunde-se através do espaço sináptico e se liga 
a receptores pós-sinápticos na célula-alvo, ao receptor pré-sináptico na membrana do 
neurônio que liberou a Ach ou a outros receptores-alvo pré-sinápticos. 
-Os receptores pós-sinápticos colinérgicos na superfície dos órgãos efetores são divididos 
em duas classes: muscarínicos e nicotínicos (Fig. 4.2). 
-A ligação ao receptor leva a uma resposta fisiológica no interior da célula, como o início 
de um impulso nervoso na fibra pós-ganglionar ou a ativação de enzimas específicas nas 
células efetoras mediadas por moléculas segundas mensageiras. 
-> Degradação da ACh:
-O sinal no local efetor pós-juncional termina rapidamente devido à hidrólise da ACh pela 
acetilcolinesterase (AChE), formando colina e acetato na fenda sináptica (Fig. 4.3). 
-OBS: a butirilcolinesterase, às vezes denominada pseudocolinesterase, é encontrada no 
plasma, mas não desempenha função significativa na terminação do efeito da ACh na 
sinapse.) 
-> Reciclagem da colina: 
-A colina pode ser recaptada por um sistema de alta afinidade ligado ao sódio que 
transporta a molécula de volta para o neurônio. Ali, ela é acetilada em ACh, que é 
armazenada até a liberação por um potencial de ação subsequente 
III. RECEPTORES COLINÉRGICOS (COLINOCEPTORES) 
- Duas famílias de receptores colinérgicos: muscarínicos e nicotínicos
- Podem ser diferenciadas entre si com base em suas diferentes 
afinidades para fármacos que mimetizam a ação da ACh (fármacos 
colinomiméticos). 
Receptores muscarínicos 
-Pertencem à classe dos receptores acoplados à proteína G 
(receptores metabotrópicos). 
-Esses receptores, além de se ligarem à ACh, reconhecem a 
muscarina, um alcaloide que está presente em certos cogumelos 
venenosos. 
-Os receptores muscarínicos apresentam baixa afinidade pela nicotina 
(Fig. 4.4A). 
-Há cinco subclasses de receptores muscarínicos, mas somente os 
receptores M1, M2 e M3 foram caracterizados funcionalmente. 
->Localização dos receptores muscarínicos: 
-Localizam em gânglios do sistema nervoso periférico e em órgãos efetores autônomos 
(coração, músculos lisos, cérebro e glândulas exócrinas)
-Embora os cinco subtipos sejam encontrados nos neurônios, receptores M1 também 
são encontrados nas células parietais gástricas; M2, nas células cardíacas e nos mús- 
culos lisos; e M3, na bexiga, nas glândulas exócrinas e no músculo liso. 
-OBS: fármacos com ações muscarínicas preferencialmente estimulam receptores 
muscarínicos nesses tecidos, mas em concentrações elevadas, podem mostrar alguma 
atividade em receptores nicotínicos.
-> Mecanismos de transdução do sinal pela ACh: 
-Inúmeros mecanismos moleculares diferentes transmitem o sinal gerado na ocupação 
do receptor pela ACh. 
-Receptores M1 ou M3 são ativados -> o receptor sofre uma mudança conformacional e 
interage com uma proteína G (Gq) -> ativa a fosfolipase C -> produção de segundos 
mensageiros trifosfato (1,4,5) de inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG). 

-O IP3 causa aumento no Ca
2+ intracelular. O cálcio, pode estimular ou inibir enzimas ou 
causar hiperpolarizacão, secreção ou contração. 
-O DAG ativa a proteinocinase C, uma enzima que fosforila inúmeras proteínas no 
interior da célula. 
-Em contraste :
Receptores do subtipo M2 são ativados no músculo cardíaco -> estimularão da proteína 
G (Gi) -> inibe a adenililciclase e aumenta a condutância do K -> O coração responde 
diminuindo a velocidade e a força de contração. 

-> Agonistas muscarínicos: 
-A pilocarpina é um exemplo de agonista muscarínico não seletivo usado no tratamento 
da xerostomia e do glaucoma. 
Agonistas dos receptores M1 são investigados para o tratamento da doença de 
Alzheimer, e antagonistas dos receptores M3, para o tratamento da doença pulmonar 
obstrutiva crônica. 
-OBS: Atualmente nenhum fármaco clinicamente importante interage apenas com 
receptores M4 e M5.) 
Receptores nicotínicos 
- Se ligam a ACh
- Reconhecem a nicotina, mas têm baixa afinidade pela muscarina (Fig. 4.4B). 
- Composto de cinco subunidades e funciona como um canal iônico disparado pelo 
ligante. 
- A ligação de duas moléculas de ACh provoca uma alteração conformacional que 
permite a entrada de íons sódio, resultando na despolarização da célula efetora. 
- A nicotina em concentração baixa estimula o receptor; em 
concentração alta, o blo- queia. 
- Os receptores nicotínicos estão localizados no SNC, na 
suprarrenal, nos gânglios autônomos e na junção neuromuscular 
(JNM) nos músculos esqueléticos. 
- Os localizados na junção são designados de NM, e os outros, NN. 
- Os receptores nicotínicos dos gânglios autônomos diferem 
daqueles situados na JNM. 
- Os receptores ganglionares são bloqueados seletivamente pela 
mecamilamina e os receptores da JNM são bloqueados 
especificamente pelo atracúrio 
IV. AGONISTAS COLINÉRGICOS DE AÇÃO DIRETA
-Os agonistas colinérgicos mimetizam os efeitos da ACh ligando-se diretamente aos 
colinoceptores (muscarínicos ou nicotínicos). 
-Estes fármacos podem ser classificados em dois grupos: 
1. Ésteres da colina endógenos, queincluem a ACh e ésteres sintéticos de colina, 
como o carbacol e o betanecol
2. Alcaloides de ocorrência natural, como a nicotina e a pilocarpina.
-Todos os fármacos colinérgicos de ação direta têm efeitos mais prolongados do que a 
ACh. 
-Alguns dos fármacos terapeuticamente mais úteis (pilocarpina e betanecol) se ligam 
preferencialmente aos receptores muscarínicos e algumas vezes são referidos como 
fármacos muscarínicos. 
-Os receptores muscarínicos estão localizados primariamente, mas não exclusivamente, 
nas junções neuroefetoras do sistema nervoso parassimpático. 
-Os agonistas de ação direta mostram pouca especificidade nas suas ações, o que limita 
sua utilida- de clínica. 
A. Acetilcolina 
-> Diminuição da frequência e do débito cardíaco: 
-Mimetiza os efeitos da estimulação vagal no coração
-Em via intravenosaproduz uma breve redução na frequência cardíaca (cronotropismo 
negativo) e no volume sistólico.
-> Diminuição da pressão arterial
-Há vasodilatação e diminuição da pressão sanguínea por mecanismo indireto. 
-A atropina bloqueia esses receptores muscarínicos e evita que a ACh produza 
vasodilatação. 

-> Outras ações: 
-No (TGI), a ACh aumenta a secreção salivar e estimula as secreções e a motilidade 
intestinal. As secreções bronquiais também são aumentadas. 
-No trato geniturinário, a ACh aumenta o tônus do músculo detrusor, causando micção. 
-No olho, a ACh estimula a contração do músculo ciliar para a visão próxima e contrai o 
esfíncter da pupila, causando miose (constrição acentuada da pupila).
-A ACh (em solução a 1%) é instilada na câmara anterior do olho para produzir miose 
durante cirurgias oftálmicas. 

B. Betanecol 
-Não tem ações nicotínicas (pela presença do grupo metila), mas apresenta forte 
atividade muscarí-nica. 
->Ações:
-Musculatura lisa da bexiga urinária e no TGI. 
-Estimula diretamente os receptores muscarínicos, aumentando a motilidade e o tônus 
intestinal. 
-Também estimula o músculo detrusor da bexiga e relaxa os músculos trígono e o 
esfíncter -> provocam a micção. 

-> Aplicações terapêuticas: 
-No tratamento urológico, o betanecol é usado para estimular a bexiga atônica, 
particularmente na retenção urinária não obstrutiva no pós-parto ou pós-operatório. 
-Pode ser usado no tratamento da atonia neurogênica, bem como no megacolo do 
intestino. 
->Efeitos adversos: 
-Causa os efeitos da estimulação colinérgica generalizada, que incluem:
*sudoração (diafo- rese)
*salivação
*rubor
*diminuição da pressão arterial
*náuseas
*dor abdominal
*diarreia 
*broncoespasmo. 
-O sulfato de atropina pode ser administrado para superar as graves respostas 
cardiovasculares ou broncoconstritoras desse fármaco. 

C. Carbacol (carbamilcolina) 
-> Ações:
-Tem amplos efeitos nos sistemas cardiovascular e gastrintestinal devido à sua atividade 
estimulante ganglionar, podendo primeiro estimular e depois deprimir esses sistemas. 
-Ele pode causar liberação de epinefrina da suprarrenal por sua ação nicotínica. I
-No olho, o carbacol diminui os efeitos da ACh, causando miose e espasmo de 
acomodação, no qual o músculo ciliar permanece em um estado constante de contração. 

-> Usos terapêuticos: 
-Devido a sua alta potência, ine$specificidade por receptor e duração de ação 
relativamente longa, o carbacol raras vezes é usado em terapêutica.
-É usado teurapeuticamente no olho, como fármaco miótico no tratamento do glaucoma, 
por causar contração pupilar e diminuição da pressão intraocular. 

-> Efeitos adversos: 
-Nas doses usadas em oftalmologia, ocorre pouco ou nenhum efeito adverso, devido à 
sua escassa penetrabilidade sistêmica (o carbacol é uma amina quaternária). 

D. Pilocarpina 
-> Ações: 
- Primariamente em oftalmologia. 
-Aplicada localmente no olho, a pilocarpina produz rápida miose e contração do músculo 
ciliar. 
-Quando o olho está em miose, ocorre espasmo de acomodação. A visão se torna fixa 
para uma distância particular, tornando impossível a focalização (Fig. 4.7). 
-É um dos mais potentes estimulantes das secreções, como suor, lágrimas e saliva, mas 
seu emprego para esses efeitos é limitado devido à sua falta de seletividade. 
-O fármaco é útil em promover salivação nos pacientes com xerostomia resul- tante de 
irradiação na cabeça e no pescoço.
- A síndrome de Sjögren, caracterizada por xerostomia e falta de lágrimas, é tratada com 
comprimidos orais de pilocarpina e cevimelina, um fármaco colinérgico que também tem o 
inconveniente de ser inespecífico. 

->Usos terapêuticos no glaucoma: 
-É usada no tratamento do glaucoma e é o fármaco de escolha na redução emergencial 
da pressão intraocular nos glaucomas de ângulo aberto e ângulo fechado.
-É extremamente eficaz na abertura da rede trabecular ao redor do canal de Schlemm, 
causando uma redução imediata na pressão intraocular devido à drenagem do humor 
aquoso. Essa ação ocorre em minutos, dura de 4 a 8 horas e pode ser repetida. 
(Nota: os inibidores da anidrase carbônica tópicos, como a dorzolamida, e o bloqueador β-
adrenérgico timo- lol são eficazes no tratamento crônico do glaucoma, mas não são 
usados na redução da pressão intraocular de emergência.) 
-A ação miótica da pilocarpina também é útil na reversão da midríase devido à atropina. 
-> Efeitos Adversos:
*Visão turva
*Cegueira noturna 
*Dor na testa. 
-A Intoxicação se caracteriza pelo exagero de vários efeitos parassimpáticos, incluindo 
sudoração (diaforese) e salivação, são similares a aqueles produzidos pelo consumo de 
cogumelos do gênero Inocybe. 
A administração parenteral de atropina, em dosagem que consegue atravessar a barreira 
cerebrospinal, é usada para antagonizar a toxicidade da pilocarpina. 


V. AGONISTAS COLINÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA: ANTICOLINESTERÁSICOS 
(REVERSÍVEIS) 
A. Edrofônio 
-> Ações:
-Ele é absorvido rapidamente e tem duração de ação curta (10-20 minutos), devido à 
eliminação renal rápida.
-> Usos terapêuticos:
-É usado no diagnóstico da miastenia grave, uma doença autoimune causada por 
anticorpos contra o receptor nicotínico nas JNMs. Isso causa sua degradação e reduz o 
número de receptores disponíveis para interação com a ACh. 
-A injeção IV do edrofônio leva a um rápido aumento da força muscular. 
-O edrofônio pode ser usado também para avaliar o tratamento inibidor da colinesterase, 
para diferenciar entre crises colinérgicas e miastênicas e para reverter os efeitos de 
bloqueadores neuromusculares não despolarizantes após a cirurgia. 
-> Reações Adversas:
-O excesso do fármaco pode provocar uma crise colinérgica (atropina é o antagonista). 
B. Fisostigmina 
-> Ações: 
-Estimula os receptores muscarínicos e nicotínicos do SNA e os receptores nicotínicos da 
JNM. 
-Pode entrar no SNC e estimular os locais colinérgicos. 
-> Usos terapêuticos:
- A fisostigmina aumenta a motilidade do intestino e da bexiga, servindo no tratamento de 
atonia nos dois órgãos. 
- Ela é usada também no tratamento de doses excessivas de fármacos com ações 
anticolinérgicas, como a atropina. 
-> Efeitos adversos: 
-No SNC, pode causar convulsões quando são usadas dosagens elevadas, bradicardia e 
queda da pressão arterial.
-A inibição da AChE nas JNMs causa acúmulo de ACh e resulta em paralisia dos 
músculos esqueléticos. 
-Esses efeitos raramente são observados com doses terapêuticas. 

C. Neostigmina 
-> Ações: 
-Inibe reversivelmente a AChE.
-Ao contrário da fisostigmina, a neostigmina tem um nitrogênio quaternário, por isso ela é 
mais polar, é pouco absorvida no TGI e não entra no SNC. 
-Seu efeito nos músculos esqueléticos é maior do que o da fisostigmina e pode estimular 
a contratilidade antes de paralisá-la. 
-> Usos terapêuticos: 
-É usada para estimular a bexiga e o TGI
-Usada como antagonista de fármacos bloqueadores musculares competitivos. 
-Usada no tratamento sintomático da miastenia grave. 
-> Efeitos adversos: 
-Salivação, rubor, redução da pressão arterial, náusea, dor abdominal, diarreia e 
broncoespasmo.-Não causa efeitos adversos no SNC 
-Não é usada para tratar os efeitos tóxicos de fármacos antimuscarínicos de ação central, 
como a atropina. 
-Contraindicada quando há obstrução do intestino ou da bexiga. 
D. Piridostigmina e ambenônio 
-A piridostigmina e o ambenônio são outros inibidores da colinesterase.
->Ações:
-Suas durações de ação são intermediárias (3-6 horas e 4-8 horas, respectivamente), mas 
mais longas do que a da neostigmina. 
-> Usos terapêuticos: 
-No tratamento crônico da miastenia grave.
-> Efeitos adversos:
-São similares aos da neostigmina. 
E.Tacrina, donepezila, rivastigmina e galantamina 

->Ações:
-Remédios para a perda da função cognitiva em pacientes com a doença de 
Alzheimer. A tacrina foi o primeiro disponível, mas foi substituída por outros devido à sua 
hepatotoxicidade. Apesar de donepezila, rivastigmina e galantamina retardarem o avanço 
da doença, nenhum evitou sua progressão. 
-> Efeito adverso:
-É o distúrbio gastrintestinal (GI)). 

I. AGONISTAS COLINÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA: ANTICOLINESTERÁSICOS 
(IRREVERSÍVEIS) 
-Inúmeros compostos organofosforados sintéticos apresentam a propriedade de ligarse 
covalentemente à AChE. O resultado é um aumento de longa duração nos níveis de ACh 
em todos os locais onde ela é liberada. 
-Vários desses fármacos são extremamente tóxicos e foram desenvolvidos como agentes 
“contranervos” com fins militares. 
-Os compostos relacionados, como paration e malation, são usados como inseticidas. 
A. Ecotiofato 
-> Mecanismo de ação: 
-É um organofosforado que se liga covalentemente no local ativo da AChE por meio do 
seu grupo fosfato (Fig. 4.10). Quando isso ocorre, a enzima é inativada per- 
manentemente, e o restabelecimento da atividade da AChE requer a síntese de novas 
moléculas de enzimas. Após a modificação covalente da AChE, a enzima 
fosforilada libera lentamente um de seus grupos etila. A perda do grupo 
alquila, o que é denominado envelhecimento, torna impossível para os 
reativadores químicos, como a pralidoxima, romper a ligação entre o fármaco 
remanes- cente e a enzima. 

-> Ações: 
-As ações do ecotiofato incluem estimulação colinérgica generalizada, 
paralisia da função motora (causando dificuldades res- piratórias) e 
convulsões. 
-O ecotiofato provoca intensa miose, e tem uso terapêutico para isso. A 
pressão intraocular cai pela facilitação do efluxo do humor aquoso. 
-A atropina em dosagem elevada pode reverter vários dos efeitos periféricos 
e alguns dos efeitos muscarí- nicos centrais do ecotiofato. 

-> Usos terapêuticos: 
-Está disponível uma solução oftálmica tópica para o tratamento do 
glaucoma de ângulo aberto. Contudo, o ecotiofato raramente é usado, 
devido ao perfil de efeitos adversos, incluindo o risco de causar catarata.

VII. TOXICOLOGIA DOS FÁRMACOS ANTICOLINESTERÁSICOS 
-Nos EUA, os inibidores irreversíveis da AchE (na maioria compostos organo- fosforados) 
são usados comumente como inseticidas na agricultura, o que tem gerado numerosos 
casos de envenenamentos acidentais com essas substâncias. 
-Além disso, são frequentemente usados com propósito suicida e homicida. Gases 
organofosforados que atuam em nervos, como o sarin, são usados em armas de guerra e 
terrorismo químico. 
-A toxicidade dessas substâncias se manifesta com sinais e sintomas nicotínicos e 
muscarínicos (crise colinérgica). 
-Dependendo da substância, o efeito pode ser periférico ou afetar todo o organismo. 
A. Reativação da acetilcolinesterase 
-A pralidoxima (2-PAM) pode reativar a acetilcolinesterase (AchE) inibida. Contudo, ela é 
incapaz de entrar no SNC e por isso, não é útil no tratamento dos efeitos dos 
organosfosforados no SNC. 
-A presença de um grupo químico carregado permite que a pralidoxima se aproxime do 
sítio aniônico na enzima, onde ela essencialmente desloca o grupo fosfato do 
organofosforado e regenera a enzima. Se for administrada antes de acontecer a 
estabilização da enzima alquilada, ela consegue reverter os efeitos periféricos 
muscarínicos e nicotínicos, mas não os efeitos no SNC. 
-Com os novos fármacos, que produzem a estabilização do comple- xo enzimático em 
segundos, a pralidoxima é menos eficaz. 
-A pralidoxima é um inibidor fraco da AChE e, em dosagens maiores do que as usuais, 
pode causar efeitos similares aos de outros inibidores da AChE (Figs. 4.6 e 4.9). Além 
disso, ela não consegue reverter a toxicidade dos inibi-dores reversíveis de AChE (p. ex., 
fisostigmina). 
B. Outros tratamentos 
-A atropina é administrada para prevenir os efeitos adversos muscarínicos dessas 
substâncias. Tais efeitos incluem aumento das secreções bronquiais e da saliva, 
broncoconstrição e bradicardia. 
-O diazepam também é administrado para diminuir a convulsão persistente causada por 
essas substâncias. 
-Medidas gerais de apoio, como manutenção da patência das vias aéreas, suprimento de 
oxigênio e respiração assistida, também podem ser necessárias. 
Antagonistas Colinérgicos - CAP 5
I. RESUMO 
-Antagonista colinérgico é um termo geral para 3 grupos de fármacos :
1.Fármacos que se ligam aos colinoceptores (muscarínicos ou 
nicotínicos): 
-Previnem os efeitos da acetilcolina (ACh) ou outros agonistas 
colinérgicos. 
-Os fármacos deste grupo clinicamente mais úteis são os bloqueadores 
seletivos dos receptores muscarínicos, denominados comumente de 
fármacos anticolinérgicos (um termo impróprio, pois antagonizam 
apenas os receptores muscarínicos), fármacos antimuscarínicos (termo 
mais preciso) ou parassimpaticolíticos. 
-Os efeitos da inervação parassimpática são interrompidos, e as ações 
da estimulação simpática ficam sem oposição. 
2. Fármacos, os bloqueadores ganglionares: 
-Mostra preferência pelos receptores nicotínicos dos gânglios 
simpáticos e parassimpáticos. 
-Clinicamente, são os fármacos menos importantes entre os anticolinérgicos. 
3. Fármacos Bloqueadores neuromusculares (BNMs) (principalmente antagonistas 
nicotínicos):
-Interferem com a transmissão dos impulsos eferentes aos músculos esqueléticos. 
-Esses fármacos são empregados como adjuvantes que relaxam a musculatura 
esquelética na anestesia, durante a cirurgia, na intubação e em vários procedimentos 
ortopédicos. 
II. ANTIMUSCARÍNICOS 
-Bloqueiam os receptores muscarínicos, causam inibição das funções muscarínicas e 
bloqueiam os poucos neurônios simpáticos excepcionais que são colinérgicos, como os 
que inervam as glândulas salivares e sudoríparas. 
-Como não bloqueiam os receptores nicotínicos, os fármacos antimuscarínicos têm pouca 
ou nenhuma ação nas junções neuromusculares (JNMs) ou nos gânglios autônomos. 
Atropina 
-Liga-se competitivamente à ACh e impede sua ligação aos receptores.
- Os efeitos inibidores mais intensos ocorrem nos brônquios e nas secreções de suor e 
saliva .
->Ações: 
1.Olho: 
-Bloqueia toda a atividade muscarínica no olho, resultando em midríase persistente 
(dilatação da pupila), ausência de resposta à luz e cicloplegia (incapacidade de focar a 
visão para perto). 
-Em pacientes com glaucoma de ângulo fechado, a pressão intraocular pode aumentar 
perigosamente. 
2. Trato gastrintestinal (TGI):
-A atropina (na forma do isômero ativo) pode ser usada como antiespasmódico para 
reduzir a atividade do TGI. 
-Atropina e escopolamina são provavelmente os antiespasmódicos mais potentes 
disponíveis. 
-Embora a motilidade gástrica seja redu-zida, a produção de ácido clorídrico não é 
afetada de forma significativa. Portanto, a atropina não é eficaz no tratamento da úlcera 
péptica. 
-Doses de atropina que reduzem os espasmos também diminuem a secreção salivar, a 
acomodação ocular e a micção. Esses efeitos diminuem a adesão à atropina. 
3.Sistema cardiovascular:
-A atropina produz efeitos divergentes no sistema cardiovascular, dependendo da dose 
(Fig. 5.4). 
-Em doses baixas, o efeito predominante é a diminuição da frequência cardíaca. Esse 
efeito resulta do bloqueio dos receptores M nos neurônios pré-juncionais (ou pré-
sinápticos)inibitórios, permitindo assim aumento da liberação de ACh.
-Em dosagens mais altas de atropina causam aumento progressivo na frequência 
cardíaca pelo bloqueio dos receptores M2 no nódulo sinoatrial. 
4. Secreções: 
-A atropina bloqueia os receptores muscarínicos nas glândulas salivares, produzindo 
xerostomia (secura da boca). 
-As glândulas salivares são muito sensíveis à atropina. 
-As glândulas sudoríparas e lacrimais são afetadas de modo similar. 
(Nota: a inibição da secreção de suor pode causar ele- vação da temperatura corporal, o 
que pode ser perigoso em crianças e idosos.) 
-> Usos terapêuticos: 
Oftálmico:
-No olho, a atropina tópica exerce efeito midriático e cicloplégico, permitindo a 
mensuração de erros de refração sem interferência da capacidade adaptativa do olho. 
-Os antimuscarínicos de ação mais curta (ciclopentolato e tropicamida) substituíram 
amplamente a atropina devido à midríase prolongada que ela provoca (7-14 dias, contra 
6-24 hora com os outros fármacos). 
Antiespasmódico: 
-É usada como antiespasmódico para relaxar o TGI. 

Cardiovascular: 
-É usada para tratar bradicardias de várias etiologias. 

Antissecretor: 
-Algumas vezes, é usada como anti-secretora para bloquear as secreções do trato 
respiratório superior e inferior, previamente à cirurgia. 

Antagonista de agonistas colinérgicos: 
* A capacidade que a atropina tem de entrar no sistema nervoso central (SNC) é de 
particular importância no tratamen- to de efeitos tóxicos centrais de anticolinesterásicos. 
-É usada no tratamento da intoxicação com:
* organofosforados (inseticidas, gases de nervos)
* dosagens excessivas de anti- colinesterásicos usados na clínica (como a fisostigmina)
* alguns tipos de envenenamentos por cogumelos (certos cogumelos contém substâncias 
colinérgicas que bloqueiam as colinesterases). 
-> Farmacocinética: 
-A atropina é bem absorvida, parcialmente biotransformada no fígado e eliminada 
primariamente na urina. 
-Tem uma meia-vida de cerca de 4 horas. 
-> Efeitos adversos: 
-Dependendo da dose, a atropina pode causar;
*xerostomia, visão turva, sensação de “areia nos olhos”, taquicardia e constipação.
-Os efeitos no SNC incluem: 
*intranquilidade, confusão, alucinações e delírio, podendo evoluir para depressão, colap- 
so dos sistemas circulatório e respiratório e morte. 
-Dosagens baixas de inibidores da colinesterase, como a fisostigmina, podem ser usadas 
para neutralizar a toxicidade por atropina. 
-A atropina também pode causar incômoda retenção de urina. 
-O fármaco pode ser perigoso para crianças, pois elas são sensíveis aos seus efeitos, em 
particular ao rápido aumento da temperatura corporal que ele pode causar. 
Escopolamina 
-Alcaloide amina terciária de origem vegetal 
-Produz efeitos periféricos similares aos da atropina. 
-Tem maior ação no SNC (ao contrário da atropina, os efeitos do SNC são observados em 
dosagens terapêuticas) 
-Duração de ação mais longa. 
-> Ações: 
-É um dos fármacos anticinetóticos mais eficazes disponíveis. 
-Tem o efeito incomum de bloquear a memória de curta duração. 
-Ao contrário da atropina, a escopolamina produz sedação, mas, em doses mais eleva- 
das, pode produzir excitação. 
-Ela pode causar euforia e é sujeita a abuso. 

-> Usos terapêuticos: 
-Prevenção da cinetose, náuseas e emeses pós-cirúrgicas. 
-Contra a cinetose, está disponível como adesivo tópico, eficaz por até 3 dias. 
(Nota: como ocorre com todos os fármacos usados contra a cinetose, a escopolamina é 
muito mais eficaz para prevenir do que para tratar o enjoo em andamento.) 

-> Farmacocinética e efeitos adversos:
-Esses aspectos são similares aos da atropina. 

Ipratrópio e tiotrópio 
->Uso terapêutico:
-Esses fármacos estão aprovados como broncodilatadores para o tratamento de 
manutenção do broncoespasmo associado com a doença pulmonar obstrutiva crônica 
(DPOC). 
-O ipratrópio também é usado no tratamento agudo do broncoespasmo na asma. 
->Ações:
-Ambos são administrados por inalação. 
-Devido às suas cargas positivas, esses fármacos não entram na circulação sistêmica e 
nem no SNC, isolando seus efeitos no sistema pulmonar. 
-O tiotrópio é administrado uma vez ao dia, sua principal vantagem sobre o ipratrópio, que 
requer dosagens de até quatro vezes ao dia. 
Tropicamida e ciclopentolato 
->Uso terapêutico:

-Esses fármacos são usados como soluções oftálmicas, para midríase e cicloplegia.
->Ações:
-A duração da ação é menor do que a da atropina.
-A tropicamida produz midríase por 6 horas e o ciclopentolato, por 24 horas. 

Benzotropina e triexifenidila 
->Uso terapêutico:

-Benzotropina e triexifenidila são úteis como complemento de outros anti-parkinsonianos 
no tratamento do mal de Parkinson e outros tipos de síndromes parkinsonianas, incluindo 
sintomas extrapiramidais causados por antipsicóticos. 
Darifenacina, fesoterodina, oxibutinina, solifenacina, tolterodina e cloreto 
de tróspio 
-A oxibutinina está disponível como sistema transdérmico (adesivo cutâneo), que é mais 
bem tolerado porque causa menos xerostomia do que as formulações orais. 
-A eficácia geral destes antimuscarínicos é similar. 

->Uso terapêutico:

-Estes fármacos tipo atropina, sintéticos, são usados no tratamento da doença da bexiga 
superativa. 
-Bloqueando os receptores muscarínicos na bexiga, diminui a pressão intravesical, 
aumenta a capacidade da bexiga e diminui a frequência de suas contrações.
->Efeitos adversos: xerostomia, constipação e visão turva, o que limita a sua tolerância 
se forem usados continuamente. 
III. BLOQUEADORES GANGLIONARES 
-Atuam nos receptores nicotínicos dos gânglios autônomos parassimpático e simpático. 
-Alguns também bloqueiam os canais iônicos dos gânglios autônomos. 
-Não são eficazes como antagonistas neuromusculares. 
-Bloqueiam completamente os impulsos do sistema nervoso autônomo (SNA) nos 
receptores nicotínicos. 
-A resposta dos bloqueadores não despolarizantes é complexa e na maior parte 
imprevisível. Por isso, o bloqueio ganglionar raramente é usado em terapêutica, mas com 
frequência serve como ferramenta na farmacologia experimental. 
A. Nicotina 
-Um componente da fumaça do cigarro, a nicotina é um veneno com vá- rias ações 
indesejadas. 
-Ela não tem benefícios terapêuticos e é prejudicial à saúde. 
-Dependendo da dose, a nicotina despolariza os gânglios autônomos, resultando primeiro 
em estimulação e depois em paralisia de todos os gânglios. 
-O efeito estimulante é complexo e resulta do aumento da liberação do neurotransmissor 
(Fig. 5.8) devido ao seu efeito nos gânglios simpáticos e parassimpáticos. 
-Por exemplo, o aumento da liberação de dopamina e norepinefrina pode ser associado 
com prazer e com supressão de apetite. A resposta final de um sistema fisiológico é a 
soma dos efeitos estimulantes e inibitórios da nicotina. Os efeitos incluem aumento da 
pressão arterial e da frequência cardíaca (devido à liberação do transmissor dos terminais 
adrenérgicos e da suprarrenal) e aumento de peristaltismo e secreções. 
-Em doses mais elevadas, a pressão arterial cai devido ao bloqueio ganglionar, e a 
atividade na musculatura do TGI e da bexiga cessa. 
IV. BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 
-Bloqueiam a transmissão colinérgica entre o terminal nervoso motor e o receptor 
nicotínico no músculo esquelético .
-Atuam como antagonistas (tipo não despolarizante) ou como agonistas (tipo 
despolarizante) nos receptores da placa motora da JNM. 
-Uteis clinicamente durante cirurgias para facilitar a intubação endotraqueal e oferecer 
relaxamento muscular completo em doses anestésicas baixas, permitindo recuperação 
mais rápida da anestesia e diminuindo a depressão respiratória pós-cirúrgica. 
Bloqueadores não despolarizantes (competitivos) 
- O primeiro fármaco conhecido capaz de bloquear a JNM foi o curare, usado pelos 
caçadores nativos da América do Sul na região amazônica para paralisar a caça. Na 
sequência se deu o desenvolvimento da tubocurarina, masela foi substituída por outros 
fármacos com menos efeitos adversos, como cisatracúrio, pancurônio, rocurônio e 
vecurônio. 
- Os fármacos BNMs aumentaram significativamente a segurança da anestesia, pois 
passou a ser necessário menos anestésico para obter relaxamento muscular, 
permitindo ao paciente se recuperar mais rápida e completa- mente após a cirurgia.
- Os BNMs não devem ser usados como substitutos de anestesia inadequadamente 
profunda. 
-> Mecanismo de ação: 
Doses baixas:
- O s f á r m a c o s n ã o d e s p o l a r i z a n t e s b l o q u e i a m 
competitivamente a ACh nos receptores nicotínicos , isto é, 
eles competem com a ACh pelo receptor sem estimulá-lo. 
Assim, esses fármacos impedem a despolarização da 
membrana da célula muscular e inibem a contração muscular. 
-A ação competitiva pode ser superada pela administração de 
inibidores da colinesterase, como neostigmina e edrofônio, que 
aumentam a concentração de ACh na JNM. 
-Os anestesiologisas empregam essa estratégia para diminuir 
a duração do bloqueio neuromuscular. 
-Além disso, em dosagens baixas, os músculos respondem em 
graus variados à estimulação elétrica direta de um estimulador 
periférico, permitindo monitorar a ex- tensão do bloqueio 
neuromuscular. 
Doses elevadas: 
-Os bloqueadores não despolarizantes podem bloquear os canais iônicos na placa 
motora. Isso leva a um enfraquecimento adicional na transmissão neuromuscular, 
reduzindo, assim, a possibilidade de os inibidores da colineste- rase reverterem a ação 
dos bloqueadores não despolarizantes. 
-Com o bloqueio completo, o músculo não responde à estimulação elétrica direta. 

-> Ações: 
-Nem todos os músculos são igualmente sensíveis aos blo- queadores competitivos.
-Os músculos pequenos de contração rápida da face e dos olhos são mais suscetíveis e 
são paralisados primeiro, seguidos de dedos, pernas, músculos do pescoço e do tronco. 
Em seguida, são atingidos os músculos intercostais e finalmente, o diafragma. 
-Os músculos se recuperam na ordem inversa. 

-> Farmacocinética: 
-Todos os BNMs são injetados por via intavenosa ou 
ocasionalmente por via intramuscular pois não são eficazes por via 
oral. 
-Esses fármacos possuem duas ou mais aminas quaternárias na 
sua estrutura anelar volumosa, que previnem sua absorção no 
intestino. 
-Eles penetram pouco nas membranas, não entram nas células e 
nem atravessam a barreira hematencefálica. 
-Vários desses fármacos não são biotransformados e suas ações 
terminam por redistribuição (Fig. 5.10). 
-> EX: 
- O pancurônio é excretado inalterado na urina. 
- O cisatracúrio é degradado espontaneamente no plasma e por hidrólise de éster. Ele 
tem as mesmas propriedades farmacocinéticas do atracúrio, é menos propenso a 
causar convulsões) 
- Os aminoesteroides (vecurônio e rocurônio) são desaceti- lados no fígado, e suas 
depurações são mais demoradas em pacientes com doença hepática. Esses fármacos 
também são excreados inalterados na bile. 
- A escolha de um desses fármacos depende do início e da duração do relaxamento 
muscular desejados.
-> Efeitos adversos: Em geral, os fármacos são seguros, com efeitos adversos mínimos. 
Os efeitos adversos de BNMs específicos são mostrados na Figura 5.11. 

-> Interações farmacológicas: 

1.Inibidores da colinesterase: 
-Fármacos como neostigmina, fisostigmina, piridostigmina e edrofônio podem superar a 
ação dos BNMs não despolarizantes. 
-Com o aumento da dosagem, os inibidores da colinesterase podem causar bloqueio 
despolarizante devido à elevada concentração de ACh na membrana da placa motora.
-Se o bloqueador neuromuscular entrou no canal iônico, os inibidores da colinesterase 
são incapazes de reverter o bloqueio. 
2.Anestésicos hidrocarbonetos halogenados: 
-Fármacos como o desflurano potencializam o bloqueio neuromuscular por ação 
estabilizante na JNM. 
-Esses fármacos sensibilizam a JNM aos efeitos dos BNMs. 
3.Antimicrobianos aminoglicosídeos: 
-Fármacos como a gentamicina e a tobramicina inibem a liberação de ACh dos nervos 
colinérgicos, competindo com os íons cálcio. 
-Eles atuam sinergicamente com o pancurônio e outros bloqueadores competitivos, 
aumentando o bloqueio. 
4.Bloqueadores dos canais de cálcio: 
-Esses fármacos podem aumentar o bloqueio neuromuscular dos bloqueadores 
competitivos. 
Fármacos despolarizantes 
-Os fármacos bloqueadores despolarizantes atuam por 
despolarização da membrana plasmática da fibra muscular, 
similarmente à ação da ACh. 
-Entretanto, esses fármacos são mais resistentes à degradação 
pela acetilcolinesterase (AChE) e assim, despolarizam as fibras 
musculares de modo mais persistente.
- A succinilcolina é o único relaxante muscular despolarizante usado 
atualmente. 
->Mecanismo de ação: 
-O bloqueador neuromuscular despolarizante succinilcolina liga-se 
ao receptor nicotínico e atua como a ACh, despolarizando a junção 
neuromuscular (Fig. 5.12). 
-Diferentemen- te da ACh, que é destruída instantaneamente pela 
AChE, o fármaco despolarizante persiste em concentração elevada 
na fenda sináptica, permanecendo fixado ao receptor por um tempo 
maior e causando uma estimulação constante do receptor. 
-O fármaco despolarizante inicialmente causa a abertura do canal de sódio associado ao 
receptor nicotínico, o que resulta na despolarização do receptor (fase I), isso leva a abalos 
contráteis transitórios do músculo (fasciculações). 
-A ligação persistente torna o receptor incapaz de transmitir impulsos adicionais. Com o 
tempo, a despolarização contínua dá origem a uma repolarização gradual quando o canal 
de sódio se fecha ou é bloqueado. Isso causa resistência à despolarização (fase II) e 
paralisia flácida 

-> Ações: 
-Como ocorre com os bloqueadores competitivos, os músculos respiratórios são 
paralisados por último. 
-A succinilcolina inicialmente provoca breves fasciculações no músculo, causando dor 
muscular. Isso pode ser evitado com administração prévia de pequena dose de 
bloqueador neuromuscular não despolarizante, antes da succinilcolina. 
-Em geral, a duração da ação da succinil- colina é extremamente curta, devido à rápida 
hidrólise pela pseudocolinesterase. 
-Contudo, a succinilcolina que alcança a JNM não é biotransformada pela AChE, 
permitindo que o fármaco se ligue ao receptores nicotínicos. 
-A sua redistribuição ao plasma é necessária para a biotransformação (a vantagem 
terapêutica dura poucos minutos). 
->Usos terapêuticos: 
-Devido ao rápido início, a succinilcolina é útil quando é necessária intubação 
endotraqueal rápida durante a indução da anestesia (a ação rápida é essencial quando a 
aspiração do conteúdo gástrico deve ser evitada durante a intubação). 
-Ela também é usada durante tratamento com choque eletroconvulsivo. 

->Farmacocinética: 
-A succinilcolina é injetada por via IV. 
-Sua breve duração de ação resulta da redistribuição e da rápida hidrólise pela 
pseudocolinesterase do plasma. Por isso, algumas vezes, ela é administrada por infusão 
contínua para manter um efeito mais longo. 
-O efeito do fármaco desaparece rapidamente ao ser descontinuado. 

->Efeitos adversos: 

1. Hipertermia:
- Pode induzir hipertermia maligna em pacientes suscetíveis.
2. Apneia: 
-A administração de succinilcolina em um paciente deficiente de colinesterase plasmática 
ou que tem uma forma atípica da enzima pode levar à apneia prolongada devido à para- 
lisia do diafragma. 
-A liberação rápida de potássio pode contribuir também para prolongar a apneia em 
pacientes com desequilíbrios eletrolíticos que recebem este fármaco. 
-A succinilcolina deve ser usada com cautela ou mesmo não ser usada em pacientes com 
desequilíbrios eletrolíticos sob tratamento com digoxina ou diuréticos (como os pacientes 
com insuficiência cardíaca). 
3. Hiperpotassemia: 
-A succinilcolina aumenta a liberação de potássio das reservas intracelulares. Isso é 
perigoso em pacientes queimados ou com lesão tecidual extensa, nos quais o potássio é 
perdido rapidamentepelas células.

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