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LEIOMIOMAS - São provenientes do miométrio, tecido muscular que reveste o útero e fica abaixo do endométrio. São altamente vascularizados - É uma neoplasia benigna composta por fibras musculares lisas - Sinonímias: fibromas, escleromas, fibromiomas. Não é adequado falar apenas “mioma”. Obs: o correto é falar “leiomiomas”, e não “miomas” (como é comumente dito), pois o prefixo “leio” significa músculo - É um tumor estrogênio-dependente, ou seja, para que cresça, precisa do estímulo constante do estrogênio Tendem a acontecer no período da menacme (fase reprodutiva da mulher), em que os hormônios atingem os seus picos, e a diminuir de incidência no climatério, devido à atrofia ovariana Os leiomiomas também aumentam de incidência na gravidez, não só devido ao aumento de estrogênio como ao aumento do lactogênio placentário humano. Também ocorre a associação dos leiomiomas com a endometriose (patologia estrogênio dependente) e o uso de estrogênio exógeno. - Incidência: é desconhecida, porque na maioria das vezes leiomiomas são assintomáticos. São descobertos ao acaso ao serem realizados outros exames no útero (como a USG transvaginal - Prevalência: em negras e nulíparas (mulheres que nunca engravidaram) ETIOPATOGENIA • ESTROGÊNIO 1. Estradiol: tipo mais potente, produzido a nível de ovário 2. Estrona: potência moderada, produzida a nível periférico 3. Estriol: não tem tanta importância, é metabolizado a nível hepático → A enzima 17beta-hidroxidesidrogenase, que tem como principal função transformar o estradiol em estrona. Estudos mostram que em pacientes com leiomiomas há a diminuição dessa enzima, e como consequência uma maior quantidade de estradiol → Os tecidos leiomiomatosos possuem maior quantidade de receptores para estrogênio • GH (HORMÔNIO DO CRESCIMENTO) → O GH tem uma atividade metabólica aumentada em mulheres negras, favorável ao crescimento dos leiomiomas • PROGESTERONA (tipo A) → Aumenta a ativação da enzima 17beta-hidroxidesidrogenase, que se liga aos receptores estrogênicos, consequentemente, diminuindo-os. Contribui para reduzir o crescimento de leiomiomas. CLASSIFICAÇÃO (DIDÁTICA) • VOLUME - Pequeno: não ultrapassam a sínfise púbica - Médio: entre a linha da cicatriz umbilical à sínfise púbica - Grande: ultrapassa a cicatriz umbilical • LOCALIZAÇÃO - Cervicais: colo do útero (baixíssima incidência) - Ístmicos: segmento inferior (baixa incidência) - Corpóreos: corpo do útero • CAMADA UTERINA - Submucosos: dentro da cavidade uterina - Intramural: dentro da parede do útero - Subseroso: por fora da cavidade do útero Os leiomiomas submucosos e subserosos se prendem ao útero por meio de um pedículo ou estão diretamente na parede, e são chamados de sésseis ➢ Leiomioma Parasita: são leiomiomas subserosos pediculados que crescem muito e seus pedículos se aderem aos órgãos adjacentes ao útero (bexiga, intestino) ➢ Leiomioma Parido: são leiomiomas submucosos pediculados que crescem muito e acabam saindo pelo orifício externo do colo do útero Há também os intramurais com componentes submucosos / subserosos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Irão variar de acordo com o local em que estão localizados. A maioria são assintomáticos Alterações menstruais - Acontece mais nos leiomiomas submucosos, pois a superfície de vasos é aumentada e o miométrio distorcido - Hipermenorreia e menorragia são as principais queixas das pacientes (hipermenorragia) Dor - Mais frequente nos subserosos, devido à distorção da camada muscular Infertilidade Aumento do volume abdominal - O subseroso dá uma maior irregularidade de contorno Distúrbios urinários - Quando crescem muito os subserosos podem aderir à bexiga e é comum a apresentação de queixas como disúria, urgência miccional, perda urinária Distúrbios intestinais DIAGNÓSTICO • ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL - É muito associada à ultrassonografia pélvica ou abdominal em leiomiomas volumosos • HISTEROCOPIA - Só auxilia no caso de leiomiomas submucosos • LAPAROSCOPIA - Usada no caso de leiomiomas subserosos, para ver a cavidade externa do útero • RESSONÂNCIA MAGNÉTICA - Auxilia em pacientes que precisarão de tratamento cirúrgico. Dá o grau de profundidade e invasão do leiomioma intramural TRATAMENTO CLÍNICO • Anovulatórios o Progestogênios: oral, injetável, DIU medicado o Contraceptivos combinados: oral, anel vaginal, adesivo, injetável CRÚRGICO • Análogos do GnRH (tratamento apenas pré-cirúrgico): São usados para diminuir o volume do leiomioma e a cirurgia ocorrer de forma mais tranquila, já que, pelos leiomiomas serem muito vascularizados, é um procedimento cirúrgico que tende a sangrar muito. É um tratamento que não pode ser definitivo e apenas pré-cirúrgico, pois, após 3 ou 4 meses de uso o leiomioma volta a crescer e fica ainda maior do que já era o Vantagens: - Recuperação espontânea dos níveis hemáticos - Menor sangramento nas miomectomias e histerectomias - Permite programar época de gravidez ou tratamento o Desvantagens: - Alto custo - Dificulta a definição de plano de clivagem - Efeitos colaterais: risco de osteoporose • Histerectomia: É o tratamento RADICAL. Retirada do útero. Pode ser total ou subtotal (retirada apenas do corpo) o Via vaginal: pacientes obesas, o Via abdominal: leiomiomas volumosos, pacientes com fibroses e com mais de uma cesária • Miomectomia histeroscópica: É o tratamento CONSERVADOR, feito por vídeo. Apenas para leiomiomas submucosos. Esse procedimento fatia o leiomioma até chegar à sua base EMBOLIZAÇÃO DAS ARTÉRIAS UTERINAS Objetivo: Cortar o suprimento de sangue dos leiomiomas para que eles façam necrose e regridam de volume (40 a 60% do vol uterino em 2-4 meses), a fim de diminuir a sintomatologia da paciente. Quanto maior o leiomioma maior é a probabilidade de falhas. A adenomiose também é fator de risco para falha. Em 15% das mulheres pode haver persistência do sangramento Indicações: • Miomas sintomáticos ou volumosos • Pacientes com prole definida • Desejo de preservação do útero • Contraindicação/resistência à cirurgia Complicações: • (5 a 10% das pacientes) dor prolongada por até 15 dias • (15% dos casos) Síndrome pós-embolização: febre, leucocitose, náuseas, vômitos, anorexia, mal-estar e dor abdominal difusa ALTERAÇÕES SECUNDÁRIAS DOS LEIOMIOMAS • HIALINA • CÍSTICA • VERMELHA/CARNOSA: muito frequente na gravidez, em que leiomiomas existentes tendem a crescer (devido ao aumento do estrogênio). Pode levar a parto prematuro ou abortamento • CALCIFICAÇÃO: frequente em pacientes climatéricas, devido à diminuição do estrogênio. O leiomioma tende a regredir de tamanho • SARCOMATOSA: não se sabe o porquê de acontecer. É uma degeneração maligna do leiomioma. É muito rara. É confirmada a partir de anatomia patológica
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