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Caminhos para combater o tabagismo na sociedade brasileira - Redação exemplar (Viviane)

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Autor: Viviane Giori Côco 
 
 
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Em uma de suas teorias, o filósofo Jean-Paul-Sartre defendeu que “o homem é condenado a 
ser livre”, e este é responsável pelas consequências de suas escolhas. De fato, o tabagismo presente 
na sociedade brasileira assemelha-se à ideia proposta pelo pensador, na medida em que, seja pela 
sua adesão entre os jovens, seja por seus impactos na saúde, continua tornando cada vez mais 
usuários escravos do vício a essas toxinas. Assim, faz-se necessário debater e analisar como esses 
aspectos agravam o tabagismo no Brasil, a fim de encontrar soluções. 
Em primeiro lugar, é inegável que a romantização do cigarro entre os jovens promove seu uso. 
De acordo com a OMS, cerca de 100 mil adolescentes brasileiros fumam, o que corresponde a 0,5% 
do total de fumantes do país. Sem dúvidas, uma das principais razões para esse número é a idealização 
do cigarro como símbolo de popularidade, produzida, principalmente, por letras de música, clipes e 
filmes destinados a esse público alvo, o qual inicia o uso precoce do cigarro. Nesse sentido, esse 
panorama vai ao encontro da tese desenvolvida pela escola de Frankfurt, a indústria cultural, que 
defende que os veículos de informação buscam massificar uma ideia ou produto, no intuito de 
manipular as ações do cidadão, com o fim último de obtenção de lucros. Dessa forma, o consumo 
prematuro dessa droga colabora não só com o aumento da exposição ao cigarro, que pode levar ao 
câncer, por exemplo, mas, sobretudo, pode gerar danos psicológicos graves, uma vez que a ilusão 
criada no jovem é destruída, causando neste um sentimento de frustração, que leva a quadros de 
ansiedade, depressão e até mesmo suicídio. 
Outrossim, é indubitável que a falta de infraestrutura do sistema público de saúde – SUS – para 
atender as pessoas tabagistas age como catalisador no índice de mortos. Segundo a OCDE, 
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Brasil está entre os países que menos 
investem em saúde pública, o que fica claro no que tange ao sucateamento do SUS, que apesar de ser 
um ótimo sistema, carece de verbas mais significativas para seu pleno funcionamento. Em verdade, 
esse contexto afeta diretamente os fumantes pobres, que dependem do sistema, uma vez que o 
percentual de fumantes nas classes mais baixas é alta, por conta da falta de acesso à informação 
sobre os malefícios do cigarro. Dessa maneira, quando um dependente procura o atendimento por 
uma das enfermidades causadas pelo fumo, muitas vezes não o recebe e acaba morrendo na enorme 
fila de espera, situação que fere o direito à saúde previsto na Constituição e deve ser solucionada. 
Logo, medidas são necessárias para a resolução desse impasse. Para isso, cabe ao Ministério 
da Economia, por meio da aprovação de uma lei no Congresso, efetuar um aumento de 20% nos 
impostos sobre a venda do cigarro, bem como o cancelamento de incentivos fiscais às empresas que 
o fabricam, a fim de dificultar o acesso e a produção do cigarro. O dinheiro deverá ser convertido em 
campanhas de conscientização eficientes, veiculadas na televisão e redes sociais, bem como na 
construção de centros de reabilitação que atuem na saúde, a partir da contratação de médicos, a fim 
de diminuir os índices de fumantes no Brasil. É somente assim que a sociedade brasileira livrar-se-á 
do tabagismo.

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