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Desafios para a proteção da população LGBT+ - Redação exemplar (Viviane)

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Autor: Viviane Giori Côco 
 
 
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O comercial de Dia dos Pais da Natura, em 2020, causou revolta entre a maioria dos brasileiros, 
que se propuseram a boicotar a marca por conta da presença da transexual Thammy Miranda como 
representante da figura paterna. Infelizmente, essa situação reflete o forte traço homofóbico da 
sociedade nacional, a qual, juntamente com a falta de representatividade política da parcela LGBT+, 
é responsável pela enorme desproteção dessa minoria no Brasil. Dessa forma, faz-se necessário 
debater e analisar de que forma esses aspectos agem como desafios para a segurança dos LGBT+ no 
contexto nacional. 
Em primeiro lugar, é inegável que a homofobia enraizada na cultura brasileira é a grande causa 
dos altos níveis de violência contra essa minoria no Brasil. Essa problemática decorre da moral vigente 
no país, que apresenta forte nuances conservadoras, sexistas e machistas, herdadas principalmente 
do período colonial, o qual instituiu um modelo tradicional de família, em que o homem é o chefe da 
casa e possui esposa e filhos. Nesse viés, os indivíduos que apresentam orientação sexual não 
heterossexual são considerados fora do padrão e inferiores, e estes passam a ser alvo de discursos 
de ódio, preconceito e, em casos mais graves, até mesmo de homicídio. Prova disso são os dados 
divulgados pelo Grupo Gay da Bahia, os quais afirmam que 1 LGBT+ é morto a cada 28 horas no 
Brasil, fato que corrobora a discriminação praticada contra essa parte da nação, que, mesmo após 
ter se tornado crime, ainda é bastante recorrente, o que evidencia a ineficácia da lei sancionada. 
Outrossim, é indubitável que a falta de representatividade da comunidade LGBT na política 
dificulta que esta alcance maior segurança legal. De acordo com o escritor português José Saramago, 
“o problema do nosso sistema democrático é que permite fazer coisas nada democráticas 
democraticamente”. Sem dúvidas, essa ideia pode ser constatada no Brasil, na medida em que a maior 
parte do povo, por não se importar com a garantia dos direitos dos LGBTs, elege candidatos que, além 
de não traduzirem a luta desse grupo social, muitas vezes são assumidamente homofóbicos, o que 
torna a situação ainda mais difícil para essas pessoas. Nessa perspectiva, essa conjuntura vai de 
encontro aos principais pilares da democracia, justiça e igualdade, mostrando o descaso do Governo 
perante essa causa, condição alarmante que deve ser solucionada. 
Logo, medidas são necessárias para a resolução desse impasse. Para isso, cabe às ONGs 
LGBT+, em parceria com investimentos privados, criar uma petição online, que deverá circular nas 
redes sociais, a qual exija real eficiência das leis, bem como a garantia da segurança desse grupo, 
através da fundação de uma delegacia voltada exclusivamente para crimes de cunho homofóbico, a 
fim de proporcionar o pleno exercício de direitos a essas pessoas. É somente assim que o boicote aos 
LGBTs irá realmente cessar no Brasil.

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