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1/3 Exemplo de Fichamento de Leitura SROUR, Robert Henry. Ética Empresarial: a gestão da reputação. Rio de Janeiro: Campus, 2003, p.9. “Introdução: O senso comum propala que há poucos inocentes nas sociedades contemporâneas. Acresce, de forma provocadora, que as honrosas exceções, tão merecedoras de admiração, confirmam a regra de que “todo mundo tem um preço”. A generalização, porém, é abusiva. Por quê? Porque supõe que a venalidade seja um traço congênito dos homens. Ora, se muitos prevaricam, o mesmo não pode ser dito de todos. A razão disso reside nas condições históricas: nem todos os agentes sociais ficam à mercê de situações de risco que podem levar alguns a cometer ações inidôneas; nem todas as sociedades propiciam iguais seduções para que os agentes transgridam os padrões morais. De fato, ao açular ambições e ao aguçar apetites, as sociedades de economias monetárias abrigam mais tentações do que as sociedades não mercantis e expõem mais as consciências à prova.” Visão de conjunto do parágrafo: O autor apresenta neste parágrafo o problema da corrupção e observa a generalização da idéia segundo a qual todos nós temos um preço. A corrupção seria um traço congênito. O autor discorda da tese. Não entende o fenômeno da corrupção como algo inato, mas um traço cultural. Informações sobre o autor: O autor é cientista social e doutor em Sociologia pela USP. Atualmente exerce o magistério e a atividade de consultoria em ética empresarial. (Disponível em: http://www.wook.pt/authors/detail/id/27254) 2/3 Vocabulário: Propala/propalar: v.td. Tornar público; DIVULGAR; NOTICIAR. Venalidade: sf. Qualidade de venal, do que pode ser vendido. Fig. Qualidade daquele que se vende, prostitui ou deixa se corromper por dinheiro ou outros valores. Açular: v. Despertar ou aumentar energia ou disposição para algo, a vontade de fazer algo etc.; ESTIMULAR; INCENTIVAR; INSTIGA. Aumentar (sentimento, emoção etc. [em alguém]). Congênito: adj. Que se manifesta desde o nascimento ou antes dele (doença congênita). Que se manifesta de maneira natural, espontânea; INATO. (Dicionário Eletrônico Caudas Aulete Digital) CONCEITOS E DEMAIS DADOS: Conceito de senso comum: Conjunto de concepções geralmente aceitas como verdadeiras em determinado meio social. (COTRIM, G. Fundamentos da filosofia. História e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2000, pp. 46-47.) Expressão do senso comum: “todo mundo tem um preço” (p. 9) O mesmo que dizer somos todos corruptos!!! Somos venais, por natureza? Em todas as épocas e lugares encontramos exemplos de corrupção. O que significa ser corrupto? A corrupção tem cura? O que exatamente difere uma pessoa corrupta de outra que não tolera corrupção? 3/3 Esquematização: 1. O autor problematiza a tese do senso comum segundo a qual todos têm um preço (“O senso comum propala...”); 2. Parte da problematização do conceito de venalidade como um traço congênito (“todo mundo tem um preço”); 3. Sob o ponto de vista histórico e cultural a concepção do senso comum se mostra abusiva (“nem todos os agentes sociais ficam à mercê de situações...”). 4. Observa que nas sociedades capitalistas há uma fragilidade dos padrões morais (sociedades de economias monetárias x sociedades não mercantis).
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