Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Estudo dirigido de Patologia – P.S.D. II ESTUDO DIRIGIDO – PATOLOGIA GÁSTRICA 1. Enumerar os mecanismos protetores da agressão à mucosa gástrica e o papel de cada um deles na patogênese da gastrite aguda. 1) Secreção mucosa: fina camada de muco na superfície do estômago e duodeno exibe um coeficiente de difusão para o H+, passando através dessa camada para o lúmen, sem entrar em contato com a superfície epitelial. 2) Secreção de bicabornato: células epiteliais secretam bicarbonato na zona de aderência mucosa, criando um microambiente essencial de pH neutro adjacente a superfície dessas células. 3) Barreira epitelial: junções intercelulares conferem uma barreira à difusão retrógrada do H+. Rupturas epiteliais são rapidamente restituídas com as células existentes migrando ao longo da membrana basal exposta, cobrindo o defeito e refazendo a integridade da barreira epitelial. 4) Fluxo sanguíneo mucoso: o rico aporte sanguíneo fornece O2, bicabornato e nutrientes para as células epiteliais e remove o ácido que possa refluir. 2. Identificar os principais agentes etiológicos (causas) de gastrite aguda e os critérios microscópicos para esse diagnóstico. Uso de anti-inflamatórios não esteroides, consumo excessivo de álcool, tabagismo, quimioterapia, uremia, infecções sistêmicas, estresse tecidual severo (queimaduras, traumas, cirurgias), isquemia e choque, tentativa de suicídio por ingestão de álcalis ou ácidos, irradiação ou congelamento, traumas mecânicos (intubação nasogástrica), gastrectomia distal. Os critérios microscópicos para o diagnóstico são: em gastrite leve o Córium terá edema, congestão vascular e alguns neutrófilos na superfície epitelial. Em casos severos haverá erosão de mucosa e hemorragia. 3. Diferenciar erosão de ulceração explicando as diferenças entre elas e fazendo um desenho esquemático de cada uma na parede gástrica. A erosão é a perda do epitélio superficial gerando um defeito que não ultrapassa a camada muscular da mucosa. Já a úlcera é um processo que se iniciou com uma erosão, no entanto é mais profunda, atingindo a muscular da mucosa e submucosa. 4-Identificar os principais agentes etiológicos (causas) relacionados à gastrite crônica, explicando os mecanismos patogênicos de cada um deles. Infecção crônica por Helicobacter pylori, etiologia imunológica (autoimune) em associação com anemia perniciosa, toxicidade (etilismo e tabagismo), pós cirurgia de retirada antral com refluxo biliar, alteração motora e mecânica (obstrução, benzoar e atonia gástrica), irradiação, inflamações granulomatosas, outros (amiloidose, doença enxerto-versus- hospedeiro). ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Estudo dirigido de Patologia – P.S.D. II 5-Relacionar a localização das gastrites crônicas com a sua etiologia. Gastrite crônica auto-imune: dano difuso da mucosa de fundo-corpo gástrico (e menos intenso em antro). Gastrite crônica por H. pylori e outras causas ambientais: tendem a afetar mais a mucosa antral ou ambas (antro e fundo-corpo pangastrite). 6-Descrever os aspectos macroscópicos característicos da úlcera péptica, na fase aguda (recente) e na fase de cicatrização (antiga). Faça também um desenho esquemático que demonstre a sua explicação. Úlcera recente: bordas mais afastadas pois ainda não houve proliferação epitelial regenerativa. Na base, presença de infiltrado inflamatório caracterizando atividade e vasos congestos. Úlcera antiga: bordas já aproximadas, na tentativa de reparo regenerativo da ferida. Na base, aparece a fibrose com contração cicatricial e pinçamento das camadas musculares próprias, podendo aproximar vasos mesentéricos (maior calibre) e causar hemorragia pela exposição do mesmo. 7- Descreva os critérios microscópicos de uma gastrite crônica inicial e sua evolução para gastrite atrófica e metaplásica. Debris de necrose fibrinoide Infiltrado inflamatório inespecífico com predomínio de neutrófilos Camadas profundas/base da úlcera com tecido de granulação ativo com mononucleares Tecido de granulação sobre cicatriz fibrótica. Vasos espessados e ocasionalmente trombosados. 8-Descreva o quadro clínico “clássico” da úlcera péptica e suas localizações mais comuns no trato gastrointestinal. Dor intensa na região abdominal, que piora de noite, durante o dia costuma ocorrer 1 a 3h após as refeições e é aliviada com álcalis ou comida (existem exceções), além de também apresentar queimação, náuseas, vômitos, inchaço e perda de peso. As localizações mais comuns são: duodeno (a poucos centímetros do anel pilórico, mais frequente na parede anterior), seguido do antro do estômago (na pequena curvatura e incisura angular). Proporção duodeno: estômago de 4:1. 9- Identificar as principais complicações da úlcera péptica. Sangramento (levando a anemia), perfuração: principal relação com mortalidade, obstrução (por edema ou cicatriz) e dor intratável (dor que irradia para as costas e quadrante superior esquerdo torácico, podendo ser confundida com origem cardíaca. ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Estudo dirigido de Patologia – P.S.D. II 10- Descrever as características macroscópicas que nos permitem direcionar a suspeita clínica entre uma úlcera gástrica benigna e uma úlcera gástrica maligna. Úlcera gástrica benigna: pequena, rasa, bem delimitada, convergência de pregas, mucosa adjacente edematosa e avermelhada, base limpa e regular e podem aparecer alguns vasos trombosados. Úlcera gástrica maligna: contornos irregulares, fundo sujo (necrótico), sem convergência de pregas e bordas sobrelevadas. 11- Faça desenhos descrevendo o Carcinoma gástrico quanto à profundidade de invasão, assinalando quais deles são classificados como Precoce e Avancado. Carcinoma precoce: neoplasia maligna confinada a mucosa e a submucosa (independente da presença ou não de linfonodos regionais acometidos por metástase) precoce NÃO é sinônimo de carcinoma in situ Carcinoma avançado: compromete além da submucosa, a camada muscular própria (ou além). 12-Fazer esquema explicativo da Classificação de Borrmann para câncer gástrico avançado. 13- Identifique os 2 subtipos histológicos principais do (Adeno)Carcinoma gástrico e descreva os critérios microscópicos de cada um. Morfologia intestinal (estruturas glandulares malignas) Difuso/ pouco diferenciado (células malignas descoesas, células em “anel de sinete"). ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Estudo dirigido de Patologia – P.S.D. II 14- Explique o que é o Linfonodo de Virchow e seu significado clínico. O linfonodo de Virchow, refere-se ao aumento visível do linfonodo supraclavicular esquerdo, que é suprido pelos vasos linfáticos abdominais. Este sinal está associado a tumores gástricos e uma possível metástase do carcinoma gástrico. 15- Explique o que é o Tumor de Krukenberg e seu significado clínico. É uma neoplasia ovariana secundária a um tumor do trato gastrointestinal, frequentemente bilateral, volumoso e assintomático. Seu significado clínico é visto como metástase do carcinoma gástrico. 16- Quanto ao Linfoma gástrico, identifique o tipo histológico mais comum, sua patogênese (causa) e os achados microscópicos que o caracterizam. Linfoma não-Hodgkin de células B do tecido linfoide associado a mucosa (MALT). Sua causa principal está relacionada a infecção pelo H. pylori e na microscopia verifica-se proliferação de pequenos linfócitos atípicos na mucosa (no córium e infiltrando o epitélio glandular – "lesões linfoepiteliais"), centros germinativos de aspecto reacional e número variável de plasmócitos.
Compartilhar