Buscar

Aulas_01a 10_Resumo geral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 1: O meio ambiente e as relações internacionais: surgimento e evolução histórica do tema no cenário global
Reconhecer o que é a questão ambiental e quando ela passa a ser vista como uma preocupação política entre as nações. 
Verificar a evolução do tema ambiental nas relações políticas internacionais. 
Relacionar o aumento da preocupação com as questões ambientais e o desenvolvimento industrial na Europa e no mundo a partir do século XIX.
As preocupações com a degradação ambiental começaram a surgir ainda no século XIX, mesmo que de maneira esporádica e bastante segmentada:
1846 - É aprovada uma regulação de proteção ao solo na área de Capoe Flats, próxima à Cidade do Cabo, visando “melhor preservação” da área.
1861 - A sanção do Imperador D. Pedro II à lei para a proteção da Floresta da Tijuca em 1861, no Rio de Janeiro.
1863 - A aprovação por parte do Parlamento Inglês do Alkali Act em 1863, visando regularem as indústrias de vidro que emitiam muitos poluentes no ar.
1868 - Onze países europeus assinam um tratado de proteção aos pássaros úteis à agricultura.
1872 - A criação do Parque Yellowstone nos Estados Unidos em 1872, tornando-se o primeiro parque nacional que se tem notícias.
Há uma postura apreensiva dos governos, ou prevenir a degradação ambiental ou priorizar a industrialização a qualquer custo, por outro, a própria sociedade civil mobilizada em torno da defesa do meio ambiente.
A economia clássica e a visão bíblica são orientadas segundo a perspectiva antropocêntrica, ou seja, colocam o homem como centro e a Terra como fornecedora ilimitada de recursos;
A perspectiva geocêntrica coloca a Terra como superior ao Mundo, portanto carrega em seu bojo elementos que fomentarão o debate entre a preservação e conservação ambiental e o desenvolvimento.
A terceira perspectiva busca alinhar o antropocentrismo com o geocentrismo, reconhecendo as limitações da Terra frente ao crescimento econômico ininterrupto. Ou seja, conciliar o bem-estar da humanidade com as condições limitadas de renovação do meio ambiente, gerando o debate sobre o uso.
Os efeitos nocivos sobre o meio ambiente têm como origem, principalmente, a industrialização acelerada nos países mais ricos ao longo da segunda parte do século XIX e, mesmo nos dias atuais, entendendo o problema ambiental como o resultado das relações incongruentes entre o Mundo e a Terra, não podemos descartar o papel central que ocupam as nações mais industrializadas nesta questão. Através da agricultura, das transformações de planícies em grandes cidades, do desmatamento de florestas ou da aplicação de novas pesquisas científicas voltadas para a alimentação, a Terra vem sofrendo alterações no curso normal da renovação do meio ambiente e na sua capacidade de regenerar-se.
Na década de 1960, um grupo de cientistas passa a utilizar modelos matemáticos para prever os riscos impostos ao meio ambiente com o crescimento econômico contínuo, resultando no relatório “Limites ao Crescimento”, publicado em 1972. O termo “mudança global”, para indicar as consequências da atuação humana sobre o meio ambiente, começou a ganhar espaço após divulgações científicas, em torno da década de 1970, segundo as quais as emissões de gazes poderiam alterar a química da atmosfera, resultando em chuvas ácidas, aumento da exposição aos raios ultravioletas do sol e o aquecimento global por conta do efeito estufa.
O advento da Revolução Industrial a partir do século XVIII pode ser visto como um divisor de águas na relação do homem com o meio ambiente. O desenvolvimento acelerado do período não foi acompanhado de preocupações políticas ou pesquisas científicas que pudessem indicar os efeitos nocivos da rápida industrialização sobre a natureza e o meio ambiente e faz a poluição ser vista como um problema da humanidade, pois, com o aumento significativo do grau de poluição em decorrência da industrialização e urbanização, sua escala deixa de ser local e passa a se tornar uma questão global, bem como os processos de degradação ambiental, que antes se davam ao longo de um período substancialmente grande, agora aconteciam de maneira tragicamente acelerada e sob condições ainda mais desgastantes à natureza ambiental. 
Esse efeito não se deu apenas pelo alto nível poluente das indústrias naquela época, mas também porque o sistema ou modo de produção que se consolidava e mundializava, o capitalismo, tem na atividade industrial e econômica elementos propulsores da urbanização e concentração humana em grandes cidades, gerando ainda mais problemas ambientais, tais como o acúmulo de lixo, altíssimo volume de dejetos que poluem rios e mananciais, ou seja, aumento da poluição como um todo, bem como o capitalismo pode ser compreendido como um sistema voltado para a produção, acumulação e consumo de bens, e que tais elementos nada mais são do que produtos (mercadorias) produzidos a partir da transformação de recursos naturais, então podem afirmar que, quanto maior o desenvolvimento capitalista, maior a exploração do meio ambiente.
Constituído pelo homem para satisfazer as novas demandas por consumo e bem-estar, o ambiente urbano tem um efeito significativo sobre o meio ambiente natural ao, por exemplo, canalizar rios, aterrar lagos e litorais, substituir vegetações nativas por produtos agrícolas, realocar a fauna para a expansão de cidades e indústrias, entre outros.
Na virada do séc. XX para o XXI, o tema ambiental atinge seu ponto mais alto com as discussões em torno do aquecimento global e as negociações que resultaram no Protocolo de Kioto, mais tarde Tratado de Kioto.
Uma questão importante para a compreensão dos limites do Direito Ambiental é a soberania dos Estados, em termos de assuntos nacionais, e a aplicabilidade das normas negociadas no âmbito internacional que confere ao Direito Ambiental a necessidade de atuar em parceria.
Aula 2: As conferências internacionais e as transformações na percepção das questões ambientais globais
1. Identificar as principais conferências internacionais sobre o meio ambiente.
2. Verificar a importância dessas conferências na formulação de novas percepções sobre a questão ambiental. 
3. Reconhecer as posturas dos governos frente às questões abordadas na agenda ambiental a partir das organizações internacionais. 
As conferencias internacionais tiveram um papel importantíssimo, seja no sentido de ampliar o escopo da conscientização aos Estados, seja para apresentar novas concepções do tema e demandas por políticas que revertessem o quadro de degradação já em andamento.
Na segunda parte do sec. XX – após a II Guerra Mundial – que os resultados dos encontros transformaram por completo a visão sobre a questão ambiental e infligiu à comunidade internacional uma nova postura para tentar reverter às catástrofes ambientais previstas pelos cientistas e estudiosos do tema.
Ascensão do tema ambiental no cenário internacional pode ser considerada, também, uma consequência da descentralização global em torno dos temas “desenvolvimento” e “segurança”, sobretudo se considerarmos a Guerra Fria como estrutura central na segunda parte do sec. XX.  
O monopólio que o tema da segurança internacional causava na agenda internacional também replicava no quesito desenvolvimento econômico, pois as grandes potências enxergavam no apoio econômico, aos países mais pobres, uma forma de manter intactas suas áreas de influência e, em consequência, a expansão do capitalismo liberal – do lado dos Estados Unidos – ou da economia planificada socialista – do lado da União Soviética. Com o fim da Guerra Fria e do antagonismo da bipolaridade, a agenda entra em continuo processo de “descongelamento”, agregando aos debates internacionais novos valores e reflexões sobre temas pontuais.
Além da iniciativa das Nações Unidas em torno do Relatório Brundtland, outras conferências merecem nossa atenção por conta de seus impactos na percepção dos temas ambientais e conscientização de governos e sociedades.
Ao longo das décadas de 1960 e 1970, características típicas do crescimento econômico acelerado comoo aumento populacional, a expansão da desnutrição nas regiões menos favorecidas e as dúvidas quanto aos recursos não renováveis, fez com que o chamado Clube de Roma investigasse e produzisse, em 1974, o importante relatório “The Limits do Growth”, cujo conteúdo apontava as principais preocupações ambientais dos países membros. Porém, o trabalho desenvolvido pelo Clube de Roma deixa uma importante e fundamental lacuna: e qual seria então o modelo a ser adotado? Visando preencher essa lacuna, em 1976, um novo relatório é produzido a partir do encontro realizado na Áustria, e buscava indicar os caminhos para uma nova ordem internacional factível e praticável aos estadistas e grupos sociais em geral.
Desse encontro resultou a Declaração e Programa de Ação, que recomendava a institucionalização do tema através de organismos internacionais para a questão ambiental e a responsabilidade da sociedade em assegurar a satisfação das necessidades individuais e coletivas sem comprometer a renovação ambiental e sem promover ainda mais degradação.
Outro elemento de grande importância deste relatório foi a ideia de “eco-desenvolvimento”, trazendo pela primeira vez ao debate internacional uma postura diferenciada de desenvolvimento econômico e industrial, baseado na premissa ambiental de limites e posturas voltadas à preservação da natureza e garantia dos recursos para as gerações futuras. O chamado “eco-desenvolvimento” demandava não uma solução única em termos globais, ao contrário, recomendava a pesquisa de soluções especificas para questões regionais.
Na esteira das preocupações quanto ao crescimento econômico e industrial ao longo da década de 1960 e suas consequências na degradação ambiental, realiza-se em 1972, em Estocolmo, uma grande conferencia cujo objetivo era institucionalizar a questão ambiental no cenário internacional, abordando o desenvolvimento e sem esquecer-se das preocupações com a segurança militar.
Logo, a partir de Estocolmo, a questão ambiental passa a ser encarada como parte de um processo de desenvolvimento formado pelas esferas econômicas e sociais.
Também em 1972, como decorrência da busca por institucionalização do tema ambiental no contexto global, é criado dentro da ONU o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com o objetivo de promover pesquisas na área e acordos e convenções que levem a formulação de uma agenda internacional comum quando se fala em meio ambiente.
Já a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (CNUAH), foi a primeira iniciativa em termos de conscientização global e formulação de padrões de comportamento compatíveis com os desafios próprios da interdependência do tema ambiental, indicando o caráter transnacional tanto do controle como do descontrole ambiental.
E em 1983, o então secretario geral da ONU Javier Pérez de Cuéllar indica a Primeira Ministra da Noruega, a senhora Gro Harlem Brundtland, para presidir a recém-criada Comissão Mundial do Meio Ambiente e do Desenvolvimento (CMMAD). Se valendo do apoio de grupos ambientalistas e ONGs ligadas ao tema, que prestaram ajuda na construção de um relatório o mais amplo possível e dentro das expectativas dos países dos hemisférios Norte e Sul, em 1988 é publicado o texto NOSSO FUTURO COMUM, cujas revelações não poderiam mais ser ignoradas pelos governos e que demandavam por uma nova postura política e legislativa.
O relatório é tido como o principal documento oficial produzido sobre o tema, e seu conteúdo chamou atenção para o papel do homem nas ameaças ao perfeito equilíbrio ao meio ambiente planetário, apontando processos já em andamento como erosão de solos, derrubada de florestas, transformações químicas na atmosfera terrestre como o efeito estufa e o buraco na camada de ozônio, os riscos do desenfreado crescimento demográfico e urbano sobre os recursos hídricos e energéticos, a extinção de espécies animais, entre outros.
Cabe ressaltar que, ao avaliar a condições do desenvolvimento sob a perspectiva crítica ao meio ambiente, o relatório apresentou um painel diferenciado entre os países ricos e pobres – mesmo que todos tivessem uma reconhecida parcela de responsabilidade sobre a degradação do meio ambiente –, e reconheceu as necessidades de expansão econômica como desenvolvimento legitimo aos países subdesenvolvidos.
Embora o Relatório Brundtland não instrumentalizasse propostas diretas que guiassem a ação dos Estados ou ao menos servissem de parâmetro para avaliar o trato da questão ambiental, este material teve um importante papel na construção daquilo que entendemos como Desenvolvimento Sustentável.
A ausência de propostas diretas, inclusive, se tornou alvo de criticas quanto à operacionalidade resultante do reconhecimento sobre as questões ambientas e a dualidade encontrada em determinados trechos do documento final. 
Vale ressaltar que o Relatório acabou mostrando pouca isenção, pois, se de um lado enxergou a responsabilidade sobre o meio ambiente como tarefa igualitária entre todas as nações – não diferenciando o papel poluidor que no passado contribuiu para o crescimento e desenvolvimento das potencias do Norte –,  por outro ainda recomendou que amplas áreas nos países do Sul, necessárias ao desenvolvimento local da sua população, fossem mantidas intactas e atrasadas para o “equilíbrio do planeta”, desprezando os mesmos argumentos que colocavam o subdesenvolvimento e a miséria como ameaças ao meio ambiente.
No ano de 1988 uma resolução aprovada pela Assembléia Geral da ONU indica a necessidade de realizar uma conferência na qual fosse possível avaliar a ação dos países a partir da Conferência de Estocolmo de 1972.
No ano seguinte, em 1989,  a Assembléia Geral então convoca a Conferencia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – também conhecida como Cúpula da Terra – e marca sua realização para o mês de junho de 1992, de maneira a coincidir com o Dia do Meio Ambiente e tinha como principais objetivos:
Examinar a situação ambiental mundial desde 1972 e suas relações com o estilo de desenvolvimento vigente.
Estabelecer mecanismos de transferência de tecnologias não-poluentes aos países subdesenvolvidos.
Examinar estratégias nacionais e internacionais para incorporação de critérios ambientais ao processo de desenvolvimento.
Estabelecer um sistema de cooperação internacional para prever ameaças ambientais e prestar socorro em casos emergenciais.
Reavaliar o sistema de organismos da ONU, eventualmente criando novas instituições para implementar as decisões da conferência.
A participação considerável de representantes não estatais foi uma clara demonstração de força e importância desses atores nas negociações internacionais sobre os temas ambientais, garantindo a eles um lugar efetivo nas encontros e debates ocorridos ao longo dos anos seguintes.
A ECO-92 ou Rio-92, como ficou conhecida a Conferência, gerou uma mobilização inédita na comunidade internacional em termos de atitudes urgentes que transformassem o comportamento social e político visando preservar o meio ambiente e a vida na Terra.
1 - Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que explicitou princípios que visassem um novo estilo de vida baseado na proteção aos recursos naturais e na busca do desenvolvimento sustentável, na melhoria das condições de vida dos povos e na preocupação com um crescimento aliando oportunidade aos países e preservação ambiental.
2 - Agenda 21, um importante plano de ação a longo prazo a ser implementado pelos governos, órgãos da ONU, grupos e entidades setoriais independentes e agências de desenvolvimento, respeitando as diferentes situações e condições das regiões e a plena observação dos princípios contidos na Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
3 - Princípios para a Administração Sustentável das Florestas, adotado pelos participantes do evento visando um consenso global sobre o manejo, conservação e desenvolvimento sustentável de todos os tipos de florestas.
4 - Convenção da Biodiversidade, objetivando a conservação, uso sustentável edivisão equitativa e justa dos benefícios da biodiversidade.
5 - Convenção sobre Mudança do Clima, onde são expostas as preocupações sobre a atividade humana e seu impacto na atmosfera, gerando fenômenos como o efeito estufa e o aquecimento global e afetando adversamente ecossistemas naturais e a humanidade.
A ECO-92 foi um importante marco na consagração do conceito de desenvolvimento sustentável e na ampla conscientização sobre as “responsabilidade comuns, porém diferenciadas”, ou seja, de que a degradação ambiental era majoritariamente causada pelos países desenvolvidos, embora as nações em desenvolvimento também tivessem uma responsabilidade sobre o tema.
Dentro dessa perspectiva, destacou-se e necessidade de apoio financeiro e tecnológico para que os países em vias de desenvolvimento pudessem estabelecer uma agenda sustentável de preservação ambiental.
Aula 3: Os debates teóricos sobre desenvolvimento e meio ambiente
1. Identificar as principais linhas teóricas sobre a questão ambiental. 
2. Relacionar as concepções teóricas com a realidade ambiental global.
As analises focadas na questão ambiental, cujo primeiro exemplo pode ser percebido no relatório produzido pelo Clube de Roma, estavam voltadas para a dicotomia entre a preservação ambiental e o crescimento econômico. Importante lembrar que as orientações oriundas do relatório produzido pelo Clube de Roma apontavam na direção do crescimento zero como meio de trazer de volta o equilíbrio do meio ambiente e dos recursos naturais em escala global.
Os preservacionistas, observando o estágio de desenvolvimento da produção e os danos causados ao meio ambiente, defendiam uma postura radical de preservação ambiental baseada na proteção integral de determinados ecossistemas, com o objetivo de garantir sua intocabilidade pelo homem ou que fossem assimilados pela lógica da expansão do desenvolvimento urbano e fossem, no máximo, usadas para fins recreativos ou educacionais. Esse grupo teve um importante papel na criação dos primeiros parques nacionais nos Estados Unidos, como o Parque Nacional de Yellowstone (1872) e o Parque Nacional de Sequoia (1890).
Os conservacionistas, por sua vez, admitiam os riscos da exploração dos recursos naturais e também o avançado estágio da degradação produzido pelo desenvolvimento. No entanto, defendiam um uso racional e eficiente justamente como garantia para a preservação. Defendiam uma postura mais moderada, defendendo a viabilidade em explorar recursos naturais de uma maneira racional, sem promover a degradação ambiental ou extinguir recursos para as gerações futuras. Conservar era justamente utilizar a natureza de uma maneira sustentável, consumir adequadamente de acordo com necessidades equilibradas e considerar as necessidades futuras, e não – como defendiam os preservacionistas – guardar esses recursos e ignorar as necessidades humanas.
A maior parte dos movimentos ambientalistas inclusive, se baseia na visão conservacionista, que se tornou, gradualmente, um consenso entre as nações ao longo do sec. XX e está na base das políticas instruídas pela ideia de desenvolvimento sustentável.
Além desses dois grupos, convêm indicar também os chamados desenvolvimentistas adeptos de que o crescimento econômico deveria acontecer a qualquer custo, sem qualquer preocupação quanto às questões ambientais ou aos danos provenientes da exploração contínua e de grandes proporções sobre os recursos naturais.
Nas décadas posteriores, os debates dentro da esfera ambiental basicamente se polarizaram entre o antropocentrismo e o ecocentrismo.
O antropocentrismo percebe a natureza como um conjunto de elementos que servem ao homem. Logo, todas as consequências da atuação do homem sobre a natureza são legitimadas pelas necessidades naturais da humanidade. Há um aspecto de sustentabilidade à medida que há a necessidade de assegurar a máxima utilização sustentável dos recursos naturais, contando com o controle eficiente do Estado.
O ecocentrismo (ou biocentrismo) baseia-se na ideia de que a natureza e o mundo natural – a Terra – possuem um valor em si, e não são apenas reservas de recursos para as necessidades humanas. Estão bastante influenciados pelas ideias preservacionistas da proteção total e intocabilidade humana. Logo, há uma incompatibilidade entre as atividades humanas e esse estado de preservação ambiental.
Tecnocentrismo, cuja característica principal é o otimismo quanto à evolução tecnológica e as soluções que esses meios poderão oferecer em termos de gestão eficiente dos recursos naturais e assuntos afins. A postura cientifica e a racionalidade econômica são elementos fundamentais na compreensão dos problemas ecológicos e próprios da sociedade. O berço filosófico encontra-se na revolução científico-tecnológica do século XVII, responsável por colocar a ciência e a tecnologia num alto grau de confiabilidade por parte dos homens. Pode ser visto como um pensamento antropocentrista, à medida que coloca nas mãos do homem a atuação sobre o meio ambiente, de acordo com suas necessidades e interesses.
Na visão tecnocentrista a evolução cientifica prova as possibilidades humanas de administrar e dominar a natureza.
Já o ecocentrismo reivindica as relações de harmonia com a natureza amparada na ecologia e leis naturais.
Ecologia Profunda: trata-se de um conceito filosófico que enxerga o homem como parte integral da complexa estrutura da natureza, portanto, assim como as outras espécies, o homem deve ser preservado e respeitado para garantir o equilíbrio da biosfera.
Ecologia Social: este grupo sustenta que os problemas ecológicos estão ligados aos problemas na evolução da própria sociedade sob um sistema político hierárquico e dominante. Dessa forma, apenas medidas tomadas pela coletividade no sentido de romper os tradicionais laços sociais podem surtir efeito sobre as questões ecológicas.
Eco-Socialismo: este pensamento, como o próprio nome indica, se apodera das reflexões marxistas sobre as consequências do capitalismo para analisar a degradação ambiental como resultado da expansão do modelo econômico vigente e dominante, ou seja, o próprio capitalismo. Para os partidários desse pensamento, então, a expansão do capitalismo gerou a exclusão social, a miséria, a guerra e, evidentemente, a degradação ambiental. Eco-socialistas, portanto, defendem que apenas o desmantelamento do capitalismo e do Estado poder impedir a continuidade da degradação humana e ambiental.
Conhecida como Hipótese Biogeoquímica, a Teoria de Gaia baseia-se na proposta de que a biosfera e os elementos físicos da Terra estão completamente integrados, de forma a gerar um complexo sistema interligado que mantém as condições viáveis de sobrevivência e transformação do Planeta Terra. Foi vista com descrédito pela comunidade científica internacional, se aproximando apenas de grupos ecológicos, místicos e alguns grupos de investigadores interessados em respostas avessas às tradicionais teorias vigentes. Ao longo do tempo, no entanto, com o aquecimento global e as transformações climáticas na Terra, a hipótese levantada por Lovelock – que sempre a considerou uma teoria científica –, tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões sobre a questão global.
Escopo conceitual, proveniente das posturas recomendadas em âmbito global quando se fala em modelos de gestão internacional do meio ambiente e comportamentos esperados das nações. Importante registrar que a base teórica não se constrói a partir de um debate ideológica ou por uma visão econômica mas, como resultado da ação acadêmica, política e diplomática oriunda, sobretudo, de organismos internacionais e representam importantes movimentos de cooperação internacional, mas não podem ser entendidas dentro de uma abordagem teórica porque carecem enormemente de um refinamento teórico típico das ciências sociais no mundo contemporâneo. 
São elas:
Abordagens Organizacionais
Nasce nas discussões em torno de um “governo mundial” e da suposta necessidade de regulação, ou legalização, das relações interestatais.
Pré-disposiçãoem compreender o sistema internacional como um ambiente que caminhava rumo a uma centralização de poder, ou seja, para uma organização ou governo mundial, capaz de unir as principais demandas transfronteiriças ou bens comuns da humanidade através de um mesmo escopo político diplomático. Não ganha impulso ao longo do tempo, principalmente, por conta da chamada “crise do multilateralismo” no pós Guerra Fria e a ascensão de diferentes polos de poder em diversas regiões do globo. Mesmo durante a Guerra Fria a abordagem organizacional já entra em declínio por conta do afastamento das grandes potencias desses espaços lineares de decisão política, privilegiando a ação unilateral moldada pelo interesse nacional e pelas demandas típicas da bipolaridade.
Regimes Internacionais
A partir da década de 1970, mesmo com a ausência de um poder central que exercesse o papel de governança global, os autores das Relações Internacionais passam a perceber uma tendência de movimentação de alguns Estados em direção a redes institucionais não hierárquicas ou formalmente estabelecida. Nesse ambiente surgiam regras implícitas ou explicitas que resultavam na modificação do comportamento dos Estados sob a luz de determinados temas. Em outras palavras, a interação se dá independente de um ente organizacional, ou governamental, superior que possa regular esse relacionamento.  
“Os regimes são estas instituições de caráter não-hierárquico em torno das quais as expectativas dos atores convergem.
Eles são deliberadamente construídos pelos atores com o propósito de mitigar o caráter de auto-ajuda das RI ao demonstrar aos Estados a possibilidade de obter ganhos conjuntos por meio da cooperação.”
“Regimes internacionais são definidos como princípios, normas, regras e procedimentos de tomada de decisão, sobre os quais as expectativas dos atores convergem em uma determinada área temática.”
Governança Global
Embora os debates sobre governança global não sejam recentes, há, paralelo ao movimento de integração política em grande parte do mundo, principalmente a partir da década de 1970, uma percepção crescente sobre a necessidade – ou conveniência – da adoção de aspecto transnacionais de regras e normas para a gestão de temas transfronteiriços, ou seja, que “atingem” livremente diferentes nações e espaços geográficos. Mas, afinal, o que é Governança Global? Podemos entender Governança Global como uma:
“(...) Concepção político-ideológica de uma nova ordem mundial caracterizada por um sistema transnacional de gestão (leis e instituições) estabelecido por um Pacto Global, cuja autoridade normativa e executiva supera a soberania absoluta dos Estados-Nação, para solução dos problemas de âmbito nacional (globalização econômica, criminalidade internacionalizada, pobreza, fome e doenças mundiais, direitos humanos e meio-ambiente), para a preservação da paz e promoção da prosperidade geral”.
O contexto da globalização do final do séc. XX fez acelerar as percepções positivas sobre as idéias da governança global. E, mesmo não sendo recente, o debate ganha força com a evidente aproximação política e econômica de parte do globo no pós Guerra Fria e a ascensão dos problemas transnacionais. Importante lembrar que esses problemas, por estarem fora da jurisdição do Estado – ou compartilhado em um número superior de Estados –, levantam a indagação sobre quem deveria gerir suas soluções, a fim de atender as demandas por equalização do problema sem ferir os interesses nacionais.
A governança global, entretanto, só é viável se imaginarmos uma estrutura normativa aceita pelos Estados.
Caso contrário, teríamos um sistema de pouca ou nenhuma legitimidade, e isso porque dificilmente haveria condições políticas de impor aos Estados um conjunto de leis internacionais que entrasse em conflito com os interesses nacionais ou a cultura local.
Para atender essa necessidade de legitimar uma proposta de governança global então, partiríamos do pressuposto de uma ordem global construída “de baixo para cima” no que tange o papel dos Estados.
Em 1972, foi realizada a I Conferência Ambiental de Estocolmo com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre as consequências do desenvolvimento sobre o meio ambiente e, assim, atender as necessidades da população presente sem comprometer as gerações futuras. A conferência das Nações Unidas foi a primeira atitude mundial voltada para a preservação ambiental. Acreditava-se, então, que o meio ambiente fosse uma fonte inesgotável, mesmo reconhecendo a desigualdade na relação do homem com a natureza. De um lado os seres humanos gananciosos tentando satisfazer seus desejos de conforto e consumo; do outro, a natureza com toda a sua riqueza e exuberância, sendo a fonte principal para as ações dos homens e, portanto, em crescente processo de degradação.
Com a conferência de Estocolmo, esse pensamento foi modificado e os principais problemas ambientais são apontados. A Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu, então, lançar a Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente. Como podemos entender essa atitude das Nações Unidas?
Resposta: A iniciativa das Nações Unidas, assim como as conferencias que aconteceriam a partir de então, pode ser entendida como um projeto inicial para compartilhar internacionalmente as responsabilidades e ações quanto ao tema ambiental. Isso porque, como sabemos, os problemas decorrentes da degradação ambiental não estão limitados às fronteiras dos Estados onde ocorrem, mas são fundamentalmente questões transfronteiricas. Vejamos o caso da poluição atmosférica. Mesmo ocorrendo a partir da emissão de fábricas poluentes dentro de um determinado país, as consequências da poluição atmosférica afetarão toda a humanidade. Logo, faz-se necessária uma visão global sobre tais temas, abrindo condições de pensarmos na governança global do tema ambiental.
Temos, portanto, uma questão a ser analisada: como a relação entre economia e meio ambiente tem sido vista desde a ascensão dos temas ambientais na década de 1960/70? Existem três posturas concordam que a intervenção do Estado deve ocorrer a fim de resolver as questões do meio ambiente. (Vide tela 9 de 13)
Aula 4: Capitalismo e desenvolvimento sustentável: saídas para a crise ambiental global
1. Definir o desenvolvimento sustentável. 
2. Relacionar o desenvolvimento sustentável com as necessidades de produção do capitalismo moderno e as demandas dos povos. 
3. Avaliar os mecanismos sustentáveis como saída para a degradação ambiental. 
Elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento e usado pela primeira vez no Relatório Brundtland, é na Rio-92 que se consagra o conceito de desenvolvimento sustentável como grande elemento catalisador de transformações no comportamento das sociedades em torno de um modelo de produção que permitisse a renovação dos recursos naturais, o crescimento sem gerar impactos na degradação da natureza e novas formas de exploração da Terra.
A evolução do conceito de desenvolvimento sustentável, o progresso tecnológico e a ampla conscientização social sobre a questão ambiental foram fatores cruciais para a chegada deste conceito na agenda internacional e nacional dos governos.
De forma geral, o conceito de sustentabilidade cresceu como resposta às assimetrias globais, aos problemas de desenvolvimento local e os impactos transfronteiriços em termos ambientais. Vejamos o gráfico abaixo:
1965 = Criação do Clube de Roma
1970 = The Limits to Growth (Os limites do crescimento) e Conferência de Estocolmo sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas.
1975 = “Princípio responsabilidade”, do filósofo Hans Jonas.
1980 = Estratégia Global para a conservação da Natureza.
1985 = Relatório Brundtland (“Our Common Future”).
1990 = Segunda Cimeira da Terra, Nascimento da (“Agenda 21”) – em 1992 foi aprovada; V Programa Acção Ambiente da União Europeia e Primeira Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis.
1995 = Segunda Conferência sobre Cidades Européias Sustentáveis; Terceira Conferência das Nações Unidas sobre as AlteraçõesClimáticas e Protocolo de Quito.
2000 = Declaração do Milênio, Terceira Conferência Europeia sobre Cidades Sustentáveis,Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10) e Conferência sobre Diversidade Biológica e Declaração Kuala Lumpur.
2005 = Conferência Aalborg + 10, Sexto Programa de Acção Ambiental para o Ambiente da União Europeia, Carta de Leipzig e Cimeira de Bali.
2010 = Declaração de Gaia.
“O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais”. ( Este conceito foi elaborado pelo Relatório Brundtland em 1987).
De acordo com o relatório, a perspectiva de desenvolvimento sustentável era viável, pois aceitava que as demandas por desenvolvimento existiam e precisavam ser sanadas, ao mesmo tem que garantia para as gerações futuras condições de sustentação através do meio ambiente preservado. É claro que, para tanto, era preciso que os países ricos adotassem estilos de vida que diminuíssem a forte pressão sobre os recursos naturais, ao mesmo tempo em que houvesse um equilíbrio entre a densidade demográfica nas cidades e o aumento da população.
As primeiras iniciativas em torno da criação de uma arcabouço que reunisse as premissas de sustentabilidade do meio ambiente giravam em torno da idéia de ecodesenvolvimento, ou seja, uma definição simplista de desenvolvimento harmônico com a preservação ambiental, que ao longo do tempo foi mudando graças à resistência dos países mais ricos que temiam apoiar a criação de barreiras ao próprio desenvolvimento econômico.
Isso se dava porque até Estocolmo não existia dialogo entre os ambientalistas e os defensores do crescimento econômico. Assim, havia por parte dos governos um temor de que quaisquer políticas voltadas para o tema significasse um entrave ao crescimento. Outro ponto é que a concepção de ecodesenvolvimento era uma visão critica ao modelo industrial adotado pela sociedade contemporânea.
“De acordo com esses documentos, a destruição da natureza era provocada pela forma de existência do homem. Nessa lógica, os principais problemas ambientais são provocados pelos dois extremos da pirâmide social global. Os mais pobres do mundo destroem a natureza, porque precisam cortar lenha para se aquecer e preparar seus alimentos destruindo florestas, não trata seu lixo e, muitas vezes, sequer têm coleta de lixo, destroem os rios com a poluição e têm uma qualidade de vida muito reduzida. Os mais ricos têm um nível de consumo que jamais poderia ser utilizado como um objetivo a ser buscadas pelas demais civilizações do planeta, o consumo exorbitante de energia, de alimentos e de dejetos por habitante poderiam também comprometer a continuidade da vida no planeta”.
Sustentabilidade Ambiental = Através das Metas do Milênio (a ONU busca garantir ou melhorar a sustentabilidade ambiental através de 4 metas principais.
Sustentabilidade Econômica = Busca justamente integrar os princípios de sustentabilidade ambiental às estruturas de desenvolvimento econômico e industrial;
Sustentabilidade Sociopolítica = É neste contexto, inclusive, que são criadas a Agenda 21 e as Metas de Desenvolvimento do Milênio.
Interessante notar que, mesmo repleto de polêmicas e pontos claramente tendenciosos, a ideia de desenvolvimento sustentável é uma das mais aceitas em termos mundiais, encontrando apoiadores e defensores entre os mais diversos e conflitantes setores da sociedade.
A ambiguidade presente na construção conceitual de desenvolvimento sustentável é justamente o que garante a ampla aceitação de seus termos e ideias. Esconde interesses nacionais dos países desenvolvidos em manter seus ritmos e estruturas de desenvolvimento econômico, em contrapartida abre possibilidade de dificultar o desenvolvimento das nações mais pobres.
Aula 5: Questões teóricas e evolução histórica do tema ambiental
1. Relacionar os temas estudados até esta aula. 
2. Exemplificar os temas estudados a partir de fatos históricos da agenda ambiental global. 
3. Aplicar o conteúdo estudado às concepções teóricas contemporâneas de proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável. 
Não podemos dizer que a questão ambiental, pode ser vista de maneira unilateral – de responsabilidade de um Estado ou um determinado grupo de Estados apenas – mas de maneira transnacional, já que a degradação ambiental ou transformações neste âmbito são decorrentes da atuação de toda a humanidade.
A percepção sobre essa relação não é nova, e desde o inicio do processo civilizatório buscou-se refletir sobre a dicotomia homem e planeta:
A Economia Clássica e a visão bíblica, segundo as quais o homem é considerado o centro da Terra (visão antropocêntrica). A perspectiva bíblica coloca o homem acima da Terra, por isso não há uma visão crítica sobre a atuação do homem em abastecer-se indiscriminadamente dos recursos da Terra.
A perspectiva Geocêntrica ou ecocentrista, ou seja, a Terra como elemento central e superior ao “mundo” dos homens, por isso prioridade absoluta nessa relação entre homem e natureza. A proposta radical dos preservacionistas se baseia nessa premissa de superioridade da Terra e na inviabilidade de uma relação harmônica entre o homem e a natureza.
O alinhamento entre o Antropocentrismo e o Geocentrismo, conciliando as necessidades da humanidade com as condições limites de renovação dos recursos naturais. Pode-se dizer que essa é a base do debate sobre o uso racional do meio ambiente, portanto, de grande parte dos organismos e instituições voltadas ao tema.
Revolução industrial sec. XVIII: O desenvolvimento industrial acelerado a partir de então, não foi acompanhado por políticas de proteção ambiental. Até meados do séc. XX, a maior parte das medidas de proteção da biosfera era tímida e não surtia efeito significativo a longo prazo.
Evolução do capitalismo: Voltado para a produção, acumulação e consumo de bens, o desenvolvimento capitalista gerou mais impactos com a exploração de recursos naturais.
Efeitos da expansão do capitalismo nos se. XIX e XX: Gerando uma verdadeira “explosão” demográfica, rápida industrialização nos grandes centros urbanos da Europa e nos Estados Unidos, aumento da desnutrição e miséria, desaparecimento contínuo de recursos não renováveis.
Clube de Roma: “Os Limites do Crescimento”, 1974: A partir das preocupações com os efeitos danosos do crescimento industrial nas décadas anteriores, o relatório publicado chama atenção para a necessidade de se repensar o crescimento global em termos de equilíbrio global, visando reflexão sobre os modelos de crescimento baseados na exploração predatória dos recursos naturais.
I Conferência sobre Meio Ambiente em Estocolmo, 1971: Seu principal objetivo era institucionalizar o tema ambiental no cenário internacional. Neste encontro os temas sociais e econômicos também passam a ser vistos como parte da questão ambiental, atrelando meio ambiente e desenvolvimento.
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 1972: Primeira instituição internacional com sede num país africano, o PNUMA voltou seus trabalhos para a promoção da pesquisa cientifica na área ambiental e na promoção de acordos internacionais, fomentando a chamada agenda ambiental global.
Comissão Mundial do Meio Ambiente e do Desenvolvimento, 1980: Primeira iniciativa no sentido de conscientização global sobre o tema ambiental e da necessidade de reformulações nos padrões de comportamento, compatíveis com os desafios da interdependência nas questões ambientais. Sua atuação foi prejudicada pelo contexto da Guerra Fria e a centralidade do tema “segurança internacional” na agenda política global. Presidida pela Primeira-Ministra norueguesa Gra Harlem Brundtland, a comissão se aproximou de gruposambientalistas e ONGs ligadas ao tema a fim de produzir um estudo imparcial, amplo e isento sobre a questão ambiental e os impactos do homem na biosfera. Na década de 1980, entra em vigor em grande parte do mundo as legislações voltadas para a regulação das indústrias, principalmente as mais poluentes.
Nosso Futuro Comum: o relatório Brundtland, 1988: O documento produzido pela Comissão Mundial do Meio Ambiente, considerado o mais importante documento oficial já produzido sobre o tema, chamou atenção para o papel do homem nas ameaças ao perfeito equilíbrio do meio ambiente planetário, apontando processos de degradação já em andamento. Também pode ser considerado inovador, por diferenciar o papel dos países ricos e pobres sobre os impactos do desenvolvimento no meio ambiente e atrelar, definitivamente, questões ligadas ao desenvolvimento das nações aos temas ambientais. Outro ponto importante é que no relatório em questão é formalizado o conceito de desenvolvimento sustentável.
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - ECO-92 : Além de consagrar o desenvolvimento sustentável como mecanismo necessário à preservação ambiental frente às necessidades de desenvolvimento dos povos e revisar todas as medidas e recomendações feitas na Conferência de 1972, a ECO-92 produziu cinco documentos de grandes importâncias, entre eles a Agenda 21, com proposições para um amplo plano de ação a longo a prazo para governos, órgãos da ONU, grupos e entidades setoriais independentes e agências de desenvolvimento, respeitando as características locais e os princípios defendidos pelo documento geral dessa conferência.
As normas internacionais devem ser vistas, na verdade, como recomendações, até porque não haveria condições jurídicas para “julgar” ou aplicar sanções sobre os países que não orientassem suas políticas nesses sentidos.
Preservacionistas: radicais defensores da intocabilidade da natureza como único modo de preservação ambiental. Exerceram fortíssima influência na criação de parques nacionais e reservas ambientais, onde as únicas atividades permitidas são recreativas e para fins ambientais. 
Desenvolvimentistas: adeptos de que o crescimento econômico deveria acontecer a qualquer custo, sem qualquer preocupação quanto às questões ambientais ou aos danos provenientes da exploração contínua e de grandes proporções sobre os recursos naturais. 
Conservacionistas: defendiam a viabilidade de uso racional e eficiente justamente como garantia para a preservação. A maior parte dos movimentos ambientalistas inclusive, se baseia na visão conservacionista, que se tornou, gradualmente, um consenso entre as nações ao longo do séc. XX e está na base das políticas instruídas pela ideia de desenvolvimento sustentável.
Visões antropocentristas, ecocentristas e tecnocentrista e Teoria de Gaia, ou Hipótese de Gaia.
Três propostas importantes de fundo sociológico: Ecologia Profunda, Ecologia Social e Ecossocialismo.
Três abordagens para a atuação dos Estados e os meios políticos de gestão ambiental: Abordagens Organizacionais, Regimes Internacionais e Governança Global.
Aula 6: Capitalismo verde: novos mercados e mercadorias diferenciadas
1. Descrever as características da “produção verde”.
2. Relacionar o capitalismo verde às novas exigências de consumo.
A fim de se ajustarem a realidade e manter sua competitividade frente às novas demandas de consumo, empresas vêm buscando contribuir para a preservação ambiental fazendo uso dessas preocupações sociais para potencializarem os seus negócios por meio do lançamento dos chamados produtos “ecologicamente corretos”. Logo, essas iniciativas passaram a representar o principal segmento de vendas de inúmeras empresas cujos esforços de marketing e comercialização convergia para alcançar os cada vez mais numerosos “consumidores verdes”. As empresas percebem a necessidade de se qualificarem como “amigas da natureza”, uma vez que a sociedade passa a enxergá-las como vetor essencial da condição ambiental no mundo contemporâneo.
Mesmo que possa soar estranha a combinação dos conceitos de “capitalismo” e “verde”, essa relação pode ser vista como a mais nova fronteira do capitalismo e da economia mundial. Por isso um número cada vez maior de empresas investe em pesquisa de alternativas aos modos de produção danosos ao meio ambiente, percebendo que o “capitalismo verde” deverá ser uma importante bandeira em um futuro próximo, o caminho para uma nova cultura empresarial e de consumo.
Por outro lado, durante um longo tempo as empresa temiam os argumentos ecológicos alegando que medidas de preservação eram muito caras, e viam suas ações simplificadas em apenas duas possibilidades: primeira, na limpeza dos efeitos de produção (como remover resíduos poluentes) e, segundo, investir na renovação dos recursos naturais utilizados no processo produtivo (como no replantio de árvores).
É provável que muitas empresas se sentem obrigadas a seguir um comportamento ambientalmente responsável para evitar penalidades por parte da legislação em alguns países e se manterem competitivas frente ao mercado consumidor consciente.
Um produto ecologicamente correto deve ser concebido para satisfazer as necessidades de preservação ambiental de consumidores preocupados com esta questão, levando-se em conta, contudo, de que esta é uma necessidade secundária destes consumidores.
Para atender a essa perspectiva de sustentabilidade, é preciso pensar em produtos que levem em conta a questão ambiental em todo o seu processo produtivo, todo o seu “ciclo de vida”, desde a utilização de matérias-primas, suas etapas de transformação industrial, seu uso por parte do consumidor e, finalmente, seu descarte.
As empresas devem compreender que o lixo e o desperdício de materiais constituem-se como problemas inerentes à questão ambiental atual, portanto, cabe a ela analisar o impacto que seus produtos causam ao meio ambiente em todo o seu ciclo de vida, assumindo a responsabilidade sobre os efeitos do descarte do produto final e de sua embalagem.
Vetores essenciais:
A exclusão do desperdício e da produção de sobras.
A escolha por matérias-primas renováveis cuja extração cause baixo ou nenhum impacto ao meio ambiente.
A composição material do produto atendendo todas as necessidades de descarte e de reciclagem ou reutilização da embalagem.
O consumo teve um papel preponderante ao pressionar as empresas por uma produção ambientalmente responsáveis. Na verdade, podemos dizer que o consumidor é o único elemento de pressão que de fato exerceu influência final e determinante no comportamento das empresas, caso contrário os altos custos da produção “verde” – comum em diversas áreas produtivas – não se tornaria um nicho de mercado a ser explorado pelas empresas. Essa grande importância do consumidor, no entanto, não é uma garantia final de que a humanidade aprendeu a selecionar suas compras por um aspecto de sustentabilidade, ou até mesmo que tenha mudado o grau de consumo em escala global.
O consumidor verde "é o indivíduo que busca para consumo apenas produtos que causa menor ou nenhum prejuízo ao meio ambiente"; a aquisição ou a utilização de um bem vincula diretamente com ajuda à natureza; o consumidor verde não adquire produto que provoca risco à saúde, que contém excesso de embalagens; faz separação do lixo, não desperdiça a água nem o papel, passa a exigir das empresas não somente a criação e venda de produtos, mas profícua integração com o meio social, ultrapassando o simples relacionamento comercial.
É preciso levar em conta que o consumo “verde” também deve ser estimulado através da educação ambiental, sem a qual o respeito ao meio ambiente e a escolha consciente em termos de consumo só serão garantidos através de leis ou taxações sobre a atividade produtiva e o mercado consumidor, surtindo um efeito drasticamente menor. A educação ambiental, então, deve desenvolver o comportamento pró-ativo das pessoas em relação às questões ambientais, mostrando as consequências benéficas garantidas para elas próprias,seus ambientes de vida e às gerações futuras.
Também é possível dizer que os consumidores estão involuntariamente se agrupando em consumidores “verdes” e os tradicionais (voltados apenas para a questão quantitativa). Os “verdes”, no entanto, quando mais se educam sobre o processo produtivo e seus impactos no meio ambiente, mais eles se habilitam como formadores de opinião e agentes promotores da sustentabilidade dos produtos e empresas.
É importante compreendermos o papel das certificações como estratégia utilizada pelas empresas para obter ganhos em termos de competitividade nacional e internacional. Por outro lado, verifica-se no Brasil e em países cujas empresas nacionais estejam seguindo o rumo da internacionalização há tendência de autocertificação ou, até mesmo, pressões empresariais para a criação de selos certificados por instituições de renome (que podem ser ONGs, associações ou federações de determinados setores) ou dos próprios órgãos governamentais. Em alguns países, entre eles o Brasil, não há efetivamente uma lei que obrigue a obtenção de certificações por parte das empresas, diferentemente dos países europeus onde a certificação é um pré-requisito fundamental à liberação de produtos para o mercado consumidor.
Aula 7: Temas ambientais contemporâneos
1. Listar as principais ameaças ao meio ambiente no cenário internacional contemporâneo. 
2. Identificar as questões ambientais que terão grande influência no período vindouro. 
3. Compreender o papel das novas tecnologias ambientais.
Por ter efeitos catastróficos, o aquecimento global pode ser considerado como consequência final e definitiva da ação poluidora do homem sobre a biosfera, e isso porque a mudança do clima na Terra afetará indiscriminadamente todos os ecossistemas e a própria condição de sobrevivência na superfície terrestre. Podemos identificar as seguintes situações caso nada de relevante seja feito imediatamente:
1 - Diminuição significativa das áreas plantadas na região dos trópicos, ocasionando queda de colheitas em até 40% nos próximos 50 anos, e atingindo em torno de 3 bilhões de pessoas. 
2 - Aumento da desertificação em inúmeras regiões secas do planeta, extinguindo lençóis freáticos e acabando com a fertilidade nos campos. 
3 - Devido ao aquecimento das águas, a ocorrência de furacões das categorias 4 e 5 (os mais intensos da escala), dobrou nos últimos 35 anos. 
4 - Derretimento das calotas polares e elevação dos níveis dos oceanos, levando à inundação permanente de todas as cidades litorâneas e pequenas ilhas provocando o deslocamento de suas populações. 
5 - Aumento da intensidade do calor e sua duração nas estações em todo o mundo.
Os problemas ambientais vividos no mundo hoje podem ser vistos como consequência direta da intervenção do homem e seu modo de produção no planeta e nos ecossistemas, causando desequilíbrios nos ecossistemas e na biosfera e, logo, comprometendo a própria sobrevivência. Por outro lado, nunca o tema ambiental e a preservação dos ecossistemas foram assuntos tão comentados.
A preocupação com o meio ambiente tomou conta dos meios de comunicação, das organizações internacionais, das relações de cooperação entre governos, das escolas e até mesmo das indústrias. Mas, apesar de todo o embate, a natureza ainda está sofrendo grandes desgastes por causa da ação do homem, e os efeitos desse desgaste já podem ser sentidos no nosso dia a dia, causando problemas até então desconhecidos pela humanidade.
Desertificação, poluição dos mares e do ar, inundações, secas, catástrofes naturais, falta de alimento e de combustível são apenas algumas das consequências que já começam a ser sentidas – e a previsão de cientistas e pesquisadores é que este cenário piore caso mudanças drásticas no nosso modo de vida e consumo não sejam prontamente promovidas. E, para que isso ocorra, é preciso compreender quais são os maiores problemas ambientais da atualidade e como eles afetam nosso cotidiano.
Tendo em vista às necessidades e hábitos de consumos das sociedades, a questão demográfica pode ser considerada um dos pilares centrais na compreensão dos impactos da ação humana sobre o meio ambiente.
Nos países desenvolvidos o impacto do consumo por pessoa sobre o meio ambiente é entre 6 a 10 vezes superior do que nos países de baixa renda per capita. Então, podemos crer que o crescimento econômico nos países subdesenvolvidos mudará esse cenário, sabendo que a maior parte da população mundial exerce um impacto relativamente alto, pressionando ainda mais a já debilitada capacidade de renovação dos recursos naturais.
A escassez de alimentos, agravada pela péssima distribuição mundial que privilegia os países desenvolvidos e não atende às necessidades dos países mais pobres.
A poluição decorrente do aumento do desperdícios, uso indiscriminado de combustíveis fósseis não renováveis para abastecer carros e indústrias que precisam produzir cada vez mais para atender às demandas da sociedade.
A rapidez com que temos identificado a perda da biodiversidade é, sem dúvida, um dos pontos mais alarmantes quando pensamos em questões ambientais na atualidade. Isso porque mesmo com a conscientização e algumas ações políticas em torno da proteção de áreas ambientais, considerações legitimas quanto às necessidades de desenvolvimento econômico dos países tropicais e regiões subdesenvolvidas acabam por impedir que determinadas áreas sejam protegidas em sua totalidade.
Com isso, florestas inteiras são derrubadas para comercialização de madeiras ou para dar lugar a pastos, sem contar a simples expansão de cidades e assentamentos.
A principal causa desse processo de extinção de plantas e animais é a perda do habitat natural ocupado pelo homem de maneira desordenada ou aniquilando as condições naturais e essenciais à sobrevivência da espécie local, envolvendo principalmente espécies concentradas geograficamente e com variedade limitada.
Com a ação predatória do homem sobre as florestas e coberturas vegetais nativas, há uma crescente erosão da terra, sobretudo em situações de chuva forte, causando enchentes e inundações cujos efeitos ameaçadores se voltam contra a própria sociedade humana.
Para finalizar as consequências da devastação vegetal sobre a Terra, resta indicar a maior ameaça já enfrentada em toda a história da humanidade: o aquecimento global.
Na esteira das consequências da extinção de espécies vegetais, o aquecimento global também é visto como resultado da derrubada de árvores, que antes agiam na neutralização da emissão de carbono, justamente um dos grandes vilões do processo de mudanças climáticas na Terra.
O aquecimento global e as mudanças climáticas podem ser entendidos como variações além dos níveis normais da retenção de calor na atmosfera terrestre, e se dá pela ação do homem, nos últimos 150 anos, na emissão de gases poluentes e sua concentração na atmosfera, provocando o chamado efeito estufa.
O aumento da queima de combustíveis fósseis por parte das indústrias, setores de produção energética e transportes, e do desmatamento das florestas tropicais, tem levado, nas últimas décadas, a um profundo desequilíbrio no ciclo do carbono, afetando todo o clima do planeta. Além disso, a devastação de florestas faz diminuir os chamados sumidouros, que são ecossistemas naturais com capacidade de absorver o carbono e, com essa retração de áreas vegetais, a liberação de carbono para a atmosfera se torna muito superior aos níveis normais.
A queima de combustíveis representa 80% da emissão de carbono na atmosfera enquanto que o uso indevido dos solos representam 20%.
Embora uma parte considerável da queima de combustíveis se dê substancialmente nos países mais ricos, não podemos desprezar o aumento dessa parcela também nas regiões mais pobres do planeta, mesmo sendo a mudança no uso do solo a maior “contribuição” dos países subdesenvolvidos para as mudanças climáticas.
Desde o final do séc. XVIII se verifica um aumento considerável na concentração de CO2 na atmosfera e isso se deu como resultado da demanda por grandes quantidadesde combustíveis fósseis para alimentar a Revolução Industrial. Isso significa uma capacidade maior da atmosfera em reter calor, aumentando a temperatura no planeta.
Portanto, analisando os dados que colocam na indústria e na atividade econômica humana a grande emissão de carbono na atmosfera, podemos concluir que o aquecimento atual não é parte do ciclo natural do planeta ou um fenômeno autônomo à ação humana, mas consequência de um estilo de vida iniciado na Revolução Industrial e ainda praticado pelos 6,5 bilhões de habitantes.
O aquecimento global pode ser considerado responsável por muitas mortes a cada ano em todo o mundo, devido às ondas de calor, inundações, e doenças acarretadas por catástrofes naturais – como furacões e grandes tempestades, que se tornam mais comuns com as mudanças climáticas.
Efeitos catastróficos para o planeta:
Maior frequência de grandes fenômenos climáticos extremos.
Escassez na oferta de recursos hídricos e não renováveis.
Transformações nos ecossistemas.
Elevação do nível do mar e inundação permanente de grandes áreas litorâneas.
Derretimento das calotas polares e grandes coberturas de gelo em todo o planeta.
Impacto na capacidade produtiva agrícola e nas condições de saúde e bem-estar de toda a população mundial.
“A poluição automóvel é, em grande parte, local, i.e., afeta diretamente as populações existentes no local em que é gerada. No entanto, uma vez que muito dessa poluição é atmosférica, tem a capacidade de ultrapassar fronteiras, afetando não só os locais de origem, mas também zonas a milhares de quilômetros de distância. Essa poluição dá origens aos chamados efeitos globais, que se tornam cada vez mais preocupantes, por afetaram grandes áreas ou mesmo todo o globo”. 
Quando falamos em poluição não devemos pensar apenas no lançamento de dejetos poluentes no ar ou nos mares, mas também é preciso levar em consideração a poluição do solo e a poluição nuclear, uma das grandes preocupações dos ambientalistas na atualidade.
Poluição atmosférica: Produzida pela atividade industrial e pela queima de combustível nos transportes, a poluição atmosférica afeta diretamente o ar que respiramos e tem relevante impacto na saúde humana.
Poluição da água: Pode ser considerada a mais antiga e comum pela tradicional prática humana de se agrupar próximo a recursos hídricos como lagos, rios e no litoral. Embora, atualmente, existam leis que legislam sobre a emissão de poluentes nas águas por parte da atividade industrial e usos residenciais nas cidades, ainda são muitos os exemplos do lançamento de esgoto, dejetos químicos e derramamento de combustíveis nos rios e mares.
Poluição do solo: A contaminação dos solos pode ser dá através de diversas situações, desde o descarte incorreto de lixo até o uso indiscriminado de agrotóxicos e pesticidas.
Poluição nuclear: Muito polêmica, a utilização da energia nuclear é vista por muitos governos como uma fonte segura, eficiente e não poluente de energia. Por outro lado, o impacto provocado pelos acidentes nucleares e o material produzido pelas usinas nucleares – o lixo radioativo – são vistos pelos ambientalistas como razão fundamental para o abandono desse tipo de produção energética. A poluição nuclear pode ocorrer justamente por conta das dificuldades ou erros na destinação dos materiais radioativos oriundos da atividade de usinas desse tipo, além dos eventuais – porém inúmeros acidentes já ocorridos em diversas partes do mundo.
O principal argumento dos defensores da energia nuclear é o baixo grau poluente do lixo radioativo em comparação com o lixo comum produzido por fábricas e residências. Isso porque os restos radioativos passam por um rigorosíssimo controle de destinação e gerenciamento por parte dos governos e das organizações internacionais, enquanto que o lixo comum nem sempre recebe a mesma atenção ou provoca tanta apreensão por parte das autoridades. A diferença primordial entre esses tipos de dejetos, entretanto, gira em torno da capacidade de permanecer poluindo ao longo do tempo, já que o lixo nuclear pode ficar ativo por milhares de anos, exigindo monitoramento constante e, em situação de vazamento ou acidente, causar danos à saúde das pessoas, animais e ecossistemas por muitas gerações. 
“As inovações tecnológicas (...) são capazes de minimizar a emissão de monóxido de carbono e de óxidos de nitrogênio, por exemplo, a níveis bem inferiores aos que a legislação atual exige, são alguns exemplos:
No setor energético, por sinal, os exemplos são muitos, como o uso de energias eólica e solar, a ampliação das pequenas centrais hidrelétricas, a energia produzida a partir de sementes oleaginosas, entre outras.
No tratamento de esgoto, por exemplo, já existem empresas com sistema de tratamento da água para fins de reutilização, como irrigação, limpeza e alimentação hidráulica de maquinários, diminuindo seus custos com fornecimento de água.
Aula 8: O Brasil e o cenário ambiental e global
1. Avaliar a importância do Brasil nos debates sobre o meio ambiente. 
2. Identificar as políticas, legislações e órgãos criados no âmbito nacional brasileiro para tratar da questão ambiental.
A mudança na conscientização global sobre o meio ambiente gerou pressões sociais em todos os níveis, também a mídia passou a exercer uma importante função na disseminação dos temas ambientais na sociedade brasileira com a crescente produção de matérias jornalísticas e, ate mesmo, com a teledramaturgia que incorporava as questões ambientais e as mazelas do subdesenvolvimento nos folhetins dos canais de televisão. Como já é possível perceber, após a Rio-92 o tema ambiental entra de vez para a agenda política, empresarial e social no país. Para muitos autores, um dos grandes legados da conferência de 1992 foi colocar o Brasil como protagonista do tema para a sua própria sociedade, que ainda não vislumbrava ou compreendia a importância da preservação do ecossistema apropriadamente.
Uma das questões que se tornou latente foi a posição do país vis a vis suas vantagens estratégicas, tais como o uso em larga escala da energia hidrelétrica, um programa de biocombústivel consolidado, possibilidades de exploração de energias eólica e solar e, em destaque absoluto, a riqueza da biodiversidade amazônica. Por outro lado, percebeu-se a urgência de políticas voltadas para a ocupação ordenada na própria Amazônia e a exploração sustentável de seus recursos.
A postura dos governos federais:
Governo Collor (1990 – 1992): Posição pró meio ambiente; O governo reconheceria tanto na preparação quanto na sua atuação na conferência de 1992 a importância do tema ambiental e a prioridade que deveria assumir na agenda política internacional; principais ações:
1. Continuidade de medidas que suspendiam apoio econômico dos órgãos públicos para a agropecuária na Amazônia.
2. Aumento no monitoramento para prevenir e multar o desflorestamento, obtendo queda de 50% no desmatamento entre março e outubro de 1990.
3. Elaboração de um programa de desenvolvimento econômico baseado em limites ecológicos e macrozoneamento.
4. Interrupção permanente de o programa nuclear brasileiro.
5. O BNDES se torna um importante apoiador de projetos de despoluição, colocando o saneamento básico pela primeira vez no centro dos gastos públicos.
6. É feita a demarcação da reserva Yanomami.
Governo Itamar Franco (1992 – 1994): Criação do Ministério do Meio Ambiente, embora pouca coisa foi obtida em termos de sucesso e envolvimento do executivo nas questões ambientais, principalmente porque a agenda política nacional estava imersa em questões emergenciais de curto prazo, como a inflação, a crise política desencadeada pelo impeachment de Collor e a estagnação em termos de crescimento econômico e aumento do desemprego. O Ministério do Meio Ambiente ficou praticamente paralisado devido à perda de importância do tema ambiental frente aos problemas econômicos e sociais do país. O Ministério da Fazendo teve grande dificuldade em aprovar financiamentos internacionais por não conseguir garantir as contrapartidas exigidasdo Tesouro Nacional, além do corporativismo que tomou os funcionários do IBAMA, bloqueando reformas administrativas fundamentais para dar funcionalidade e eficiência aos seus trabalhos.
É criado um moderno sistema de controle aéreo na região, denominado Projeto SIVAM. Em termos gerais o ambientalismo entra num processo de enfraquecimento no Brasil, sem nenhuma capacidade de articulação política que pudesse ser traduzido na eleição de nomes oriundos de quadros técnicos do setor ambiental ou pressões para a retomada da agenda ambiental, tal qual aconteceu por ocasião da Rio-92.
Governo Fernando Henrique Cardoso (1995 – 1998/1999 - 2002): O primeiro mandato de FHC é marcado pela reconstrução da governabilidade amplamente comprometida pelos eventos decorrentes do afastamento do então Presidente Collor e a deterioração das condições econômicas na virada da década de 1980 para 1990, com isso as questões ambientais permanecem num plano secundário, recebendo atenção principalmente de setores organizados da sociedade civil, ONGs e atores transnacionais. 
Os objetivos indicados para o Ministério do Meio Ambiente não fazem qualquer menção à sustentabilidade como fator condicional ao próprio desenvolvimento econômico e industrial e, também, a Agenda 21, que deveria ser a base de comprometimento do Brasil e outros países na condução de políticas públicas de preservação ambiental. Na prática, o que se viu ao longo da gestão no ministério foi um lento processo de descentralização administrativa e fragmentados debates sobre sustentabilidade e adoção de medidas recomendadas na Agenda 21.
 Mesmo com todas as mudanças decorrentes do Plano Real, os modelos de planejamento e a reforma administrativa levada a cabo pelo governo não significou uma mudança real em termos ambientais, e se quer mobilizou setores acadêmicos para a lacuna proveniente da ausência da temática ambiental na formulação de políticas públicas dentro da agenda de reforma do Estado brasileiro, ou a adoção de estratégias ambientalmente responsáveis como vetores de mudança no modelo produtivo e econômico nacional.
Ao longo dos anos 1990 é aprovado um grande número de leis ambientais, que muitas vezes esbarram no desconhecimento dos legisladores sobre as reais necessidades do meio ambiente ou ao impacto real da ação humana sobre os ecossistemas. Algumas leis setoriais na gestão FHC, entretanto, merecem destaque por sua importância, como a Lei Nacional de Políticas de Recursos Hídricos (1997), a de Crimes Ambientais (1998) e a da Política Nacional de Educação Ambiental (1999). 
Sobre a Agenda 21, finalmente em 1997 é estabelecida a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS), sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente e um grande número de participantes dos setores públicos, privados, institutos de pesquisa e acadêmicos, ONGs, setores da sociedade civil, conselhos empresariais e outras entidades. No ano 2000, o CPDS publica sem muito alarde um vasto material com diagnósticos e propostas sobre a situação ambiental no país, documento este que não exerce nenhuma influência de fato nas políticas macroeconômicas do governo. 
Para finalizar, é importante ressaltar que dois setores tiveram uma expressão contínua e considerável ao longo da década de 1990 no que tange o tema ambiental, são eles o setor científico e o setor empresarial, que passam a incorporar – mesmo que de maneira fragmentada e pouco organizada – a questão ambiental em processos acadêmicos e, no âmbito empresarial, em pesquisa e desenvolvimento.
Aula 9: O Brasil e o cenário ambiental e global
1. Definir a biopirataria e suas consequências para o meio ambiente e comércio internacional. 
2. Identificar as políticas e leis de combate à biopirataria no Brasil. 
3. Analisar a visão das organizações internacionais sobre a biopirataria e o comércio internacional.
Embora seja relativamente recente, o termo biopirataria indica uma prática criminosa que começa a constituir-se no Brasil há mais de 500 anos com a descoberta e início da colonização portuguesa.
Neste período, com a extração e envio do pau-brasil para o mercado consumidor europeu quantidades monumentais de recursos naturais provenientes da atividade exploratória colonialista deixavam nossas florestas e ecossistemas para alimentar o crescimento econômico e desenvolvimento da sociedade europeia, ávida por consumir mais produtos “exóticos” e dependente de diversificadas e robustas fontes de matérias-primas.
Evidentemente a própria situação político- econômica do colonialismo inviabilizava uma concepção legal sobre a atividade de extração excessiva nas terras brasileiras, visão crítica que só foi desenvolvida ao longo do processo de independência nacional e posterior chegada do tema ambiental à agenda política brasileira.
Embora o Brasil ocupe um lugar vergonhosamente de destaque no que tange a extração irregular do meio ambiente e a comercialização ilegal de espécies, o estudo e o tema da biopirataria não são comuns na nossa comunidade científica e acadêmica, por isso torna-se fundamental analisarmos esse assunto à luz dos conhecimentos adquiridos quanto ao tema ambiental e para fecharmos, enfim, a análise ampla sobre a agenda ambiental global e a posição do Brasil.
A popularização e conscientização do tema da biopirataria se deu a partir do estabelecimento da soberania dos Estados sobre a biodiversidade em seus territórios, reconhecido pela assinatura da Convenção Sobre Diversidade Biológica na Rio-92.
Desde então, percebe-se a biopirataria como uma prática danosa ao meio ambiente local e às comunidades assentadas nas regiões exploradas, já que a exploração e apropriação irregular por parte de indivíduos ou mesmo representantes de empresas multinacionais acabam por excluir tais comunidades dos lucros obtidos com a comercialização e industrialização dos recursos naturais.
Ademais, a própria exploração predatória já representa um risco substancial à manutenção das condições de vida no meio ambiente, como estudado nas aulas passadas. Em outras palavras, a biopirataria é a apropriação indébita de recursos naturais e conhecimentos tradicionais e sua comercialização para fins de obtenção de lucros e vantagens industriais.
É possível dizer que as explorações desordenadas de recursos naturais provem de uma perspectiva positivista, segundo a qual o homem se encontra numa posição superior e privilegiada em relação ao planeta e à natureza, por isso suas ações estão excluídas do conjunto de forças que mantêm em equilíbrio o meio ambiente. Esse pensamento, marcante na expansão do capitalismo, acelerou o processo de degradação ambiental principalmente na Inglaterra de fins do séc. XVIII.
Para entendermos a ameaça da biopirataria, é preciso antes compreender o significado de “megabiodiversos”. Entende-se essa imensa biodiversidade como uma característica de apenas doze países em todo mundo, onde cerca de 70% de todas as espécies estão presentes. Entre estes, o Brasil ocupa o primeiro lugar e outros quatro países megabiodiversos estão na América Latina, o que nos coloca diretamente no caminho dos interesses empresariais e políticos de países e corporações econômicas internacionais.
Essa abundância brasileira de biodiversidade também é um sinal do tamanho dos riscos que corremos em termos de vulnerabilidade, já que grande parte dessas espécies não foram reconhecidas ainda por pesquisadores locais e se tornam “presas fáceis” para laboratórios, industriais e instituições internacionais que, de forma geral e com inúmeras exceções, se instalam no Brasil – inclusive de maneira clandestina –, investem em pesquisa e se apropriam dos conhecimentos por meio de patentes e registros feitos em outros países.
Para cientistas e acadêmicos, quatro são as regiões mais importantes e grandes “alvo” da biopirataria: Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga.
O conhecimento popular e tradicional de povos da floresta ou populações regionais podem ser uma base importante para o desenvolvimento científico dos grandes laboratórios.Segundo estudos na área, grandes laboratórios economizam até 50% nos custos de pesquisa levando em conta conhecimentos tradicionais sobre uso de espécies por comunidades indígenas, por exemplo.
Podemos entender como propriedade intelectual a garantia de recompensa dada ao inventor, criador ou responsável pelo desenvolvimento de técnicas ou modelos de produção em termos intelectuais, científicos, literários, artísticos, industrial e afins. O recebimento desses direitos de utilização pode ser temporário e é observado internacionalmente pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI).
De acordo com as regulações debatidas e aprovadas dentro da OMPI, o conhecimento tradicional oriundo da “sabedoria popular” ainda não goza de direitos por não serem reconhecidos como propriedade intelectual, portanto ficam à margem da legislação de direitos autorais.
Esse tema, na verdade, tem sido visto pela organização como uma questão a ser debatida, mas carece de qualquer definição sobre a adequação do conhecimento tradicional ao regime de propriedade intelectual, com isso muitas empresas e instituições de pesquisa exploram livremente o conhecimento de comunidades sobre o uso de espécies para fins de medicinais sem que sejam enquadradas nas disposições da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU.Neste contexto, a aprovação do Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio – TRIPS – contribuiu para a expansão de um sistema de registro de patentes, no entanto, o direito à propriedade intelectual advém de conhecimento obtido sem anuência do “país provedor” do patrimônio genético. Outro ponto negativo, e visto por estudiosos como razão para o aumento da biopirataria, é a ausência dos Estados Unidos e Japão como países signatários da Convenção da Diversidade Biológica.
Nota:A OMC, aliás, mesmo sem prever regras específicas que regulem a proteção ao meio ambiente como prática justa nas relações comerciais internacionais, cada vez mais incorpora a questão ambiental dentro dos acordos entre nações e nos debates sobre regulamentação do comércio internacional.
Aula 10: Revisão de conteúdo: a questão ambiental no mundo contemporâneo
1. Relacionar os temas estudados desde a aula 6. 
2. Exemplificar os temas estudados a partir de fatos contemporâneos da agenda ambiental brasileira e global.
Fechando a disciplina de Política Ambiental Global, vimos a influência da questão ambiental na formação e andamento da agenda política internacional, sobretudo no que tange às mudanças no modo de produção industrial, as adaptações do capitalismo aos novos hábitos e exigências de consumo e, finalmente, os grandes “vilões” na degradação dos ecossistemas na atualidade.
Como não poderia deixar de ser, a participação do Brasil e a contextualização interna do tema ambiental se tornaram elementos fundamentais na compreensão ampla da questão ambiental. Tal fundamento se dá pela posição privilegiada que o país exibe com seus imensos e diversos ecossistemas, a grande biodiversidade e o papel no combate ao aquecimento global.
O capitalismo “verde”
Para entendermos aquilo que ficou conhecido como capitalismo ou produtos “verdes”, é importante relembrarmos a conscientização do tema ambiental que se dá a partir da década de 1970 e, em consequência, as mudanças nos comportamentos políticos, sociais e, inclusive, da mídia. Nesse contexto, condicionados à necessidade de manter ou ampliar suas vendas junto a um mercado de consumo cada vez mais exigente e consciente, há uma contínua transformação nos meios empresarias no sentido de inferir sustentabilidade à produção e à criação de certificados que garantisse a responsabilidade ambiental em seus produtos.
Dessa forma, podemos dizer que os produtos “verdes” exibem características próprias de sustentabilidade na sua produção global, ou seja, desde a extração de matérias-primas para sua produção até o momento de descarte final da embalagem onde ele é armazenado para a venda ao consumidor.
Um dos mais importantes e populares “produtos verdes” na atualidade é o papel reciclado, utilizado na sua forma final – para impressão de documentos e fabricação de cadernos – como para embalagens em geral.
Embora, hoje, seja uma realidade ampla no Brasil, a concepção e lançamento de produtos ambientalmente sustentáveis teve início nos países desenvolvidos em meados da década de 1980, sobretudo nos Estados Unidos, Canadá e Europa Ocidental.
Além das novas exigências de consumo, também é preciso considerar a legislação em muitos países que obrigava as fábricas a adotar novos métodos tecnológicos de menor impacto no meio ambiente.
Nesse contexto, inclusive, também podemos citar a expansão de novas indústrias voltadas para a produção de tecnologias “limpas”, cujo impacto ambiental fosse menor do que as tecnologias tradicionais.
No Brasil, como vimos, a conscientização ambiental teve um papel importante no trabalho da mídia televisa nas décadas de 1970 e 1980, quando são criados programas que têm nos temas “verdes” seu mote central.
A partir disso, e sob pressão dos consumidores principalmente da Europa que exporta produtos brasileiros, o meio empresarial nacional ultrapassa uma perspectiva antiga – de que a questão ambiental era um entrave à produção – e passa a incorporar a sustentabilidade como fator diferenciado em seus produtos, agregando, assim, competitividade no âmbito do comércio internacional. 
Também no âmbito das mudanças tecnológicas, é preciso dar destaque às inovações nas áreas energéticas, onde o Brasil tem destaque mundial por conta do nosso programa de biocombustíveis e uso extensivo de energia hidrelétrica, que têm impacto substancialmente menor no meio ambiente e são renováveis.
As chamadas “tecnologias limpas” por sinal estão ganhando cada vez mais espaço no mercado mundial, se tornando o terceiro setor mais rentável na economia global.
O ideal e o real: o consumo, o desenvolvimento e os problemas ambientais na atualidade
Ao contrário do que possa parecer, o consumo consciente não é uma prioridade para a maioria das pessoas e, segundo dados mais otimistas, ainda é uma pequena parcela da sociedade no Brasil e no mundo que considera a responsabilidade ambiental como fator decisivo na hora da compra, sendo o preço o elemento fundamental no processo de escolha do consumidor.
Dados indicam que hoje o consumo da humanidade é 25% superior à capacidade de renovação do meio ambiental, e essa razão deverá subir com o desenvolvimento econômico e o aumento do consumo nos países emergentes em vias de desenvolvimento.
Há muitas empresas e produtos danosos ao meio ambiente, gerando detritos que fomentam problemas ambientais da maior gravidade, como a poluição em rios, mares e lagos, a poluição atmosférica (causadora, entre outros, do efeito estufa e das mudanças climáticas), a poluição do solo e, também, a poluição nuclear (vista por muitos críticos como a grande ameaça à vida na Terra, embora seja defendida como uma fonte energética segura e eficiente por parte de alguns governos).
Neste contexto, os países desenvolvidos e fortemente industrializados – como os Estados Unidos e países europeus – são responsáveis pela alta emissão de carbono decorrente da queima de combustíveis nas atividades produtivas e no transporte.
Já os países pobres e em desenvolvimento “contribuem” amplamente com a emissão de poluente no uso dos solos, principalmente com queimadas.
Além dos fatores que provocam a degradação do meio ambiente oriundos da produção industrial, é preciso levar em conta o aumento da população no planeta, gerando um impacto fulminante nas condições de renovação dos recursos naturais.
Escassez de alimentos: Somada à limitada capacidade do planeta em produzir, ainda há o aumento da desertificação – que ameaça toda a biodiversidade no continente africano e na Austrália, por exemplo – e erosão dos solos com o aquecimento global e a poluição. A água potável, por sinal, já é um recurso cada vez menos disponível em diversas regiões do globo.
Poluição

Outros materiais