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Monitorização em Anestesia INTRODUÇÃO - A monitorização consiste na vigilância ininterrupta do paciente anestesiado por meio da observação de seus sinais vitais, como oxigenação, ventilação, circulação e temperatura. Vigiar o paciente é preservar a sua segurança. - Deve-se identificar as alterações fisiológicas, verificando-as e corrigindo-as, prevenindo eventos adversos. - A monitorização é feita por um profissional qualificado (anestesiologista). - A monitorização padrão é feita pela visualização (observa se o paciente está cianótico, se está conversando, etc), palpação (do pulso) e ausculta do paciente (ex.: ver se tem algum ruído adventício), além do uso de equipamentos (verificando-se os monitores). RESOLUÇÃO CFM 2174/2017 - A monitorização é regida pela resolução 2174/2017 do CFM. Esta resolução estabelece as condições mínimas de segurança para a prática da anestesia, a qual deve contar com: I) Monitorização do paciente, incluindo: a) Determinação da pressão arterial e dos batimentos cardíacos; b) Determinação contínua do ritmo cardíaco por meio de cardioscopia; c) Determinação da temperatura e dos meios para assegurar a normotermia em procedimentos com duração superior a 60 minutos, em prematuros, recém-nascidos, em pacientes com história anterior ou risco de hipertermia maligna e em casos de síndromes neurolépticas. II) Monitorização continua da saturação da hemoglobina por meio de oximetria de pulso III) Monitorização continua da ventilação se for realizada a anestesia geral. Deve-se monitorar os teores de gás carbônico exalados por meio de um capnógrafo nas seguintes situações: anestesia sob via aérea artificial (como intubação traqueal, brônquica ou dispositivo supraglótico) e/ou ventilação artificial e/ou exposição a agentes capazes de desencadear hipertermia maligna. - O artigo 4 desta resolução recomenda que os anestesistas devem observar também os seguintes critérios dependendo da situação clínica de gravidade de cada paciente ou de cada procedimento: I) Monitorização do bloqueio neuromuscular para pacientes submetidos a anestesia geral com uso de bloqueadores neuromusculares II) Monitorização da profundidade anestésica com o uso de monitores da atividade elétrica do SNC (BIS) III) Monitorização hemodinâmica avançada para pacientes de alto risco em procedimentos cirúrgicos de grande porte, e para pacientes de risco intermediário em procedimentos cirúrgicos e/ou intervencionistas de grande e médio porte IV) Uso de monitores de gases anestésicos (mede-se as taxas de ar comprimido, óxido nitroso e agentes halogenados) V) Uso da ecocardiografia no período intraoperatório com o objetivo de ter uma terapêutica hemodinâmica mais adequada MONITORIZAÇÃO CARDIOVASCULAR - É feita através do eletrocardiograma e da eletrocardiografia. Coloca-se eletrodos na superfície do corpo que captam a atividade elétrica do coração, traduzindo estes sinais em uma eletrocardiografia. - O eletrocardiograma pode ter 12 derivações (para isso, coloca-se 4 eletrodos sobre os membros do paciente e 6 no tórax – V1 a V6). Normalmente nas cirurgias não se utiliza o ECG com 12 derivações – é feita uma cardioscopia continua, utilizando-se 3 ou 5 eletrodos sobre o tronco do paciente. Se a cirurgia for no tronco, os eletrodos são colocados nas costas e são realizados ajustes no monitor para a medição dos vetores. - Detecta-se a frequência cardíaca elétrica, a qual é calculada pelo seguinte produto: número de complexos QRS (despolarização ventricular) x frequência mecânica (número de vezes que os ventrículos ejetam sangue). - Através dos eletrodos também é possível se detectar alterações elétricas do miocárdio, como arritmias, sobrecargas ventriculares (QRS fica apiculado nesta situação), isquemias (pode haver onda T invertida), infartos (os quais podem contar com infra ou supra de ST), distúrbios eletrolíticos (hiperpotassemia – conta com uma onda t apiculada; hipopotassemia – conta com uma onda t aplainada) e extrassístoles ventriculares. - Para a detecção do ritmo e da frequência cardíaca, emprega-se a derivação D2. Para se detectar alterações isquêmicas, utiliza-se mais as derivações V4 ou V5. Se colocar 5 eletrodos, tem como escolher 3 derivações; se colocar 3, tem como escolher 1-2. D2 e V4 ou V5 são as derivações mais sensíveis. - Posição dos eletrodos: Há o padrão americano e o padrão europeu para o posicionamento dos eletrodos. - No cardioscópio já vem o cabo identificando como colocar cada eletrodo. - Nas derivações de 5 eletrodos, é possível se selecionar as seguintes derivações: D1, D2, D3, aVR, aVL, aVF e V5. Se selecionar D2, V4 e V5 tem 98% de sensibilidade para detectar alguma alteração no ECG. - Podem estar presentes alguns artefatos no ECG, os quais ocorrem devido a: - Desligamento ou quebra do eletrodo, ou descolamento do eletrodo do paciente - Cabos: instalação errônea - Seleção de derivação, ganho ou filtro inadequados - Tremores do paciente (alteram o traçado do ECG) - Eletrocautérios também alteram o traçado MONITORIZAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL - Há dois métodos para se monitorar a PA: método invasivo e método não invasivo. A) Método não invasivo - O método não invasivo é dividido em: Auscultatório: medir a pressão manualmente com um manguito e com o estetoscópio - Oscilométrico: é automatizado. O manguito enche de tempo em tempo. Este aparelho também proporciona a medida da PAM do paciente. A maioria dos monitores utilizados em anestesia dispõe de aferição automatizada e utiliza a técnica de oscilometria. - A largura do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço. O comprimento do manguito deve envolver 80-100% da circunferência do braço - Pressões falsamente elevadas: - Se são utilizados manguitos pequenos - Se o membro está abaixo do coração - Compressão desuniforme (alteração no aparelho) - Pressões falsamente baixas: - Se são utilizados manguitos grandes - Se o membro está acima do coração - Deflações rápidas (alteração no aparelho) - A posição do paciente também influencia na aferição da PA. Se o paciente estiver na posição de cadeira de praia, a cada 1 cm que a cabeça do paciente está elevada em relação ao coração, ocorre 0,75% de redução na PAM. Para se manter um fluxo sanguíneo cerebral, deve-se manter uma pressão arterial média por volta de 85-90 mmHg. Deve-se atentar a esta medida para não causar uma isquemia cerebral ao se colocar o paciente nesta posição. Normalmente quando o paciente vai fazer alguma cirurgia nesta posição, eleva-se a PA do paciente para garantir que ela não chegue muito baixa no cérebro B) Método invasivo - No método invasivo realiza-se a cateterização de um segmento arterial não terminal, como as artérias radiais nos membros superiores ou as artérias pediosas e femorais nos membros inferiores. - Este tipo de aferição da PA é indicado em casos específicos: - Nos quais há alterações significativas do volume de sangue circulante durante a cirurgia. - Pacientes com comorbidades, que requerem controle estrito da pressão arterial (ex.: pacientes com determinadas cardiopatias) - Quando há dificuldade na medida da PA não invasiva (ex.: pacientes com obesidade mórbida; pacientes queimados) - Coleta de gasometria arterial - Em cirurgias cardíacas e neurocirurgias (nas quais deve haver um acompanhamento mais intenso da PA) - O transdutor deve ser colocado no suporte de soro, ao nível do coração (5 cm abaixo da borda esternal ou no 4º espaço intercostal). É administrado um soro com heparina acoplado ao sistema de pressão. Cateteriza-se a artéria e se insere o cabo do transdutor no interior dela. A oscilação da PA é captada por este transdutor e ela é mostrada no monitor, mostrando a onda da PAI (pressão arterial invasiva). C) Pressão venosa central - É outra forma de monitorização cardiovascular. Esta pressão reflete o equilíbrio entre o volume sanguíneo na circulação central, a capacitância venosa da VeiaCava e a função cardíaca direita (relacionada com a pré-carga). - Requer punção de um acesso venoso central, sendo mais utilizadas as veias subclávia, jugular interna ou femoral. Este acesso também serve para a coleta de gasometria venosa central (Svco2). MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA - Avalia-se o débito cardíaco, frequência cardíaca e volume sistólico (précarga, contratilidade e pós-carga) Esta monitorização hemodinâmica pode ser feita através: I) Cateter de artéria pulmonar (Swan-Ganz) a. É um método invasivo (o cateter é inserido através de um acesso venoso central) b. Apresenta 2 lumens, um balão de insuflação (que é insulfado na A. pulmonar) e um sensor de temperatura em sua ponta (a medição do DC propriamente dita é feita pela técnica de termodiluição) c. É dificilmente passado (precisa de um profissional com treinamento adequado) d. Seu uso vem sendo abandonado cada vez mais devido a ser um método invasivo e ter dificuldades técnicas. II) Analise do contorno da onda de pulso arterial: a partir do contorno da onda obtida pela PAI (pressão arterial invasiva), é possível se detectar a variação do volume sistólico (VVS) do paciente. Através deste parâmetro, é possível analisar se o paciente está com um volume sistólico adequado ou não, o que resulta em um débito cardíaco adequado ou não. III) Ecocardiografia transesofágica: é um método não invasivo, sendo o mais utilizado em operações cardíacas, não cardíacas e em terapias intensivas. OBS: Atualmente, existem monitores que já calculam diversos parâmetros necessários ao anestesista: VVS, DC, saturação venosa central, etc. Também pode-se utilizar o ecocardiograma para avaliar alguns fatores (como alterações da função ventricular esquerda, alterações da função ventricular direita, a veia cava, a volemia do paciente, entre outros). MONITORIZAÇÃO RESPIRATÓRIA Oximetria de pulso - Mede a fração da oxi-hemoglobina em relação à hemoglobina reduzida de maneira não invasiva e continua. - Realiza leitura pletismográfica: distingue o sinal pulsátil (artérias) do não pulsátil, resultante da absorção em veias, pele, músculos e ossos. - O oxímetro emite uma luz, a qual é formada por 4 comprimentos de onda diferentes. A hemoglobina oxigenada reage a estes feixes de luz de uma forma, e a hemoglobina reduzida reage de outra. A HbO2 absorve o espectro de luz vermelha (660 nm), e a Hb reduzida absorve o espectro infravermelho (910-940 nm). Esta diferente absorção da luz pelas hemoglobinas é captada pelo software, sendo traduzida na saturação de oxigênio. - O valor normal é acima de 92%, sendo o ideal de 95%-98% para pacientesrespirando ar ambiente. Para se anestesiar um paciente, deve estar acima de 92%. - Algumas condições clínicas podem dificultar a leitura da saturação, como: Capnometria e Capnografia - A Capnometria mede a quantidade de CO2 exalado no ciclo ventilatório (dá um número). A capnografia consiste na representação gráfica do nível de CO2 exalado (enquanto a capnometria é o número, a capgnografia é a representação gráfica). - O monitor tem um módulo eletrônico que processa a amostra de gases analisadas por um sensor, que é um espectofotômetro de massa pré-calibrado para os gases. - Há dois tipos de sensores para o CO2: - Side-stream: analisa a amostra de gases por um fluxo de aspiração lateralmente disposto ao fluxo principal no ramo expiratório do sistema respiratório do aparelho de anestesia - Mainstream: analisa a amostra de gases diretamente no fluxo principal por meio do método de absorção de luz infravermelha. É o método mais utilizado atualmente. - A Capnometria permite: - Detectar rapidamente a desconexão (descontinuidade) do sistema respiratório (visto que se isso ocorre o capnógrafo passa a não apresentar mais uma curva) - Avaliar a integridade do circuito de ventilação (ver se está vasando em algum lugar) - Estimar a adequação do débito cardíaco e ajustar parâmetros de ventilação mecânica (ex.: alterar volume corrente ou frequência respiratória frente a uma hipo/hipercapnia) - Detectar a obstrução de tubos e válvulas - Detectar a presença de cal soldada saturada (se há altas concentrações de CO2, pode ser que a cal soldada esteja saturada, sendo necessário se realizar a sua troca) - Monitorar a intubação, a posição do tubo (ver se está seletivo) ou se há algum vazamento - Perceber se o paciente está em apneia, se está em hipoventilação, se está em hiperventilação, se está re-inalando CO2, se está realizando broncoespasmo ou se há obstrução das vias aéreas (nestes dois últimos casos, detecta-se uma curva ascendente do capnógrafo. - Detectar alterações do metabolismo, como: o Parada cardíaca: a taxa de extração do CO2 é menor do que 10 o Débito cardíaco: se o paciente tem um DC muito baixo, deve-se diminuir o fluxo pulmonar. Isso causa uma diminuição das trocas gasosas, diminuindo-se a pressão parcial de CO2. o Embolia pulmonar o Hipotensão o Hipertensão o Tireotoxicose o Hipertermia o Hipotermia o Ingestão de bicarbonato MONITORIZAÇÃO DA TEMPERATURA - Tanto a hipertermia quanto a hipotermia podem ser lesivas ao organismo. Pode ocorrer a saturação das proteínas com a elevação da temperatura. - Pacientes que serão submetidos a procedimentos cirúrgicos demorados, de grande porte e com anestesia geral indica-se realizar a monitorização da temperatura. Também deve ser monitorada em procedimentos nos quais a indução da hipotermia é indicada. - A própria anestesia geral e a local redistribuem o calor do compartimento central para o periférico (fazendo com que o paciente perca mais calor para o meio), além de a anestesia geral causar a inibição do centro termorregulador (diminuindo a temperatura do paciente). - Os sítios de aferição da temperatura podem ser: nasofaringe, membrana timpânica, reto e esôfago. O local mais utilizado para se aferir é na nasofaringe ou no esôfago. A temperatura também pode ser aferida na bexiga, axila e artéria pulmonar (através do cateter de Swan Ganz). - Há dois tipos de aquecimento que podem ser realizados durante uma cirurgia: - Aquecimento passivo: cobre-se o paciente e aquece-o durante o intraoperatório, evitando a perda de calor em 30%. Isso é feito principalmente em crianças. Enrola-se algodão e faixas sobre a criança, além de cobrir a sua cabeça. - Aquecimento ativo: utiliza-se uma manta térmica. É o método de aquecimento não invasivo mais efetivo. Um aparelho joga ar quente para dentro da manta, a qual é oca por dentro. o Há mantas térmicas para o corpo todo, apenas para a parte superior, apenas para a parte inferior, etc. - A infusão de soluções aquecidas apenas é útil quando há a necessidade de infundir volume maior do que 2 litros para o paciente. Fora isso, não é efetiva. MONITORIZAÇÃO DO SNC E PERIFÉRICO - Esta monitorização é realizada através do índice biespectral (BIS). As ondas da atividade elétrica cerebral são captadas por um eletrodo e são levadas a um transdutor, o qual leva as informações a um monitor. - O BIS avalia o nível de consciência de pacientes sob anestesia geral. Apresenta um resultado que varia de 0 a 100, de modo que 100 corresponde ao estado de vigília ou totalmente acordado, e 0 corresponde a inconsciência ou coma. O ideal da anestesia geral é que o paciente fique com BIS entre 40-60. - Quando o paciente está acordado, ele emite ondas beta (14-30 Hz, o que é considerado uma alta frequência). À medida em que o paciente vai ficando relaxado, ele passa a emitir ondas alfa (9-13 Hz). Pacientes sedados emitem ondas teta (4-8 Hz), e pacientes anestesiados dormindo emitem ondas delta (1-3 Hz). O sensor capta todos estes comprimentos de onda e realiza uma leitura, gerando o BIS do paciente. À medida que se vai diminuindo a frequência das ondas, o paciente vai tendo o seu BIS diminuído. - Sedação moderada: BIS = 70 - Anestesia geral: BIS = 40-60 - Anestesias muito profunda: BIS = fica perto de 0 Monitorizaçãoem Anestesia INTRODUÇÃO - A monitorização consiste na vigilância ininterrupta do paciente anestesiado por meio da observação de seus sinais vitais , como oxigenação, ventilação, circulação e temperatura. Vigiar o paciente é preservar a sua segurança. - Deve - se identificar as alterações fisiológicas , verificando - as e corrigindo - as, prevenindo eventos adversos . - A monitorização é feita por um profissional qualificado ( anestesiologista ). - A monitorização padrão é feita pela visualização (observa se o paciente está cianótico, se está conversando, etc), palpação (do pulso) e ausculta do paciente (ex.: ver se tem algum ruído adventício), além do uso de equipamentos (verificando - se os monitores). RESOLUÇÃO CFM 2174/20 17 - A monitorização é regida pela resolução 2174/2017 do CFM. Esta resolução estabelece as condições mínimas de segurança para a prática da anestesia, a qual deve contar com: I) Monitorização do paciente , incluindo: a) Determinação da pressão arterial e dos b atimentos cardíacos ; b) Determinação contínua do ritmo cardíaco por meio de cardioscopia ; c) Determinação da temperatura e dos meios para assegurar a normotermia em procedimentos com duração superior a 60 minutos, em prematuros, recém - nascidos, em pacientes co m história anterior ou risco de hipertermia maligna e em casos de síndromes neurolépticas. II) Monitorização continua da saturação da hemoglobina por meio de oximetria de pulso III) Monitorização continua da ventilação se for realizada a anestesia geral. Deve - s e monitorar os teores de gás carbônico exalados por meio de um capnógrafo nas seguintes situações: anestesia sob via aérea artificial (como intubação traqueal, brônquica ou dispositivo supraglótico) e/ou ventilação artificial e/ou exposição a agentes capaz es de desencadear hipertermia maligna. - O artigo 4 desta resolução recomenda que os anestesistas devem observar também os seguintes critérios dependendo da situação clínica de gravidade de cada paciente ou de cada procedimento: I) Monitorização do bloqueio n euromuscular para pacientes submetidos a anestesia geral com uso de bloqueadores neuromusculares II) Monitorização da profundidade anestésica com o uso de monitores da atividade elétrica do SNC (BIS) III) Monitoriza çã o hemodin â mica avan ç ada para pacientes de alt o risco em procedimentos cirúrgicos de grande porte, e para pacientes de risco intermediário em procedimentos cirúrgicos e/ou intervencionistas de grande e médio porte IV) Uso de monitores de gases anest é sicos (mede - se as taxas de ar comprimido, óxido nitros o e agentes halogenados) V) Uso da ecocardiografia no per í odo intraoperat ó rio com o objetivo de ter uma terapêutica hemodinâmica mais adequada MONITORIZAÇÃO CARDIOVASCU LAR - É feita através do eletrocardiograma e da eletrocardiografia. Coloca - se eletrodos na superfície do corpo que captam a atividade elétrica do coração, traduzindo estes sinais em uma eletro cardiografia. - O eletrocardiograma pode ter 12 derivações (para isso, coloca - se 4 eletrodos sobre os membros do paciente e 6 no tórax – V 1 a V 6 ). Normalmente nas cirurgias não se utiliza o ECG com 12 derivações – é feita uma cardioscopia continua, utilizand o - se 3 ou 5 eletrodos sobre o tronco do paciente. Se a cirurgia for no tronco, os eletrodos são colocados nas costas e são realizados ajustes no monitor para a medição dos vetores. - Detecta - se a frequência cardíaca elétrica, a qual é calculada pelo seguinte produto: número de complexos QRS (despolarização ventricular) x frequência mecânica (número de vezes que os ventrículos ejetam sangue). - Através dos eletrodos também é possível se detectar alterações elétricas do miocárdio, como arritmias, sobrecargas vent riculares (QRS fica apiculado nesta situação), isquemias (pode haver onda T invertida), infartos (os quais podem contar com infra ou supra de ST), distúrbios eletrolíticos (hiperpotassemia – conta com uma onda t apiculada; hipopotassemia – conta com uma on da t aplainada) e extrassístoles ventriculares. Monitorização em Anestesia INTRODUÇÃO - A monitorização consiste na vigilância ininterrupta do paciente anestesiado por meio da observação de seus sinais vitais, como oxigenação, ventilação, circulação e temperatura. Vigiar o paciente é preservar a sua segurança. - Deve-se identificar as alterações fisiológicas, verificando-as e corrigindo-as, prevenindo eventos adversos. - A monitorização é feita por um profissional qualificado (anestesiologista). - A monitorização padrão é feita pela visualização (observa se o paciente está cianótico, se está conversando, etc), palpação (do pulso) e ausculta do paciente (ex.: ver se tem algum ruído adventício), além do uso de equipamentos (verificando-se os monitores). RESOLUÇÃO CFM 2174/2017 - A monitorização é regida pela resolução 2174/2017 do CFM. Esta resolução estabelece as condições mínimas de segurança para a prática da anestesia, a qual deve contar com: I) Monitorização do paciente, incluindo: a) Determinação da pressão arterial e dos batimentos cardíacos; b) Determinação contínua do ritmo cardíaco por meio de cardioscopia; c) Determinação da temperatura e dos meios para assegurar a normotermia em procedimentos com duração superior a 60 minutos, em prematuros, recém-nascidos, em pacientes com história anterior ou risco de hipertermia maligna e em casos de síndromes neurolépticas. II) Monitorização continua da saturação da hemoglobina por meio de oximetria de pulso III) Monitorização continua da ventilação se for realizada a anestesia geral. Deve-se monitorar os teores de gás carbônico exalados por meio de um capnógrafo nas seguintes situações: anestesia sob via aérea artificial (como intubação traqueal, brônquica ou dispositivo supraglótico) e/ou ventilação artificial e/ou exposição a agentes capazes de desencadear hipertermia maligna. - O artigo 4 desta resolução recomenda que os anestesistas devem observar também os seguintes critérios dependendo da situação clínica de gravidade de cada paciente ou de cada procedimento: I) Monitorização do bloqueio neuromuscular para pacientes submetidos a anestesia geral com uso de bloqueadores neuromusculares II) Monitorização da profundidade anestésica com o uso de monitores da atividade elétrica do SNC (BIS) III) Monitorização hemodinâmica avançada para pacientes de alto risco em procedimentos cirúrgicos de grande porte, e para pacientes de risco intermediário em procedimentos cirúrgicos e/ou intervencionistas de grande e médio porte IV) Uso de monitores de gases anestésicos (mede-se as taxas de ar comprimido, óxido nitroso e agentes halogenados) V) Uso da ecocardiografia no período intraoperatório com o objetivo de ter uma terapêutica hemodinâmica mais adequada MONITORIZAÇÃO CARDIOVASCULAR - É feita através do eletrocardiograma e da eletrocardiografia. Coloca-se eletrodos na superfície do corpo que captam a atividade elétrica do coração, traduzindo estes sinais em uma eletrocardiografia. - O eletrocardiograma pode ter 12 derivações (para isso, coloca-se 4 eletrodos sobre os membros do paciente e 6 no tórax – V1 a V6). Normalmente nas cirurgias não se utiliza o ECG com 12 derivações – é feita uma cardioscopiacontinua, utilizando-se 3 ou 5 eletrodos sobre o tronco do paciente. Se a cirurgia for no tronco, os eletrodos são colocados nas costas e são realizados ajustes no monitor para a medição dos vetores. - Detecta-se a frequência cardíaca elétrica, a qual é calculada pelo seguinte produto: número de complexos QRS (despolarização ventricular) x frequência mecânica (número de vezes que os ventrículos ejetam sangue). - Através dos eletrodos também é possível se detectar alterações elétricas do miocárdio, como arritmias, sobrecargas ventriculares (QRS fica apiculado nesta situação), isquemias (pode haver onda T invertida), infartos (os quais podem contar com infra ou supra de ST), distúrbios eletrolíticos (hiperpotassemia – conta com uma onda t apiculada; hipopotassemia – conta com uma onda t aplainada) e extrassístoles ventriculares.
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