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Aula transcrita - Cerebelo

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Universidade Federal Fluminense
Medicina – 4º Período
Neuroanatomia
Prof: Roberto
CEREBELO 2 – 09/12/2002 (2ª-feira)
Transcrição: Renato Corrêa Alves Moreira
 Revisão da aula anterior (cerebelo1): o cerebelo se localiza inferior// ao cérebro, posterior// ao tronco encefálico (TE), faz parte do tecto do 4º ventrículo; comunica-se via pedúnculo cerebelares inferior (com o bulbo e a medula), médio (c/ a ponte) e superior (c/ o mesencéfalo); constituído por 2 hemisférios cerebelares, unidos na linha média pelo vérmis cerebelar. Num corte de vérmis cerebelar, observa-se a estrutura chamada árvore da vida. É formado por várias pequenas folhas. Na linha média, são chamadas folhas cerebelares e, numa visão do vérmis, são chamadas de lâminas cerebelares. É formado por sulcos; os maiores, chamados fissuras cerebelares, delimitam os lobos. Os hemisférios cerebelares são simétricos e o sulco de um se comunica com o outro lado, passando pelo vérmis. 
 Numa vista anterior, como se estivesse dentro do 4º ventrículo, olhando p/ o cerebelo, observa-se clara// 2 hemisférios simétricos unidos na linha média pelo vérmis e a secção dos pedúnculos cerebelares (o superior, que se continua c/ o mesencéfalo, o médio, c/ a ponte, e o inferior, c/ o bulbo - os pedúnculos são vias de saída e chegada do cerebelo).
 O cerebelo tem uma história evolutiva (aula passada), ou seja, desenvolvimento filogenético. O 1º, o arquicerebelo ou lobo floculonodular, é responsável principal// pelas funções básicas de equilíbrio; o 2º, o paleocerebelo ou lobo anterior, cuja função está ligada ao controle da postura, da marcha e do tônus muscular; o último, o neocerebelo ou lobo posterior, que é bem maior e cresceu absurda// nos primatas, está ligado à coordenação motora fina.
 O cerebelo possui um córtex cerebelar na superfície que é formado por 2 camadas , 1 corpo medular (subst. branca) e os núcleos profundos mergulhados no corpo medular (são 4 de cada lado: denteado mais lateral, fastigial mais medial e, numa posição evolutiva e anatômica intermediária entre o fastigial e o denteado e formando o grupo interpósio, o emboliforme e o globoso).
 Hoje, mergulharemos principal// do córtex cerebelar e, além disso, gostaria de falar um pouco de conexões, da parte anátomo-funcional e a anátomo-clínica. Então, vamos falar das funções mais objetivas do cerebelo.
 
CÓRTEX CEREBELAR
 Quanto mais neurônios a gente tem, mais eficientes são nossas funções. Logo, na evolução o nº de neurônios vem aumentando em relação ao tamanho do crânio. Em espécies mais evoluídas há um nº muito maior de neurônios, ñ importa o tamanho deles. Ex: cérebro dum cachorro pequeno, que é do tamanho duma laranja, tem muito mais neurônios que o cérebro dum cavalo; isto, porque a quantidade de neurônios é muito grande apesar de os neurônios serem menores, pois o animal é menor. O que vale, então, é a quantidade de neurônios e ñ o tamanho anatômico do neurônio.
 A córtex surgiu exata// p/ aumentar a quantidade de neurônios. Lembrando: a medula (ME) é parte mais primitiva seguida pelo tronco (TE). ME e TE têm subst. cinzenta dentro da subst. branca, que é o H medular ou núcleos profundos do TE. Quando surgem o cerebelo e o cérebro, essas estruturas ñ estão só ligadas a segmentos corporais, mas sim a estruturas bem mais abrangentes. A proposta da natureza é aumentar a capacidade funcional dessas estruturas, aumentando o nº de neurônios. O animal já tinha subst. no meio como TE e ME, quer ampliar a área de subst. cinzenta; então, usa-se o cerebelo como modelo, que tem os núcleos profundos (como em ME e TE) e subst. cinzenta também na periferia. Os sulcos aumentam absurdamente o nº de neurônios nesse córtex. Esse padrão é feito no cerebelo e no cérebro.
 O córtex cerebelar é bem simples, sendo formada por 3 camadas: a molecular (+ externa), a de Purkinje (intermediária) e a granular (+ interna). É muito simples entender os tipos celulares que compõem essas camadas. Vou falar dos principais e ao mergulhar num livro + completo poderemos ver subdivisões de algumas células de associação do cerebelo. Mas, falarei hoje o básico (do livro do Menezes, do Machado, etc.).
 CAMADA GRANULAR – Predomina uma das menores céls nervosas, a cél granular ou grânulo-cerebelar. É uma cél predominante// receptora de informações que provêm da periferia e de outras estruturas neurais; ela bifurca-se em T na cam. molecular (+ superficial). Importância: RECEPÇÃO (todos impulsos que chegam ao cerebelo, boa parte deles, terminam fazendo sinapse com as células granulares). Então, a cam. GRANULAR é uma cam. receptora do cerebelo, a mais profunda, que recebe informações do aparelho vestibular, do córtex cerebral e das estruturas medulares.
 CAMADA DE PURKINJE – As céls de Purkinje por uma incrível coincidência anatômica predominam nesta camada e, ao contrário da cél granular (receptora), é efetora. 
 Guardem isto: CÉLULA GRANULAR é RECEPTORA, a de PURKINJE é EFETORA e TODOS DEMAIS neurônios do CÓRTEX CEREBELAR são ASSOCIATIVOS.Tudo que sai na córtex, sai pelos axônios das céls de Purkinje. Os impulsos que chegam, chegam pelas céls granulares. As demais são associativas. Citarei as principais.
 Todas céls ditas até agora são inibitórias, a única excitatória do cerebelo é a granular (excita por exemplo as de Purkinje e estas disparam); as de Purkinje são inibitórias – depois veremos o porquê. As outras, de associação, são também inibitórias.
 TIPOS CELULARES ASSOCIATIVOS:
1º)Células em cesto: envolve corpo de várias céls de Purkinje e geral// a inibe; localizada geral// na cam molecular ou na própria cam de Purkinje;
2º)Célula de Golgi: inibe cél granular, geral// na cam de Purkinje ou na própria cam granular;
3º)Célula estrelada ou horizontal: pequenininha c/ trajeto horizontal, inibe a cél de Purkinje; localiza-se na cam molecular.
 Repetindo...
*cél de Purkinje, efetora, geral// inibe núcleos profundos;
*cél granular, receptora, recebe informações da periferia; 
*cél de Golgi inibe cél granular;
*cél em cesto e estrelada inibem a cél de Purkinje.
 Note bem: todas céls inibitórias trabalham c/ o neurotransmissor ácido gama-amino-butírico (GABA), a cél granular, excitatória, utiliza o GLUTAMATO.
 Curiosidade: alguns autores questionam (descobertas recentes) se as céls de Purkinje e algumas céls de associação possam usar a taurina como neurotransmissor; alguns outros estão discutindo o aspartato – parece ter função interessante. Vou comentar isso depois melhor.
 Complemento: cél de Purkinje é um neurônio bipolar; GABA é um neurotransmissor inibitório que hiperpolariza a membrana pós-sináptica.
 Como os impulsos chegam até o cerebelo? Através de 2 formas. O impulso que chega ao cerebelo vem do córtex, da medula, do aparelho vestibular - a cél granular que faz sinapse principal//. O neurônio que traz o impulso p/ o cél granular excitando-a é a FIBRA MUSGOSA e vem pratica// de todo SNC (por exemplo: um estímulo que veio do fuso reticular). Outro tipo de excitação vem p/ a cél de Purkinje; é um tipo de fibra que vem principal// do complexo olivar inferior, enrosca-se na cél de Purkinje e numa relação muito íntima fica excitando-a; é a FIBRA TREPADEIRA – excita apenas a fibra de Purkinje. Então, a cél de Purkinje pode ser excitada pela cél granular (que foi excitada pela fibra musgosa) e pela fibra trepadeira; todas as demais inibem-na.
*obs: a fibra trepadeira vem principal// do Complexo Olivar Inferior; o Ângelo Machado diz que vem exclusivamente, mas se sabe que há fibras trepadeiras oriundas da formação reticular do tronco.
 
 PROJEÇÕES
1ª)No desenho esquemático (Ângelo Machado 2ª edição, página 217, fig.22.3) estão:
-Cótex cerebelar e o centro branco medular. Repare que é uma lâmina com folha cerebelar;
-Ponto de divisão das camadas está evidenciado aqui: a camada mais profunda (cam granular), a intermediária (de Purkinje) e a superficial (molecular). As céls granulares (receptoras) predominam. Veja: a fibramusgosa está vindo aqui e excitando a cél granular. O axônio desta, bifurcando em T na camada mais superficial, excitando em bloco várias céls de Purkinje (estas vão em direção aos núcleos profundos), disparando o impulso nervoso.
-Cél de Golgi: pode ser excitada pela fibra granular e na própria conexão entre fibra musgosa e cél granular inibe – faz feedback negativo com essas céls.
-Cél em cesto: faz outra forma de controle dos impulsos nervosos, dispostas perpendicular// ao eixo da folha e ao plano de bifurcação em T das fibras granulares (paralelas ao eixo da folha). Inibe uma série de céls de Purkinje. Da mesma forma, as céls estreladas externas ou horizontais inibem num plano perpendicular ao eixo da ramificação granular.
 Então, todos esses circuitos são de excitação e inibição. 
2ª)Num outro desenho esquemático, parecido c/ o anterior, está: a fibra musgosa em amarelo, fazendo sinapse c/ as céls granulares; uma cél de Golgi, inibindo essa sinapse da fibra musgosa c/ cél granular. A cél granular bifurcando em T. As céls de Purkinje em azul. Esqueci de falar no outro desenho, mas aqui temos a fibra trepadeira, estimulando basica// a cél de Purkinje de ponta a ponta. Célula em cesto – sinapse inibitória c/ as de Purkinje.
 Neste desenho temos, então, exata//:
-cél de Purkinje, sendo excitada pela fibra trepadeira (vermelho);
-grupo de céls granulares, dando axônios que se bifurcam em T e excitando blocos de céls de Purkinje ou céls inibitórias (cél estrelada, em cesto e de Golgi);
-cél de Golgi no terminal chamado ROSETA CEREBELAR ou GLOMÉRULO CEREBELAR (olhem no desenho esquemático anterior) que é o terminal da fibra musgosa (excita em bloco várias céls granulares) faz hiperpolarização. Então concorre inibindo este eixo sináptico. 
FIM DA PROJEÇÃO
 Na aula passada, falei sobre os parâmetros evolutivos do cerebelo – classificação filogenética. Na realidade, p/ falarmos de conexões cerebelares, vamos falar de vias que já conhecemos, ñ será novidade, mas começaremos a arrumar na cabeça o que já foi falado.
 AFERÊNCIA: são vias que chegam ao cerebelo e obedecem a classificção filogenética (um grupo de fibras se projeta do arquicerebelo, outras do paleo e outras do neo). Então, obedecem à classificação de cerebelo vestibular, espinhal e cortical.
 EFERÊNCIA: obedece a outro tipo de classificação.
 A córtex cerebelar é total// homogênea. Se cortado na região do arqui, paleo ou neocerebelo, seja no vérmis, seja no hemisfério e olhar a histologia, veremos que ela é pratica// toda igual. Isto tem uma implicação clínica interessante porque geral// as lesões cerebelares, principal// as menores, têm prognóstico muito bom – as áreas íntegras geral// c/ o tempo substituem as áreas lesadas (normal// as lesões cerebelares c/ o tempo e estímulo melhoram de sobremaneira). Então sua característica interessante é a igualdade circoarquitetônica. O que ñ ocorre no cérebro, onde é bem diferenciado. Esse padrão c/ três camadas se mantém em praticamente todo o cerebelo. Então vamos falar das conexões do cerebelo como um todo.
 
VIAS AFERENTES
 
ARQUICEREBELO ou CEREBELO VESTIBULAR
Desenho: tronco encefálico, 2 hemisférios cerebelares. O arquicerebelo ou lobo floculonodular ou cerebelo vestibular (baseado nas informações que recebe). P/ o cerebelo organizar a função de equilíbrio, precisa das informações de posição da cabeça no espaço provenientes do aparelho vestibular. Essas fibras que chegam no arquicerebelo provêm dos canais reticulares do ouvido interno, são 3 canais dispostos nos 3 planos espaciais + 2 pequenas cavidades/dilatações chamadas utrículo e sacro (ñ precisa memorizar). Utrículo, sacro e canais reticulares formam um sistema que informa se a cabeça está em movimento ou parada, ou seja, sobre o equilíbrio dinâmico da cabeça. Várias cél ciliadas são deslocadas, informando se a cabeça está parada ou em movimento e em qual direção. 
Hugo perguntou: - A via auditiva faz conexão c/ o cerebelo? 
R: - Ñ. A via auditiva tem receptores muito próximos, no ouvido interno também, só que na chamada cóclea. A cóclea tem comunicação c/ o vestíbulo através de alguns líqüidos (a endolinfa cocleana se comunica c/ a vestibular). Mas, ñ se comunicam pela parte neural. São total// independentes. Pela proximidade, infecções do ouvido interno freqüente// causam alterações auditivas e de equilíbrio.
 Então, os impulsos provêm do utrículo, sacro e canais reticulares, chegam ao tronco encefálico, geral// fazem sinapse num dos núcleos reticulares (superior, inferior, lateral ou medial – principal// as fibras do lateral, que se projetam pelo pedúnculo cerebelar inferior ao arquicerebelo). Essa é a via vestíbulo-cerebelar, que penetra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior.
 Clínica: as lesões tanto do aparelho vestibular ou da via vestibular quanto do cerebelo, geral// causam graves alterações de equilíbrio. Paciente tem dificuldade de equilíbrio mesmo.
Perguntaram: - Dessas comunicações que vão ao cerebelo, alguma chega ao cótex cerebral?
R: - Chega. Há uma via vestíbulo-cortical (há uma área vestibular no córtex cerebral que nos faz consciente// perceber o equilíbrio). P/ o equilíbrio, usamos dois grandes sistemas de informação: o sistemas vestibular e o visual. Então, pode-se posicionar o corpo de olhos fechados ou olhando p/ o ambiente. Logo, indivíduos c/ alguma lesão vestibular ou de cerebelo pode compensar visual// (por exemplo: na labirintite tem de se olhar o tempo todo p/ o chão senão cai; se entrar num ambiente escuro, sente o corpo cair e “bum”!). Então, o equilíbrio é o equilíbrio entre esses dois sistemas de informação.
 Portanto, o arquicerebelo tem essa conexão vestíbulo-cerebelar ou tracto vestíbulo-cerebelar.
PALEOCEREBELO ou CEREBELO ESPINHAL ou LOBO ANTERIOR
 
 Fez desenho no quadro.
 Informação de propriocepção inconsciente vem da medula espinhal p/ o cerebelo. Existe a consciente, que é aquela quando estamos de olhos fechados e sabemos se estamos c/ o braço relaxado, contraído, movimentando ou parado. A maior parte das informações vai p/ o cerebelo (propriocepção inconsciente) pelos tractos espino-cerebelares (o posterior ou direto faz sinapse na base da coluna posterior da medula, o neurônio inflete cranialmente e penetra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior p/ chegar ao lobo anterior; o anterior ou cruzado vai pelo funículo lateral pelo lado oposto à coluna de origem na medula, sobe e no mesencéfalo descruza obrigatoria//, pois é no cerebelo).
 Principal// o tracto espino-cerebelar posterior, leva informações das porções baixas do tronco e do membro inferior. As da região do membro superior e do pescoço penetram na coluna posterior e aqui ñ fazem sinapse, os neurônios vão fazer sinapse apenas no bulbo, no núcleo cuneiforme acessório, c/ outro neurônio que pelo pedúnculo cerebelar inferior chega ao cerebelo.
 As vias de conexão cerebelo-espinhal são:
*espino-cerebelar posterior ou direto – região baixa do tronco, abdômen e membro inferior.
*espino-cerebelar anterior ou cruzado
*feixe cúneo-cerebelar (do núcleo cuneiforme ao cerebelo) – região alta do tronco e membro superior.
 O NÚCLEO CUNEIFORME ACESSÓRIO fica no bulbo ao lado do núcleo cuneiforme (obs: n.grácil + n. cuneiforme = tubérculo grácil-cuneiforme), que leva informações de popriocepção consciente, tato epicrítico, estereognosia e sensibilidade vibratória. O tubéculo grácil-cuneiforme dá origem à via que vai ao tálamo, que é o leminisco medial (nessa via, as fibras arqueadas internas fazem um arco no bulbo e, quando sobem, tornam-se leminisco medial). O n. cuneiforme acessório recebe fibras que vão chegar pela região alta da medula, principal// trazendo informações proprioceptivas inconscientes da região alta do tronco e do membro superior. 
NEOCEREBELO ou CEREBELO CORTICAL ou LOBO POSTERIOR
 Recebe informações do córtex cerebral. A via que vem do córtex cerebral passa na base do pedúnculo cerebral, faz sinapsena base da ponte (na substância própria, que corresponde aos núcleos pontinos), nos núcleos pontinos, a fibra cruza o plano mediano e vai p/ o neocerebelo. Essa via é chamada VIA CÓRTICO-PONTO-CEREBELAR (desenhou no quadro), ou seja, sai do córtex motor, faz sinapse nos núcleos pontinos, cruza o plano mediano, formando aquelas fibras transversais na base da ponte, e termina no cerebelo. 
 Nenhuma novidade até aqui, pois voltei a falar tudo que falei em medula e tronco encefálico. Hoje, só estamos a parte anatômica c/ a funcional.
Dante perguntou: - O TECA (tracto espino-cerebelar anterior) traz informações sobre o quê? 
R: - Qual a diferença do TECP (tracto espino-cerebelar posterior) e do TECA ? O TECP traz informações de propriocepção clássica, recebe informações diretamente do fuso muscular. O TECA vai monitorar a ação do córtico-espinhal no músculo, ou seja, o grau de ativação que o cérebro exige naquele tipo de movimento. Dependendo do grau, o TECA vai informar o cerebelo se precisa ativar mais ou menos determinados grupos musculares. Seria como se fosse o sensor do grau de ativação do sistema motor inferior, quando o córtico-espinhal está agindo sobre o músculo.
VIAS EFERENTES
 São mais simples.
 Todo sistema nervoso tem um sentido. Por exemplo: nesse esquema filogenético, as informações chegam ao cerebelo ordenadas de acordo c/ o aparecimento na natureza. Então, o arquicerebelo informa sobre a posição da cabeça no espaço,o paleo, sobre o grau de contração nos músculos e o neo, o planejamento do cérebro sobre determinado movimento p/ que o cerebelo trabalhe p/ tal (quando o córtico-espinhal está planejando o movimento, há áreas do cerebelo que já são ativadas sem que se mecha nenhum músculo, por exemplo se você pensar que vai andar até a porta, o cerebelo já recebe a informação). Uma vez recebida a informação do cérebro, o cerebelo vai trabalhar p/ por em ação. Mas, de qual modo ? 1º agindo diretamente sobre a musculatura corporal e 2º ativando e dando resposta à própria córtex cerebral; então, atua sobre o músculo e volta ao cérebro p/ dar conta do que ele está fazendo.
 O cerebelo vai trabalhar sobre três divisões, organizando a eferência não numa classificação filogenética básica, mas sim numa classificação longitudinal ou transversal do cerebelo.
 Existem três áreas ou zonas de saída dos impulsos nervosos: ZONA MEDIANA (ou VERMIANA), que corresponde à linha média; ZONA INTERMEDIÁRIA ou INTERMÉDIA ou PARAVERMIANA; ZONA LATERAL.
 Os axônios que saem do córtex cerebral são das céls de Purkinje. Todas céls de Purkinje que saem da zona mediana vão terminar no núcleo fastigial, que está exata// na linha média; os que saem da zona intermediária vão sair no núcleo interpósio (ou emboliforme + globoso); todos que saem da zona lateral vão sair exata// no núcleo denteado. A partir daí, os impulsos vão se projetar ou p/ os neurônios motores da medula espinhal ou p/ o córtex cerebral. Ñ há outro caminho. Portanto, a saída das céls de Purkinje obedece esta divisão transversal. 
 Os neurônios do n. fastigial vão pelo pedúnculo cerebelar inferior terminar basica// em dois pontos de saída p/ a medula espinhal: 1) formação reticular; 2) núcleo vestibular. Essas fibras fastígio-reticulares ou fastígio-vestibulares fazem sinapse c/ neurônios do tronco encefálico que vão influenciar principal// os neurônios da musculatura axial e proximal dos membros. Essa parte, do núcleo fastigial, é a primeira que surge ligada ao arquicerebelo (equilíbrio). Esses neurônios do tronco que descem para a medula formam o tracto vestíbulo-espinhal (núcleo vestibular à medula espinhal) e o tracto retículo-espinhal (formação reticular ao neurônio motor da medula) e promove o equilíbrio e postura adequada ao influenciar as musculaturas axial e proximal dos membros.
 O cerebelo influencia diretamente os neurônios motores da medula por essa via. Tanto é que em algumas lesões do córtex cerebral, o indivíduo consegue ficar em pé. Em um AVC, por exemplo, no início ñ, mas após algum tempo, se colocado numa posição firme, o indivíduo consegue ficar em pé, estando basica// sob ação cerebelar. 
 A segunda projeção é do núcleo interpósio p/ a medula. O n. interpósio manda fibras p/ duas partes, primeira termina no núcleo rubro. As fibras do n. rubro cruzam o plano mediano e vão inervar o neurônio motor do lado oposto. Esse tracto, chamado tracto rubro-espinhal (do núcleo rubro à medula), age sobre neurônio motor da medula, principal// da musculatura distal. 
 Todas essas vias estudaremos em grandes vias eferentes.
 Então, vestíbulo, retículo e rubro – espinhais são vias de conexão do cerebelo c/ o neurônio motor inferior da medula espinhal. 
 Todas outras vias são p/ o córtex cerebral, principalmente oriundas do núcleo denteado e núcleo interpósio. Essas duas vias que vou falar tem sentido oposto à via córtico-ponto-cerebelar, vão devolver informações ao cérebro. Esses dois neurônios deixam o cerebelo, cruzam o plano mediano, vão p/ o tálamo (grande central de projeção cortical, pega todas informações e joga no cérebro, e onde chega as vias espinhais) e daqui voltam p/ a área motora do córtex. Vê-se, então, um trajeto inverso: uma córtico-ponto-cerebral e outro cerebelo-tálamo-cortical. 
 A partir desse circuito o cérebro influencia o cerebelo e este devolve as informações p/ a área motora do cérebro. Essas vias são: a dento-tálamo-cortical e a interpósio-tálamo-cortical, sintetizadas como cerebelo-tálamo-corticais. 
 Para sintetizar, há duas projeções básicas do cerebelo: p/ a medula espinhal e p/ o córtex cerebral. P/ a medula: vestíbulo, retículo e rubro – espinhais, ou seja, cerebelo-vestíbulo/rubro/retículo-espinhal. P/ o córtex: dento-tálamo-corticais e interpósio-tálamo-corticais, ou seja, cerebelo-tálamo-corticais; as outras são interpósio-rubro-espinhal, fastígio-retículo-espinhal e fastígio-vestíbulo-espinhal. São vias de ação do cerebelo sobre a musculatura da medula espinhal e sobre o córtex cerebral, dando resposta.
 
 Normal// as vias que partem da área lateral, partem dando resposta motora rápida e da parte intermediária ajustam o movimento. Ou seja, movimentos rápidos como uma raquetada no tênis e jogar totó, você utiliza a área lateral. São reflexos rápidos não dá tempo de pensar e voltar atrás o movimento. Em movimentos longos como a marcha, atuará a área lateral (planejamento) e a zona intermediária (correção do movimento). A zona medial corrige postura e equilíbrio do indivíduo.
 CLÍNICA: 
*lesão vermiana isolada: gera dificuldade de equilíbrio e postura; 
*lesão intermédia e lateral: gera dificuldade de elaborar movimentos mais complexos. 
BATE-PAPO:
*Fastigial ñ tem nenhum p/ o córtex, vão direto p/ a medula espinhal (fastígio-reticular, fastígio-vestibular, vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal). Interpósio que tem uma parte p/ a medula (interpósio-rubro-espinhal) e um p/ o córtex (interpósio-tálamo-cortical).
*Função do rubro-espinhal: controlar principal// a musculatura dos membros.
*Tracto rubro-espinhal: movimentos menos expressivos de extremidades na sp. human.
 Tracto córtico-espinhal: movimentos mais delicados na sp. human. Geral// só tem em primatas – em outros animais é muito pequeno.
 Falaremos mais sobre isso em vias de eferência.
*Movimentos repetitivos são estabelecidos pelas vias olivo-cerebelares. 
LESÕES CEREBELARES
*ATAXIA CEREBELAR: alteração do equilíbrio. Indivíduo aumenta a base de sustentação (apóia na parede, por exemplo) e usa mais a visão. Ocorre principal// em lesões de vérmice.
*DECOMPOSIÇÃO MOTORA: dificuldade de realizar movimentos complexos, pois as musculaturas flexora e extensora estão sem sincronia.
*TREMOR DE TENSÃO: em qualquer movimento, principal// movimento de membro superior. Diferente do tremor de repouso observado no Mal de Parkinson.
*DISMETRIA: quando chega próximo ao alvo do movimento, treme-se muito. Não consegue fazer prova do dedo-nariz, devido à falta de sincroniadas musculaturas extensora e flexora. 
 *SINAL DO RECHAÇO e MANOBRA DO RECHAÇO POSITIVO: mostra a falta de sincronia entre as musculaturas agonista e antagonista. Puxa-se o braço do indivíduo e ao soltar, devido à lesão, o indivíduo não consegue ativar rapidamente o mecanismo que freia o braço. Então, dá um tapa em si mesmo.
 *DISDIADOCOCINESIA: não conseguir fazer movimentos rápidos e alternados (que são chamados de diadococinesia).
*NISTAGMO GIRATÓRIO ou HORIZONTAL: geral// é fisiológico, pois à medida que se focaliza um objeto o olho treme um pouco e volta. Mas, quando há lesão cerebelar, esse tremor é extremo. Portanto, é uma falta de sincronia entre a musculatura agonista e antagonista do globo ocular.
*LINGUAGEM ESCANDIDA: linguagem arrastada e abrupta devido à falta de sincronia da musculatura das cordas vocais.
>Obs: o ÁLCOOL impregna as céls de Purkinje e concorre c/ o glutamato, não deixando disparar normal//. Logo, é uma lesão cerebelar transitória na qual se observam todos os sintomas citados.

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