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Diarreias Infecciosas

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Definição e etiologia 
Definição: alteração do hábito intestinal 
caracterizada pelo aumento na frequência 
de evacuações e/ou por modificação na 
consistência das fezes, que se tornam líquidas 
ou pastosas 
 Aguda: quando tem duração < 14 dias 
 Peso fecal > 200g ao dia 
 Número aumentado de dejeções: > 3 
ao dia 
A maioria dos casos de diarreia aguda é de 
etiologia infecciosa ➔ Vírus 
 Rotavírus principalmente em crianças 
(assintomático em adultos) 
 Etiologia bacteriana predomina 
quando há casos mais graves 
 Pode ser causada também por toxinas 
bacterinas pré-formadas ingeridas 
acidentalmente 
 Causas não infecciosas: 
medicamentos (ATB, anti-inflamatórios, 
hipoglicemiantes, digitálicos e 
hipolipemiantes) 
 Outras causas: intolerância a lactose, 
doença inflamatória intestinal, 
síndrome do intestino irritável, 
apendicite, diverticulite, neoplasia de 
cólon e as síndromes disabsortivas 
 
Epidemiologia 
 Dois bilhões de casos de doença 
diarreica ao ano no mundo 
 1.9 milhões de crianças com menos de 
5 anos de idade morrem por causa de 
diarreia 
 Isso significa que 18% de todas as 
mortes de crianças com menos de 5 
anos 
 Mais de 5000 crianças morrem a cada 
dia como resultado de doenças 
diarreicas 
anamnese e exame físico 
 Duração do quadro diarreico 
 Presença de sangue ou muco nas fezes 
 Número de evacuações diárias e 
volume fecal relacionado 
 Presença de febre, dor abdominal e 
outros sintomas associados 
 Antibioticoterapia prévia ou outros 
medicamentos recebidos 
 Hospitalização recente 
 Presença de comorbidade ou estados 
de imunossupressão concomitantes 
A história alimentar deve fazer parte do 
interrogatório inicial, na busca de uma 
provável fonte de infecção 
 Familiares ou pessoas próximas com 
quadro clínico semelhante? 
 Viagens recentes, hábitos de vida, 
atividade laborativa (se trabalham 
com crianças ou são manipuladores 
de alimentos) 
Exame físico: sinais de desidratação, 
como alteração da elasticidade e turgor da 
pele, ressecamento de mucosas, além da 
avaliação do estado hemodinâmico, 
inicialmente por meio de FC, PA e diurese 
 
 
 
Para lembrar: 
 Diarreia com volume maior: intestino 
delgado, diarreia alta, com menor 
frequência de evacuação 
 Diarreia com menor volume: cólon, 
diarreia baixa, com frequência maior 
de evacuação + tenesmo 
As toxinas bacterianas, principalmente do 
S.aureus, podem causar diarreia em até 8h 
 O clostridium perfrigens tem um tipo de 
toxina que está associada surtos e 
colite perfurativa 
 
Fatores microbianos 
Toxinas: 
 Neurotoxinas: S.aureus provoca um 
hiperperistaltimo pelo acometimento 
do SN autônomo 
 Enterotoxinas: vibrio cholerea atinge a 
mucosa e aumenta a secreção, assim 
como a E.coli (ETEC) 
o A enterotoxina da cólera altera 
a adenilato ciclase, aumenta o 
AMP cíclico e aumenta a 
secreção ➔ dano na mucosa 
com alteração da secreção → 
causa desidratação 
o A toxina da E.coli é muito 
semelhante, não destrói 
enterócitos, mas mexe no 
funcionamento da célula 
 Citotoxinas: podem causar destruição 
tecidual. São toxinas relacionadas 
com disenterias (lesões inflamatórias 
que podem levar a presença de muco 
e sangue nas fezes) 
o shigella → destruição da 
mucosa levando a inflamação. 
o E. coli → EHEC 
o Clostridium perfringens 
o Clostridium dificile 
Ivasividade: 
 Shigella → destruição da mucosa – 
inflamação 
 E.coli 
 E.histolytica 
 Salmonella 
 Campylobacter 
Invasão/aderência ➔ vigorosa resposta do 
hospedeiro ➔ citocinas proinflamatórias 
 
 
Os rotavírus destroem a borda em escova 
causando diarreia por diminuição da 
absorção 
 Salmonella pode causar diarreia em 
poucas horas 
Defesas do hospedeiro 
 Genótipo 
 Higiene pessoal 
 Acidez gástrica e outras barreiras 
físicas 
 Motilidade intestinal 
 Microflora intestinal 
 Imunidade (fagócitos, humoral 
mediada por células) 
 Fatores do leito humano 
Diagnóstico 
 Habitualmente, é desnecessário 
qualquer exame investigativo 
 Exames laboratoriais como 
hemograma, provas de atividade 
inflamatória, função renal e eletrólitos 
podem ser necessários nos casos mais 
graves para avaliação da condição 
geral do paciente 
 Pesquisa de leucócitos e de sangue 
oculto nas fezes ➔ casos de suspeita 
de doenças invasivas, como nos 
pacientes com febre elevada, 
imunossupressos, faixas etárias 
extremas 
o A pesquisa de lactoferrina fecal 
reflete a presença indireta de 
leucócitos fecais, podendo 
substituir a pesquisa direta de 
leucócitos 
 Coprocultura ➔ casos de maior 
gravidade, múltiplas comorbidades, 
imunocomprometidos e com história 
de internação hospitalar recente 
Às vezes será necessário buscar o patógeno, 
mas boa parte das vezes o tratamento é 
empírico ou só hidratação ou antimicrobiano 
empírico + hidratação 
 Quando solicitar testes para 
confirmação etiológica? 
o Surtos 
o Casos internados – potencial de 
evolução grave 
o Diarreia persistente (mais de 14 
dias, com tentativa de uso de 
antimicrobiano sem melhora) 
Tratamento 
 O foco do tratamento deve ser de 
suporte, com manutenção ou 
recuperação do estado fisiológico de 
hidratação, já que a desidratação é o 
principal fator de gravidade 
 VO é a via de 1ª escolha 
 Os pacientes não desidratados devem 
ser estimulados em relação a ingestão 
hídrica para prevenção de 
desidratação 
 Desidratação leve: hidratação VO no 
local de atendimento, com 
monitoração dos parâmetros de 
melhora (FC, avaliação de mucosas e 
diurese) 
 Desidratação moderada a grave: 
hidratação parenteral, usualmente 
com soluções cristaloides. Podem 
necessitar de internação 
 Não é recomendado o jejum, pois a 
nutrição dos enterócitos é fundamental 
para a manutenção da integridade do 
epitélio intestinal 
 Quando indicar antibiótico? Nas 
diarreias inflamatórias 
o Febre alta e persistente 
o Necessidade de hospitalização 
o Menores de 1 ano 
o Idoso 
o Pacientes com SIDA 
o Imunossupressos 
o Anomalias cardíacas ou 
valvares, com predisposição à 
endocardite (principalmente na 
possibibilidade de salmonella) 
➔ usar ATB mesmo se não tiver 
sangue nas fezes, pois caso seja 
salmonella, pode fazer 
bacteremia 
o Falcemia - salmonella 
Manejo clínico: 
 HISTÓRIA COMPLETA + EXAME FÍSICO 
 AVALIAR GRAU DE DESIDRATAÇÃO 
 DEFINIR O TIPO DE DIARREIA 
Coadjuvantes no tratamento: 
 Agentes anti-motalidade (loperamida) 
e alguns opioides: diminuem a 
motilidade do TGI e podem ser usados 
em algumas diarreias. Não pode ser 
usado em diarreia inflamatória 
 Probióticos: uma das causas de 
diarreia é o uso de antimicrobiano, 
como ocorre na diarreia por C.difficile 
(após uso de antibióticos) ou só por 
desorganização da microbiota, nesse 
caso talvez haja benefício no uso de 
probióticos. Nos outros casos, não há 
comprovação científica para uso 
Shigella: precisa ingerir apenas 10 bactérias 
para ter a doença 
 
Prevenção 
 Aconselhamento sobre hábitos de 
higiene 
 Uso de água potável 
 Aleitamento materno 
 Saneamento básico 
 Processamento adequado de 
alimentos 
 Imunização 
Complicações 
Possíveis complicações de diarreias agudas 
 
A Salmonella possui maior risco de provocar 
bacteremia, muito mais que a Shigella 
 As várias complicações associadas à 
salmonela em seres humanos são: 
gastroenterites, febre tifoide, 
bacteremia e infecção endovascular, 
infecções metastáticas focais como 
osteomielites ou abscessos, e o estado 
de carreador assintomático 
 A salmonella é transmitida por 
alimentos (ovos e aves domésticas) e 
contato com animais 
Avaliação da perda volêmica na 
diarreia aguda 
Como avaliar o sinal da prega? 
 No adulto: utilizar a região 
supraclavicular. No idoso pode não ser 
tão eficaz, pois há uma diminuição 
normalda elasticidade da pele 
 Na criança pode fazer em vários locais 
 Marcadores de desidratação grave: 
letargia, sonolência excessiva, 
hipoatividade severa na criança, 
inabilidade para beber, pulso radial 
com amplitude baixa 
 
 
Diarreia aquosa esverdeada: rotavírus 
Diarreia aquosa com aspecto de “água de 
arroz”: formas graves de cólera 
Aspectos do quadro clínico 
 Frequência → definição de 
acometimento alto ou baixo (alta 
frequência – diarreia baixa, baixa 
frequência – diarreia alta) 
 Muco 
 Sangue – diarreia inflamatória 
 Febre (indica caráter inflamatório, mas 
pode ser infeccioso ou não) 
 Associação com alimento → diarreia 
osmótica, intolerância 
 Fezes que boiam no vaso (esteatorreia) 
 Uso recente de antibiótico – diarreias 
associadas 
 Viagens – patógenos específicos 
 Condições de higiene – associação 
entre diarreia infecciosa e baixa 
renda-instrução 
 Outros fármacos – não absorvíveis, pró-
cinéticos 
 Tenesmo – acometimento baixo TGI 
 Sinais de irritação peritoneal – 
peritonites 
 Perda ponderal 
 Diarreia que melhora com jejum – 
intolerâncias 
 
Importante: saber se a diarreia é de origem 
inflamatória ou não inflamatória 
Rotavírus: destrói a borda em escova, mas 
provoca diarreia não inflamatória 
 
 
 Salmonella? 
 Toxina estafilocócica? (diarreia surge 
em menos de 8h) 
 
 Avaliar sinais de desidratação 
 Muco + febre + sangue ➔ diarreia 
inflamatória 
 Pedir parasitológico de fezes

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