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Apostila_saude ambiental e Epidemiologia
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prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, so- bre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças. (BRA- SIL, 1990). Também definida como um sistema de In- formação – Decisão – Ação, a Vigilância Epidemio- lógica tem como funções: 6.3 Vigilância Epidemiológica a coleta de dados; o processamento, análise e interpreta- ção dos dados coletados; a recomendação e a promoção de me- didas de controle; a avaliação da efetividade (se de fato foram realizadas) e da eficácia (se sur- tiram o efeito esperado) das medidas adotadas; divulgação de informações pertinentes. As alterações no meio ambiente interferem diretamente na saúde humana e contribuem para a elevação dos custos empregados no tratamen- to de doenças previsíveis. Assim, o gerenciamen- to dos fatores de risco relacionados à saúde que advêm dos problemas ambientais é parte inte- grante da vigilância em saúde em todo o país. A Vigilância Ambiental pode ser definida como uma estratégia para identificação de situa- ção de risco ou perigo no ambiente que possa causar doenças, incapacidades e mortes com o objetivo de alcançar a remoção ou a redução da 6.4 Vigilância Ambiental exposição a essas situações de risco (CAMARA, 2006). Semelhante à Vigilância Epidemiológica, a Vigilância Ambiental se apoia na coleta sistemáti- ca de dados e cálculo de indicadores relacionados ao ambiente, incluindo agentes tóxicos, dados de morbidade e mortalidade, e características dos grupos expostos. A Vigilância Ambiental é bastante comple- xa e requer a utilização de laboratórios altamente especializados, capazes de comprovar o perigo e a exposição, relacionando-os aos efeitos produzi- dos (CAMARA, 2006). Hogla Cardozo Murai Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 38 O processo de trabalho da Vigilância Am- biental compreende as seguintes fases: identificação do perigo: corresponde a verificar verificação se a substância de interesse apresenta um efeito adverso à saúde; avaliação da dose-resposta: correspon- de à determinação do potencial que a substância de interesse tem de causar resposta (dano à saúde) em diversos ní- veis de exposição; avaliação de exposição: é a estimativa do grau provável de exposição do in- divíduo à substância de interesse (ex.: grau de exposição do profissional ao mercúrio ou à radiação); caracterização do risco: é resultante da avaliação do risco com as exposições, levando-se em conta as características da substância de interesse e do grupo populacional exposto, com a finalidade de identificar o excesso de risco para cada grupo. As áreas de responsabilidade do Sistema Nacional de Vigilância Ambiental são previstas em lei e normatizadas pelo Ministério da Saúde. A Instrução Normativa nº 1, de 7 de março de 2005, regulamentou o Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental (SINVSA). Entre suas atribuições, estão coordenação, avaliação, planejamento, acompanhamento, inspeção e su- pervisão das ações de vigilância relacionadas às doenças e agravos à saúde no que se refere a: 1. água para consumo humano; 2. contaminações do ar e do solo; 3. desastres naturais; 4. contaminantes ambientais e substân- cias químicas; 5. acidentes com produtos perigosos; 6. efeitos dos fatores físicos; 7. condições saudáveis no ambiente de trabalho. Água para Consumo Humano A Vigilância em Saúde Ambiental Relacio- nada à Qualidade da Água para Consumo Huma- no (VIGIAGUA) consiste em desenvolver ações contínuas para garantir à população o acesso à água de qualidade compatível com o padrão de potabilidade estabelecido na legislação vigente, para a promoção da saúde. Entre os objetivos específicos de sua atua- ção, destacamos: reduzir a morbimortalidade por doen- ças e agravos de transmissão hídrica, por meio de ações de vigilância siste- mática da qualidade da água consumi- da pela população; buscar a melhoria das condições sani- tárias das diversas formas de abasteci- mento de água para consumo humano; avaliar e gerenciar o risco à saúde das condições sanitárias das diversas for- mas de abastecimento de água; monitorar sistematicamente a qualida- de da água consumida pela população, nos termos da legislação vigente; informar a população sobre a qualidade da água e riscos à saúde; apoiar o desenvolvimento de ações de educação em saúde e mobilização so- cial. Contaminações do Ar e do Solo A Vigilância em Saúde de Populações Ex- postas à Poluição do Ar (VIGIAR) tem como obje- tivo a promoção da saúde da população exposta aos fatores ambientais relacionados aos poluen- tes atmosféricos. Seu campo de atuação prioriza as regiões onde existam diferentes atividades de natureza econômica ou social que gerem polui- Epidemiologia e Saúde Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 39 ção atmosférica de modo a caracterizar um fator de risco para as populações expostas, denomina- das Áreas de Atenção Ambiental Atmosférica, de interesse para a Saúde. Os objetivos específicos de sua atuação são: prevenir e reduzir os agravos à saúde da população exposta aos fatores ambien- tais relacionados aos poluentes atmos- féricos; avaliar os riscos à saúde decorrente da exposição aos poluentes atmosféricos; identificar e avaliar os efeitos agudos e crônicos decorrentes da exposição aos poluentes atmosféricos; estimular a intersetorialidade e interdis- ciplinaridade entre os órgãos que pos- suam interface com a saúde no que diz respeito às questões de qualidade do ar; subsidiar o setor Ambiental na formula- ção e execução de estratégias de con- trole da poluição do ar, tendo em vista a proteção da saúde da população; fornecer elementos para orientar as po- líticas nacionais e locais de proteção à saúde da população frente aos riscos decorrentes da exposição aos poluen- tes atmosféricos. A Vigilância em Saúde de Populações Ex- postas a Solo Contaminado (VIGISOLO) tem por objetivo desenvolver ações de vigilância em saú- de de populações expostas a solo contaminado visando a recomendar e instituir medidas de pro- moção da saúde, prevenção dos fatores de risco e atenção integral, conforme preconizado no SUS. Entre suas ações destacam-se: identificar e priorizar áreas com popula- ções expostas a solo contaminado; desenvolver estratégia de gestão para atuação em áreas com populações ex- postas, em especial para avaliação de risco à saúde humana e protocolo de vigilância e assistência à saúde. Desastres Naturais A Vigilância em Saúde Ambiental Relaciona- da aos Riscos Decorrentes de Desastres Naturais (VIGIDESASTRES) tem o objetivo de desenvolver ações de vigilância ambiental em saúde relacio- nadas a enchentes, secas, deslizamentos e incên- dios florestais. A prevenção visa a minimizar os danos à saúde das populações atingidas e alertar as unidades locais de atendimento. Os desastres podem afetar a saúde pública sob diversos aspectos: provocam um número inesperado de mortes, ferimentos ou enfermidades e congestionam os serviços locais de saú- de; danificam a infraestrutura local de saú- de e alteram a prestação de serviços de rotina e ações preventivas, com graves consequências em curto, médio e longo prazo em termos de morbimortalidade; comprometem o comportamento psi- cológico e social das comunidades; causam escassez de alimentos com gra- ves consequências nutricionais; provocam deslocamentos espontâneos da população, acarretando risco epide- miológico; aumentam a exposição climática da po- pulação desabrigada; destroem ou interrompem os sistemas de produção e distribuição