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SINDROMES ARTERIAIS - PAPM AULA 5

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PAPM III – Aula 5 - Prof. H.P. Luanna Borges – Med 104 
INSUFICIÊNCIA ARTERIAL PERIFÉRICA 
 
SÍNDROMES ARTERIAIS 
➔ É muito comum encontrar pessoas com problemas circulatórios. Pessoas que estão sempre com feridas nas pernas 
de longa duração por conta da dificuldade cicatricial por conta da má perfusão. 
➔ Na clínica conseguimos entender e diagnosticar apesar de hoje haver exames com doppler. 
 
PRINCIPAIS DOENÇAS ARTERIAIS 
a) Arteriosclerose → cuidado para não confundir arteriosclerose com aterosclerose. As duas são doenças que 
incidem o sistema arterial. 
b) Artrites → são processos inflamatórios como tromboangite obliterante, artrite temporal, artrite de Takayasu (é 
uma doença autoimune), poliartrite nodosa etc. 
c) Aneurismas: podem ser pós traumáticos, associados a doenças infecciosas a algumas bactérias por ex. 
d) Síndrome aórtica aguda (dissecção, ulcera penetrante e hematoma mural); a dissecção de aorta é um quadro mais 
dramático, porque há o rompimento ou dissecação de um aneurisma aórtico, sangramento agudo, dor importante, 
instabilidade hemodinâmica, dor abdominal, má perfusão. 
e) Fistulas e malformações arteriovenosas: 
f) Traumatismos arteriais: um acometimento traumático pode gerar um aneurisma, pode romper artérias. 
 
ANAMNESE – DADOS IMPORTANTES 
Importante saber em doenças arteriais, considerar fatores de risco como sexo. 
 
➔ SEXO 
• MASCULINO: 
o Tromboangite obliterante (9:1): Doença arterial periférica, das arteríolas que acomete também vênulas. 
Mais comum em homens, 9 homens para 1 mulher. 
• FEMININO: 
o Artrite de Takayasu: Doença autoimune tem uma certa predileção pelo sexo feminino 
o Varizes: Talvez por conta da predominância estrogênica 
o Síndrome de Raynaud e livedo reticular. 
 
➔ IDADE 
A idade indica maior prevalência de uma doença acontecer, mas não significa que não possa ocorrer em outras idades. 
• < 40 anos: Tromboangite obliterante, arterite de Takayasu e as doenças vasopásticas 
• Aterosclerose surge após os 40-50 anos. Aterosclerose é um acúmulo de placas de colesterol na parede das 
artérias, principalmente artérias de pequeno e médio calibre e isso traz risco de trombose, ou seja, de 
PAPM III – Aula 5 - Prof. H.P. Luanna Borges – Med 104 
fechamento de artérias. Doença associada a aterosclerose é infarto. O infarto é a doença que mais mata no 
mundo. A tendência é que a aterosclerose acometa cada vez faixas etárias mais precoces devido a maus 
hábitos alimentares, sedentarismo. 
• Artrite temporal = acima dos 60 anos. É uma inflamação da artéria temporal, muito comum em idosos. 
• Importante na HDA 
 
➔ ETNIA 
• Tromboangites obliterantes tem maior incidência entre os povos orientais e semitas. 
• A ulcera de perna da anemia falciforme ocorre geralmente em negros e pardos. A ulcera de perna associada 
a anemia falciforme pode gerar uma doença obstrutiva periférica, problema arterial e capilar importante. 
 
➔ HPP 
• LUES, TUBERCULOSE, DOENÇAS CARDIACAS, FEBRE REUMÁTICA, DIABETES, HIPERTENSÃO ARTERIAL 
o Sífilis, tuberculose, doenças cardíacas, febre reumáticas, HAS, Diabetes são fatores de risco que na HPP 
vão trazer um risco maior de doença arterial 
o A pessoa que tem um histórico de angina, infarto tem um maior risco de doença arterial periférica. 
o A doença arterial periférica predispõe ao risco de doença cardiovascular e vice-versa por conta da 
aterosclerose 
o Diabetes é uma doença que acomete a microcirculação, então também é um risco. 
o A sífilis (Lues) é uma doença que pode estar associada a arterite da aorta. 
• CIRURGIAS 
o HERNIA INGUINAL, DISSECÇÃO VENOSA, CATETERISMO, CIRURGIA ORTOPÉDICA 
o Paciente que fez uma cirurgia de hernia inguinal, fez um procedimento cirúrgico de dissecção venosa, de 
cateterismo, cirurgia ortopédica. 
o Relação entre uma dissecção venosa e doença arterial é a proximidade do vaso. Quando estamos 
dissecando uma veia, importante lembrar da anatomia, veias e artérias tem um trajeto em comum, tem 
uma relação de proximidade. Eventualmente, um cirurgião, durante uma dissecção vai ter que manipular, 
afastar o vaso, deslocar uma artéria para acessar a veia. Existe o risco do médico se confundir e ao invés 
de cateterizar a veia, vai cateterizar a artéria. Essa manipulação pode gerar um processo cicatricial que vai 
gerar uma estenose. Essa estenose segmentar vai comprometer a vascularização do membro. 
o Em cirurgia de hernia inguinal, nessa região tem um vaso importante que passa ali, a artéria femoral. Essa 
artéria femoral tem uma relação de proximidade. Às vezes, o cirurgião pode lesionar essa artéria e ter um 
problema, pode ter trombo associado a essa manipulação 
o Cirurgia de menisco é um fator de risco isolado para doença arterial periférica. 
 
➔ PROFISSÃO 
• Martelo pneumático (Raynaud): Paciente que trabalha com martelo pneumático. Martelo pneumático é para 
quebrar as coisas, gera muita vibração na mão. Esse impacto sobre a mão pode gerar síndrome de Raynaud, 
fenômeno vasoespástico de Raynaud. É um fator de risco. 
PAPM III – Aula 5 - Prof. H.P. Luanna Borges – Med 104 
• Frigoríficos (vasoespasmo): exposição ao frio intenso por muitas horas. Alpinismo. O frio faz vasoespasmo e 
começa a haver áreas de sofrimento. Necrose de ponta de nariz, orelha, extremidades. 
• Lavoura de trigo (ergot). O trigo tem os derivados de ergot. Em tratamentos de enxaqueca usa-se derivados 
de ergotamina. Ergotamina é substancia que tem no ergot que é derivado do trigo. O ergot provoca 
vasoespasmo (pessoas que trabalham no cultivo de trigo). A fisiopatologia envolvida na enxaqueca está 
relacionada a vasodilatação cerebral, por isso os medicamentos fazem vasoespasmo. Só que uma pessoa que 
trabalham com isso, está exposta ao ergot no dia a dia aumenta a chance de ter doença arterial periférica. 
 
➔ TABACO 
• Vasoespasmo 
• Edema da intima: a camada intima da artéria faz um edema, ou seja, diminui o lúmen do vaso. 
• Adesividade plaquetária 
Fumar é um fator de risco para doença arterial como um todo, para infarto, derrame. A exposição ao tabaco faz com 
que tenhamos vasoespasmo, edema da íntima, aumenta a adesividade plaquetária. Ou seja, são fatores que, em 
conjunto, aumentam o risco de trombose. Uma trombose arterial vai fazer oclusão arterial. Toda vez que há uma 
obstrução de mais de 50% do vaso, aumenta risco de disfunção arterial, isquemia. 
 
EXAME FÍSICO 
Características que os pacientes com síndromes arteriais apresentam: 
Depende do segmento acometido. Os sintomas mais comuns são angina (quando relacionada com doença arterial 
coronariana). Se for o cérebro, pode haver perda motora, visual, sensitiva porque pode haver isquemia de um 
seguimento cerebral. 
O edema é muito característico de doença de insuficiência venosa, em que há dificuldade de drenagem sanguínea, 
pode haver edema de MMII. 
➢ Dor: quando alguém tem isquemia no pé, formigamento, circulação colateral (é um fator que temos que olhar – 
formada em doenças crônicas) 
• Obs: a circulação colateral vai ser um fator que vai ajudar a limitar a intensidade do problema de oclusão 
arterial. 
• Acontece no infarto também. Infartos quando acometem pessoas mais jovens são mais severos. A fatalidade 
do infarto em jovens é mais frequente do que em pacientes mais idosos. Isso por que a circulação colateral 
vai se desenvolvendo ao longo dos anos, se a pessoa infartar muito jovem, ela ainda não teve tempo de fazer 
essa circulação colateral e a área de infarto será maior, a disfunção do órgão será maior e o risco de morte 
também. 
➢ Coloração de extremidade com isquemia: cianose, palidez. Em uma primeira fase, principalmente em doença com 
resposta aguda é palidez. Tem-se isquemia e fica pálido. A cianose pode vir depois. Não é uma regra, o quadro 
pode se instalar com cianose. 
➢ Frialdade: temperatura menor. Uma das funções do sistema cardiovascular é manter a temperatura. A partir domomento em que há uma obstrução arterial, parte do membro vai perder temperatura. Essa perda de 
temperatura traz o sintoma de frialdade. Ao comparar um lado com o outro, percebe-se que um lado está mais 
frio. 
➢ Atrofia: é uma atrofia cutânea. A pele de alguém que sofre de doença arterial periférica é fina, brilhante. Tem 
perda de pelos porque não tem folículo piloso se desenvolvendo já que a perfusão está difícil e o pelo não 
consegue ter força para nascer e cai, perde o folículo piloso. É uma pele que perde a pilificação natural, fica fina, 
friável, qualquer batidinha fica ferida que demora um tempo enorme para cicatrizar. É uma pele fina, friável, 
delicada. 
 
PAPM III – Aula 5 - Prof. H.P. Luanna Borges – Med 104 
➔ EXAME FÍSICO – ETAPAS 
• Inspeção 
• Palpação 
• Ausculta 
• PA 4 membros: o exame dos sinais vitais tem que envolver os 4 membros. Deve-se aferir a PA nos 4 membros 
para avaliar se há presença de diferenças de PA. Se o paciente tem uma estenose arterial de um determinado 
membro, vai haver diferença pressórica entre os membros. 
• Não tem percussão arterial! 
 
➔ DOR 
Uma isquemia arterial aguda normalmente é muito dolorosa. O sistema mais associado a isquemia de membro inferior 
é a claudicação. O paciente refere dor na perna, tendo começado há um ano. O paciente, quando anda a uma distância 
maior, começa a ter dor na perna e é obrigado a parar. Parece que a perna vai cair. O paciente para de andar, a dor 
melhora e ele volta a andar. Quando volta a andar, a dor reaparece e o paciente tem que parar novamente. Essa dor 
começa a aparecer cada vez a uma distancia menor. Tem que parar a curtas distâncias. Essa distância vai ficando cada 
vez menor. Dor desencadeada com movimento. 
• Claudicação intermitente: dor na perna quando começa a andar a distância maior. A dor começa a ficar mais 
frequente, paciente começa a parar com uma distância menor. 
o Progressiva: os sintomas começam a ser sentidos a distancias menores. Piora com o tempo 
o Pode evoluir até dor em repouso: não é mais uma claudicação. 
o Obriga a interrupção do exercício 
• Dor em repouso: 
o Sintoma crítico. A circulação do membro está profundamente comprometida. O paciente tem dor em 
repouso e começa a não conseguir ficar mais deitado na horizontal porque a dor se intensifica. 
IMPORTANTE: claudicação por doença venosa, o paciente tem dor ao andar, mas a dor não o obriga a parar. A dor em 
repouso pode haver nas doenças venosas e arteriais. A dor em repouso da doença arterial, na horizontal piora. Na 
insuficiência venosa, quando o paciente está na horizontal, a dor melhora, porque elevar as pernas facilita o retorno 
venoso. A gravidade vai determinar. Na insuficiência arterial o sangue chega no membro com mais facilidade quando 
o paciente está de pé porque a gravidade vai ajudar, mas se ficar na horizontal a dor piora porque dificulta a chegada 
do sangue. No sistema venoso é o contrário, quando o paciente fica na horizontal ou eleva os membros, alivia a dor 
porque a gravidade vai melhorar o retorno venoso/ drenagem venosa que está insuficiente. 
o Passa a dormir com os pés apensos na cama. 
▪ Surge edema postural e piora da dor. Quando o paciente da doença arterial começa a não tolerar ficar 
na horizontal, ele coloca as pernas para o lado de fora da cama. Nesses casos tem edema gravitacional 
Por causa de dormir com pé p/ fora da cama. O paciente não consegue mais dormir nem com o pé 
para fora porque começa a ter dor o tempo inteiro. Geralmente afaga a região da dor. Esse edema 
postural vai piorar a dor, o paciente passa a não tolerar dormir com os pés apensos na cama e ele 
entra em um quadro que sente dor tanto com o pé na cama, quanto para baixo (fora da cama). Ele 
passa a ter dor o tempo inteiro. 
▪ Acaricia o membro na cama como forma de amenizar a dor. Em Uma insuficiência vascular mais 
avançada. Passa a ter muito cuidado com o membro. 
 
➔ COLORAÇÃO CUTÂNEA 
• Depende do 
o Fluxo sanguíneo 
o Saturação de O2 no membro 
o Quantidade de melanina na pele. A pele com maior deposito de melanina é mais difícil de perceber 
palidez, cianose. 
PAPM III – Aula 5 - Prof. H.P. Luanna Borges – Med 104 
• Podemos encontrar: 
o Palidez: palidez cutânea por isquemia 
o Cianose 
o Eritrocianose tem uma área avermelhada junto com da área arroxeada. Tem uma cianose do dedo com 
uma área avermelhada 
o Fenômeno de Raynaud: não aparece por igual, tem fases diferentes, fases de palidez com fases de cianose. 
Fase que já está reperfundindo. Piora com o frio. 
▪ Passa por 3 fases: 
▪ 1ª fase -Palidez: acontece o vasoespasmo 
▪ 2ª fase - Cianose: o espasmo arterial cede, mas há contração venosa e capilar e o sangue fica mais 
lentificado nesse território capilar. Esse sangue lentificado começa a aumentar a extração de 
oxigênio pelos tecidos, com isso, vem a cianose. 
▪ 3ª fase - Vasodilatação: habitualmente pode aparecer. É uma fase que esse vasoespasmo venoso 
cede e acontece a vasodilatação. Na 3ª fase o local que sofreu com o espasmo tem uma resposta 
de fazer vasodilatação, fica mais vermelho, mais vascularizado. 
o Livedo Reticular: pele marmorada. Comum ser visto em pele de bebês com pele bem branquinha. Tem 
áreas de palidez entremeadas pela trama reticular/vascular e começa a marcar áreas de hiperemia com 
áreas de palidez. Característica de dificuldade de perfusão tecidual. Piora com o frio. 
 
➔ TEMPERATURA CUTÂNEA – FRIALDADE 
• Frialdade na área isquêmica proporcional a circulação colateral: Frialdade tem relação com a perda de 
temperatura na área isquêmica. Vai ser mais intensa quanto menor for a circulação colateral no membro, ou 
seja, a perfusão vai ficar mais comprometida e a frialdade fica maior. 
• Sempre comparar segmentos: a extremidade acometida vai estar mais fria 
 
➔ ALTERAÇÕES CUTÂNEAS – ATROFIA 
• Atrofia: 
o A pele fica fina, friável, não tem pilificação. Pele fina e brilhosa, muito sensível. 
o Diminuição de tecido subcutâneo: na atrofia, há perde de tecido subcutâneo da pele. 
o Queda dos pelos 
o Alterações ungueais: há um espessamento na unha (onicogrifose) 
o Úlceras: normalmente com deposição de fibrinas, secreção purulenta, de limites mais precisos, é de difícil 
cicatrização (muito lenta). 
o Calosidades nas áreas de apoio no membro isquêmico. Acontece também em coto de amputação em 
pacientes diabéticos por ex., em que o paciente já perdeu a perna e começa a usar prótese, esse contato 
da prótese no local do coto pode formar calosidades. 
o Edema: normalmente alterações agudas 
o Bolhas: normalmente alterações agudas 
o Gangrenas: normalmente alterações agudas 
▪ Gangrena úmida: tem alterações isquêmicas, cianose, bolhas. O tecido tem excesso de umidade, é 
secretiva. EXTREMAMENTE DOLOROSA. A gangrena úmida é o quadro mais frequente de abertura de 
uma síndrome isquêmica aguda. Riscos dessa gangrena aguda: se não reconhecer e não tratar de 
forma eficaz, o paciente pode evoluir para sepse e pode precisar de medicina intensiva, pode morrer 
por conta disso. Trata-se de uma urgência, é preciso começar o tratamento o mais precoce possível. 
▪ Gangrena seca: o membro está mumificado, a pele é seca, aderida a estrutura óssea. Pode ter uma 
gangrena úmida acontecendo em um pedacinho do membro também, se a doença progredir o 
paciente pode fazer uma nova área de isquemia. A isquemia na gangrena seca É INDOLOR por que 
houve a morte de todas as terminações nervosas. É uma urgência menor. É um caso crônico em que 
a instalação tem mais tempo. Normalmente passa de gangrena úmida para gangrena seca, mas não é 
obrigatório, pode-se começar um quadro já com uma gangrena seca. 
PAPM III – Aula 5 - Prof. H.P. Luanna Borges – Med 104 
SÍNDROMES ARTERIAIS PERIFÉRICAS 
➔ SÍNDROME ISQUÊMICA PERIFÉRICA 
• Manifestações clínicas: vão depender da área acometida. Pode haver: 
o AVE 
o IAM 
o ISQUEMIA MESENTÉRICA: o que obstruiu foi a artéria mesentéricae houve uma necrose intestinal 
o ISQUEMIA DE MEMBROS: mais frequente na clínica, fica depois de infarto e AVC. 
 
➔ ACHADOS DA OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA 
• Dor variável: habitualmente tem dor intensa, mas é variável porque vai depender se o paciente tem 
neuropatia associada, se tem outro fator. A quantidade/extensão da isquemia também vai interferir na 
intensidade da dor. 
• Parestesia 
• Paralisia: questão de evolução em que paciente tem dor que piora de intensidade (progressiva) e leva a 
disfunção. Essa paralisia tem a ver com a disfunção nervosa que uma das primeiras alterações da perda 
funcional e depois a contratura muscular. 
• Alteração da cor e temperatura da pele 
• Contratura muscular: quadro de “contratura de Volkmann”. A falta de perfusão muscular faz com que haja 
um acúmulo de ácido lático e outros compostos e isso vai promover uma contração da musculatura que está 
mal perfundida e o paciente vai fazendo uma contratura muscular de Volkmann que é extremamente 
dolorosa. A palpação dos ventres musculares desperta essa dor muito intensa. 
• Lesões de pele/cutâneas: normalmente aparecem bolhas 
• Ausência de pulsos periféricos, distalmente à oclusão: característica mais importante. A análise de pulso tem 
que ser muito criteriosa porque as vezes palpa-se uma região que não tem pulso, mas que está justaposta/ 
logo abaixo do ponto de oclusão. E percebe-se o pulso por uma transmissão ao longo da artéria, por estar 
próximo ao ponto de obstrução, ou seja, percebe-se o pulso ao longo do trajeto, mas não há pulso no 
seguimento, o pulso está acontecendo mais acima/mais proximal em relação ao coração, então percebe-se 
uma transmissão daquele pulso e não o pulso da artéria que estou palpando. Tem que ter cuidado para não 
confundir. 
o Se o paciente tem uma obstrução no cotovelo e eu palpo a artéria radial e acho que tem pulso, eu vou 
deixar de diagnosticar a obstrução como sendo no cotovelo e vou achar que é distal ao local onde eu 
palpei o pulso e é só uma transmissão desse pulso. Ter cuidado para não confundir a transmissão do pulso 
com o pulso propriamente dito. 
o Como vou saber se é o pulso ou só a transmissão? Quando estou palpando o pulso, percebo a onda de 
pulso. Tem uma artéria que aumenta a amplitude e volta (isso é pulso). Na transmissão não há essa 
amplitude, tenho a percepção de como se fosse um choque, é como se fosse uma vibração (tipo um 
frêmito). Não há pulso, há uma onda de vibração do pulso batendo em uma área que está bloqueada e 
gera uma vibração adjacente. 
o Deve-se comprimir a artéria e ver se ela pulsa ou não. Mas tem que ter atenção. 
• DOR → PIORA INTENSIDADE → DISFUNÇÃO 
 
• DOR 
o Pequena a fortíssima intensidade (sudorese/choque): se a dor for muito intensa ela pode determinar 
sudorese. O paciente pode ter um choque neurológico por dor intensa. 
o Ausente (circulação colateral): pode não haver dor, principalmente relacionada a presença de circulação 
colateral 
o Persistência da isquemia → perda da sensibilidade tátil, térmica e dolorosa: se a isquemia que 
determinou essa dor persistir, com o tempo o paciente vai ter perda de sensibilidade tátil, térmica e 
dolorosa ou seja, para de doer. Quando para de doer é porque o neurônio que estava inervando aquela 
PAPM III – Aula 5 - Prof. H.P. Luanna Borges – Med 104 
extremidade morreu, então deixou de mandar estimulo aferente sinalizando dor e para de doer. O 
paciente acha até que melhorou, mas na verdade é sinal de piora. 
o Mialgia (2° local) à palpação e mobilização: paciente tem dor muscular, é o 2° local mais acometido 
o Contratura de Volkmann (4 - 6h): 4 a 6 horas de isquemia ocasiona esse quadro, em que há uma 
contratura muscular por má perfusão e quando palpa o ventre muscular a dor é intensa. Paciente tem dor 
a movimentação porque o musculo está sofrendo por má perfusão. 
 
• CIANOSE 
o Palidez seguida por cianose 
o Enchimento lentificado 
o Desaparece a cianose com a compressão 
o Se não desaparecer → isquemia irreversível 
Começar o tratamento o quanto antes porque o tecido isquêmico pode necrosar e ficar inviável em poucas horas, o 
paciente pode perder o membro. Por isso a importante do diagnostico precoce. 
 
CLAUDICAÇÃO → sinal de doença arterial, doença isquêmica. 
 
➔ DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA (DAOP) 
• Sintomatologia dependente de: 
o Grau de acometimento arterial 
o Localização da lesão 
o Grau de desenvolvimento da circulação colateral 
 
➔ SÍNDROME DE LERICHE 
Paciente apresenta: 
• Dor tipo claudicação em nádegas e coxas (principalmente) 
• Impotência sexual 
• Hipotrofia muscular de coxas e pernas: quando faz o exame físico dos membros, tem uma musculatura 
bastante atrófica nas coxas e pernas, isso que caracteriza essa síndrome. 
• Qual local da obstrução? 
o A S. de Leriche, classicamente, é uma OBSTRUÇÃO ARTERIAL DA AORTA DISTAL. Tem manifestação no 
membro (coxa, nádega). Essa obstrução arterial na bifurcação da aorta traz como consequência uma má 
perfusão, só que há circulação colateral. Habitualmente, essa obstrução acontece em um ponto muito 
mais acima do que o ponto que vemos clinicamente. 
o LER O PORTO!! 
o Se eu tenho uma obstrução na altura da coxa (femoral), eu vou ter uma alteração de frialdade, de isquemia 
a partir da altura do joelho e isso se dá pela existência de circulação colateral nos tecidos que vão 
perfundindo para outras vias logo abaixo de onde houve a obstrução já que essa circulação advém de um 
território superior a obstrução. 
o Sempre assim: obstrui mais alto e o sintoma é mais distal onde a circulação colateral não conseguiu chegar. 
 
➔ DOENÇA ARTERIAL PERIFERICA 
• É crônica 
• Claudicação intermitente: é o sintoma mais importante 
• Isquemia grave: 
PAPM III – Aula 5 - Prof. H.P. Luanna Borges – Med 104 
o Dor em repouso 
o Perda de pelos 
o Úlceras periungueais 
o Eritrocianose 
o Onicogrifose (em estágio inicial a unha fica enfraquecida, a evolução gera uma unha mais grossa, difícil de 
cortar, dura, bem espessa) 
o Gangrena de pododáctilos 
• Atenção ao avaliar pessoas com bastante melanina na pele (negros) para identificar áreas de cianose, necrose, 
que pode ser mais difícil. 
 
ARTERIOSCLEROSE X ATEROSCLEROSE 
➔ Aterosclerose é um tipo de arteriosclerose. 
• ARTERIOSCLEROSE 
o Compreende a um conjunto de alterações vasculares periféricas, acometendo a parede das artérias, em 
que tem uma esclerose da parede das artérias. 
o É o grupo de doenças. 
o Há a esclerose, o espessamento, a doença na parede das artérias. 
• ATEROSCLEROSE 
o É um subtipo no qual há uma deposição de colesterol abaixo da camada intima do endotélio do vaso. Isso 
gera uma placa ateromatosa. Essa placa ateromatosa gera o risco de ruptura da placa com exposição do 
material de dentro dela, trombo e coágulo gerando isquemia. 
o É o fator mais importante para risco cardiovascular, para infarto. 
o Há deposição de colesterol na parede das artérias. 
 
ARTERIOSCLEROSE 
Tipos de arteriosclerose: 
• ATEROSCLEROSE 
o Evento trombótico: é a que mais está associada a eventos trombóticos 
 
• MEDIOSCLEROSE DE MONCKBERG 
o “Traqueia de passarinho”: É uma fibrose/esclerose da camada média. Há substituição do musculo por 
fibrose e isso sugere uma alteração chamada “traqueia de passarinho”, em que palpa-se a artéria radial 
e essa apresenta uma irregularidade. Essa irregularidade sentida é como se estivesse palpando uma 
traqueia. “Passarinho” porque a artéria é fina como o pescoço de passarinho. 
o Tem uma alteração a nível da camada média do vaso (camada intima - endotélio e subendotélio / camada 
média – musculatura vascular da parede do vaso / camada adventícia é a camada externa). 
o Resumindo: Deposito de fibrose na camada média. 
 
• ESCLEROSE SENIL DOS GRANDES VASOS 
o Hipertensão sistólica 
o É um processo do envelhecimento da pessoa. Também há acometimento da camada média. Os grandesvasos vão perdendo sua elasticidade, com isso, a complacência se altera. A alteração de complacência 
(rigidez) faz com que haja uma Pressão Sistólica aumentada, quadro chamado de hipertensão sistólica 
isolada. A pressão do paciente é 170/80mmHg por ex. ou seja, ele só aumenta a sístole. Essa pressão 
sistólica aumenta porque os grandes vasos (aorta e artérias tronculares) perdem a capacidade de 
acomodar o volume ejetado a cada sístole e isso gera essa discrepância entre uma pressão sistólica muito 
alta e a pressão diastólica normal. 
o Resumindo: Fibrose por envelhecimento da parede do vaso 
PAPM III – Aula 5 - Prof. H.P. Luanna Borges – Med 104 
• ARTERIOLOSCLEROSE 
o PA/fundo de olho 
o É uma doença das arteríolas em que há o espessamento da túnica média. 
o A causa principal é a PA. O principal fator de risco é o paciente hipertenso não controlado, não 
acompanhado. 
o O diagnóstico, além do exame físico, será complementado pelo exame de fundo de olho, no qual se 
percebe alteração do padrão das arteríolas da retina. 
o Resumindo: Espessamento das arteríolas por uma hipertensão não controlada. 
 
• MICROANGIOPATIA DIABÉTICA 
o É uma doença arterial periférica de pequenos vasos e capilares (característico do diabetes). 
o Mucopolissacarídeos: há um depósito de mucopolissacarídeos (produto da glicação). A pessoa diabética 
não controla o diabetes, aumenta a quantidade de glicose circulante e essa glicose começa a se associar 
as proteínas das paredes dos vasos, na retina, no rim, no corpo como um todo. Vai gerando disfunção. 
o Consequência: o paciente vai perdendo a sensibilidade, a perfusão do membro vai piorando até que ele 
evolui para um caso de necrose com necessidade de amputação. 
o Muito frequente a associação entre diabetes com angiopatia diabética e síndrome arterial periférica. 
o Resumindo: Alteração na perfusão periférica por deposito de mucopolissacarídeos fazendo com que haja 
esclerose. 
Todos esses são processos de esclerose em locais e por mecanismos diversos concentrados em um grupo de doenças 
chamado de arteriosclerose. 
 
ATEROSCLEROSE 
• Subtipo mais comum de arteriosclerose associado a trombose. 
• Há a deposição de gordura subintimal (abaixo da camada íntima). Essa lesão endotelial ativa macrófagos 
(lipófagos). Esses macrófagos se diferenciam em células espumosas, formando a gênese da placa. Depois 
disso, tem a deposição de colesterol oxidado (LDL) e isso vai formando uma placa. Essa placa diminui o lúmen 
e predispõe a trombose. A formação de um coágulo oclui parcial ou totalmente o lúmen e há a isquemia. O 
infarto acontece assim, ao longo de muitos anos. 
• Fatores de risco: 
1. Dislipidemias: descontrole na proporção entre colesterol LDL e 
HDL, principalmente excesso de triglicérides como fator de risco 
dentro das dislipidemias 
2. HAS e DM 
3. Tabagismo 
4. Obesidade 
5. Sedentarismo 
6. Estresse 
7. Anticoncepcionais (orais) 
• Link entre todos esses fatores de risco: inflamação crônica subclínica. 
Isso leva ao dano endotelial.

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