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*28/04/2011
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
PEDAGOGIA – DALTA MOTTA
AULA 1
Rio de Janeiro, 2011 
BEM-VINDO À DISCIPLINA
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
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A CRIAÇÃO DA COMPANHIA DE JESUS: O CONTEXTO RELIGIOSO NA EUROPA DO SÉCULO XVI
* Renascimento ou Renascença (Séculos 	XV e XVI) – retomada dos valores 	grecoromanos;
* Humanismo – movimento de busca de 	uma nova imagem de homem e 	de cultura em contraposição às 	concepções teológicas da Idade 	Média;
História da Educação - Aula 1 
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CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO:
. Procura de uma nova imagem de homem;
. Esforço para superar o teocentrismo;
. Busca dos prazeres e alegrias do mundo;
. Avanço na medicina;
. Busca da individualidade;
. Transformações	econômicas: 
	revolução comercial;
. Grandes invenções: 
	bússola, 
	pólvora, 
	imprensa.
História da Educação - Aula 1 
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A crise do modelo escolástico contribuiu para o avanço do Humanismo.
A Revolução Comercial do século XVI - novo modo de produção capitalista - acentuou a decadência do feudalismo e contribuiu para ascensão da burguesia que passou a se aliar aos reis fortalecendo as monarquias absolutistas.
Neste período observou-se o aumento do número de escolas para o atendimento, principalmente, dos filhos da burguesia.
História da Educação - Aula 1 
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REFORMA E CONTRA-REFORMA
Reforma Protestante – movimento religioso (século XVI) – criticou a estrutura autoritária e decadente da igreja, contribuindo para a mudança dos rumos da sociedade e da educação na Europa.
História da Educação - Aula 1 
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A Reforma Protestante deu origem a diversas religiões:
Martinho Lutero (1483 – 1546) – expoente da Reforma Protestante – criticou, severamente, a venda de indulgências e relíquias da igreja e também o comportamento mundano do clero.
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Luteranismo
Calvinismo
Anglicanismo
História da Educação - Aula 1 
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Contra-Reforma – reação da igreja católica; Concílio de Trento (1545 – 1563); novas diretrizes: 
. reafirmação da supremacia papal, . atuação intensa do Tribunal da Inquisição, . estímulo à criação de seminários para formação de 	padres e novas ordens 	religiosas, entre outras.
História da Educação - Aula 1 
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Inácio de Loyola
COMPANHIA DE JESUS Nasceu em Paris, no ano de 1534 – fundada por Inácio de Loyola – 	ex-militar espanhol – foi 	oficializada pelo papa 	Paulo III em 1540.
Características principais:
. Reação à Reforma Protestante; . Objetivo de catequese, confissão e pregação; . Buscava a propagação da fé e lutava contra os infiéis 	e hereges; 
História da Educação - Aula 1 
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. Era vinculada diretamente à autoridade papal;
 . Possuía estatutos e autoridade próprios;
 . Sua disciplina era militar e muito rígida;
 . Eram conhecidos como “soldados de Jesus”; 
. Espalharam-se pelo mundo: Europa, Ásia , África e 	América.
Investiram na conquista das almas jovens – para isso criaram e multiplicaram escolas. Durante mais de 200 anos formaram inúmeras gerações de estudantes. Segundo Aranha, em 1579 a ordem possuía 144 colégios, esse número aumentou para 669 em 1749.
História da Educação - Aula 1 
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História da Educação - Aula 1 
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OS JESUSUÍTAS E A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLONIAL
Em 1530 tem início a colonização brasileira com o sistema de capitanias hereditárias e a monocultura de cana de açúcar;
História da Educação - Aula 2 
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História da Educação - Aula 2 
Características do período:
Latifúndio;
Monocultura;
Escravatura;
Poder do senhor do engenho (patriarcalismo).
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História da Educação - Aula 2 
Neste período, o trabalho missionário e pedagógico assume grande importância, não só para conversão do gentio, mas também, para manutenção da unidade política. A igreja já estava subvertida ao poder real absolutista. 
Em 1549 desembarcam no Brasil os primeiros jesuítas, acompanhando o primeiro governador geral Tomé de Souza, liderados pelo padre Manoel de Nóbrega.
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História da Educação - Aula 2 
Em 15 dias fizeram funcionar em Salvador, a primeira escola de “ler e escrever”.
É o início do processo de criação de escolas elementares, secundárias, seminários e missões, espalhados pelo Brasil até o ano de 1759, quando foram expulsos pelo Marquês de Pombal. 
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História da Educação - Aula 2 
Elementos da Pedagogia Jesuíta:
. Possuíam plano de estudos – Ratio Studiorum – documento que continha suas diretrizes pedagógicas;
. Seus métodos eram verbais, memorísticos e formalistas;
. Estimulavam a competição e a delação;
. Faziam a vigilância moral;
. Utilizavam-se de punições e castigos;
. Não fomentavam a independência intelectual;
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História da Educação - Aula 2 
. As matérias eram clássicas – não tinham relação com a realidade;
. O modelo de educação era humanista (centrado no homem) e integral – física, estética e moral;
. Faziam atendimento individual;
. Selecionavam e preparavam seus professores.
A missão da Companhia de Jesus no Brasil (parceira de Portugal) era disseminar entre os índios e colonos, a cultura “civilizatória” européia, buscando a uniformização da fé e das consciências. 
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A sociedade se hierarquizava pelo acesso às letras.
História da Educação - Aula 2 
O trabalho dos jesuítas alcançou os índios, especialmente os curumins, com o ensino da leitura e da escrita, com os negros restringiu-se à catequização e seus colégios eram destinados, principalmente, aos filhos dos colonos onde, em sua maioria, o primeiro cuidava dos negócios do pai, o segundo se dedicava às letras e o terceiro seria padre.
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Os colégios jesuítas se dividiam em:
História da Educação - Aula 2 
. Estudos inferiores – secundário
. Estudos superiores – Teologia e Filosofia em estágio avançado. 
A dificuldade do trabalho com os índios levou à criação das missões – espaço onde os gentios recebiam educação religiosa, aprendiam a viver separados por famílias e também o trabalho agrícola.
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Nas missões os índios se tornavam dóceis e frágeis, perdendo seus hábitos culturais, inclusive da guerra, por isso se tornavam presas fáceis, sendo capturados e comercializados como escravos. 
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História da Educação - Aula 2 
O padre José de Anchieta de apenas 19 anos se destacou em seu trabalho apostólico, ele utilizava diversos recursos tais como: teatro, música, poesia, etc. Ele organizou uma gramática em tupi.
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História da Educação - Aula 2 
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Os jesuítas aprenderam a língua tupi-guarani e elaboravam textos que eram usados na catequese.
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A REFORMA POMBALINA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
No século XVIII a Europa enfrenta a crise do Antigo Regime – oposição do absolutismo e mercantilismo às idéias liberais.
A Inglaterra surge como grande potência transformadora da economia ao iniciar o capitalismo industrial.
História da Educação - Aula 3 
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História da Educação - Aula 3 
 Portugal acha-se em franco declínio e se submete a tratados lesivos para si e para a colônia: o Tratado de Methuen obriga-o a comprar lanifícios ingleses, impedindo o desenvolvimento da indústria manufatureira e também leva as riquezas do Brasil como pagamento da dívida.
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História da Educação - Aula 3 
* Até 1750 o rei D. João V governou com luxo e ostentação devido à descoberta do ouro brasileiro.
* Portugal não consegue acompanhar as transformações, tenta superar o atraso, através do fortalecimento do Estado, expresso no despotismo esclarecido do rei D. José I que assumiu o trono em 1750.
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História da Educação - Aula 3
 O primeiro ministro de Portugal Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo) e sua administração ficou marcada pelo esforço em minimizar a crise econômica do país.
 A Europa vivia o auge do movimento Iluminista que acreditava que a razão seria o instrumento capaz de “iluminar” o caminho dos homens.
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História da Educação - Aula 3 
INSTALA-SE O CONFLITO ENTRE A FÉ E A RAZÃO.
 Com a mineração, passa a existir necessidade de uma administração mais
complexa, aumentam os quadros do setor terciário (lojas, armazéns, hospedarias, etc.). Observa-se também, uma eclosão cultural: o barroco das igrejas, músicas clássicas, poetas da Arcádia Mineira.
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História da Educação - Aula 3 
Acontecem também movimentos contra a opressão colonial (todos sufocados): 
. Revolta Filipe dos Santos (1720); 
. Conjuração Mineira (1789); 
. Conjuração Baiana (1798) 
Cresce a animosidade conta a Companhia de Jesus, o governo português teme seu poder econômico, político e ideológico.
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História da Educação - Aula 3 
PODER ECONÔMICO – desde a criação a Companhia de Jesus recebe o repasse de 10% dos impostos arrecadados pela coroa, além da doação de terras;
PODER POLÍTICO – os jesuítas ocupavam importantes cargos na colônia;
PODER IDEOLÓGICO – A Companhia determinava o que era certo e errado em termos de comportamentos e costumes.
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História da Educação – Aula3
Com a assinatura do Tratado de Madri entre Portugal e Espanha, o Marquês de Pombal passou a exigir a retirada dos jesuítas das regiões das missões - Portugal e colônias.
Em 1759 a Companhia encerra suas atividades, deixando para trás 25 residências, 36 missões, 17 colégios e seminários, sem contar seminários menores e escolas de ler e escrever.
Os bens dos padres foram confiscados e seus manuscritos destruídos.
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NO BRASIL, A RECONSTRUÇÃO DO ENSINO SÓ ACONTECE 10 ANOS APÓS A EXPULSÃO:
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História da Educação - Aula 3 
. As primeiras medidas foram desconexas e fragmentadas; . O ensino público oficial só é implantado a partir de 1772;
. A coroa nomeia professores, estabelece planos de estudos e inspeção;
. O curso de humanidades é substituído pelo sistema de Aulas Régias de disciplinas isoladas, sendo criadas 17 aulas de ler e escrever.
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História da Educação - Aula 3
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. Foi instituído o Subsídio Literário – imposto cobrado para o pagamento dos professores, nem sempre aplicado na manutenção das aulas. . Professores mal pagos; . Não havia formação de mestres. 
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O DESMANTELAMENTO DO APARATO EDUCATIVO DA COMPANHIA DE JESUS TROUXE INÚMERAS PERDAS PARA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.
História da Educação - Aula 3
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A CHEGADA DA FAMÍLIA REAL NO BRASIL: 
IMPACTOS NA EDUCAÇÃO
Em 1799 Napoleão Bonaparte tomou o poder na França e seu objetivo era tornar o seu país o maior Império do mundo. Sob o Lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”- seu exército não possuía adversário.
História da Educação - Aula 4 
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História da Educação - Aula 4
A Inglaterra era considerada a grande fábrica da Europa
 – por sua produção têxtil e comércio, se fez economicamente a nação mais poderosa do mundo.
 Interessava a Napoleão enfraquecê-la economicamente.
Napoleão decretou o Bloqueio Continental
 – proibia os países europeus de comercializarem com a Inglaterra
 – objetivo era abrir espaço para manufatura francesa.
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História da Educação - Aula 4
O país que desobedecesse seria invadido e seu rei destituído.
Portugal manteve sua relação com a Inglaterra e foi invadido por Napoleão.
D. João VI decidiu não enfrentar o exército de Napoleão e abandonou Portugal com toda a sua corte sob a proteção de navios ingleses.
D. João chega ao Brasil em janeiro de 1808.
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História da Educação - Aula 4
O Brasil passou por mudanças consideráveis: 
Abertura dos portos às nações amigas;
A revogação do alvará que proibia a instalação de manufaturas;
Transformações econômicas e políticas vieram acompanhadas de iniciativas no campo da cultura e educação:
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História da Educação - Aula 4 
Criação da Imprensa Régia (1808)
 A importação de máquinas permitiu a impressão oficial e a circulação do primeiro jornal impresso no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro.
 Criação do Jardim Botânico (1810) 
- Com a sua variedade de exemplares da flora tropical atraiu uma série de pesquisadores e estudiosos estrangeiros interessados no estudo da botânica.
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História da Educação - Aula 4 
A Missão Cultural Francesa (1816)
 Teve como principal destaque o artista Jean Baptiste Debret, que através das suas telas retratou modos e costumes da vida urbana da cidade do Rio de Janeiro. 
 Criação do Museu Real (1818) 
- Mais tarde se tornou o Museu Nacional.
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História da Educação - Aula 4
A primeira medida na educação foi a criação de escolas de nível superior, para atender as necessidade do
momento.
. Foram criados os seguintes cursos:
Bahia
1808 - Curso de Cirurgia 1808 - Curso de Economia 1812 - Curso de Agricultura, com estudos de Botânica no Jardim Botânico 1817 - Curso de Química, abrangendo Química Industrial, Geologia e Mineralogia. 1818 - Curso de Desenho Industrial
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História da Educação – Aula4
Rio de Janeiro
1808 - Academia Real de Marinha Curso de Cirurgia e Anatomia
 1810 - Academia Real Militar 
 1812 - Laboratório de Química
 1814 - Curso de Agricultura 
 1816 - Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, transformada em 1820 na Real Academia de Pintura, Escultura e Arquitetura Civil.
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IMPÉRIO, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE DO SÉCULO XIX
Em 1822 D. Pedro I proclama a Independência
 – o “Grito do Ipiranga” teve pouca repercussão.
História da Educação - Aula 5 
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História da Educação - Aula 5
O Brasil precisava fortalecer o seu estado nacional e para isso precisaria articular os diversos setores da sociedade no sentido de integrar e dar certa unidade política, econômica e cultural ao país, construindo seu projeto de nação.
Século XIX – não havia uma política de educação sistemática e planejada.
Constituição de 1824 – ato autoritário e conservador.
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História da Educação - Aula 5
Faz referência a um sistema nacional de ensino e mais:
“Art. 179 (...) XXXII – a instrução primária será gratuita a todos os cidadãos.”
Casemiro Reis Filho: “ Data de então este distanciamento entre o Brasil legal e o Brasil real (...)”
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História da Educação - Aula 5
Os filhos das famílias abastadas eram educados por preceptores. Os negros eram proibidos de freqüentar escolas.
Lei Geral do Ensino de 1827 – determina a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugarejos – fracassa por inúmeros fatores: econômicos, técnicos e políticos.
. Adoção do método lancasteriano.
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História da Educação - Aula 5 
. Ato Adicional de 1834 – período da Regência – descentralização do ensino: o ensino superior ficaria sob a responsabilidade da Coroa e o ensino elementar entregue às províncias.
. Impedimento à unidade e organicidade do ensino.
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História da Educação - Aula 5 
Colégio Pedro II – 1837 – padrão de ensino secundário, o único autorizado a realizar exames (parcelados) para conferir o grau de bacharel, para acesso aos cursos superiores.
Neste ano foram criados dois cursos jurídicos, um em São Paulo e outro em Recife.
Em 1867 apenas 10% da população está matriculada nas escolas primárias. Criação de Liceus e Ateneus – 1840 - precariamente mantidos.
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História da Educação - Aula 5
Em 1835 foi criada a primeira Escola Normal em Niterói no Rio de Janeiro.
Em seguida criou-se a da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Ceará.
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História da Educação – Aula 5
As escolas normais nascem em um momento em que os governantes do Brasil se deparavam com a tarefa de organizar a sociedade. Era necessário conter conflitos internos, revoltas de escravos, etc.
Além disso acreditava-se que a instrução poderia ser uma importante arma contra a criminalidade.
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História da Educação – Aula 5
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Exigências para matrículas:
- Ser brasileiro; - Ser maior de 18 anos; - Saber ler e escrever; - Ter boa morigeração.
O método era o lancasteriano, pois se encaixava no propósito político dos governantes:
 * Hábitos disciplinares, noção de hierarquia e ordem, vigilância sem punição.
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História da Educação – Aula 5
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Iniciou apenas com rapazes, mais tarde as moças puderam freqüentar, porém o currículo e os espaços eram diferentes.
O magistério passava, cada vez mais, a ser uma profissão que atendia à população
de baixa renda, portanto, muito desvalorizada.
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História da Educação – Aula 5
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“As mulheres que inicialmente eram vistas como pecadoras e sedutoras, passam a ser percebidas, dentro de um discurso ideologicamente construído, como “naturalmente” preparadas para o exercício do magistério em função de possuir a “pureza dos sentimentos maternos”. Jane S. Almeida, Vilela
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AS IDEIAS PEDAGÓGICAS DO PERÍODO REPUBLICANO
Queda da Monarquia – 1889 – Proclamação da República
História da Educação - Aula 6 
Também chamada:
 – Primeira República
 – República Velha
 – República Oligárquica
 – República dos Coronéis 
 – República do Café
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História da Educação - Aula 6
Oligarquia 
– governo de poucos, escolha dos governantes controlada pela elite.
Coronéis
– proprietários rurais (fazendeiros de café ou criadores de gado) política café com leite – alternância de poder entre paulistas e mineiros. 
(Aranha, 2003).
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História da Educação - Aula 6
MUDANÇA DE CENÁRIO – CLIMA DE EUFORIA – NECESSIDADE DE MODERNIZAÇÃO:
 Surto industrial; - Abolição da escravatura; - Crescimento da burguesia urbana (indústrias); - Chegada de imigrantes; - Organização de sindicatos de operários; - Necessidade de expansão escolar.
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História da Educação – Aula 6
Modificação no campo das idéias
 – do modelo cristão católico para as idéias positivistas (laicas) e liberais.
POSITIVISMO
 – Augusto Comte
 – valorização das ciências como excelência do conhecimento humano, superação do mito e da metafísica.
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História da Educação - Aula 6 
LIBERALISMO 
– teoria que exprime os anseios políticos da burguesia, opondo-se ao absolutismo monárquico, faz restrições à interferência do Estado na vida cotidiana e defende os direitos e interesses da iniciativa privada. (Aranha, 2003). 
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História da Educação - Aula 6 
A CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA REAFIRMA A DESCENTRALIZAÇÃO DO ENSINO.
Os dizeres de nossa bandeira “Ordem e Progresso” foram de inspiração positivista. Escolarização como meta para as carreiras burocráticas. 
Educação popular entra no bojo das discussões dos “Grandes Temas” – analfabetismo em torno de 80%.
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História da Educação - Aula 6
Movimentos:
 - Entusiasmo pela educação
 – quantitativo – até meados da década de 20
 
Otimismo pedagógico 
– qualitativo – a partir de meados da década de 20 
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História da Educação – Aula 6
Governo nos primeiros anos - três forças sociais:
. Parcela do Exército . Fazendeiros do Oeste paulista . Representantes da classe média Vence a oligarquia cafeeira - Prudente de Morais
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História da Educação – Aula 6
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Diminui o entusiasmo; * 80% da população analfabeta; * O entusiasmo vai até os anos 20 e reforça o otimismo (Escola Nova – John Dewey); * Um movimento completava o outro
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História da Educação – Aula 6
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Correntes pedagógicas:
 PEDAGOGIA TRADICIONAL 
 cristã católica - Intelectuais da igreja - tradicional em nossas terras desde os jesuítas – Psicologia herbatiana
 - PEDAGOGIA NOVA ( Escolanovista) 
 - Burguesia - John Dewey – alimentada pelo “otimismo pedagógico”, com maior força a partir dos anos vinte).
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História da Educação – Aula 6
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 - PEDAGOGIA LIBERTÁRIA 
 - movimentos sociais populares – Ferrer 
 - PEDAGOGIA CRISTÃ-PROTESTANTE
(principalmente após a ruptura entre o Estado e a Igreja Católica Romana). 
 - PEDAGOGIA POSITIVISTA
 - implantada com as ideias republicanas, A influência do positivismo no campo educacional foi passageira.
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História da Educação – Aula 6
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Ligas contra o analfabetismo 
– fomentadas por parcela da nascente burguesia e classe média urbana:
 Liga da Defesa Nacional 
Liga Nacionalista do Brasil Pregavam o civismo, o escotismo, patriotismo exacerbado e a erradicação do analfabetismo.
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História da Educação – Aula 6
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REFORMAS
BENJAMIM CONSTANT (1891) 
– Tentou a substituição do currículo acadêmico por um currículo enciclopédico com disciplinas científicas – organizou o ensino secundário, primário e normal – criou o Ministério da Instrução Correios e Telégrafos que durou apenas dois anos e a educação passou para o Ministério da Justiça. Fundou também o Pedagogium (centro de aperfeiçoamento do Magistério).
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História da Educação – Aula 6
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RIVADÁVIA CORREIA (1911) 
– desoficialização do ensino
– Liberdade aos estabelecimentos escolares
– presença facultativa; CARLOS MAXIMIANO (1915) 
– reoficialização do ensino 
– reforma do Colégio Pedro II 
– regulamentação do acesso às escolas superiores.
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História da Educação – Aula 6
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Nas primeiras décadas republicanas, a ausência de estruturas sociais, econômicas, políticas e culturais somadas à falta de interesse das novas elites dirigentes condenaram, de modo geral, as reformas educacionais ao fracasso, pois a maior parte dos projetos educacionais, principalmente os dirigidos às classes subalternas da sociedade, não foi sequer implantada.
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História da Educação – Aula 6
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Com relação à educação na República Pascoal Leme faz uma descrição sintética e crítica
“As poucas escolas públicas existentes nas cidades eram freqüentadas pelos filhos das famílias de classe média. Os ricos contratavam preceptores, geralmente estrangeiros, que ministravam aos filhos o ensino em casa, ou os mandavam a alguns poucos colégios particulares, leigos ou religiosos, funcionando nas principais capitais(...)
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Em todo o vasto interior do país havia algumas precárias escolinhas rurais, em cuja maioria trabalhavam professores sem qualquer formação profissional, que atendiam as populações dispersas em imensas áreas: eram as substitutas das antigas aulas régias de Pombal.”
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História da Educação – Aula 6
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A CRISE DOS ANOS 20 NA EDUCAÇÃO: A ABE, A ESCOLA NOVA E AS REFORMAS DA INSTRUÇÃO PÚBLICA NOS ESTADOS BRASILEIROS
História da Educação - Aula 7 
Transformações culturais significativas:
O penteado feminino La Garçonne,
 cortado à altura da orelha, 
foi um modismo
que começou nos anos 20. 
Na foto: a atriz Clara Bow.(Wiquipédia)
*28/04/2011
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História da Educação - Aula 7
* A Inglaterra saiu cambaleante do conflito mundial e cedeu lugar, no cenário comercial e financeiro internacional, aos EUA
– O Brasil passa a se relacionar com os norteamericanos.
– Padrões novos de consumo e cultura:
– Influência norteamericana: através de filmes, imprensa, literatura e também no campo educacional e pedagógico.
*28/04/2011
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História da Educação - Aula 7
* Diminui o entusiasmo 
- Um movimento completava o outro.
- 75% da população analfabeta
Exemplo da cultura cinematográfica dos anos 1920: 
 Bebe Daniels,
 ilustrando a capa da primeira revista sobre cinema do Brasil, em 1921. .
(Wiquipédia)
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História da Educação – Aula 7
* Semana de Arte Moderna - 1922 - anseio por uma nova estética nacional
Auto-retrato, 1923, Museu de Belas Artes, RJ.
Oswald de Andrade e Tarsila,em foto do arquivo Mário de Andrade,IEB-USP.
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História da Educação - Aula 7
O entusiasmo vai até os anos 20 e reforça o otimismo
 (Escola Nova – John Dewey).
O Movimento Escola Nova, na versão norteamericana (John Dewey e William Kilpatrick) recebe a adesão de parte dos intelectuais brasileiros.
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História da Educação - Aula 7 
 “O Movimento Escola Nova enfatizou os “métodos ativos” de ensino aprendizagem, deu importância substancial à liberdade da criança e ao interesse do educando; adotou métodos de trabalhos em grupos e incentivou a prática de trabalhos manuais nas escolas; além disso, valorizou os estudos da psicologia experimental e, finalmente, procurou colocar a criança (não mais o professor) no centro do processo pedagógico.” (GHIRALDELLI, 2001).
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História da Educação - Aula 7
* Nascimento da ABE (1924):
* Retira do Congresso o monopólio das discussões educacionais;
* Promove discussões sobre temas educacionais.
* A legislação e organização do sistema escolar federal competia ao Congresso e não ao Poder Executivo e durante toda a Primeira República foi o poder executivo que se encarregou
dos problemas da educação no Brasil. 
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História da Educação – Aula 7
A legislação e organização do sistema escolar tinha que acontecer sob delegação do Congresso Nacional e esta podia ser retirada a qualquer momento, ou mais ainda, podia na prática ser anulada ou modificada em seus resultados por decretos complementares em matéria educacional emanados pelo Congresso, isto fez com que, durante toda a Primeira República a posição do Governo Federal quanto ao problema da educação fosse conservadora. 
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História da Educação – Aula 7
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O entusiasmo pela educação e o otimismo pedagógico que dominou a sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial não alcançou a administração federal senão indiretamente.
Reforma Rocha Vaz (1925) – tentativa de legislação para ação conjunta dos Estados com a Federação para o ensino primário. A reforma foi baixada por decreto. Foi criado no Ministério da Justiça o Departamento Nacional de Ensino para dar um rumo mais coerente ao quadro da educação. 
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História da Educação – Aula 7
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Pela primeira vez, mexia-se na estrutura do ensino fundamental. 
Os exames preparatórios são suprimidos e passa-se a exigir o curso secundário seriado e regular completo, para admissão nos vestibulares das escolas superiores.
Esta reforma institui o ensino ginasial seriado.
A freqüência tornou-se obrigatória e por seis anos.
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História da Educação – Aula 7
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 Jorge Nagle em "Educação e Sociedade na Primeira República”:
“Do ponto de vista cultural e pedagógico, a República foi uma revolução que abortou e que, contentando-se com a mudança do regime, não teve o pensamento ou a decisão de realizar uma transformação radical no sistema de ensino, para provocar uma renovação cultural das elites culturais e políticas, necessárias às novas instituições democráticas”.
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História da Educação – Aula 7
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Nesta época, num relatório da Liga Nacionalista de São Paulo podia-se ler o seguinte:
"É sabido que a causa primordial de todos os nossos males é o analfabetismo, que traz como conseqüência inevitável a ausência de cultura cívica e política, a ignorância dos preceitos higiênicos, a incapacidade para grande número de profissões, atraso nos processos agrícolas e nos das indústrias que lhe são anexas. 
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História da Educação – Aula 7
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A população brasileira é vítima, na sua quase totalidade, do analfabetismo.
Sem que se consiga derramar a instrução primária, de um modo mais intenso, por todos os recantos do país, serão inúteis quaisquer tentativas de formação de uma grande coletividade política. Ademais, a Constituição Federal, no seu artigo 70, impede o analfabeto de ter vontade política".
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História da Educação – Aula 7
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“Uma das mais significativas formas de padrão de pensamento educacional, na década de 20, foi a de considerar a escolarização como problema vital, pois da solução dele dependeria o encaminhamento adequado dos demais problemas da nacionalidade.
Isso não significa que não fossem percebidas muitas outras questões: (...) de natureza política, econômica e social (...) que colocavam o país em situação de crise. 
Continua Nagle:
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História da Educação – Aula 7
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“No entanto, perdiam a primazia para os problemas especificamente educacionais, desde que na solução destes se encontrava a chave para resolver aqueles. Julgava-se que os empecilhos à formação de uma sociedade aberta se encontravam, basicamente, na grande massa analfabeta da população brasileira, em primeiro lugar, e no pequeno grau de disseminação da instrução secundária e superior, que impede o alargamento na composição das elites que conduzem o país.”
Continua Nagle:
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História da Educação – Aula 7
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“À medida em que se torna a instituição mais importante do sistema social brasileiro, a escola primária se transforma no principal ponto de preocupação de educadores e homens públicos: procurou-se em especial mostrar o significado profundamente democrático da educação primária, pois é por meio dela que a massa se transforma em povo”.
- Pensava-se na reconstrução da sociedade através da educação.
Continua Nagle:
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Mudanças em vários Estados
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História da Educação – Aula 7
 São Paulo (1920) Sampaio Dória 
 a primeira das reformas regionais do ensino.
 Ceará (1922) Lourenço Filho.
 Minas Gerais (1927) Francisco Campos
 Rio de Janeiro/Distrito Federal (1928)
 Fernando Azevedo
• Bahia (1928) – Anísio Teixeira
A evolução da educação difere em cada Estado.
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História da Educação – Aula 7
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Organização da educação no Estado de São Paulo:
Cursos Preliminares * Escolas Preliminares * Escolas Intermédias * Grupos Escolares * Escolas Provisórias * Escolas Noturnas * Escolas Ambulantes
Cursos Complementares
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História da Educação – Aula 7
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Nas Escolas Preliminares a classe se constituía de 40 alunos
– ensino Primário gratuito e laico, com duração de 4 anos (currículo longo).
Era responsabilidade do Município a construção dos prédios. 
O governo estadual pagava os professores (normalista ou quem prestou exame da Escola Normal da Capital) e fornecia os livros oficiais.
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História da Educação – Aula 7
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A reunião de 4 a 10 Escolas Preliminares formava um Grupo Escolar que era dirigido por professor normalista nomeado. As Escolas Intermédias e Provisórias eram as primas pobres
– professores sem habilitação e programa reduzido.
*28/04/2011
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A ERA VARGAS E AS REFORMAS NA EDUCAÇÃO
História da Educação - Aula 8 
Getúlio Vargas
*28/04/2011
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História da Educação - Aula 8
Década de 30 – quatro projetos em disputa:
Liberais – intelectuais que expressavam os desejos de construção do país em bases urbano-industriais democráticas, endossavam as teses gerais da Pedagogia Nova. Responsáveis pelas reformas dos anos 20 ficaram conhecidos como “profissionais da educação” e acabaram por publicar o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932)”
*28/04/2011
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História da Educação - Aula 8
Católicos – Defensores da Pedagogia Tradicional, reagiram contra o Manifesto. Se aproximavam das teses da Ação Integralista Brasileira.
Governo – Representado por Francisco Campos que dirigia o Ministério da Educação e Saúde Pública criado em 1931. Aparentava neutralidade, porém, executou uma política educacional própria, distante dos princípios democráticos.
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História da Educação – Aula 8
Aliancistas – Aliança Nacional Libertadora (ANL) – representavam o proletariado e as camadas médias – recuperou, em parte, os projetos de política educacional esboçados na década de 20 pelo Movimento Operário da Primeira República
 – democratização do ensino. 
 A Revolução de 30 promoveu um
rearranjo na sociedade política.
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História da Educação - Aula 8
Longo documento dedicado ao governo e à nação, pautou-se em linhas gerais pela defesa da escola pública obrigatória, laica e gratuita, também pelos princípios pedagógicos renovados, inspirados nas teorias de Dewey e Kilpatrick.
Foram signatários do Movimento:
 Fernando de Azevedo (escreveu);
 Sampaio Dória;
- Anísio Teixeira; 
- Lourenço Filho; 
 Mário Casasanta;
- Cecília Meirelles, etc.
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História da Educação - Aula 8 
Para os manifestantes a Educação:
Deveria ser compreendida como principal instrumento de construção da democracia no Brasil;
Necessitaria ser um instrumento de integração social;
Precisaria ser essencialmente pública, obrigatória, gratuita e leiga (ou seja ampla, geral e irrestrita);
Tinha que ser um veículo de vinculação com as comunidades as quais estavam inseridas;
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História da Educação - Aula 8
Deveria ser “uma só” articulando os vários graus e atendendo os diferentes níveis do desenvolvimento humano;
 Necessitando ser funcional e ativa;
 Todos os professores deveriam possuir nível superior.
Vargas recuperou e aderiu o discurso dos profissionais da educação.
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História da Educação – Aula 8
Constituição de 1934
- A mais progressista em matéria educacional:
- Incumbiu a União de fixar o Plano Nacional de Educação;
- Determinou o ensino primário obrigatório e gratuito;
 Não deixou
a religião de fora.
1937
- Golpe de Estado
 Estado Novo 
 Durou de 1937 a 1945 - Regime sem Congresso, partidos políticos ou eleições;
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História da Educação – Aula8
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 Intensificação do processo de industrialização;
 - Institucionalização de sindicatos atrelados ao Estado. 
 Debates educacionais abafados sai da sociedade civil e, é encampado e controlado pela sociedade política.
 - Na Constituição de 1937, o Estado Novo se desincumbiu da educação pública assumindo papel subsidiário. 
 Não legislou sobre dotação orçamentária.
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História da Educação – Aula 8
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Também, o artigo 130, dá indícios de que não seria o Estado que arcaria com a democratização de oportunidades de educação.
A intenção era de que os mais ricos deveriam financiar a educação dos mais pobres, sendo assim, foi criada a Caixa Escolar.
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História da Educação – Aula 8
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 Neste sentido Ghiraldelli Jr. (2003) se pronuncia:
“Sem dúvida, a Constituição de 1937 representou os anseios de setores conservadores que, aglutinando-se à figura de Vargas, desejavam imprimir ao Estado uma orientação parafascista. (...) E a própria Constituição, feita para conter o avanço democrático, acabou sendo, em parte, atropelada pelas necessidades históricas das classes populares, às quais Vargas jamais deixou de remeter alguma palavra de consolo e esperança.”
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História da Educação – Aula 8
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Neste período tivemos a criação:
- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP), 
- Instituto Nacional do Livro.
- Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico.
Leis Orgânicas do Ensino
- Reforma Capanema 
Ministro Gustavo Capanema
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História da Educação – Aula 8
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- Ensino profissionalizante às classes menos favorecidas;
 Dualismo educacional – ensino secundário público destinado às “elites condutoras” e ensino profissionalizante para as classes populares.
Para as elites: do primário ao ginásio, do ginásio ao colégio e, posteriormente, a opção por qualquer curso superior.
Para as classes populares: do primário aos diversos cursos profissionalizantes. Cada curso profissionalizante só dava acesso ao curso superior da mesma área. 
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História da Educação – Aula 8
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- Escolas isoladas – 1 turma - Escolas reunidas – até 4 turmas - Grupo Escolar – com mais de 5 turmas - Escola Supletiva – qualquer número de turmas
Organização das escolas:
1942 - foi regulamentado o Ensino Industrial, nesse mesmo ano o SENAI foi criado.
 1943 - foi regulamentado o Ensino Comercial.
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História da Educação – Aula 8
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1946 - Em 1946 o SENAC foi criado e o Ensino Normal, sendo regulamentado sob os mesmo padrões, ou seja, todos direcionados às camadas mais pobres da sociedade brasileira.
Neste mesmo ano saiu a Lei do Ensino Primário e também do ensino Agrícola.
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História da Educação – Aula 8
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Lei do Ensino Primário:
 duração de 4 anos, complementado pos mais um que deveria ser preparatório para o exame de admissão ao ginásio; - ensino Primário com duração de 2 anos para os adolescentes e adultos;
 Previsão do Fundo Nacional de Ensino Primário, sem especificar fonte para os recursos;
A Reforma Capanema esboçou um sistema educacional para o país, até então inexistente.
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História da Educação – Aula 8
- Currículo extenso que abrigava questões da Pedagogia Tradicional e influência da Pedagogia Nova.
Ensino Secundário, segundo o próprio Ministro:
“ (...) à preparação das individualidades condutoras, isto é, dos homens que deverão assumir as responsabilidades maiores dentro da sociedade e da nação, dos homens portadores das concepções e atitudes espirituais que é preciso infundir nas massas, que é preciso tornar habitual entre o povo”. - Constituído de ginásio (4 anos) e colegial (3anos).
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História da Educação – Aula 8
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Lei Orgânica do Ensino Normal
- Foram estabelecidas metas: * Promover a formação docente às escolas Primárias; * Habilitar administradores escolares destinados às mesmas; * Desenvolver e propagar os conhecimentos e técnicas relativos à educação da infância.
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História da Educação – Aula 8
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A Constituição de 1946 fixou como incumbência da União legislar sobre as diretrizes e bases da educação. - Gastos mínimos para a educação: “Anualmente, a União aplicará nunca menos de 10% e os Estados e os Municípios, nunca menos de 20% dos impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino”. Nas décadas do pós-guerra, estas metas de gastos foram minadas pela inflação crônica e instabilidade política.
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História da Educação – Aula 8
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Uma nova reforma educacional foi enviada ao Congresso em 1948 e provocou uma batalha ideológica.
Só depois de 13 anos, em 1961, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é aprovada, poucos meses após a renúncia do presidente Jânio Quadros.
O projeto original acabou totalmente mutilado
*28/04/2011
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MOVIMENTOS EDUCACIONAIS A PARTIR DE 1950.
História da Educação – Aula 9 
Depois da Segunda Guerra Mundial (1939–1945) começa a Segunda Republica ou Republica Populista (1945-1964).
Sai Getúlio Vargas (deposto) e entra o Marechal Eurico Gaspar Dutra.
- Agitação ideológica – cresce os movimentos populares: formação de partidos, eleição para presidente, Constituinte.
*28/04/2011
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História da Educação - Aula 9
Novas e velhas agremiações políticas ganham as ruas.
Populismo 
- movimentos políticos que se propuseram colocar, no centro de toda ação política, o povo enquanto massa, em oposição aos mecanismos de representação próprios da democracia representativa, mais identificado com certos fenômenos políticos típicos da América Latina, principalmente a partir do ano de 1930. 
*28/04/2011
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História da Educação - Aula 9
Associado à industrialização, à urbanização e à dissolução das estruturas políticas oligárquicas, que concentravam firmemente o poder político na mão de aristocracias rurais.
 Classe populares urbanas insatisfeitas com as suas condições de vida e trabalho em contra partida passa a acontecer uma política de conciliação de classes, cooptação das massas e a promessa de convivência harmônica entre capital e trabalho.
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História da Educação – Aula 9
- Vários partidos políticos: PSD, PTB, (de origem getulista), UDN (contra getulista), etc.
* De acordo com a Constituição de 1946, a União deveria fixar “as diretrizes e bases da educação nacional.”
- Ministro Mariano (UDM) constituiu a comissão de educadores com a incumbência de elaboração do projeto da LDBEN.
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6
História da Educação - Aula 9
Projeto remetido ao Congresso Nacional em 1947.
Integraram a Comissão: Fernando de Azevedo (não colaborou com o Estado Novo);
Lourenço Filho (participou do Estado Novo), Padre Leonel França e Alceu de Amoroso Lima (católicos tradicionalistas).
Em 1949 o projeto foi arquivado.
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História da Educação - Aula 9
Em 1951 Gustavo Capanema (deputado) tenta o desarquivamento e foi informado do seu extravio. Reconstituição do projeto pela Comissão de Educação e Culturas do Congresso.
Em 1957 reinício da discussão e no ano seguinte a Comissão recebe o “substitutivo Lacerda” alterando profundamente o texto original. - O substitutivo trouxe para a Lei os interesses das escolas privadas.
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História da Educação - Aula 9
Foram 13 anos de tramitação tendo recebido mais de 200 emendas. - Havia conflito entre os defensores do ensino público e os partidários das escolas privadas.
* O debate alcançou a sociedade civil: - Campanha de Defesa da Escola Pública em 1959 trouxe a publico o “Manifesto dos Educadores Mais Uma Vez Convocados”, trazendo de volta as idéias do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”.
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História da Educação – Aula 9
- Esse documento tratou das questões gerais de política educacional.
- Com a aprovação da LDBEN em 1961, pode-se dizer que as forças progressistas ligadas à educação sofreram um abalo.
Início da década de 1960 - cresceram as organizações que trabalhavam com a promoção da cultura popular, educação popular, desanalfabetização e a conscientização da população sobre a realidade dos problemas
nacionais.
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História da Educação – Aula 9
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Foram protagonistas desses movimentos:
- Os Centros Populares de Cultura (CPCs) - Nasceram da União Nacional dos Estudantes (UNE);
- Movimentos da Cultura Popular (MCPs);
- Movimentos da Educação de Base (MEB) – diretamente ligado à igreja.
* Iniciou seu trabalho com alfabetização das populações de zonas rurais.
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História da Educação – Aula 9
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O objetivo desses movimentos era a transformação das mentalidades em busca de mudanças sociais.
No seio desses movimentos surgiu a Pedagogia Libertadora.
 Origem associada ao método de alfabetização de adultos de Paulo Freire.
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História da Educação – Aula 9
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Essa concepção afirmava ter o homem vocação para “sujeito da história”, e não para objeto e, no caso brasileiro, essa vocação não se explicitava, pois o povo teria sido vítima de autoritarismo e paternalismo. Seria necessário romper com isso “libertar o homem do povo”, forjar uma nova mentalidade, trabalhar para “conscientização do homem” e engajá-lo na luta política.
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História da Educação – Aula 9
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Críticas ao ensino de memorização e bacharelismo.
Em contraposição:
- Instauração da “Pedagogia do Diálogo”.
- Educação comprometida com os problemas das comunidades.
A Pedagogia Libertária classificou a educação convencional como “bancária” onde o professor deposita seu saber nos alunos.
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História da Educação – Aula 9
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Dez princípios norteiam a educação bancária:
 1) O professor ensina, os alunos são ensinados. 2) O professor sabe tudo, os estudantes nada sabem. 3) O professor pensa, e pensa pelos estudantes. 4) O professor fala e os estudantes escutam. 5) O professor estabelece a disciplina e os alunos são disciplinados. 6) O professor escolhe, impõem sua opção, os alunos se submetem.
 7) O professor trabalha e os alunos têm a ilusão de trabalhar graças à ação do professor.
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História da Educação – Aula 9
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8) O professor escolhe o conteúdo do programa e os alunos – que não são consultados – se adaptam. 9) O professor confunde a autoridade do conhecimento com sua própria autoridade profissional, que ele opõe à liberdade dos alunos. 10) O professor é sujeito do processo de formação, os alunos são simples objetos.
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História da Educação – Aula 9
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Passos da Pedagogia Libertadora:
Pesquisa; 
Temas Geradores;
 Problematização (diálogo); 
Conscientização; 
Ação Social.
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História da Educação – Aula 9
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 Impôs ao governo a obrigação de investir no mínimo 12% dos impostos arrecadados pela União na educação; - Determinou metas quantitativa para todos os níveis de ensino;
 Determinou a formação dos professores; - As turmas de 5ª e 6ª séries deveriam ter o dia completo com atividades escolares; - Extensão das atividades diária de ensino médio para 6 horas;
 30% dos professores do ensino superior dedicados em tempo integral.
Em 1962 veio a publico o Plano Nacional de Educação:
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18
História da Educação – Aula 9
O golpe de 1964 extinguiu o PNE e também estancou o sonho da constituição de uma nação efetivamente democrática.
*28/04/2011
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2
O REGIME MILITAR E AS REFORMAS EDUCACIONAIS
História da Educação – Aula 10 
A chamada “Revolução de 64”, segundo Ghiraldelli Jr. (2003) não foi uma revolução, pois não houve, verdadeiramente, ruptura revolucionária, não ocorreu movimento desencadeador de alteração na estrutura da sociedade brasileira.
Houve um rearranjo na sociedade civil e política.
*28/04/2011
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3
História da Educação - Aula 10
Antes de 1964, iniciou-se um processo acentuado de acumulação acelerado de capital.
Dessa forma temos o seguinte cenário:
- Produção em grande escala;
 Utilização de tecnologia avançada;
 Elevação da produtividade do trabalho;
 Pequenos aumentos salariais.
*28/04/2011
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4
História da Educação - Aula 10
A economia se desenvolveu, o índice de emprego aumentou, pensava-se concretizada a etapa de industrialização do país.
O Regime liberal garantido pela Constituição de 1946 (mesmo cerceado pelas elites) possibilitou a mobilização e a organização dos trabalhadores.
Pressões ao governo para atender reivindicações salariais e promover reformas sociais.
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5
História da Educação – Aula 10
“Experiências interrompidas pelo governo por terem sido consideradas politicamente perigosas” (Aranha 2003).
O golpe militar de 1964 desativou os movimentos de conscientização popular, considerados subversivos e penalizou seus líderes. Os brasileiros perdem o poder de participação e crítica, e a ditadura se impôs, violenta.
O país mergulhou numa atmosfera de medo e alienação. A ditadura implantada limitou, proibiu, policiou e torturou.
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História da Educação - Aula 10
- A União Nacional dos Estudantes (UNE) é considerada subversiva;
- Atuação dos Diretórios Acadêmicos (DA), restrita a cada curso; 
Repercussão imediata na educação:
- No Ensino Médio os grêmios são transformados em centros cívicos, sob a orientação dos professores de Educação Moral e Cívica (pessoa de confiança da direção);
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7
História da Educação - Aula 10
- Decreto Lei da Junta Militar em 1969 torna o ensino de Educação Moral e Cívica obrigatório em todos os graus e modalidade de ensino;
- Ao final do Ensino Médio esta disciplina passa a se chamar Organização Social e Política Brasileira e nos cursos superiores Estudos dos Problemas Brasileiros; - Nas propostas curriculares, dessas disciplinas, transparece o caráter ideológico e manipulador;
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História da Educação - Aula 10
 Mesmo na clandestinidade a UNE organiza em outubro de 1968 em Congresso no interior de São Paulo, onde 900 estudantes são presos e interrogados;
 Conflito violento entre os estudantes da Faculdade de Filosofia da USP e os da Universidade Mackenzie (berço do Comando de Caça aos Comunistas) - o prédio da USP é fechado e em seguida desativado; - Ato Institucional n° 5 (AI 5) – retira garantias públicas e privadas e concede ao Presidente da República poderes para atuar no executivo e legislativo;
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9
História da Educação – Aula 10
- Instala-se o terrorismo nas Universidades;
- Para resolver o problema dos excedentes nos vestibulares o Decreto n° 68.908/71 criou o vestibular classificatório;
 Reforma tecnicista - aplicação na escola do modelo empresarial;
 Educação como capital humano.
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História da Educação – Aula 10
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Na educação brasileira, entram em cena os “testes” como, por exemplo, os de medida do “coeficiente de inteligência”, cujo objetivo principal era o de “classificar as pessoas”.
Acordos MEC – Usaid ( United States Agency for Internacional Development).
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História da Educação – Aula 10
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Não há revogação da LDBEN Lei 4024/61, são realizadas alterações e atualizações com as Leis 5540/68 e 5692/71;
Pelo acordo o Brasil passa a receber assistência e cooperação financeira para implantação das reformas;
O sistema educacional atrelado ao modelo econômico dependente, imposto pela política norteamericana.
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História da Educação – Aula 10
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Lei 5540/68 – Reforma Universitária.
- Extinção das cátedras (titular de disciplina);
- Unificação do vestibular;
- Aglutinação das faculdades em Universidades;
	 - Matrícula por disciplinas
	 - sistema de crédito;
	 - Departamentalização;
 Nomeações dos reitores e diretores dispensa a exigência de ligação ao corpo docente universitário.
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História da Educação – Aula 10
13
Lei 5692/71 Reforma do 1º e 2º Grau
Aglutina o Ensino Primário com o Ginásial passando de 4 para 8 anos – obrigatórios;
 Criação da escola única profissionalizante – esperava-se que ao terminar, o aluno estaria capacitado para ingressar no mercado de trabalho;
Desaparece a Filosofia, e História e Geografia são aglutinados (Estudos Sociais).
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História da Educação – Aula 10
14
O curso Normal é desativado passando à denominação de “Habilitação Magistério”.
Esvaziado de conteúdos.
Sem articulação entre as disciplinas
 do núcleo comum com a parte profissionalizante.
Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização (1970).
- Utilização Método Paulo Freire, só que esvaziado
do conteúdo ideológico.
Nem a obrigatoriedade e nem
 a profissionalização se efetivaram.
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História da Educação – Aula 10
15
A escola da elite continua propedêutica.
Fracasso da implantação das Reformas (1980).
Lei 7044/82 dispensa a obrigatoriedade da profissionalização.
A teoria de Jean Piaget é divulgada nos trabalhos de Lauro de Oliveira Lima.
 Melhor compreensão dos estágios de desenvolvimento mental das crianças.
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História da Educação – Aula 10
16
Tendências na educação:
Escolanovismo piagetiano (Lauro Oliveira Lima);
 Teorias de desescolarização (Ivan Illich);
Teorias crítico-reprodutivistas
 (releitura do fracasso escolar);
- Tecnicismo Pedagógico;
 Concepção Histórico-crítica ou
 Crítico Social dos Conteúdos
 O lema era “não há revolução educacional 
sem teoria educacional revolucionária”.
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História da Educação – Aula 10
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1985 – primeiro governo civil após a ditadura 
- eleição indireta.
 Abertura política;
- Rio de Janeiro e São Paulo tentam implantar projetos educacionais diferenciados.
Reviravolta no pensamento educacional.
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18
História da Educação – Aula 10
Constituição de 1988
Gratuidade do ensino público;
- Ensino fundamental obrigatório e gratuito;
- Extensão do ensino obrigatório e gratuito;
Atendimento em creches e pré-escolas;
- Acesso ao ensino obrigatório e gratuito como direito público subjetivo;
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História da Educação – Aula 10
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Valorização dos profissionais do ensino;
- Autonomia universitária;
- Aplicação anual de verbas (União, Estados e Municípios);
- Distribuição dos recursos públicos;
- Recursos públicos destinados às escolas públicas;
Plano Nacional de Educação visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino.
A partir das linhas mestras dessa lei se estabelece a nova LDBEN Lei 9394/96.
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