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CCJ0006-WL-AMRP-15-Atos Ílicitos e Responsabilidade Civil

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DIREITO CIVIL I 
SEMANA 8 AULA 15 – OS FATOS JURÍDICOS 
Profa. Dra. EDNA RAQUEL HOGEMANN 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
1- Dos Fatos Jurídicos. 
 1.1 Noções distintivas sobre fatos, atos e negócios jurídicos. 
 1.2 Aquisição, modificação e perda do direito. 
 1.3 Ato jurídico: conceito, elementos constitutivos, pressupostos 
 1.4 Ato-fato jurídico 
 1.5 Ato jurídico stricto sensu 
 
NOSSOS OBJETIVOS 
Conceituar e distinguir os fatos, atos jurídicos e negócios jurídicos. 
Compreender e identificar as formas de aquisição, modificação e perda do direito. 
Assimilar os elementos constitutivos e pressupostos do ato jurídico. 
Conhecer as diversas teorias a respeito dos atos jurídicos. 
Distinguir o ato-fato jurídico e o ato jurídico stricto sensu 
Caso Concreto 1 
Maria desejava muito ter um filho, mas em razão de sua infertilidade, acabou adotando Francisco, que 
fora abandonado ao nascer na porta da maternidade. Em razão disso, foi necessário montar um novo 
quarto para receber seu herdeiro; ela, então precisou comprar móveis novos e um lindo enxoval para o 
bebê. Na semana seguinte à adoção de seu filho, Maria recebeu a notícia do nascimento de seu 
sobrinho, Bernardo, filho de sua irmã Filomena e ficou muito emocionada ao ser convidada para ser sua 
madrinha. 
a) Encontre no caso narrado: um fato jurídico, ato jurídico e negócio jurídico. 
b) Por que o fato da irmã de Maria tê-la convidado para ser madrinha de seu filho não configura um 
negócio jurídico? 
Caso Concreto 2 
Alcebíades, desde criança, mal consegue se comunicar em razão de ter nascido com uma anomalia 
genética, que lhe dificulta a conversação e o entendimento de coisas banais do dia-a-dia. Atualmente, 
ele tem 38 anos e reside em imóvel próprio. Ontem, caminhando pelo jardim, resolveu cavar um buraco 
para plantar uma palmeira, ocasião na qual encontrou um baú com diversas jóias do Século XVII. 
1) Qual a natureza jurídica do ato de Alcebíades ( achar o tesouro )? 
2)Alcebíades poderá adquirir a propriedade do tesouro mesmo sendo absolutamente incapaz ? 
Justifique. 
questão objetiva 
Sobre a teoria geral dos fatos jurídicos, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) O que caracteriza o ato-fato jurídico é tratar-se de ato humano avolitivo que entra no mundo jurídico 
como fato. 
b) No ato-fato jurídico a vontade do agente não integra o suporte fático, razão pela qual o louco pode 
praticá-lo eficazmente. 
c) O ato-fato é um fato natural a que se atribui os mesmos efeitos dos atos humanos. 
d) No ato-fato é irrelevante que o agente queira ou não praticar o ato, bastando que o pratique para 
que o ato exista e produza efeitos. 
Fatos Jurígenos 
(fato = acontecimento, jure=direito, geno=criar – fato que cria, que produz direito) 
Fato Jurídico, fato jurígeno ou fato gerador é todo acontecimento a que uma Norma Jurídica atribui um 
efeito. 
Washington de Barros define como: acontecimentos em virtude dos quais nascem, subsistem e se 
extinguem as relações jurídicas; 
Miguel Reale informa que é todo e qualquer fato de ordem física ou social, inserido numa estrutura 
normativa; 
Arnold Wald coloca que os fatos Jurídicos são aqueles que repercutem no direito, provocando a 
aquisição, a modificação ou a extinção de direitos subjetivos. 
 
 
 
Orlando Secco dividiu os Fatos Jurídicos da seguinte forma: 
Fato jurídico em sentido 
 amplo (sentido lato) 
É todo acontecimento, dependente ou não da vontade humana, a que a lei atribui certos efeitos 
jurídicos. É o elemento que dá origem aos direitos subjetivos, impulsionando a criação da relação 
jurídica, concretizando as normas jurídicas. Observa-se que do direito objetivo não surge diretamente os 
direitos subjetivos, é necessário que exista uma “força” que impulsione o acontecimento contido na 
norma. 
Para um fato ser jurídico é preciso que tenha alguma conseqüência na inter-relação humana. Em alguns 
casos como, por exemplo, você chega na faculdade e não cumprimenta um determinado colega, isto 
não é um fato jurídico porque não existe lei que diga que você tenha que falar com todos os colegas. Já 
seu irmão, no quartel; se não bater continência aos colegas de farda; sofre conseqüências porque existe 
uma norma que descreve esta situação e diz que todos devem se cumprimentar com a continência. 
Fato jurídico em sentido estrito (stricto sensu) 
é o acontecimento independente da vontade humana que produz efeitos jurídicos, que podem ser 
classificados em: 
a) Ordinário – como o nascimento, a morte, a menoridade, a maioridade, etc. 
b) Extraordinário – como o caso fortuito e a força maior, que se caracterizam pela presença de dois 
requisitos: 
1. o primeiro é objetivo, que se configura na inevitabilidade do evento; e 
2. o segundo é o subjetivo, que é a ausência de culpa na produção do acontecimento. 
Na força maior conhece-se a causa que dá origem ao evento, pois se trata de um fato da natureza , 
como o raio, que provoca incêndio, a inundação, que danifica produtos. 
No caso fortuito, acidente que gera o dano, advém de causa desconhecida, como o cabo elétrico aéreo 
que se rompe e cai sobre fios telefônicos, causando incêndio. 
Aqui trazemos os ensinamentos de Silvio de Salvo Venosa: 
“São fatos jurídicos todos os acontecimentos que, de forma direta ou indireta, ocasionam efeito jurídico. 
Nesse contexto, admitimos a existência de fatos jurídicos em geral, em sentido amplo, que 
compreendem tanto os fatos naturais, sem interferência do homem, como os fatos humanos, 
relacionados com a vontade humana”. 
Assim, são fatos jurídicos a chuva, o vento, o terremoto, a morte, bem como o usucapião, a construção 
de um imóvel, a pintura de uma tela. 
Tanto uns como outros apresentam, com maior ou menor profundidade, conseqüências jurídicas. 
Assim, a chuva, o vento, o terremoto, os chamados fatos naturais, podem receber a conceituação de 
fatos jurídicos se apresentarem conseqüências jurídicas, como a perda da propriedade, por sua 
destruição, por exemplo. 
Assim também ocorre com os fatos relacionados com o homem, mas independentes de sua vontade, 
como o nascimento, a morte, o decurso do tempo, os acidentes ocorridos em razão do trabalho. De 
todos esses fatos decorrem importantíssimas conseqüências jurídicas. O nascimento com vida, por 
exemplo, fixa o início da personalidade entre nós. Por aí se pode antecipar a importância da correta 
classificação dos fatos jurídicos. 
A matéria era lacunosa mormente em nossa lei civil de 1916. Em razão disso, cada autor procura sua 
própria classificação, não havendo, em conseqüência, unidade de denominação. A classificação aqui 
exposta é simples e acessível para aquele que se inicia nas letras jurídicas. 
Partamos do seguinte esquema: 
São considerados fatos jurídicos todos os acontecimentos que podem ocasionar efeitos jurídicos, todos 
os atos suscetíveis de produzir aquisição, modificação ou extinção de direitos. 
São fatos naturais, considerados fatos jurídicos em sentido estrito, os eventos que independentes da 
vontade do homem, podem acarretar efeitos jurídicos. Tal é o caso do nascimento mencionado, ou 
terremoto, que pode ocasionar a perda da propriedade. 
Numa classificação mais estreita, são atos jurídicos (que podem também ser denominados atos humanos 
ou atos jurígenos) aqueles eventos emanados de uma vontade, quer tenham intenção precípua de 
ocasionar efeitos jurídicos, quer não. 
Os atos jurídicos dividem-se em atos lícitos e ilícitos. Afasta-se, de plano, a crítica de que o ato ilícito não 
seja jurídico. Aqui como levamos em conta os efeitos dos atos para melhor entendimento, consideramos 
os atos ilícitos como parte da categoria de atos jurídicos, não considerando o sentido intrínseco da 
palavra, pois o ilícito não pode ser jurídico. Daí por que se qualificam melhor como atos humanos ou 
jurígenos, embora não seja essa a denominação usual dos doutrinadores. 
Atos jurídicos meramente lícitossão os praticados pelo homem sem intenção direta de ocasionar efeitos 
jurídicos, tais como descoberta de um tesouro, plantação em terreno alheio, construção, pintura sobre 
uma tela. Todos esses atos podem ocasionar efeitos jurídicos, mas não têm, em si, tal intenção. São eles 
contemplados pelo art. 185 do atual Código. Esses atos não contêm um intuito negocial, dentro da 
terminologia que veremos adiante. 
O atual Código Civil procurou ser mais técnico e trouxe a redação do art. 185: "Aos atos jurídicos lícitos, 
que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior." Desse 
modo, consolidou a compreensão doutrinária e manda que se aplique ao ato jurídico meramente lícito, 
no que for aplicável, a disciplina dos negócios jurídicos. 
Ato-fato jurídico 
O Ato-Fato Jurídico é um fato jurídico qualificado pela atuação humana. Nesse caso, é irrelevante para o 
direito se a pessoa teve ou não a intenção de praticá-lo. O que se leva em conta é o efeito resultante do 
ato que pode ter repercussão jurídica, inclusive ocasionando prejuízos a terceiros. 
Lembre-s e que toda a seara da teoria dos atos e negócios jurídicos é doutrinária, com muitas opiniões a 
respeito. Nesse sentido, costuma-se chamar à exemplificação os atos praticados por uma criança, na 
compra e venda de pequenos efeitos. 
Não se nega, porém, que há um sentido de negócio jurídico do infante que compra confeitos em um 
botequim. Ademais, em que pese à excelência dos doutrinadores que sufragam essa doutrina, "em 
alguns momentos, torna-se bastante difícil diferenciar o ato-fato jurídico do ato jurídico em sentido 
estrito categoria abaixo analisada. Isso porque, nesta última, a despeito de atuar a vontade humana, os 
efeitos produzidos pelo ato encontram-se previamente determinados pela lei, não havendo espaço para 
a autonomia da vontade" (Stolze Gagliano e Pamplona Filho, 2002:306). 
Rererências bibliográficas 
MONTEIRO, Washigton de Barros. Curso de Direito Civil: Parte Geral.Ed. Saraiva. São Paulo. 1967. 
 REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito.24a edição. Ed. Saraiva. 1999. 
 WALD, Arnold. Do Mandado de Segurança na Prática Judiciária.Ed. Forense.Rio de Janeiro. 
1968. 
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao Estudo do Direito. 6a edição. Ed. Lúmen Júris. 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NÃO ESQUEÇA DE LER 
 
O CONTEÚDO RELATIVO À SEMANA 8 
 
 PARA A PRÓXIMA AULA 
 
 E FAÇA OS EXERCÍCIOS NA WEBAULA! 
 
Os gabaritos estarão 
nos slides da Semana 8 aula 16 
 
Até lá!!!!

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