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aula 3 e 4 - Políticas Públicas de Saúde_aluno

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POLÍTICAS DE SAÚDE
NO BRASIL
Prof: Aluísio G. da Silva Junior 
Mônica Tereza Machado
UFF / CMS / ISC 2012
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INTRODUÇÃO
Crise do sistema de saúde presente no nosso dia a dia;
Filas, falta de leitos hospitalares, escassez de recursos, insatisfação dos profissionais e população, baixos valores pagos pelo SUS para procedimentos médico-hospitalares, aumento na incidência e ressurgimento de doenças.
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PERGUNTA:
	 Como analisar e compreender essa complexa realidade do setor saúde no país?
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HISTÓRICO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL
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PERÍODOS
Descobrimento ao Império (1500-1889)
República Velha (1889 – 1930)
“Era Vargas” (1930 – 1945...)
Autoritarismo (1964 – 1984)
Nova República (1985 – 1988)
Pós-constituinte (1989...)
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ORGANIZAÇÃO 
DO SETOR SAÚDE
PERFIL 
EPIDEMIOLÓGICO
CENÁRIO POLÍTICO 
E ECONÔMICO
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DESCOBRIMENTO AO IMPÉRIO 
(1500-1889)
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Perfil Epidemiológico
Doenças pestilenciais
 Cenário Político e Econômico
País agrário extrativista
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não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde;
Boticários;
Curandeiros;
Medicina liberal;
Organização da Saúde
*
Chegada da Família Real Portuguesa - 1808
Saneamento da capital;
Controle de navios, saúde de portos;
Novas estradas;
 CONTROLE SANITÁRIO MÍNIMO
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REPÚBLICA VELHA 
(1889 – 1930)
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Perfil Epidemiológico
# Predomínio das doenças transmissíveis:
Febre amarela
Varíola
Tuberculose
Sífilis
Endemias rurais
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 Instalação do capitalismo no Brasil  excedente econômico  primeiras indústrias  investimento estrangeiro.
- Precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas  surgimento de movimentos operários que resultaram em embriões de legislação trabalhista e previdenciária;
Cenário Político e Econômico
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# Acesso da população: medicina liberal e hospitais filantrópicos
# IDEOLOGIA LIBERAL:
Estado deveria atuar somente naquilo que o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não pudesse fazê-lo
Organização do Setor Saúde
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# Ameaças aos interesses do modelo AGRÁRIO-EXPORTADOR  intervenção do Estado  organização do serviço de saúde pública e campanhas sanitárias
# Os serviços definidos pela necessidade econômica
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LEI ELOY CHAVES (1923)
Organização das CAP’s (Caixas de Aposentadorias e Pensões)
1923 – CAP dos Ferroviários
1926 – Portuários e Marítimos
marco inicial da Previdência Social no Brasil.
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Características das CAP’s
Por instituição ou empresa;
Financiamento e gestão: Trabalhador e Empregador;
Aposentadoria, pensão e assistência médica.
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Dicotomia da Saúde no Brasil
Saúde Pública: prevenção e controle das doenças - coletiva
Previdência Social: medicina individual (assistência) - exclusiva.
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“ERA VARGAS” 
(1930 – 1945...)
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# Predomínio das doenças da pobreza (DIP) e aparecimento das doenças da modernidade.
# Início da transição demográfica: envelhecimento da população.
Perfil Epidemiológico
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Medicina liberal
 Hospital beneficente ou filantrópico
Hospital lucrativo (empresas médicas). 
Fracionamento da Assistência
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Unidade de produção dá lugar as categorias
 marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), transportes e cargas (IAPETEC), servidores do estado (IPASE)
 Financiamento: 3 entes (Estado, empregado e empregadores)
 Gerência: indicado pelo Estado
 - Aposentadoria, pensão e assistência médica
Criação dos IAP’s (Institutos de Aposentadorias e Pensões)
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POLIGNANO, MV. História das Políticas de Saúde no Brasil: uma pequena revisão.
HOCHMAN, G.; FONSECA, CMO.; LIMA, NT. A Saúde na Construção do Estado Nacional no Brasil: reforma sanitária em perspectiva histórica. In: LIMA, NT (Org). Saúde e Democracia: história e perspectivas do SUS. Editora FIOCRUZ; Rio de Janeiro, 2005.
Bibliografia Recomendada
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AUTORITARISMO 
(1964 – 1984)
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Condições de saúde continuam críticas: aumento da mortalidade infantil, tuberculose, malária, Chagas, acidentes de trabalho, etc.
Predomínio das doenças da modernidade e presença ainda das DIP (dupla carga de doenças).
Perfil Epidemiológico
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GOLPE MILITAR EM 1964
 # Regime autoritário (21 anos)
 # Governo autoritário e centralizador
 # Urbanização e industrialização crescentes
 # Milagre Brasileiro (1968-73)
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# As políticas de saúde (executadas pelos governos militares) privilegiaram o setor privado mediante compra de serviços de assistência médica, apoio aos investimentos e empréstimos com subsídios;
# Promoveu a unificação dos IAP’s em 1966  INPS (Instituto Nacional de Previdência Social)
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# 1972 = previdência para autônomos e empregadas domésticas
# 1973 = previdência para trabalhadores rurais  FUNRURAL
# 1974 = criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS):
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# 1974 = Plano de Pronta Ação (PPA)
 Ampliação do atendimento de emergência/urgência a toda a população nas clínicas e hospitais da previdência.
# 1977 = criação do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social)
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# Fortalecimento da relação Estado e segmento privado  Privatização das ações curativas  pagamento por quantidade de atos médicos
# Quase inexistia controle ou regulação  “cheque em branco”.
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 FAS (Fundo de Assistência social) - Caixa Econômica Federal
 Financiou a ampliação da rede privada  juros mínimos e prazo a perder de vista.
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 RELEBRANDO...
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 RELEBRANDO...
	
	Nos anos 30 as CAPs foram substituídas pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), que atendiam a uma determinada categoria profissional, já com alguma participação do Estado nesta gestão.
Financiamento
Os IAPs introduzem a figura do Estado no financiamento, que é intensificado a partir da criação do INPS e posteriormente do INAMPS. 
 
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 RELEBRANDO...
	
	Na década de setenta é criado o SINPAS 
	(Sistema Nacional da Previdência Social), constituído pelo:
 
	IAPAS => Administração e parte financeira;
	INPS => Previdência Social (concentram-se todas as contribuições previdenciárias, ao mesmo tempo em que o novo órgão passou a gerir aposentadorias e pensões de todos os trabalhadores formais);
	INAMPS => Atendimento Médico.
*
# FIGUEREDO
 Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE):
iniciativa de reorganização do Sistema de saúde (maior integração dos dois ministérios e secretarias estaduais e municipais de saúde);
diretrizes que reforçavam a atenção primária da saúde
participação da comunidade
regionalização e hierarquização dos serviços
referência e contra-referência
integração de ações curativas e preventivas.
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# Resistência dos “anéis tecnoburocráticos”: interesse do setor privado, políticos e boicote dos dirigentes do INAMPS.
POLÍTICOS
FUNCIONÁRIOS
 PÚBLICOS
“tecnocratas”
EMPRESÁRIOS
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AIS (AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE) - 1982 
 Repasse dos recursos do INAMPS para as Secretarias Estaduais de Saúde (para expansão da rede de saúde)
 Tentativa incipiente de descentralização do poder
 Gestão ainda no nível federal.
 Amplia as ações de assistência (serviços previdenciários) para a POPULAÇÃO NÃO CONTRIBUINTE.
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Manutenção das tensões sociais reivindicando melhoria das condições de saúde
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Organização da classe operária do ABC
Movimento Sanitário
Sociedade organizada
Mobilização pelas “DIRETAS JÁ”
MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA
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NOVA REPÚBLICA
 (1985 – 1988)
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Perfil Epidemiológico
 Queda da mortalidade infantil e doenças imunopreviníveis
 Manutenção das doenças da modernidade (aumento das causas externas)
 Crescimento de casos de AIDS
 Epidemias de dengue (vários municípios e inclusive capitais).
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Interrupção da recessão econômica do início da déc. 80 e a conquista da democracia
resgate da “dívida social” acumulada no período autoritário
colocaram a saúde na agenda política
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Conceito ampliado de saúde
Reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do Estado
Criação do Sistema Único de Saúde (SUS)
Participação popular (controle social)
Constituição e ampliação do orçamento social.
Difusão da proposta da Reforma Sanitária:
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VIII Conferência Nacional da Saúde - 1986
- pré-constituinte - 
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AIS  SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde) - 1987
“Estratégia ponte” para instalação do SUS
Apresentava certos avanços organizativos: superava a compra de serviços ao setor privado
Os repasses eram feitos com base na Programação Orçamentária Integrada (POI)
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SUDS - 1987
Criaram-se os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde
Descentralização: “ESTADUALIZAÇÃO” – poder político aos estados
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SUDS - 1987
Tudo que era do antigo INAMPS passa agora à Secretaria Estadual de Saúde
Os investimentos começaram a ser direcionado ao setor público e não mais ao privado:
 - 1980: público absorvia apenas 28,7%;
 - 1987: público absorveu 54,1%.
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (1988)
“Constituição cidadã”:
 Saúde como direito de todos e dever do Estado
 Ampliação do conceito de saúde
 Cria o SUS.
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CONCEITO DE SAÚDE
	“Saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, acesso a serviços de saúde” 						(VIII CNS, 1986)
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PARADIGMA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE
NOVA DEMANDA
SERVIÇOS
RESPOSTAS
N
O
V
A
O
R
G
A
N
I
Z
AÇÃ
O
CLÍNICAS
EPIDEMIOLÓGICAS
SOCIAIS
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* SUS *
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O QUE É O SUS
Novo Sistema de Saúde
“SISTEMA”
“ÚNICO”
Envolve todas as atividades da atenção à saúde
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Melhorar a qualidade de atenção à saúde
Romper com o passado de descompromisso e irracionalidade técnico-administrativa
Servir de norte ao trabalho do Min. da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
OBJETIVOS DO SUS
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 Arcabouço Jurídico 
do SUS
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Constituição da República 1988
Lei Orgânica da Saúde – 8080/90
Lei Complementar da Saúde – 8142/90
Normas Operacionais Básicas – NOB
Normas Operacionais de Assistência à Saúde – NOAS
Portaria 399 – Pacto pela Saúde 2006
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Lei Orgânica da Saúde – 8080/90
 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
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NÍVEIS DE PREVENÇÃO
(se faz com a intercepção de fatores pré-patogênicos)
Promoção da Saúde: moradia adequada, escolas, áreas de lazer, alimentação adequada, educação em todos os níveis.
Proteção Específica: imunização, saúde ocupacional, higiene pessoal e do lar, proteção contra acidentes, aconselhamento genético e controle de vetores.
Prevenção Primária
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NÍVEIS DE PREVENÇÃO
(realizada no indivíduo, já sob a ação do agente patogênico, ao nível do estado de doença)
Diagnóstico Precoce: inquéritos p/descoberta de casos na comunidade, exames periódicos, individuais, p/detecção precoce de casos, isolamento p/evitar propagação de doenças, tratamento p/ evitar a progressão da doença.
Limitação de Incapacidade: evitar futuras complicações e evitar sequelas.
Prevenção Secundária
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NÍVEIS DE PREVENÇÃO
Reabilitação: impedir a incapacidade total;
 Fisioterapia
Terapia Ocupacional
Emprego para o reabilitado.
Prevenção Terciária
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Lei Complementar da Saúde – 8142/90
 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.
 
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Normas Operacionais Básicas
91, 92, 93 e 96
 Avança nas estratégias de implementação do SUS
 (MUNICIPALIZAÇÃO)
 
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Normas Operacionais de Assistência à Saúde – NOAS
2001 e 2002
 Avança nas estratégias de implementação do SUS
 (REGIONALIZAÇÃO e INTEGRALIDADE)
 
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Pacto pela Saúde 2006
Pacto pela Vida
Pacto em Defesa do SUS
Pacto de Gestão
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PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS
Universalidade
Eqüidade
Integralidade
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UNIVERSALIDADE
É a garantia de atenção à saúde a todo e
qualquer cidadão;
Saúde é direito de cidadania;
“Para se ter acesso, basta apenas precisar”
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EQÜIDADE
É assegurar ações e serviços de todos os níveis, de acordo com a complexidade do caso.
Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades.
Igualdade com justiça.
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INTEGRALIDADE
Cada pessoa é um todo indivisível;
Ações de promoção, proteção e recuperação também é um todo indivisível;
As unidades de saúde, com diversos níveis de complexidade, também é indivisível;
O homem é um ser integral, biopsicossocial e será atendido em uma visão holística por um sistema também integral.
*
DIRETRIZES DO SUS
Regionalização e hierarquização
Resolutividade
Descentralização
Participação dos cidadãos
Setor privado complementar
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REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO
 Serviços organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, disposto numa área geográfica delimitada e com uma população definida.
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RESOLUTIVIDADE
 O serviço de saúde deve apresentar resolutividade até o nível de sua competência.
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PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS
Conselhos de Saúde (permanentes, deliberativos e paritários); 
Conferências de Saúde (provisórios, consultivo e paritários)
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CONSELHOS E CONFERÊNCIAS
TRABALHADORES DE SAÚDE
GESTORES E
PRESTADORES
USUÁRIOS
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SETOR PRIVADO COMPLEMENTAR
Quando por insuficiência do setor público;
Contrato de direito público;
Posição definida na rede de saúde;
Obedecerão os princípios e diretrizes do SUS;
Preferências por instituições não lucrativas e filantrópricas.
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ANTES DO SUS
centralização dos recursos e do poder na esfera federal;
 ações voltadas para a atenção curativa e medicamentosa;
 serviços exclusivos para contribuintes;
 não participação da comunidade.
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HOJE COM O SUS
sistema único de saúde baseado no modelo cubano e canadense (princípios);
 ações voltadas para prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde;
 investimento nas ações preventivas: PACS e PSF (ESTRATÉGIA DE REFORMA INCREMENTAL);
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HOJE COM O SUS
controle social: Conselhos e Conferências de Saúde;
 processo de MUNICIPALIZAÇÃO;
 novo MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE (vai além da relação hospedeiro e agente etiológico).
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HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
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HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
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POLIGNANO, MV. História das Políticas de Saúde no Brasil: uma pequena revisão.
ESCOREL, S.; NASCIMENTO, DR; EDLER, FC. As Origens da Reforma Sanitária e do SUS. In: LIMA, NT (Org). Saúde e Democracia: história e perspectivas do SUS. Editora FIOCRUZ; Rio de Janeiro, 2005.
HOSCHMAN, G.; FONSECA, C.M.O.; LIMA, N.T. A Saúde na construção do Estado Nacional no Brasil: Reforma Sanitária em Perspectiva Histórica. In: LIMA, NT (Org). Saúde e Democracia: história e perspectivas do SUS. Editora FIOCRUZ; Rio de Janeiro, 2005
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