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INTRODUÇÃO Com a progressão da gestação os músculos abdominais são submetidos a uma distensão com respectivo aumento da linha da cintura e alongamento dos músculos reto abdominais. Esse afastamento influenciado pelo aumento hormonal pode resultar em um afastamento das faixas do reto abdominal – resultando na Diástase do Reto Abdominal. ANATOMIA A parede abdominal é formada por músculos e tecido conjuntivo. A região ventrolateral é composta pelos músculos oblíquo interno, obliquo externo e transverso do abdômen. A região ventroanterior é composta pelos músculos retos abdominais. A linha média é formada por tecido conjuntivo oriundo da linha alba e da bainha do músculo reto abdominal. LINHA ALBA Faixa fibrosa resultado da junção das aponeuroses dos músculos oblíquos internos e externos, e transverso do abdômen. Essa região possui fibras de colágeno que se distendem em diferentes direções com algumas fibras circulares ao redor da cicatriz umbilical. A largura da linha alba é conhecida como distância inter-retos (DIR) e vai da sínfise púbica até o processo xifoide. O aumento dessa distancia é conhecida como diástase dos músculos retos do abdômen (DMRA). A DMRA é caracterizada pelo afastamento dos retos abdominais como consequência da perda da fixação do musculo em suas bainhas. A etiologia da diástase dos retos do abdômen não está completamente elucidada, mas as alterações mecânicas e hormonais (como a liberação de relaxina e progesterona) consequentes da gestação influenciam na sua prevalência. Além das alterações gestacionais, outros fatores como idade (> 34 anos), nível de atividade física, tamanho da pelve, ganho de peso/obesidade, multiparidade, peso fetal, polihidraminio podem ser alguns dos fatores de risco para a diástase. CONSEQUÊNCIAS DA DIÁSTASE A musculatura do abdômen tem importante papel na estabilização da postura, atuando sobre a coluna lombopélvica. Por isso, a persistência da diástase pode comprometer essa função e afetar todo o grupo muscular do abdômen. É importante ressaltar que a diástase abdominal pode interferir diretamente na saúde do Assoalho Pélvico, uma vez que participa da coativação desse grupo muscular. Durante o trabalho de parto estudos tem mostrado que a fraqueza dos retos abdominais pode influenciar numa anteriorização uterina em direção a abertura dificultando o alinhamento axial do feto em direção a pelve. AVALIAÇÃO O diagnóstico da DMRA pode ser feito mediante exames por imagem, como a ultrassonografia ou tomografia computadorizada. Além disso é possível realizar uma avaliação física com uso do paquímetro afim de medir a distância entre os dois pontos laterais da diástase. O exame físico é realizado com o paciente em decúbito dorsal, joelhos flexionados, membros superiores ao longo do corpo enquanto é solicitado que realize uma flexão anterior do tronco com os braços estendidos. Pontos avaliados: • Processo xifoide; • 3 cm acima da cicatriz umbilical; • 2 cm abaixo da cicatriz umbilical; • Cicatriz Umbilical; § Normal: £ 2,5 cm sem saliência abdominal; § Leve: < 2,5 cm com saliência abdominal ou de 2,5 – 3,5 cm com ou sem distensão abdominal; § Moderada: > 3,5 cm e £ 5 cm § Grave: > 5 cm