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Resumo Geriatria

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1. Conceituar e diferenciar senescencia e senilidade 
2. Caracterizar idoso, ancião e velhice extrema (oms) 
3. Descrever as alteração imunológicas senescenciais 
a. Citocina, células, resposta 
b. Modifica a resposta vacinal? 
c. Relacionar com hemograma e leucograma 
4. Descrever o calendário vacinal do idoso do ministério da saúde 
a. Relacionar com os adjuvantes 
5. Descrever as alterações do sistema respiratório na senescencia 
a. Complacência (pulmão e parede torácica) e elastancia 
b. Volumes, capacidades e índice de tiffenau 
c. Relacionar com exercícios físicos 
6. Caracterizar as políticas de atenção à saúde do idoso pelo ministério da saude 
7. Descrever as causas do rápido envelhecimento da população brasileira 
a. Consequências demográficas e epidemiológicas 
b. Repercussões sócio econômicas (aposentadoria, cultura e hábitos de vida) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Senescência X Senilidade 
A distinção entre senescência ou senectude, que resulta do somatório de alterações orgânicas, 
funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento normal, e senilidade, que é caracterizada por 
modificações determinadas por afecções que frequentemente acometem a pessoa idosa, é, por vezes, 
extremamente difícil. O exato limite entre esses dois estados não é preciso e caracteristicamente 
apresenta zonas de transição frequentes, o que dificulta discriminar cada um deles. 
 Essa dificuldade que os profissionais enfrentam no seu dia a dia e que está presente em todas as áreas 
que compõem a ciência gerontológica é consequência da indefinição da idade biológica, da grande 
variabilidade de comportamento do idoso perante fatores estressantes e de um fator genético, cuja 
importância já foi referida. Não somente na prática diária, no entanto, é importante a distinção entre 
essas duas condições, mas também é relevante na área da pesquisa em gerontologia. 
Assim, acreditamos que várias investigações relativas ao fenômeno de envelhecimento deveriam ser 
reavaliadas, principalmente as realizadas em seres humanos, desde que os resultados obtidos são 
muitas vezes decorrentes da presença de doenças associadas e não reconhecidas, e não somente do 
envelhecimento propriamente dito. Outro fato que merece ser destacado é que, diferentemente das 
pessoas mais jovens, nos idosos portadores de doenças, que frequentemente são múltiplas, somam-se 
os efeitos das alterações fisiológicas próprias do envelhecimento normal e os decorrentes de 
modificações funcionais produzidas pela presença de doenças concomitantes. 
Não se pode desconhecer que os efeitos da primeira podem atuar sobre os da última, induzindo graus 
variáveis de interação, a ponto de produzir ação deletéria muito acentuada. Com o número crescente 
de pessoas muito idosas, esta situação tende a ganhar mais atenção e levou a um novo foco de 
abordagem, utilizando o conceito de fragilidade. 
 
IMPORTANTE! 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o envelhecimento em quatro estágios: 
 Idoso(a): 60 a 74 anos; 
 Ancião: 75 a 90 anos; 
 Velhice extrema: 90 anos em diante. 
Alterações imunológicas da senescência 
A função imune, como a maioria das funções, declina com a idade. A marca do envelhecimento é o 
progressivo declínio dos três maiores sistemas de comunicação do corpo: o imune, o endócrino e o 
nervoso. Paralelamente, existe um aumento na suscetibilidade a infecções, tumores e fenômenos 
autoimunes. Entre as incontáveis variáveis relacionadas com o processo de envelhecimento, uma das 
mais controversas é o perfil imunológico do indivíduo velho. Há um consenso de que ele se modifica, 
tornando-se menos eficiente 
Embora virtualmente todas as células imunologicamente ativas possam exibir modificações idade-
relacionadas, as células T são as que maior vulnerabilidade teriam aos potenciais efeitos do 
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envelhecimento. O declínio da atividade da célula T foi primeiramente descrito por Menon, em 
camundongos e em humanos, por Weksler e Hutteroth. A mais importante modificação da resposta 
imune que ocorre com a idade é um declínio na função das células T. 
Outra característica do envelhecimento do sistema imunológico é um aumento na proporção das 
células de memória (que já tiveram contato com um antígeno), em relação às virgens (aquelas que 
ainda não entraram em contato com um antígeno), o que resultará em uma diminuição do potencial de 
reatividade a novos antígenos. A redução da atividade do timo que ocorre no envelhecimento parece 
estar relacionada com o aumento de autoanticorpos que observamos no indivíduo velho. Com a 
involução do timo, diminui o repertório de células T provenientes dele, inclusive aquelas com 
capacidade supressora que impediriam a quebra do delicado equilíbrio entre estas e as efetoras, 
aumentando assim a chance de fenômenos autoimunes. 
Tem sido demonstrado que o envelhecimento é acompanhado por um progressivo aumento na 
proporção de células que funcionam pobremente. A maioria dos estudos concorda que linfócitos de 
indivíduos velhos não proliferam com a mesma intensidade de linfócitos de doadores jovens. O 
declínio da capacidade imune com a idade poderia ser atribuído à prevalência de um linfócito T com 
fenótipo senescente. Sua maior característica é a irreversibilidade da perda de sua capacidade 
replicativa. A senescência replicativa é uma consequência da divisão celular e não de um tempo 
cronológico. O número de divisões celulares, nos quais a senescência é atingida, depende da espécie, 
da idade e do conjunto genético do indivíduo. Assim, células de origem fetal ou neonatal são capazes 
de um número maior de divisões do que as células de indivíduos velhos – limite de Hayflick. Com o 
avanço da idade, há um aumento no número de células que parecem normais, mas falham em responder 
ao estímulo ativador. 
Além das células envolvidas em todo o processo de defesa, existem as proteínas mediadoras da 
resposta imunológica, que afetam desde a proliferação e diferenciação até o estágio final de morte 
celular (apoptose) – as citocinas. Entre as principais, destacamos as interleucinas (IL-1, IL-2 e IL-6), 
a interferona-g (IFN-g), o fator de necrose tumoral (TNF-a), e o fator de crescimento tumoral (TGF). 
Estes mediadores apresentam-se alterados com o envelhecimento. As interleucinas possuem várias 
funções, mas a maioria delas está envolvida na ativação dos (linfócitos e na indução da divisão de 
outras células. 
Cada interleucina atua sobre um grupo limitado e específico de células que expressam receptores 
adequados para elas. As células do indivíduo velho secretam menos interleucina-2 (IL-2), importante 
fator de crescimento para linfócito T, do que as células dos jovens. Além disso, células de doadores 
velhos não expressam receptor para IL-2 na mesma proporção. Estudos da transdução dos sinais 
mostram que a mobilização do cálcio, a fosforilação de proteínas, a ativação de quinases e a ativação 
genética para a progressão do ciclo celular estão modificadas nas células de indivíduos velhos, 
comparados com jovens. Outros estudos têm mostrado que os genes responsáveis pela síntese de 
fatores de crescimento celular como a IL-2 não são inativados ou mutados em células de indivíduos 
velhos. Sua expressão, no entanto, parece estar alterada em decorrência de um defeito no caminho de 
ativação que conecta os eventos de membrana com a ativação nuclear. Logo, ocorre um aumento de 
células Th2 com simultâneo decréscimo de Th1 em consequência da ↓IL-2 (menor expansão clonal 
de Th1), resultando em um predomínio de citocinas Th2 
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A ativação celular por si só resulta em diferentes padrões de resposta pelas células de doadores velhos. 
Enquanto algumas células podem não liberar interleucina-2 e interferona-g adequadamente após a 
ativação, elas liberam outros fatores, como o fator de necrose tumoral (TNF-a),com propriedades 
inflamatórias, interleucina-1, interleucina-6, mais do que os liberados por células de indivíduos jovens. 
A interleucina-6 está relacionada com distúrbios inflamatórios crônicos, e seus níveis parecem 
aumentar com a idade. Assim, existe uma perda da função celular, uma modificação na habilidade em 
responder aos eventos de ativação e modificações da resposta aos eventos desta ativação. Que o 
sistema imune se modifica com a idade parece não haver dúvida, porém, a dimensão e as 
consequências destas modificações ainda são matéria de intensa controvérsia na literatura. As razões 
para esta discordância seriam diferenças inerentes à população estudada, já que o processo de 
envelhecimento não é uniforme dentro de um mesmo grupo de indivíduos, falta de rigor nos critérios 
de inclusão dos protocolos utilizados e variáveis externas, tais como hábitos de vida, estresse entre 
outros. A avaliação imunológica começa com a determinação do número de células imunocompetentes 
no sangue periférico do indivíduo. 
O número de leucócitos do sangue periférico, incluindo linfócitos, monócitos, células NK e 
polimorfonucleares, na maioria dos estudos, não mostra alterações importantes com o envelhecimento. 
As modificações parecem mais marcantes em roedores do que em humanos e alteram muito mais a 
qualidade da resposta ativadora do que a quantidade de linfócitos no sangue periférico. Outras 
pesquisas descrevem um declínio no número de linfócitos apenas nos últimos 3 anos de vida, o que 
poderia explicar a extrema variabilidade destes estudos. 
A maioria das análises mostra pouca ou nenhuma modificação do número de linfócitos B no sangue 
periférico em indivíduos velhos. Ocorrem poucas modificações nos níveis de anticorpos, incluindo 
IgA, IgM e IgG, com o envelhecimento. Enquanto os títulos de anticorpos para partículas estranhas e 
a resposta imune secundária caem com a idade, os autoanticorpos aumentam. Aumenta a frequência 
da autorreatividade que parece se originar na diminuição do potencial de regulação imune, ou talvez 
pelo fato de que o sistema imune também preencha a função de remover material autólogo danificado. 
 
 
A afinidade do anticorpo é crítica na resposta imune, já que é ela quem determina a força e a 
especificidade com a qual o anticorpo se ligará ao antígeno. Anticorpos com alta afinidade são capazes 
de se ligar mais avidamente ao antígeno, formando o chamado (complexo imune, tornando mais 
eficiente a eliminação do antígeno. Anticorpos de baixa afinidade, por sua vez, são pouco específicos 
e pouco eficientes na eliminação do antígeno e apresentam, além disso, mais reações 
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cruzadas com outros antígenos. As células NK possuem uma habilidade especial de lisar certos 
tumores e células infectadas por vírus sem a necessidade de sensibilização prévia. 
São caracterizadas morfologicamente como grandes linfócitos granulares que expressam em sua 
superfície moléculas tais como o CD56 e o CD16. As células NK são capazes de sintetizar citocinas, 
entre elas: interleucina-1, interleucina-2, interleucina-4, interferona-a, fator de necrose tumoral a e b. 
A atividade NK esplênica declina com a idade, em camundongos. Em humanos, porém, os dados são 
bastante conflitantes. A maioria concorda que em indivíduos saudáveis o número absoluto e relativo 
aumenta progressivamente, enquanto a atividade lítica permanece inalterada. O aumento tem sido 
associado a alterações na cinética da célula efetora ou ao aumento na proporção de células com 
comportamento fenotípico de NK. Poucos relatos de diminuição da atividade NK no sangue periférico 
têm sido publicados. Em contraste, estudos clínicos com baço e linfonodos em roedores mostram clara 
evidência de declínio idade-relacionada. 
Assim, é possível que em humanos possa haver um declínio da atividade NK em seus órgãos internos, 
os quais não são adequadamente avaliados por testes periféricos. Este hipotético declínio poderia 
contribuir para o aumento da vulnerabilidade a doenças neoplásicas, típicas desta faixa etária. 
Portanto, a resposta imune exige a interação das três principais classes de reação imune específica, as 
quais frequentemente ocorrem simultaneamente, em resposta a um estímulo antigênico (linfócito T 
auxiliar, linfócito T citotóxico e linfócito B). 
Embora cada uma dessas três reações envolva mecanismos efetores distintos, na maioria dos casos são 
iniciadas e controladas por mecanismos comuns, principalmente envolvendo a atividade do linfócito 
T auxiliar (T helper). Existem algumas linhas de evidência sugerindo que modificações envolvendo 
as células T nativas, que diminuem, e as células T de memória, que parecem aumentadas, 
contribuiriam para a imunodeficiência da idade avançada. Ao diminuir a célula nativa, também ocorre 
uma diminuição no potencial de reação a novos antígenos. Além disso, o envelhecimento levaria a um 
declínio na proporção de células T capazes de produzir interleucina-2 (potente estimulador de 
proliferação). 
INTERESSANTE! 
A contribuição do sistema imune para o envelhecimento saudável e a longevidade é ainda uma questão 
aberta. Estudos recentes têm identificado uma relação entre uma resposta ineficaz à vacinação e 
proporções elevadas de linfócitos T-CD8 (memória), sem a expressão da molécula de superfície CD28 
(linfócito T-CD8 + CD28 –). Tal fenótipo celular caracteriza a senescência replicativa, ou seja, a 
capacidade de proliferar chegou à exaustão com encurtamento máximo dos telômeros. 
Este achado também tem sido relacionado com a mortalidade precoce. A relação entre o 
envelhecimento do sistema imune e doenças como a aterosclerose, doença de Alzheimer, osteoartrite, 
além daquelas que tradicionalmente a ele são relacionadas (tumores, infecções e doenças autoimunes), 
doenças estas com alto grau de impacto na qualidade de uma vida que se encontra cada vez mais longa, 
permanece como um desafio. Entretanto, já sabemos o suficiente para redobrarmos o cuidado tanto na 
avaliação clínica e laboratorial quanto na abordagem terapêutica. A distinção entre o que faz parte do 
envelhecimento normal e o que já é patologia deve constar de nossas estratégias na busca de soluções. 
Pontos a serem relembrados 
Involução do timo: o timo sofre rápida involução com o envelhecimento, que já se inicia no primeiro 
ano de vida, resultando em: 
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 Queda na produção e diferenciação de LT → a diferenciação dos LT passa a acontecer em 
órgãos linfoides periféricos, como baço e linfonodos; 
 Acúmulo de células de memória + menor quantidade de células T naïve → resulta em resposta 
a antígenos conhecidos mais eficaz do que a novos antígenos. 
Medula óssea: apresenta capacidade de expansão clonal reduzida, resultando em população de LB de 
memória cada vez maior e de linfócitos naïve cada vez menor; 
Baço: por volta dos 60 anos há uma diminuição acentuada do peso, tamanho e função: 
 Ocorre principalmente devido à atrofia linfoide que ocorre com o avançar da idade; 
 Verifica-se também uma diminuição e desorganização dos folículos linfoides esplênicos e 
uma redução dos centros germinativos foliculares; 
 Também ocorrem mudanças quantitativas e qualitativas das fibras que compõe a matriz 
extracelular: as fibras elásticas, por exemplo, sofrem alterações estruturais, tornando-se 
tortuosas, espessadas e fragmentadas, resultando na perda da sua funcionalidade 
PRODUÇÃO DE CITOCINAS NO IDOSO 
Citocina Alteração Observações 
IL-1 ↑ Citocina produzida principalmente por monócitos 
IL-2 ↓ Citocina Th1 produzida principalmente por LT 
Expressão do receptor de IL-2 ↓ 
IL-2Rs ↓ Marcador da ativação do LT, liberado principalmente por LT 
IL-3 ↑ Fator de diferenciação do LT, produto do LT 
IL-4 ↑ Citocina Th2 
IL-6 ↑ Citocina pró-inflamatória produzida principalmente por monócitos 
IL-8 ↑ Fator quimiotáxico produzido por monócitos e granulócitos 
IL-10 ↑ Citocina principalmenteTh2 produzida por LT e por monócitos 
IFN- α ↓ Cintocina anti0viral produzida principalmente por monócitos 
IFN-γ ↓ Citocina Th1 produzida por LT e células NK 
TNF-α ↑ Citocina pró-inflamatória produzida por monócitos e LT 
 
Hemograma/Leucograma do idoso 
 
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Resposta vacinal no idoso 
IMUNOSSENESCÊNCIA AFETA A RESPOSTA A VACINAS 
A influência da imunossenescência na geração de uma resposta imune eficaz a vacinas é confirmada 
em diversos estudos. Enquanto a vacina anti-influenza em indivíduos jovens confere de 65 a 80% de 
proteção contra o vírus causador da gripe, em indivíduos idosos o nível de proteção cai para uma 
porcentagem de 30 a 50%. Dos 31 estudos analisados envolvendo a produção de anticorpos após 
vacinação contra o vírus da influenza, conduzidos entre os anos de 1986 e 2002, os autores constataram 
que todos apontam para o fato de que em idosos a resposta imune humoral é significativamente menor 
quando comparada à verificada em adultos jovens. Já outros estudos focados na produção de 
anticorpos após vacinação contra pneumonia (causada por Streptococcus pneumoniae), hepatite B, 
encefalite, difteria e tétano têm demonstrado que a eficácia das imunizações contra estas doenças é 
consideravelmente reduzida nos indivíduos idosos. 
BASES IMUNOLÓGICAS DA BAIXA PROTEÇÃO DAS VACINAÇÕES NOS IDOSOS 
Sabe-se que a redução da resposta imune observada durante o envelhecimento, a qual justifica os 
baixos níveis de proteção de diversas vacinas, está estritamente relacionada com alterações que 
ocorrem no timo durante a senescência. Tais alterações acabam por afetar a produção de células T, 
impedindo uma resposta imune eficaz ao antígeno vacinal e/ ou contra o próprio patógeno invasor. 
Durante o envelhecimento, o decréscimo da proporção de células T virgens em relação às células T de 
memória, e o das células T maduras em relação às imaturas está, em parte, associado à involução 
tímica, considerada. a principal alteração anatômico-histológica observada nos indivíduos idosos. No 
timo ocorre substituição progressiva dos espaços perivasculares por tecido adiposo, restando uma 
proporção mínima de tecido cortical ou medular. 
Além disto, em animais idosos é verificado que as células T virgens remanescentes são defeituosas, 
produzem menor nível de citocinas e, portanto, apresentam menor atividade proliferativa e baixo 
potencial de diferenciação em células T efetoras. Este fato contribui para a baixa resposta imune aos 
antígenos vacinais e para a reduzida geração de memória imunológica, o que consequentemente leva 
a reduzidos níveis de proteção das vacinas verificados nos idosos. A diferenciação das células T 
virgens em células TCD4+ e/ou TCD8+ é crucial para a erradicação de um patógeno invasor, 
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como por exemplo, o vírus da influenza, uma vez que os mecanismos efetores são ativados e inúmeras 
citocinas pró-inflamatórias são secretadas. Através da ativação via células apresentadoras de antígenos 
(APCs) ou pela secreção de citocinas, tais como IL-2, IL-4 e IL-5, as células TCD4+ efetoras 
estimulam a resposta das células B e aumentam o desenvolvimento de células TCD8+ 
Outro fator envolvido na redução da resposta imune observado durante o envelhecimento está 
relacionado com a alta produção de auto-anticorpos. Os níveis elevados destes anticorpos estão 
diretamente associados à maior susceptibilidade d pulação de idosos a doenças infecciosas e à baixa 
capacidade protetora das vacinas. Conforme demonstrado, na medida em que os organismos vivos 
envelhecem, mudanças qualitativas na reposta imune humoral ocorrem, passando de altamente 
específicas contra antígenos estranhos, para mais específicas contra antígenos próprios. Para os 
autores, a perda gradual da capacidade de discriminação de antígenos estranhos estaria associada a um 
aumento na produção de auto-anticorpos naturais, ocasionando uma diminuição da produção de 
plasmócitos e, consequentemente, da produção de anticorpos nominais. Durante o envelhecimento as 
perdas preferencialmente de anticorpos da classe IgG e de anticorpos de alta afinidade estão 
estritamente relacionadas com o aumento da susceptibilidade aos processos infecciosos e da 
severidade de diversas doenças, assim como com a menor eficiência das vacinas 
O USO DE ADJUVANTES NA VACINAÇÃO DO IDOSO 
Diante do exposto, percebem-se as consequências do envelhecimento sobre a resposta imunológica 
dos indivíduos, as quais levam a uma queda significativa da resposta a diversas imunizações e a um 
número elevado de mortes entre os idosos, devido ao desenvolvimento de doenças infecciosas. Além 
do acometimento de doenças tais como aterosclerose, doença de Alzheimer, diabetes mellitus e 
osteoporose, resultado da gama de alterações que o sistema imune sofre durante o envelhecimento, a 
população de idosos sofre com os níveis baixos de proteção de inúmeras vacinas, o que faz com que 
atenção especial seja requerida em relação aos aspectos imunológicos típicos da imunossenescência e 
à necessidade de estratégias de vacinação que melhoram a eficiência das vacinas. Vários mecanismos 
baseados na adição de adjuvantes às formulações vacinais estão sendo estudados, a fim de aumentar a 
eficiência da resposta imune do idoso a vacinações, bem como estimular a indução de memória 
imunológica duradoura relacionada às células T e B e secreção de anticorpos pelos plasmócitos, que 
em conjunto minimizam os efeitos adversos da imunossenescência. Os principais adjuvantes são 
divididos em dois grupos: os utilizados no sistema “antígenos associados a partículas” 
De um modo geral, os adjuvantes imunoestimulatórios, através dos receptores toll-like (TLR) ou dos 
receptores de citocinas, estimulam o desenvolvimento das células dendríticas (CD), as quais passam a 
secretar distintas citocinas e a aumentar a expressão de moléculas do complexo de 
histocompatibilidade (MHC) e de moléculas co-estimulatórias, potencializando a resposta imune do 
idoso. Já os adjuvantes utilizados no sistema “antígenos associados a partículas” aumentam a 
apresentação de antígenos na ausência de moléculas co-estimulatórias, levando a uma forte resposta 
de células B e a uma resposta do tipo Th2. 
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Alterações do sistema respiratório na senescência 
MECANISMO DE DEFESA 
Os pulmões compõem a maior superfície epitelial em órgãos humanos. Torna-se assim constante a 
exposição deles a microrganismos inalados do meio ambiente ou aspirados das vias respiratórias 
superiores. Mecanismos de limpeza não específicos – como a secreção brônquica – e vários 
componentes de vigilância imune inata – como neutrófilos e macrófagos – encontram-se 
constantemente ativos nesses órgãos, impedindo dessa forma o desenvolvimento de infecções 
recorrentes. Comparando-se lavados broncoalveolares de adultos jovens e de idosos saudáveis, 
verifica-se que há aumento da proporção de neutrófilos e redução do número de macrófagos em faixas 
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etárias mais avançadas. Nota-se também aumento de imunoglobulinas – IgA e IgM – e da relação 
entre linfócitos CD4+/CD8+ com a idade. 
A mudança dessa relação entre linfócitos sugere incremento na coordenação das respostas imunes 
(CD4), possivelmente, pelo volume de estímulos antigênicos repetitivos durante o processo da vida, e 
perda parcial da capacidade de destruição (CD8) de células infectadas por vírus. Observa-se ainda 
maior habilidade dos macrófagos alveolares em liberar radicais livres em resposta a estímulos 
ambientais e/ou a microrganismos no idoso. A combinação dos estímulos antigênicos repetitivos com 
o declínio idade-dependente da reposta imunomoduladora a eles provoca, no trato respiratório baixo, 
grau de inflamação persistente e baixo. Essa inflamação causa lesão proteolítica e oxidativa mediada, 
resultando na perda de unidades alveolares com o envelhecimento.++++++++++++++++++ 
 Reflexo da tosse: o envelhecimento associa-se à ↓elasticidade pulmonar e ↓força de contração 
dos músculos respiratórios, diminuindo a efetividade do reflexo da tosse; drogas depressoras 
do SNC reduzem a frequência e a intensidade da tosse; 
 Mecanismo mucociliar: ocorre deficiência desse mecanismo devido à ↓nº e funcionalidade 
dos cílios, além de alterações nas propriedades viscoelásticas do muco; essas alterações 
podem ser acentuadas em fumantes e pela ação de drogas e radioterapia; 
PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR 
Ao se comparar adultos jovens com idosos, utilizando diversas metodologias nas análises de função 
pulmonar, notam-se amplas variações nesses dados, o que dificulta a definição de valores normais 
para os de mais idade. Muitas das equações preditivas originam-se de estudos transversais que 
subestimaram populações idosas e minorias étnicas. O cálculo dos volumes pulmonares, por exemplo, 
correlaciona-se com a estatura corporal, que é mutável durante o processo de envelhecimento. Mesmo 
assim, alguns dados podem ser considerados: 
 O volume residual ou espaço morto aumenta em aproximadamente 50% entre os 20 e 70 anos de 
idade 
Nesse mesmo período etário, nota-se decréscimo de até 75% da capacidade vital (somatória dos 
volumes: corrente, de reserva inspiratória e de reserva expiratória) 
 Ocorre ainda aumento da capacidade residual funcional (volume de reserva expiratória mais volume 
residual), ou seja, os idosos necessitam respirar maiores volumes de ar do que os adultos jovens 
Observa-se queda do volume expiratório forçado no primeiro segundo (FEV1) de aproximadamente 
20 a 29 ml por ano de idade, bem como da capacidade vital forçada (CVF) de 14 a 25 ml por ano de 
idade 
 O fluxo expiratório máximo (ou (peak flow) tende a decrescer com a idade devido às mudanças nas 
pequenas vias respiratórias pelo envelhecimento 
 Não se observaram alterações específicas em curvas de fluxo inspiratório, embora o valor do fluxo 
inspiratório máximo decresça com a idade. Considerando-se o uso cada vez mais frequente de 
broncodilatadores e de corticoesteroides por via inalatória, recomenda-se a determinação do fluxo 
inspiratório máximo em idosos para determinar a utilidade da prescrição de fármacos por 
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essa via. Algumas apresentações em cápsulas – contendo pó seco para a inalação do produto – 
necessitam de fluxos inspiratórios mínimos de mais de 60 l · min–1, e esses valores podem não ser 
obtidos nos idosos frágeis e/ou com idade superior a 80 anos. 
O volume expiratório máximo ao primeiro segundo (VEMS) diminui claramente a uma taxa que 
depende do género e da idade e a razão VEMS/CVF (índice de Tiffeneau) cai progressivamente 
com o aumento da idade, estimando-se 73% aos 65 anos5 (já que o declínio da capacidade vital 
forçada (CVF) com a idade é um pouco menor do que o declínio do VEMS). Mais acentuadamente 
que qualquer outro parâmetro, a ventilação máxima voluntária (VMV) diminu 
CONTROLE DA RESPIRAÇÃO E TROCAS GASOSAS 
Não há diferença do volume corrente (respiração em repouso e sentado) entre idosos e adultos jovens, 
mas, tendo em vista as alterações na mecânica ventilatória e no parênquima pulmonar com o 
envelhecimento, nota-se aumento da frequência respiratória para a manutenção de valores 
respiratórios adequados. Tal aumento reduz a reserva funcional dos pulmões e produz diminuição da 
resposta ventilatória à hipoxia e à hipercapnia em idosos ao repouso. A associação de perda 
progressiva de mecanismos compensatórios com o envelhecimento torna o grupo dos idosos 
extremamente vulnerável clinicamente a situações relacionadas com mudanças súbitas de valores 
arteriais de oxigênio e de gás carbono. 
RECEPTORES PULMONARES 
 A densidade de adrenorreceptores beta nos pulmões não sofre alterações durante o envelhecimento, 
embora a redução dos receptores de alta afinidade e, por consequência, a queda em atividades 
mediadas pela adenilciclase, como a fosforilação, sejam relatadas. Dados sobre mudanças idade-
dependentes nos receptores muscarínicos pulmonares em humanos são limitados, e a aplicabilidade 
clínica de variações da resposta anticolinérgica em idosos necessita ainda ser definida 
 
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REGULAÇÃO DA VENTILAÇÃO 
Fisiologicamente: a regulação da respiração é feita por meio dos centros respiratórios (na ponte e 
bulbo) e receptores químicos, mecânicos e irritativos: 
 GRD – grupo respiratório dorsal (centro inspiratório): localiza-se no NTS – núcleo do trato 
solitário (bulbo) e é responsável pelo ritmo respiratório básico, recebendo aferências dos 
quimiorreceptores periféricos e mecanorreceptores do pulmão e emitindo eferências por meio 
dos nn. frênicos e intercostais; 
 GRV – grupo respiratório ventral (centro expiratório): também é localizado no bulbo e é 
responsável pela expiração forçada, não estando ativo durante a respiração tranquila; é 
responsável pela transmissão de impulsos para os nervos expiratórios, e pode também 
potencializar os sinais inspiratórios do GRD; 
 Centro pneumotáxico: ou grupo respiratório pontino, está localizado na porção superior da 
ponte e atua sobre o ponto limitante do GRD, promovendo término da inspiração (inspirações 
mais curtas) → limita a FR e o volume corrente; 
 Centro apnêustico: localizado na porção inferior da ponte, é responsável por estimular o GRD, 
resultando em inspirações profundas e prolongadas ao prolongar os surtos de PA para o n. 
frênico; 
 Quimiorreceptores: são os receptores mais importantes, podendo ser: 
 Centrais: localizados na face ventral do bulbo, são sensíveis às alterações de pH do LCR: ao ser 
liberado no LCR, o CO2 é convertido em H+ e HCO3 - ; ao mesmo tempo, o LCR possui poucas 
proteínas para o tamponamento do H+ , resultando em ↓pH → o ↓pH é detectado pelos 
quimiorreceptores, os quais sinalizam para o GRD → hiperventilação (↑FR); 
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Periféricos: estão localizados nos corpos carotídeos e corpos aórticos, e detectam o ↓PaO2 (principal 
função, detectando a queda da PaO2 quando < 60mmHg), ↑PaCO2 e ↓pH arterial. 
No envelhecimento: verifica-se menor resposta às variações da PaO2, PaCO2 e pH sanguíneos, ou 
seja, à hipoxia e hipercapnia: 
 Se o PaO2 cai, a resposta em relação ao aumento da ventilação, da FC e da PA na hipoxemia 
é menor no idoso do que no jovem; 
 Idosos se tornam mais propensos a alterações de ventilação quando associa-se afecções do 
SNC ou drogas depressoras dessas estruturas; - Outra modificação observada é o ritmo 
respiratório de Cheyne-Stokes (alternância gradual de movimentos respiratórios mais 
profundos e mais superficiais), provavelmente consequente à redução da perfusão sanguínea 
do centro respiratório. 
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS TORÁCICAS 
Alterações da constituição torácica: ocorre ↓densidade óssea (com consequente achatamento das 
vértebras), redução dos discos intervertebrais, calcificação das cartilagens costais e das articulações 
costoesternais → resulta no enrijecimento da caixa torácica, tornando mais importante a contribuição 
dos mm. abdominais para a respiração; - Alteração da forma do tórax: consequente à redução do 
comprimento da coluna e à cifose (mais evidente em mulheres e relacionado ao processo de 
osteoporose), determinando: 
 Aumento do diâmetro ântero-posterior e diminuição do transverso → tórax senil; 
 Progressiva redução dos EIC → resulta na ↓ das pressões máximas inspiratórias e expiratórias. 
 Comprometimento da musculatura respiratória: associada à modificação do comprimento e 
do ângulo de inserção nas costelas dos músculos intercostais e de suas fibras, respectivamente, 
devido à diminuição dos EIC; Perda de aproximadamente 2% de força e de função pulmonar 
por ano de vida após os 50 anos como resultado do envelhecimento muscular em geral, 
provocando perda da capacidade inspiratória e expiratória progressivamente; 
O diafragma é uma exceção,pois mantém a mesma massa que indivíduos mais jovens graças a sua 
atividade contínua que previne a atrofia. 
Como resultado dessas modificações, ocorre a ↓da expansividade torácica, particularmente em sua 
região inferior e durante a inspiração; - Uma das consequências dessas alterações é a perda progressiva 
da capacidade intrínseca da TOSSE e de expectoração, que são limitados pela diminuição da 
capacidade inspiratória bem como da expiratória; além disso, esses mecanismos dependem também 
da coordenação adequada de oclusão e abertura da glote. Pode-se dizer que: pessoas idosas têm 
músculos respiratórios enfraquecidos que agem sobre uma caixa torácica enrijecida e, portanto, mais 
difícil de se movimentar. 
OBS.: Sarcopenia: descreve a perda constante e involuntária da massa muscular durante o 
envelhecimento, caracterizada pela diminuição tanto do nº quanto do tamanho das fibras 
musculares, particularmente as do tipo II (de contração rápida), e também alterações da 
enervação → fazem com que, progressivamente, o músculo do idoso se torne num músculo com 
características de fibras tipo I (de contração lenta) 
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VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES NO 
ENVELHECIMENTO 
Espaço morto anatômico ↑ 
Volume corrente (VC) em repouso Normal ou ↓ 
Volume de reserva inspiratório (VRI) ↓ 
Volume de reserva expiratório (VRE) ↓ 
Capacidade inspiratória (VC + VRI) ↓ 
Capacidade expiratória (VC + VRE) ↓ 
Capacidade vital (CV = VC + VRI + VRE) ↓20 ml/ano 
Volume residual (VR) ↑20ml/ano 
Capacidade residual funcional (CRF = VRE 
+VR) 
↑ 
Capacidade pulmonar total (CPT = CV + VR) Inalterada 
Índice de hipersinsuflação pulmonar: VR/CPT ↑ 
Fração do volume expiratório em 1 minuto 
(VEF1) 
↓ 
Exercício físico e idoso 
A atividade física, indicada e realizada adequadamente, traz inúmeros benefícios como, por exemplo, 
favorecimento da perfusão tecidual, aumento do VO2 máx., vasodilatação periférica, facilitando o 
esvaziamento do coração, e redução do gasto miocárdico de oxigênio. 
OBS.: O VO2 máximo corresponde ao volume de oxigênio consumido pela pessoa durante a 
realização de uma atividade física aeróbica 
 
Transição demográfica 
É o termo que designa o conjunto de modificações do tamanho e estrutura etária da população que, 
frequentemente, acompanham a evolução socioeconômica da diversos países; 
Atualmente, é notável o aumento na proporção de idosos, sendo este um fenômeno global (com 
exceção de alguns países africanos) que não é repentino ou inesperado, e sim resultante de 
transformações demográficas ocorrida nas décadas pregressas; 
Caracteriza-se por uma sequência de eventos que resultam em baixas taxas de mortalidade e 
fecundidade, crescimento negativo (redução do tamanho da população) e elevada proporção de idosos, 
podendo ser sintetizada em 3 fases distintas: 
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 1ª fase: elevada mortalidade e fecundidade: 
 Representada pelo início do século XX → a expectativa de vida era bastante baixa (~45 anos) em 
virtude da elevada mortalidade (3 a cada 100 brasileiros/ano), apesar da taxa de fecundidade ser muito 
alta (6 filhos/mulher em média); 
• Na estrutura etária, havia predominância de crianças e adultos jovens; 
• Grande parte dos óbitos ocorria dentre as crianças, principalmente por doenças 
transmissíveis associadas à pobreza e desnutrição, como o sarampo, a 
gastroenterite aguda, pneumonias e a tuberculose; 
• No Brasil: essa fase foi registrada até a década de 1930. 
 2ª fase: queda da mortalidade + crescimento populacional: 
• Queda da mortalidade: iniciou-se nos países desenvolvidos após a Revolução 
industrial, sendo determinante: o progresso de estratégias de produção e 
distribuição de alimentos, a melhoria das condições sanitárias e de habitação e os 
programas de saúde pública e de erradicação de doenças (p.ex.: tuberculose e 
cólera) → foi mais significativa nos grupos de menor idade, que são amais sensíveis 
ao impacto de medidas sanitárias; 
Crescimento populacional: ao mesmo tempo, elevou-se a taxa de fecundidade, levando ao crescimento 
populacional assim o “rejuvenescimento” da população, devido ao aumento do número de jovens; 
No Brasil: assim como em outros países em desenvolvimento, o declínio da mortalidade 
(principalmente entre crianças) iniciou-se na década de 40, com o advento da estreptomicina, 
penicilina, imunizações e a TRO → a expectativa de vida se aproximou dos 54 anos, a mortalidade 
reduziu pelo menos 25% e a taxa de fecundidade permaneceu relativamente estável (6,2 filhos); 
• Nesse momento, os jovens representavam ainda mais de 40% da população, e os 
idosos menos de 3%. 
 3ª fase: queda da fecundidade + envelhecimento populacional: 
• Queda da fecundidade: em países em desenvolvimento a queda da fecundidade 
ocorreu de maneira brusca e intensa a partir da década de 60, associada às 
mudanças socioculturais relacionadas ao crescimento da população urbana e a 
disponibilidade de métodos contraceptivos; no Brasil, o processo se iniciou no sul 
e sudeste e se estendeu às demais regiões e áreas rurais; 
• Envelhecimento populacional: ao mesmo tempo, os brasileiros nascidos na década 
de 40 e que “escaparam” da mortalidade infantil começaram a se tornar adultos, 
levando ao envelhecimento populacional; 
• No Brasil: entre 1970 e 2000, a taxa de fecundidade chegou a cair 60%, chegando 
a 2,2 filhos/mulher. 
Quanto ao Brasil: 
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Levando em consideração os dados expostos, conclui-se que: 
• O auge do crescimento demográfico brasileiro em termos relativos ocorreu na década 
de 1950, seguido da redução do ritmo de crescimento populacional a partir de 1960, 
que decorreu de importante queda da natalidade (declinou 60% entre 1960 e 1991). 
Esse período foi marcado por intenso debate ideológico envolvendo, de um lado, grupos 
classificados como antinatalistas (adeptos de teses malthusianas), segundo os quais 
haveria um preocupante desequilíbrio entre o crescimento da população e a produção 
de alimentos; e, de outro, aqueles que acreditavam que no crescimento populacional 
como fenômeno importante para o desenvolvimento nacional, entendendo o controle 
dos nascimentos como estratégia de dominação dos países ricos; 
• Ressalta-se que, enquanto na década de 1960 a taxa de fecundidade era de pouco mais 
de 6 filhos, com a disponibilização dos métodos contraceptivos (particularmente no 
Sul), a mesma caiu para 2,4 filhos em 2000, e para 2 filhos em 2006 (valor abaixo do 
nível de reposição – 2 filhos/mulher); 
• Projeções apontam para taxa de crescimento populacional de 0,7%/ano na década de 
2010-2020 e negativa entre 2030-2040.Lembrando que, apesar de observado em todo 
o território nacional, o envelhecimento nacional apresenta importantes desigualdades 
regionais: as regiões com maior proporção de idosos são o Sudeste (9,3%), o Sul 
(9,2%), seguidas do Nordeste (8,4%), Centro-Oeste (6,6%) e Norte (5,5%); 
Fatores ligados a redução da natalidade no Brasil: 
• Urbanização da população; 
• Maior acesso das pessoas à informação; 
• Necessidade de famílias com > nº de filhos; 
• Participação da mulher no mercado de trabalho; 
• > acesso a métodos anticoncepcionais. 
Envelhecimento: países desenvolvidos x países em desenvolvimento 
- Quando se compara o envelhecimento populacional entre países desenvolvidos em desenvolvimento, 2 diferenças podem ser 
assinaladas: 
• A velocidade de envelhecimento é maior em países em desenvolvimento: a França levou mais de 1 século para duplicar sua 
população, enquanto que o Brasil levou menos de 40 anos; 
• Impacto do envelhecimento na economia: quando o envelhecimento passou a ter maior impacto nos países desenvolvidos, 
os mesmos já haviam atingido níveis adequados de desenvolvimento socioeconômico; ao contrário dos em desenvolvimento 
(como o Brasil), que o auge da população geriátrica se processou em meio à pobreza e desigualdade. 
Página | 18a) Os idosos muito idosos 
Outra característica do envelhecimento populacional é o aumento da proporção de idosos > 75 anos, 
que constituem uma população bastante distinta da dos idosos jovens se consideramos a prevalência 
de doenças e o grau de dependência funcional; eles consomem recursos elevados do sistema de saúde 
e provocam forte impacto sobre a dinâmica familiar, social e econômica; 
É o grupo que mais vem crescendo no Brasil, resultado da queda progressiva da mortalidade dos idosos 
jovens (60-74 anos): 
• Entre 1940-1970 a faixa dos 0-14 anos manteve-se estável reduzindo de 42% em 1970 para 
25% em 2010. Nesse mesmo período, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais 
praticamente duplicou (de 5% em 1970 para 10% em 2010) → estima-se que em 2030 o 
nº de idosos ultrapasse o de crianças; 
• A maior parte da população encontra-se na faixa de 60-64 anos; no entanto, percebe-se que 
o grupo com 75 anos ou mais foi o que teve maior aumento entre 1991-2000 → tendência 
do crescimento da faixa dos “muito idosos”, destacando-se os centenários (0,01% da 
população brasileira). 
Dentre os fatores associados a esse crescimento destaca-se: 
• As condições de vida dos idosos (saneamento básico, alimentação), embora ainda 
precárias, melhoraram muito nas últimas décadas; 
• O controle da HAS e DM durante a vida adulta reduz as complicações (IAM, doenças 
cerebrovasculares, nefropatias) destes pacientes ao chegarem aos 65 anos; 
• O tratamento de doenças potencialmente fatais em idosos (p.ex.: pneumonia) hoje é muito 
mais acessível à população de baixa renda; 
• A prevenção de neoplasias em mulheres adultas tem reduzido a morbimortalidade por 
neoplasias avançadas em idosas jovens. 
b) A feminização do envelhecimento 
Trata-se da preponderância progressiva de mulheres entre as populações de idosos, sendo uma 
tendência crescente e generalizada no mundo → em 1991, as mulheres correspondiam a 54% dos 
idosos, passando para 55,1% em 2000; 
País jovem x país envelhecido 
- Teoricamente, um país é considerado jovem quando menos de 7% de sua população tem 65 anos; quando 14% já 
alcançaram esta idade passa a ser considerado envelhecido: 
• A França era considerada jovem até 1865, e somente em 1980 (após 115 anos) tornou-se um país envelhecido; 
• O Brasil passará de jovem para envelhecido em apenas 25 anos – entre 2011 e 2036 → resultado da rápida queda 
das taxas de fecundidade nos países em desenvolvimento. 
- No ranking mundial dos países com maior população de idosos, o Brasil deverá passar da 16ª posição em 1960 para a 7ª em 2025; 
- Entre 2000 e 2020 a proporção de idosos passará de 5 para 10%; a expectativa de vida dos homens chegará aos 70 anos, e das 
mulheres aos 76 anos. 
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Causas: relacionado a(o): 
• Maior expectativa de vida das mulheres: em média, é 8 anos maior do que a dos 
homens; 
• Condicionamento biológico: hormônios femininos protegeriam contra isquemia 
miocárdica; 
• Menor exposição aos riscos de trabalho; 
• Menor consumo de álcool e tabaco; 
• Atitudes diferentes em relação a doenças: maior atenção ao aparecimento de sintomas, 
visitas mais frequentes aos serviços de saúde e melhor conhecimento sobre doenças; 
• Maior disponibilidade de serviços para a mulher: incluindo programas de prevenção ao 
câncer ginecológico → importante declínio da mortalidade materna perinatal e do 
câncer de mama; 
• Sobre mortalidade masculina em todas as faixas etárias: possivelmente associada à 
maior exposição dos homens a fatores de risco como álcool e fumo, acidentes de 
trabalho, homicídios e ao aumento da mortalidade por câncer de pulmão e doenças 
cardiovasculares; 
A aparente vantagem das mulheres é atenuada pela maior prevalência de demências, depressão e 
dependência funcional entre elas, reduzindo a expectativa de vida livre de incapacidade → a maior 
parte das mulheres chega à velhice sem cônjuge, vivendo só, não tendo experiência de trabalho no 
mercado formal e com menor escolaridade, agravando mais essa tendência a esse quadro. 
Razão dos sexos (nº homens/100 mulheres): permite quantificar a feminização do envelhecimento; 
No Brasil: o processo de feminização também é evidente, sendo a razão dos sexos ainda maior nas 
idades mais avançadas. 
 
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 
Termo que se refere à modificação dos padrões de morbidade, invalidez e morte que caracterizam uma 
população e que ocorrem em conjunto com outras transformações demográficas e sociais; 
É um processo que engloba 3 mudanças básicas: 
1. A substituição das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e causas 
externas (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito e de trabalho etc.) dentre as 
primeiras causas de morte; 
2. O deslocamento da carga de morbimortalidade dos mais jovens para os mais idosos; 
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3. A transformação de uma situação de predomínio de mortalidade para outra em que a 
morbidade é predominante. 
Apresenta correlação direta com a transição demográfica, pois a queda da mortalidade se concentra 
entre as doenças infecciosas, o que beneficia as populações mais jovens → passa-se a conviver com 
fatores de risco para doenças crônico-degenerativas como a HAS e a hipercolesterolemia, que podem 
resultar em complicações, como o IAM; 
Uma complicação desse quadro de substituição dos processos agudos por doenças crônicas se reflete 
em décadas de utilização dos serviços de saúde, p.ex.: AVE, complicações de fraturas após quedas, 
insuficiência cardíaca e DPOC, amputações e cegueira provocadas pelo DM e a dependência 
determinada pela Doença de Alzheimer; 
Além disso, nas fases tardias de transição epidemiológica (já experimentadas por países mais 
desenvolvidos) ocorre declínio progressivo das doenças circulatórias, respiratórias e neoplasias, mas 
elevada prevalência de doenças neuropsiquiátricas (p.ex.: Parkinson), e suas consequências (fraturas) 
e osteoartrose; 
A transição epidemiológica no Brasil: no Brasil, as mudanças na transição epidemiológica não têm 
ocorrido exatamente de acordo com o modelo experimentado pela maioria dos países industrializados, 
sendo caracterizada por: 
• Processo de superposição: e não de substituição entre as etapas nas quais predominam 
as doenças transmissíveis e crônico-degenerativas; 
• Natureza bidirecional: apesar da redução de doenças imunopreveníveis (sarampo, pólio, 
tétano, coqueluche etc.), há tendência da reintrodução de outras doenças, como dengue 
e cólera; outras, como malária, hanseníase e leishmanioses recrusdeceram; 
esquistossomose e hepatites B e C persistem e outras, como a AIDS, emergiram; 
• Transição prolongada: o processo não se resolve de modo claro. 
Com a queda da mortalidade por doenças infecciosas agudas, o Brasil passa a se ver às voltas com a 
elevação dos gastos com internações, tratamento e reabilitação de doenças cardiovasculares, 
cerebrovasculares e neoplasias. Cresce o nº de consultas ambulatórias de idosos com problemas de 
manejo complexo como quedas, demências, iatrogenia e múltiplas doenças crônicas concomitantes. 
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TAXAS DE MORTALIDADE POR SEXO E FAIXA ETÁRIA 
CONSEQUÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL 
A principal consequência do envelhecimento populacional está atrelada à redução da 
chamada População Economicamente Ativa (PEA), ou seja, o número de pessoas que possuem 
condições de trabalhar e que contribuem para o sistema previdenciário local. Por meio do 
envelhecimento da população, há uma redução da mão de obra disponível para trabalho e ainda uma 
maior pressão sobre o sistema previdenciário, que carece de contribuições da população 
economicamente ativa para pagar aposentadorias e pensões. 
Já no que toca às questões diretamente sociais, o envelhecimento populacional requer dos governos 
ações de saúde pública que propiciem uma qualidade de vida para as populações idosas. A oferta de 
programas de saúde da família, criação de casasde acolhimento para idosos e projetos de 
acompanhamento específico para a terceira idade são ações necessárias para essa parcela da 
https://www.preparaenem.com/geografia/populacao-economicamente-ativa-pea.htm
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população. Logo, há necessidade de maiores investimentos nos sistemas de saúde, o que demanda 
maiores gastos do poder público. 
Políticas de atenção à saúde do idoso oferecidas pelo ms 
Envolve políticas como: (1) Política Nacional do Idoso; (2) Política Nacional de Atenção à pessoa 
idosa; (3) Estatuto do Idoso; (4) Política Nacional de Humanização; (5) Pacto pela Vida; e (6) Política 
Nacional de Atenção Básica. 
POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO (1994) 
Estabelecida pela lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, recomenda que a atenção ao idoso seja feita 
prioritariamente por intermédio da família, em detrimento das unidades de longa permanência, que 
devem ser utilizadas apenas por idosos sem vínculo familiar; 
Estabeleceu que o processo de envelhecimento é de responsabilidade de todos (família, sociedade e 
estado) e que esses mesmo atores devem assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, incluindo 
o combate à discriminação; 
Propõe diversas ações em diferentes áreas: 
• Na área de promoção e assistência social: prestar serviços voltados para o atendimento das 
necessidades básicas do idoso; 
• Na área de assistência à saúde: garantir ao idoso a assistência à saúde nos diversos níveis 
de atenção; 
• Na área de trabalho e previdência social: propor mudanças nos programas educacionais 
visando dar mais visibilidade ao processo de envelhecimento, além de apoiar a criação de 
estratégias de educação na terceira idade; 
• Na área de educação: garantir mecanismos que impeçam a discriminação do idoso quanto 
a sua participação no mercado de trabalho, no setor público e privado e priorizar o 
atendimento do idoso nos benefícios previdenciários; 
• Na área de habitação e urbanismo: promover a melhoria de condições de habitação sempre 
que necessário e de acordo com o estado físico dos idosos; 
• Na área da justiça: promover e defender os direitos da pessoa idosa; 
• Na área de cultura, esporte e lazer: garantir ao idoso o acesso aos locais e eventos culturais, 
além de incentivá- los a participar destes movimentos. 
O PNI instituiu várias modalidade de atendimento ao idoso: 
• Centro de convivência: locais destinados à permanência diurna de idosos, onde são 
desenvolvidas atividades físicas, laborativas, recreativas, culturais, associativas e de 
educação para a cidadania; 
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• Centro de cuidados diurno (centro-dia): modalidade não asilar que se caracteriza por 
ser um veículo de estímulo e socialização do idoso, evitando seu asilamento e 
proporcionando sua permanência na família; 
• Assistência domiciliar: serviços realizados no domicílio e destinados ao suporte 
terapêutico do paciente idoso, que vão desde cuidados pessoais até procedimentos 
terapêuticos mais complexos. Essa medida insere-se num modelo gerontológico que 
visa, na medida do possível, reinserir o idoso na comunidade, preservando ao máximo 
sua autonomia, buscando a recuperação de sua independência funcional e procurando 
mantê-lo ativo, participativo, produtivo e afetivo. 
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA (PNSPI - 2006) 
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa foi instituída pela portaria 2528/GM de 19 de outubro 
de 2006, e busca garantir atenção adequada e digna para a população idosa brasileira; 
Em consonância com os princípios e diretrizes do SUS, direciona medida individuais e coletivas em 
todos os níveis de atenção à saúde; 
Sua finalidade primordial é manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos; 
Diretrizes: 
I. Promoção do envelhecimento ativo e saudável; 
II. Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa. 
III. Estímulo às ações intersetoriais, visando a integralidade da atenção. 
IV. A implantação de atenção domiciliar. 
V. O acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitando o critério de risco. 
VI. Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde 
dos idosos. 
VII. Fortalecimento da participação social. 
VIII. Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área 
de saúde da pessoa idosa; 
IX. Divulgação e informação sobre a Política nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS. 
X. Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde 
da pessoa idosa. 
XI. Apoio de desenvolvimento de estudos e pesquisas. 
Estratégias: 
• Implantação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa; 
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• Edição e distribuição do Caderno de Atenção Básica – Envelhecimento e Saúde da 
Pessoa Idosa, nº 19; 
• Realização do Curso de Educação à Distância em Envelhecimento e Saúde da Pessoa 
Idosa; 
• Elaboração do Plano Integrado de Ações de Proteção à Pessoa Idosa; 
• Edição e distribuição do Guia Prático do Cuidador; 
• Criação e implantação do Programa Nacional de Formação de Cuidadores de Idosos 
Dependentes na Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS); 
• Publicação da portaria sobre Prevenção e Cuidado à Osteoporose e Quedas (Portaria nº 
3,123/GM de 20 de dezembro de 2007); 
• Ampliação do acesso à consulta no Programa Olhar Brasil (Portaria nº 33/SAS de 23 
de janeiro de 2008); 
• Fomento à Pesquisa na Área de Envelhecimento na Saúde da Pessoa Idosa; 
• Implementação do Programa de Internação domiciliar (Portaria nº 2.529/GM de 19 de 
outubro de 2006); 
• Fomento ao acesso e uso racional de medicamentos. 
ESTATUTO DO IDOSO (2003) 
Estabelecido pela Lei nº 10.471, de 1º de outubro de 2003, esse estatuto compilou diversos dispositivos 
legais que já estavam em vigor e veio somar com a PNI e se tornar um dos principais instrumentos de 
efetivação dos direitos do idoso ampliando os conhecimentos na área do envelhecimento e da saúde 
da pessoa idosa e formando uma base para a reivindicação de atuação de todos (família, sociedade e 
Estado) para o amparo e respeito aos idosos; 
O Estatuto vai além da PNI ao estabelecer também deveres e medidas de punição. Do Direito à 
Saúde: 
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do SUS, garantindo-lhe o 
acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a 
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que 
afetam preferencialmente os idosos. 
a) A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de: 
a. Cadastramento da população idosa em base territorial; 
b. Atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; 
c. Unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de 
geriatria e gerontologia social; 
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d. Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele 
necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos 
abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins 
lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e 
rural; 
e. Reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas 
decorrentes do agravo da saúde. 
b) Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, 
especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos 
relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. 
c) É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores 
diferenciados em razão da idade. 
d) Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento 
especializado, nos termos da lei. 
e) É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos, hipótese 
na qual será admitido o seguinte procedimento: 
a. Quando de interesse dopoder público, o agente promoverá o contato necessário 
com o idoso em sua residência; ou 
b. Quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador 
legalmente constituído. 
f) É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto 
Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado 
de saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para 
expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção 
tributária. 
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão 
de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o 
critério medico. 
a) Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o 
acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito. 
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de optar 
pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável. 
 Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita: 
a. Pelo curador, quando o idoso for interditado; 
b. Pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser 
contactado em tempo hábil; 
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c. Pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para 
consulta a curador ou familiar; 
d. Pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em 
que deverá comunicar o fato ao Ministério Público. 
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às 
necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como 
orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda. 
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto de 
notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como 
serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: 
• Autoridade policial; 
• Ministério Público; 
• Conselho Municipal do Idoso; 
• Conselho Estadual do Idoso; 
• Conselho Nacional do Idoso. 
Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada 
em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. 
Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo. 
POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (2003) 
A política nacional de humanização ou HumanizaSUS surgiu em 2003 para fortalecer a rede de saúde 
no Brasil e valorizar os pacientes como agentes no processo de saúde-doença, favorecendo a 
construção de um sistema de saúde mais humano; 
A proposta de humanização do SUS está voltada para a construção de novos modelos de saúde que 
rompam com o caráter hospitalocêntrico focado na figura do médico em busca de um sistema que 
respeita a pluralidade de saberes, tanto dos profissionais como dos usuários. 
PACTO PELA VIDA (2006) 
Em 2006, os gestores do SUS se mobilizaram e firmaram um compromisso em torno de prioridades 
que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira, que ficou conhecido como 
Pacto pela Vida; 
A definição de prioridades foi estabelecida por meio de metas nacionais, estaduais, regionais ou 
municipais. Foram estabelecidas seis prioridades: 
• Saúde do idoso; 
• Controle do câncer de colo de útero e de mama; 
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• Redução da mortalidade infantil e materna; 
• Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, com 
ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; 
• Promoção da Saúde; 
• Fortalecimento da Atenção Básica. 
No que se refere à Saúde do Idoso ficaram definidas muitas diretrizes que já estavam presentes na 
política nacional de saúde da pessoa idosa como uma forma de reforçar a necessidade de alcançá-las. 
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (2006) 
Aprovada por meio da Portaria nº 648/GM em 2006, estabelece a revisão de diretrizes e normas para 
a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o programa Agentes 
Comunitários de Saúde (PACS); 
Ela aponta para a necessidade de abordar as mudanças físicas consideradas normais e identificação 
precoce de suas alterações patológicas. Refere-se ainda a importância de informar a comunidade em 
geral sobre os fatores de risco aos quais podem afetar a saúde da população de idosos e orientar o 
idoso e a família sobre as formas de eliminar ou minimizar esses fatores.

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