Buscar

Sistema sensorial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Profª Anapaula Vinagre 
SISTEMA SENSORIAL 
 
 
5.1. Introdução 
 O sistema nervoso sensorial é formado por: receptores sensoriais, fibras 
nervosas ascendentes (aferentes), neurônios que modulam a informação 
sensorial e áreas específicas dentro do sistema nervoso central, envolvidas no 
reconhecimento de cada tipo de estímulo. 
• Receptor Sensorial: 
É uma célula ou um grupo de células nervosas altamente especializadas, 
capazes de detectar estímulos e transformá-los em impulsos nervosos. Este 
processo é chamado de TRANSDUÇÃO. Cada receptor sensorial é específico 
para um tipo de estímulo. Por exemplo, os fotoreceptores são sensíveis apenas 
à luz, não captando outros tipos de estímulos. 
• Fibras Aferentes: 
As fibras nervosas aferentes podem ser ou não mielinizadas, o que modifica 
a velocidade de condução dos impulsos nervosos sensoriais. Um outro fator que 
influencia na velocidade de condução é o diâmetro da fibra, quanto maior o 
diâmentro, mais rápido o impulso é conduzido. 
• Sensação: 
É o reconhecimento de um estímulo. 
• Percepção: 
É a interpretação das sensações. A sensação é um processo primário 
enquanto a percepção envolve a comparação, discriminação e integração de 
muitas sensações. Exemplo: quando tomamos conhecimento de que um certo 
estímulo está sendo aplicado sobre a pele é uma sensação. Quando 
identificamos que o agente estimulante é uma moeda, é uma percepção. 
• Modalidade Sensorial 
Cada tipo de estímulo é detectado por um receptor sensorial específico. De 
forma que para cada modalidade sensorial existe uma "via" específica 
encarregada em detectar e analisar o estímulo, produzindo uma resposta ou 
reação apropriada. 
5.2. Classificação dos Receptores Sensoriais 
- Classificação Pelo Tipo de Estímulo: 
• Mecanorreceptores: detectam distorções mecânicas. Exemplos: 
corpúsculo de Paccini, receptores auditivos. 
• Quimioreceptores: detectam estímulos químicos. Exemplo: papilas 
gustativas, epitélio olfativo. 
• Termoreceptores: detectam mudanças na temperatura da pele. Ex.: 
termoreceptores para o frio, termoreceptores para o calor. 
• Fotoreceptores: sensíveis aos fótons de luz. Ex.: cones e bastonetes 
na retina. 
 
- Classificação pela Função: 
• Exteroceptores: respondem a estímulos cutâneos. Ex.: Corpúsculo de 
Paccini, termoreceptores. 
• Proprioceptores: detectam a posição de diferentes partes do corpo. 
Ex.: fuso muscular. 
• Interoceptores: sensíveis a estímulos dentro do corpo. Ex.: 
barorecrptores arteriais, quimioreceptores carotídeos. 
• Teleceptores: respondem a estímulos originados a uma certa distância 
do corpo. Ex.: fotoreceptores, mecanoreceptores auditivos. 
 
- Classificação Clínica: 
• Superficiais: localizados na pele. Ex.: tato, pressão. 
• Especiais: localizados na cabeça e órgãos complexos, regulados 
pelos nervos cranianos. Ex.: visão, audição, equilíbrio, olfato 
• Profundos: localizados nos músculos esqueléticos, tendões, 
articulações e ossos. Ex.: propriocepção. 
• Viscerais: localizados nas vísceras. Ex.: dor visceral. 
 
- Classificação pela origem embrionária: 
• Somáticos: derivados da pleura somática. Ex.: receptores cutâneos e 
musculares. 
• Viscerais: derivados da pleura visceral. Ex.: receptores do trato 
gastrointestinal. 
 
5.3. Regulação dos Receptores Sensoriais 
• Adaptação dos Receptores 
Quando um estímulo é prolongado ou se repete constantemente, observa-
se que a sensação apresenta uma resposta máxima logo no início da 
estimulação e, após algum tempo, diminui um pouco, podendo atingir um nível 
estacionário (um platô). Este componente que diminui com o tempo é chamado 
de fásico (dinâmico, adaptante) e o fenômeno é chamado de "ADAPTAÇÃO". O 
componente que permanece após a resposta fásica é chamado de tônico 
(estático). 
 Quando uma pessoa mergulha na água fria, imediatamente tem a 
sensação de frio intenso. Mas, após alguns minutos, a água não parece mais tão 
fria embora a sua temperatura não tenha alterado. Na verdade, após alguns 
minutos, os termoreceptores se adaptam e a pessoa se acostuma com a água. 
Isto é um exemplo de adaptação sensorial. Alguns tipos de sensação se adaptam 
logo enquanto outras demoram mais; por isso, quanto ao tempo até a adaptação, 
podemos dividir as sesações em: 
• Sensação de adaptação rápida: 
Tem um componente fásico intenso e um componente tônico fraco ou 
curto. Ex.: toque suave na pele, olfação. 
• Sensação de adaptação lenta: 
Permanece constante por mais tempo, tem os dois componentes. Ex.: 
receptores auditivos. 
• Sensação não-adaptável: 
Somente possui o elemento tônico. Ex.: dor e postura. 
 
• Modulação dos Receptores: 
 A modulação pode ser definida como sendo uma mudança na eficiência 
da transmissão ascendente. A transmissão pode ser afetada por colaterais de 
outras modalidades sensoriais (inibição lateral, modulação periférica) ou por 
fibras descendentes (modulação descendente). Exemplo de modulação 
periférica: inibição na dor quando se pressiona a região (inibição da dor por 
estimulação das vias tácteis - inibição lateral). Exemplo de modulação 
descendente: supressão da dor quando um faquir está deitado em uma cama de 
pregos. 
 
 
5.4. Principais Modalidades Sensoriais 
 
5.4.1. Sensações Químicas 
A sensação química é considerada a modalidade sensorial mais antiga e 
mais comum, sendo encontrada desde organismos unicelulares como as 
bactérias. Os animais, incluindo o Homem, dependem de sensações químicas 
para identificar alimentos, substâncias nocivas e um potencial parceiro sexual. 
Os sentidos químicos mais conhecidos são o paladar e o olfato. Ao longo 
da evolução, os animais desenvolveram numerosos tipos de quimioreceptores, 
tanto voltados para a análise do meio externo quanto para o meio interno. Os 
quimioreceptores internos transmitem informações sobre a composição química 
do meio interno dos animais. No Homem, embora o paladar e o olfato sejam as 
sensações químicas mais comumente reconhecidas, quimioreceptores internos 
desempenham um papel importante para a homeostasia. Quimioreceptores na 
parede do estômago enviam sinais para o Centro do Vômito (Bulbo encefálico) 
quando ingerimos alimentos contaminados com toxinas e quimioreceptores na 
aorta e nas carótidas (artérias do pescoço) monitoram os níveis de O2 e CO2 no 
sangue, por exemplo. 
O olfato e o paladar possuem a mesma função: fazer uma análise química 
do meio ambiente. Estes sentidos trabalham em conjunto para a identificação do 
sabor dos alimentos. Também apresentam uma conexão forte e direta com as 
nossas necessidades mais básicas, tais como a sede, a fome, a emoção, o sexo, 
e certas formas de memória. 
 
• Gustação (Paladar) 
Como o Homem é um animal omnívoro (omnis = tudo, vorare = comer), a 
capacidade de saber distinguir as toxinas dos alimentos foi muito importante ao 
longo da evolução. Como muitos venenos são amargos, as substâncias amargas 
são instintivamente rejeitadas. Porém, a experiência pode modificar nossos 
instintos e podemos aprender a tolerar e até mesmo a apreciar certas 
substâncias amargas como o café, por exemplo. 
 De uma forma simplificada, os diferentes sabores podem ser organizados 
em 5 tipos principais: doce, salgado, ácido (azedo), amargo e umami (delicioso 
em japonês). Em alguns casos, a correspondência entre a estrutura química e o 
sabor são óbvias: os sais são salgados e os ácidos são azedos. Porém, além 
dos glicídeos (açucares como a sacarose e a frutose), certas proteínas, alguns 
aminoácidos e os adoçantes artificiais também são doces. O aspartame, por 
exemplo, é 100.000 vezes mais doce que a sacarose (açúcar comum). Além do 
café, o quinino, o Mg+ e o K+ também são amargos. O íon K+ pode ser 
considerado salgado e amargo. O principal alimento de sabor umami é o tempero 
glutamato monosódico, muito comum na culinária japoneza. Outros 
aminoácidos, como o aspartato, também apresentam saborumami. 
 
Sensação gustativa: 
As sensações gustativas são captadas no interior de estrututas sensoriais 
chamadas papilas gustativas, localizadas na língua, palato, faringe e laringe. Na 
língua podem ser encontradas papilas filiformes (áreas laterais), valadas (região 
posterior) e fungiformes (meio e ponta). Cada papila é sensível a um 
determinado sabor e a região da ponta da língua, por exemplo, apresenta maior 
sensibilidade ao doce, seguida de papilas sensíveis ao salgado, ácido e ao 
amargo. No interior de cada papila são encontrados os botões gustativos (desde 
um até centenas), onde localizam-se as células quimioreceptoras gustativas. 
Cada pessoa possui cerca de 2000 a 5000 botões gustativos e cerca de 50 a 
150 células gustativas em cada botão. 
Para identificarmos um determinado sabor, as moléculas sápidas devem 
ser diluídas na saliva para poderem penetrar pelo poro do botão. Após, as 
moléculas sápidas ligam-se a proteínas receptoras específicas na membrana 
das células gustativas, causando uma alteração na condutância da membrana 
que leva a formação do potencial receptor. Dentro de cada botão, as células 
gustativas são protegidas por células de suporte. As células gustativas não são 
consideradas neurônios, mas fazem sinapses com neurônios aferentes de 
alguns nervos cranianos. Cada célula gustativa vive cerca de duas semanas. 
Assim, o cérebro identifica o paladar pela proporção de estimulação das papilas 
gustativas. 
 
Via Gustativa: 
Os botões gustativos fazem sinapses com fibras aferentes dos nervos Vago 
(X), Facial (VII) e Glossofaríngeo (IX), que levam estas informações até o Núcleo 
Gustativo no Trato Solitário (Bulbo encefálico). O Núcleo Gustativo, por sua vez, 
transmite estas informações principalmente para o Núcleo VPM (Ventro – 
postero - medial) do tálamo, que as conduz para o Córtex Gustativo Primário 
(Área 43 de Broadmann) no Lobo Parietal. Lesões no VPM ou no córtex gustativo 
podem causar Ageusia, perda da percepção gustativa. O núcleo gustativo 
bulbar também transmite estas informações para outras áreas do tronco 
encefálico envolvidas no controle da deglutição, mastigação, vômito, digestão e 
respiração. 
 
• Olfação 
 O olfato também é considerado como um sentido químico, pois consiste 
na identificação de outros gases misturados com o ar atmosférico. Pode trazer 
bons e maus sinais. Em conjunto com a gustação, ajuda-nos a identificar os 
alimentos tanto quando apresentam cheiro saboroso como quando apresentam 
cheiro ruim, o que é um indicativo de alimento estragado. Além de alertar sobre 
uma refeição ruim, o olfato também pode ser importante em situações de perigo, 
quando podemos sentir o cheiro da fumaça em um incêndio ou do escapamento 
de gás na cozinha. 
 Ainda não se sabe exatamente quantos cheiros diferentes o Homem é 
capaz de identificar. Antigamente, os odores eram sub - divididos em 7 cheiros 
primários: canforado, almiscarado, floral, etéreo, pútrido, picante e mentolado. 
Mas quando pensamos em quantos perfumes diferentes existem.... Profissionais 
de indústrias de perfumes e bebidas alcoólicas, devido a grande prática, são 
capazes de distinguir cerca de 100.000 odores. 
 O olfato é muito importante na comunicação dos animais, tanto entre 
indivíduos de uma mesma espécie como de outras. Os ferormônios, moléculas 
químicas liberadas pelos animais, participam de comportamentos reprodutivos, 
na demarcação de territórios, na identificação de indivíduos, na agressão e na 
submissão. No Homem, estudos recentes indicam a existência destas 
moléculas, porém a sua importância ainda não está esclarecida. 
 
Sensação Olfativa 
Para sentirmos um determinado odor ele deve ser volátil para chegar ao 
ponto recôndido das fossas nasais, onde localiza-se o epitélio olfativo. Este 
epitélio é constituído por 3 tipos de células: células de suporte (produzem muco), 
células basais (futuras células receptoras) e as células receptoras olfativas. Os 
quimioreceptores olfativos são neurônios com vida média de 4 semanas e que 
possuem apenas um dendrito longo que termina em uma dilatação na superfície 
do epitélio, de onde sai um tufo de cílios. As moléculas odorantes devem interagir 
com proteínas nas membranas dos cílios para desencadear o potencial receptor. 
Os axônios dos quimioreceptores olfativos atravessam a lâmina crivosa do osso 
e se reúnem no bulbo olfatório. Estes axônios são muito frágeis. Se a pessoa 
levar um soco no nariz, por exemplo, podem ser permanentemente lesados, 
levando à perda da capacidade olfativa, fenômeno denominado anosmia. Cada 
célula olfativa é sensível a um determinado tipo de cheiro. Já foram identificados 
1000 tipos de células olfativas (as células são identificadas pelos tipos de 
proteínas receptoras encontradas em suas membranas). 
O tamanho do epitélio olfativo é um indicativo da habilidade olfativa de um 
animal. No Homem, a superfície do epitélio olfativo mede cerca de 10cm2 
enquanto em alguns cães, pode ser de 170cm2. Isto explica a grande diferença 
entre o olfato humano e o do cão. Enquanto o Homem possui um péssimo olfato, 
o cão, assim como o rato, são exemplos de animais hiperósmicos, que 
possuem uma alta capacidade olfativa. 
 Os quimioreceptores olfativos se adaptam facilmente. Na primeira 
exposição a um cheiro forte, a sensação pode ser muito intensa, mas dentro de 
cerca de um minuto, a sensação já começa a diminuir. Isto é uma adaptação 
muito importante, por exemplo, para pessoas que trabalham em ambientes 
pungentes. 
 
Via Olfativa 
Os axônios das células olfativas se reúnem nos bulbos olfatórios, de onde 
fazem conexão com os feixes olfativos. Os feixes olfativos podem ir para vários 
núcleos ao longo do tronco cerebral e hipotálamo ou para o córtex olfativo. O 
córtex olfativo divide-se em duas áreas: a área olfativa medial que tem 
projeções com o sistema límbico, sendo responsável por respostas afetivas aos 
odores e a área olfativa lateral, que controla reações mais complexas, 
aprendidas, em relação aos odores. Portanto, ao contrário dos outros estímulos 
sensoriais, os sinais olfativos passam pelo tálamo depois de passar pelo córtex. 
 
5.4.2. Sensações Somáticas (Somestesia) 
 O termo somestesia (soma = corpo, estesia = sensação) refere - se às 
sensações provenientes da superfície corporal e compreende as sensações de 
dor, tato, temperatura e postura corporal. Estas sensações, por sua vez, também 
podem ser sub – divididas. Todas estas sensações podem ser detectadas por 
receptores específicos espalhados pela pele, que pode ser considerado o maior 
órgão sensorial do corpo. 
 
• Tato 
 Os receptores responsáveis pelas sensações tácteis são 
mecanorreceptores, pois reagem a estímulos mecânicos (pressão, flexão, 
estiramento, vibração, toque e aguilhonada) aplicados sobre a pele. Os 
mecanorreceptores reagem de forma distinta aos diferentes tipos de estímulos 
mecânicos e possuem campos receptivos com tamanhos diferentes. Os 
corpúsculos de Meissner e os discos de Merkel possuem campos receptivos 
pequenos enquanto os corpúsculos de Paccini e os de Ruffini possuem campos 
receptivos que podem cobrir um dedo inteiro ou metade da palma da mão. 
 A capacidade de discriminar características detalhadas de estímulos varia 
muito ao longo do corpo, estando relacionada a quantidade de 
mecanorreceptores existentes em cada local. Uma forma simples de reconhecer 
este fenômeno é fazer o teste de discriminação entre dois pontos. A ponta dos 
dedos é o local com a maior capacidade de discriminação entre dois pontos, por 
isso é o local indicado para a leitura da Linguagem Braille. 
 Principais tipos de receptores: 
1. Corpúsculo de Paccini (TATO-VIBRAÇÃO) 
 Localizado na derme reticular da pele glabra, pele hirsuta e no músculo, 
é o receptor mais estudado. Sua adaptação é a mais rápida de todos tipos de 
receptores. Devido a esta capacidade de resposta rápida, podemdetectar 
mudanças na velocidade do estímulo e codificar a sensação de vibração. 
2. Terminações nervosas dos pêlos (TATO-VIBRAÇÃO LENTA) 
 Localizados nas papilas da derme. São sensíveis ao tato e à vibração 
lenta, sendo utilizados para determinar a velocidade e a direção de um objeto se 
deslocando sobre a pele. São estimulados quando o pêlo é deslocado. Sua 
adaptação é rápida. 
3. Corpúsculo de Meissner (TATO-VIBRAÇÃO LENTA) 
 Localizados nas papilas da derme da pele glabra, principalmente nas 
pontas dos dedos, lábios e outros locais de alta sensibilidade táctil. São 
receptores de adaptação rápida e possuem campos receptivos pequenos. 
Podem ser usados para a discriminação entre dois pontos, localização precisa, 
batidas e vibração lenta (detector de velocidade). Segundo Guyton, são os 
receptores responsáveis pela capacidade do indivíduo reconhecer com exatidão 
que parte do corpo está sendo tocada e de reconhecer a textura dos objetos. 
São particularmente sensíveis ao movimento de objetos muito leves e à vibração 
de baixa frequência. 
4. Discos de Merkel (TATO-PRESSÃO) 
 Localizados nas epiderme da pele glabra. Sensíveis tanto ao tato como à 
pressão (detector de velocidade e de intensidade). São estimulados pela 
distorção da pele. Possuem campo receptivo pequeno e adaptação lenta. 
Reconhecem estímulos estáveis que permitem ao indivíduo discriminar o tato 
contínuo de objetos contra a pele. Estão agrupados em estruturas conhecidas 
como receptor de Cúpula de Iggo. 
5. Terminações de Ruffini (TATO) 
 Localizados na derme reticular da pele hirsuta. São sensíveis ao contato 
de objetos sobre a pele, sendo estimulados pela sua distorção. Possuem 
grandes campos receptivos e adaptação lenta. São importantes para o 
reconhecimento de estímulos intensos e contínuos de tato e pressão, causados 
pela deformação contínua da pele e de tecidos mais profundos. Também são 
encontrados nas cápsulas articulares, assinalando o grau de rotação da 
articulação. 
6. Bulbos Terminais de Krause 
 Situam-se nas regiões limítrofes entre pele e mucosas (p.e: ao redor dos 
lábios e da genitália). 
 
Vias do tato 
- Via lemniscal ou via do lemnisco medial (sistema do cordão dorsal): 
Os diversos receptores somáticos fazem contato com fibras aferentes que 
chegam na medula pelas raízes dorsais dos nervos espinhais e terminam na 
coluna dorsal do mesmo lado do corpo (ipsilateral). Os axônios da coluna dorsal 
dirigem-se ao núcleo da coluna dorsal, localizado na junção bulbo – medular. Os 
axônios que partem deste núcleo fazem uma curva e cruzam em direção ao 
tálamo, formando um feixe grosso de fibras chamado de lemnisco medial. Ao 
chegar no tálamo, os estímulos são retransmitidos para o córtex sensorial 
somático primário, localizado nas áreas 1 e 2 de Broadman. Nesta região cortical 
existe uma representação topográfica de todo o corpo em relação ao número de 
receptores somáticos, o que gera um "homúnculo" distorcido, chamado 
homúnculo sensorial, que foi descrito por Penfield. Neste mapa, a representação 
da mão é maior que a do pé, pois a quantidade de receptores somatosensoriais 
na mão é muito maior do que no pé. Os mapas somatosensoriais variam nos 
outros animais, sempre refletindo a quantidade de receptores sensoriais em 
cada região do corpo. 
 - Via do trigêmeo: 
Os estímulos somatosensoriais provenientes do rosto são levados ao 
SNC pelos nervos trigêmio, glossofaríngeo, facial e vago (nervos cranianos), que 
fazem sinapses na ponte e cruzam em direção ao tálamo. Do tálamo, também 
seguem para o córtex somatosensorial primário. 
 
Erros de Localização 
Como a localização se dá por uma projeção, vários erros podem ocorrer. Isto 
explica, por exemplo, o surgimento de dores longe do ponto que foi lesionado, 
as chamadas "dores referidas". Exemplos: o deslocamento ou a ruptura de um 
disco vertebral pode causar dores na perna ou no pé. Estes "erros de projeção" 
podem dar boas pistas ao médico sobre a extensão da lesão. Um exemplo 
bizarro é o fenômeno do "membro fantasma", após a amputação de um membro, 
as vias sensoriais começam a disparar espontâneamente e a pessoa pensa que 
está sentindo o membro perdido. 
 
Plasticidade dos mapas somatotópicos: 
 Os mapas somatotópicos são dinâmicos, ou seja, refletem a utilização da 
região corporal correspondente. Quando uma pessoa tem um dedo amputado, 
por exemplo, os neurônios que interpretavam as sensações daquele dedo 
passam a se ocupar com sensações vindas de outros dedos. Por outro lado, se 
a pessoa desenvolve uma certa habilidade melhor em uma das mãos (tocar 
instrumento, por exemplo) o córtex envolvido com as sensações daquela mão 
se desenvolve mais do que a região correspondente à outra mão. 
 
Área Somatosensorial Secundária 
Na área posterior do lobo parietal, encontra-se a área somestésica 
secundária onde os estímulos identificados na área somestésica primária são 
relacionados com outros tipos de informações sensoriais, tais como estímulos 
visuais. Lesões nesta região podem causar estereognosia, incapacidade de 
reconhecer objetos, e a Síndrome de Negligência. Nesta síndrome, o lado do 
corpo contrário ao hemisfério cerebral afetado é negligenciado ou esquecido 
pelo paciente, assim como uma parte do mundo voltada para este lado. 
 
• Dor 
 Além de mecanoreceptores, a pele também possui nociceptores (nocere 
= ferir), terminações nervosas livres, que avisam quando os tecidos corporais 
estiverem sendo lesionados ou em risco de sofrerem lesões. A ativação seletiva 
dos nociceptores pode levar à experiência consciente de dor. Nocicepção e dor 
são essenciais à vida, porém nem sempre são a mesma coisa. Dor é a 
percepção de sensações tão diversas quanto irritação, inflamação, fisgada, 
ardência ou latejar, geralmente sensações ruins ou até mesmo insuportáveis 
oriundas de alguma parte do corpo. Nocicepção é o processo sensorial que 
provê sinais que desencadeiam a experiência da dor. Enquanto os nociceptores 
podem disparar de forma desenfreada e contínua, a dor, como experiência, pode 
surgir e desaparecer. O oposto também pode acontecer. A dor pode ser 
agonizante mesmo sem qualquer atividade dos nociceptores. Mais do que 
qualquer outro sistema sensorial, as qualidades cognitivas da nocicepção podem 
ser controladas a partir do próprio encéfalo. Basta lembrar no efeito do placebo. 
 
Nocicepção 
Os canais iônicos nas membranas dos nociceptores são ativados por 
estímulos que podem causar lesão tecidual, tais como a estimulação mecânica 
intensa, temperaturas extremas, deprivação de oxigênio e exposição a certos 
produtos químicos. As células, ao serem lesadas, liberam susbtâncias que 
provocam a alteração nestes canais iônicos, tais como: proteases, ATP, 
bradicina, K+ e H+ (liberado junto com o lactato quando o músculo entra em 
metabolismo anaeróbico). São encontrados em quase todo o corpo, incluindo a 
pele, os ossos, músculos, órgãos internos, vasos sangüíneos, coração e 
meninges. Porém, não existem nociceptores no encéfalo. 
Tipos de nociceptores: 
- nociceptores mecânicos: reagem a pressões fortes; são supridos por 
fibras aferentes Aδ e ativam a sensação de dor aguda ou pontual. 
- nociceptores térmicos: reagem ao calor ou ao frio extremo e são 
supridos por fibras aferentes Aδ. 
- nociceptores químicos: reagem a moléculas químicas como a 
histamina e são supridos por fibras aferentes C não mielinizadas. 
Quando os nociceptores são ativados, causam a liberação de substância 
P na pele e esta, causa vasodilatação local, aumento na permeabilidade capilar, 
vermelhidão, calor e edema. Estes efeitos podem provocar hiperalgesia, 
aumento na sensação de dor. Os opiáceos (morfina, heroína e codeína) inibem 
a liberação de substância P, sendo esta a principal explicação para seu efeito 
analgésico. 
 
Vias da dor: 
- Via Espinotalâmica (sistema anterolateral): 
As informações de dor provenientesdos membros e tronco corporal 
chegam na medula espinhal trazidas por fibras aferentes que entram na raiz 
dorsal e fazem sinapses na zona intermediária da medula com axônios que 
decussam e sobem em direção ao tálamo, formando o trato espinotalâmico 
(somente fazem sinapse com o tálamo). Do tálamo, as informações de dor 
podem ser projetadas para várias áreas corticais. 
- Via Trigeminal: 
Estímulos dolorosos vindos da face e da cabeça chegam ao tronco 
encefálico pelo nervo trigêmeo, cruzam e ascendem para o tálamo. 
 
Modulação da dor: 
A percepção da dor é variável, dependendo tanto da chegada de 
aferências de nociceptores como do contexto comportamental. Esta modulação 
tanto pode ser aferente (inibição da dor pela ativação de mecanoreceptores, 
massagem) ou eferente (bloqueio consciente da dor). A principal área do SNC 
envolvida com a modulação da dor parece ser a PAG (substância cinzenta 
periaquedutal), pois a sua estimulação produz analgesia profunda. 
 
• Temperatura 
 Os termoreceptores são terminações nervosas livres que podem ser 
encontrados espalhados pela pele, medula espinhal e hipotálamo. Apesar da 
forma ser semelhante, os termoreceptores reagem a faixas específicas de 
temperatura, ou seja, existem termorecpetores de calor e de frio. Os 
termoreceptores não estão distribuídos uniformemente pela pele, havendo 
regiões onde existem mais termoreceptores de calor e outras, mais 
termoreceptores de frio. São receptores de adaptação rápida, reagindo mais 
intensamente quando ocorrem mudanças bruscas na temperatura. 
 
Via da temperatura: 
Os sinais transmitidos pelos termoreceptores seguem a via 
espinotalâmica de forma semelhante aos nociceptores. 
 
• Propriocepção (Sensações Musculares e Articulares) 
 Estas informações são importantes para a identificação do tipo e 
intensidade de movimento que o corpo está desenvolvendo. Também vão ser 
aferências importantes para os reflexos posturais e para o controle da 
caminhada (deslocamento corporal). 
 Principais receptores: 
1. Fuso muscular 
 Encontrado no meio das fibras musculares esqueléticas, este receptor 
manda informações sobre o grau de contração das fibras musculares. O fuso 
muscular também tem forma alongada e, por estar no meio das fibras 
musculares, quando estas se contraem ele também contrai e quando elas 
alongam, ele alonga. Na verdade, são estimulados sempre que o músculo 
começa a se estirar em demasia e são inibidos quando o músculo contrai. 
Portanto, são sensíveis ao estiramento muscular. Participam de um reflexo 
medular que previne o estiramento excessivo das fibras musculares, chamado 
de "reflexo miotático". O reflexo patelar é um exemplo de reflexo miotático. 
 
2. Órgão Tendinoso de Golgi 
 Receptor sensorial encontrado nos tendões, sendo sensível à tensão 
muscular. São sensíveis à força que o músculo está desenvolvendo, 
independentemente do músculo estar distendido ou contraído. Participam de um 
reflexo medular que previne o excesso de força sobre os tendões, chamado 
"reflexo miotático inverso". 
 
Via proprioceptiva: 
Os estímulos captados pelos receptores musculares e articulares seguem 
para o córtex somatosensorial pelo sistema do cordão dorsal (via lemniscal). 
Porém, dependendo da informação, a própria medula poderá desencadear uma 
resposta motora apropriada. Os estímulos também podem subir pela medula até 
o tronco cerebral, onde serão distribuídos entre os núcleos rubro, vestibular e 
reticular. Estes núcleos podem fazer conexões com o cerebelo (ajustes 
corretivos nos movimentos), os gânglios da base (coordenam movimentos 
cíclicos) e com o córtex motor primário. 
 
 
5.4.3. Sensações Visuais (Visão) 
 Os fotoreceptores, cones e bastonetes, encontram-se na retina, sendo 
esta a região ocular responsável pela captação da imagem. Os fotoreceptores 
são receptores sensíveis aos fótons de luz, sendo estimulados quando a luz 
incide sobre o olho. 
 Os bastonetes são sensíveis à intensidade de luz, ou seja, ao claro ou ao 
escuro. Possuem um limiar baixo, de forma que reagem bem no escuro. A 
presença de luz desencadeia a seguinte sequência de reações: 
 
 
 
LUZ > RODOPSINA OPSINA + RETINOL-CIS (vitamina A) 
 
 RETINOL-TRANS 
 
 
Altera os canais de transporte de íons da 
membrana 
 
 
POTENCIAL RECEPTOR 
 
 Os cones são sensíveis aos diferentes comprimentos de onda, possuindo 
fotopigmentos específicos para cada faixa de luz. Ou seja, os cones são 
sensíveis às cores. Cada cone é sensível a uma determinada faixa de luz. 
Como os seus limiares são altos, operam melhor durante o dia. Podem ser 
chamados de: 
• Eritrolábil: sensível ao vermelho 
• Clorolábil: sensível ao verde 
• Cianolábil: sensível ao azul 
 
Via visual: 
Os fotoreceptores estimulam o nervo óptico, que estimulará o quiasma 
óptico, de onde partem ramificações para o núcleo supraquiasmático do 
hipotálamo, sistema óptico acessório, pré-tecto e tecto óptico (colículo superior). 
Daí as informações passam para o núcleo geniculado lateral do tálamo e, 
finalmente são retransmitidas para o córtex visual, localizado no lobo occipital, 
área 17 de Broadman, que irá analisar a imagem. O córtex visual trabalha em 
estreita associação com o córtex motor, que controla os movimentos do globo 
ocular. 
5.4.4. Sensações Auditivas (Audição) 
 O ouvido humano pode ser dividido em três zonas principais: 
• Ouvido Externo: formado pelo pavilhão auditivo, o som é propagado 
pelo ar. 
• Ouvido Médio: consiste nos ossículos (bigorna, martelo e estribo) e o 
som é propagado pela vibração deles. 
• Ouvido Interno: formado pela cóclea, onde o som é propagado pelas 
ondas da endolinfa. 
 A cóclea é internamente dividida em escala vestibular, escala coclear 
(média) e escala timpânica. Esta divisão é feita pelas membranas basilar e 
vestibular. Sobre a membrana basilar, encontra-se o órgão de Corti, formado 
pelo epitélio ciliado e pela membrana tectorial, que pousa sobre os cílios. 
Quando os ossículos vibram, a endolinfa oscila, causando a vibração da 
membrana tectorial e isto provoca o deslocamento dos cílios. Este deslocamento 
dos cílios altera o potencial de repouso da célula ciliada, gerando o potencial 
receptor, denominado potencial microfônico coclear. 
 
Via auditiva: 
Quando estimuladas, as células ciliadas ativam o nervo vestibulococlear 
(antigamente denominado, nervo auditivo), que passa a informação para órgãos 
no tronco cerebral, tais como os núcleos cocleares, o núcleo olivar superior, o 
colículo inferior e o corpo geniculado medial do tálamo. Do tálamo, os estímulos 
auditivos são transmitidos para o córtex auditivo, localizado na fissura de Sylvius 
na parte superior do lobo temporal (áreas 41 e 42 de Broadman). O córtex 
auditivo possui 4 sub-áreas topográficamente organizadas conhecidas como 
mapas tonotópicos. 
 
5.4.5. Sensações de Equilíbrio 
 A sensação de equilíbrio é detectada pelo aparelho vestibular, localizado 
dentro do crânio. Este aparelho é formado pelos três canais semicirculares, pelos 
órgãos otolíticos (sáculo e utrículo) e pela trompa de Eustáquio. 
 Dentro dos canais semicirculares existem dilatações chamadas de 
ampolas (âmpulas) em cujo interior encontra-se a crista ampular, onde estão 
as células ciliadas. Sobre a crista existe uma cúpula que está em contato com 
os cílios. Quando a endolinfa oscila, a crista se desloca e isto causa o 
deslocamento dos cilios, estimulando assim, as células ciliadas. Portanto, a 
estimulação das ampolas gera informações sobre a aceleração angular da 
cabeça. 
 No sáculo e no utrículo, as células ciliadas são encontradas em estruturas 
chamadas de máculas e o ápice dos cílios é recoberto por uma massa 
gelatinosa aonde encontra-se formações (pedrinhas) calcáreas chamadas de 
otólitos. Quando a cabeça é deslocada, os otólitos se agitam e isto estimula as 
células ciliadas. Assim,as máculas são sensíveis à aceleração linear da 
cabeça. 
 
Via do equilíbrio: 
Os mecanoreceptores das máculas e das ampolas estimulam o nervo 
vestibulococlear, que faz conexões com órgãos no tronco cerebral: núcleos 
vestibulares, cerebelo e formação reticular bulbar. Estes órgãos fazem 
aferências com o córtex motor. Este sistema é importante para a coordenação 
dos reflexos posturais, que constantemente ajustam a posição do corpo a fim de 
mantê-lo equilibrado.

Outros materiais