7 - Ordem dos Processos nos Tribunais (Sistema de Uniformização de Precedentes)

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7 - Ordem dos Processos nos 
Tribunais (Sistema de 
Uniformização de Precedentes)
Conforme, a CF/88 em seu Preâmbulo, o estado democrático de direito visa prezar 
pela PREVISILIDADE DAS DECISÕES e por isso tem como intuito proteger a 
segurança jurídica, sendo esta base para o desenvolvimento da sociedade.
Alguns conceitos:
Julgado: é uma decisão qualquer considerado per si (individualmente).
Servem para evitar comportamentos contraditórios por parte do juiz.
Jurisprudência: conjunto de julgados (decisões), mas aleatórias.
Quando forem alinhados, é jurisprudência dominante.
Precedente: conjunto de jurisprudências (decisões) sobre determinado tema que vão 
no mesmo sentido. – tem a ver com os motivos pelo qual o juiz decidiu. Apenas o 
precedente tem força uniformizadora. Veja a seguir:
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Art. 926, CPC. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e 
mantê-la estável, íntegra e coerente.
✨ Marinoni defende que, aqui, "tribunais" devem ser entendidos como Cortes 
de Superposição (STF e STJ e, os especiais, TST, TSE e STM).
Obs.: Jurisprudência dos demais tribunais (Cortes de Justiça) NÃO VINCULA a 
interpretação dos magistrados em geral.
Extra
*Cortes de Justiça (TRFs, TJs, TREs e TRTs): voltadas à justiça do caso concreto - 
função de controlar a interpretação dos fatos da causa e do direito aplicável ao caso 
concreto - podem uniformizar sua jurisprudência (não vincula). 
*Cortes Supremas (STF e STJ): voltadas à unidade do direito - função de interpretar o 
direito a partir do caso concreto e dar a última palavra sobre como ele deve ser 
entendido - devem uniformizar sua jurisprudência (através dos precedentes).
Como que ocorre o sistema de Uniformização dos Precedentes?
• Quando o STJ/STF emite uma SÚMULA;
ou 
• Quando é fixada uma TESE EM JULGAMENTO REPRESENTATIVO DE 
CONTROVÉRSIA.
Com a uniformização, o recurso que vise colocar em pauta aquela tese ficará 
impossibilitado de ser impetrado, em razão da causa impeditiva do direito de 
recorrer.
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Assim, obedecendo ao sistema de Precedentes, segundo o art. 
927 do CPC, os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de 
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos 
extraordinário e especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em 
matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria 
infraconstitucional; 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais 
estiverem vinculados.
PRECEDENTE → RAZÃO DE DECIDIR
É dessa maneira que podemos concluir que PRECEDENTE é RATIO DECIDENDI, isto 
é, RAZÃO DE DECIDIR.
A "razão de decidir" está relacionada com a justificação de determinada decisão. 
Ele não pode ser confundida com a fundamentação em si, pois esta está relacionada 
ao caso em particular.
Então, se a razão de decidir de um caso já estiver presente, de maneira semelhante, 
em algum precedente anterior já fixado, o juiz não deverá se desligar dela. (Caso 
contrário, o juiz estaria indo contra o Princípio da Segurança Jurídica/ da Estabilidade 
das Relações Jurídicas, não obedecendo ao sistema de uniformização de 
precedentes).
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Quando pode ocorrer a Superação do Precedente (overruling)?
✨ Overruling: é a mudança de entendimento de determinado tribunal acerca 
de tema jurídico anteriormente pacificado, por alteração no ordenamento 
jurídico ou por evolução fática histórica.
O fenômeno do overruling deve ocorrer somente em casos extremos, onde pode-se 
perceber o erro de precedente com nitidez, de modo que nada justifique a sua 
continuidade. Quando o precedente não mais se adequar a solucionar, de maneira 
eficaz, os casos aos quais se refere.
Além disso, os tribunais que pretendam fazer o overruling, devem SINALIZAR 
(sinaling)💥 tal fato, para que o interessados tomem conhecimento, prezando sempre 
pelo bem da segurança jurídica.
*O procedimento a ser seguido em caso da alteração da tese jurídica está presente no 
art. 927, CPC, §§1º ao 5º*.
1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e 
no art. 489, § 1º , quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2º A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula 
ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de 
audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou 
entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do 
Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela 
oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art489%C2%A71
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dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança 
jurídica.
§ 4º A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência 
pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos 
observará a necessidade de fundamentação adequada e 
específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da 
proteção da confiança e da isonomia.
§ 5º Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, 
organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, 
preferencialmente, na rede mundial de computadores.
Como se controla os Precedentes?
Súmula Vinculante
A priori, existia a figura da Súmula Vinculante, que atualmente se tornou obsoleta.
Acreditava-se que as Súmulas Vinculantes retiravam a autonomia dos juízes.
O Sistema de Precedentes é relativamente recente, de 2015. Antes, os precedentes 
existiam, mas o juízes seguiam se quisessem.
Quem poderia pedir ao Supremo que uma Súmula tivesse efeito vinculante?
Os legitimados para o ADI, a Defensoria Pública da União, as Cortes de Superiores e 
as Cortes de Justiça.
Estes ainda poderiam pedir a revisão das Súmulas, como também, o seu 
cancelamento, na forma da lei.
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A Súmula é aprovada por 2/3 dos membros do plenário do Tribunal e tem poder 
vinculante no Poder Judiciário e na Administração Pública.
Em caso de descumprimento da Súmula, na decisão de qualquer juiz, caberia a ação 
de reclamação.
Reclamação (art. 988, CPC)
É justamente o instrumento "dedo duro" que tem como objetivo garantir a eficácia dos 
precedentes.
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério 
Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de 
decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de 
constitucionalidade; 
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de 
incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de 
assunção de competência;
Atualmente, pode ser impetrada em qualquer tribunal.
§ 1º A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e 
seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja 
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competência se busca preservar ou cuja autoridade se 
pretenda garantir.
*Se está sendo agredido um precedente do STF, a reclamação deverá ser impetrada 
no STF. Se está sendo agredido um precedente do STJ, a reclamação vai para o STJ.
A quem a reclamação deve ser dirigida e como deve ser instruída? 
(§2º)
Ao presidente do tribunal e deve ser instruída somente com provadocumental, isso 
porque ela é um write constitucional, assim como, o Mandado de Segurança, Habeas 
Corpus, Habeas Data... (NÃO CABEM TESTEMUNHA)
O que acontece após a reclamação ser recebida?
§ 3º Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída 
ao relator do processo principal, sempre que possível.
§ 5º É inadmissível a reclamação:
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso 
extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão 
proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial 
repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.
✨ Este inciso define o cabimento da reclamação para as Cortes Supremas, 
somente em algumas hipóteses, quando há o esgotamento das instâncias 
ordinárias.
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✨ Isso acontece com o intuito de evitar o acionamento das Cortes Supremas de 
maneira desnecessária e per saltum.
Por fim, a decisão de procedência da reclamação vai reconhecer que alguém está 
descumprido o determinado precedente e a Corte poderá utilizar de qualquer meio para 
fazer cessar isso, inclusive, punir o agressor por crime de desobediência,