Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
• Definição: Alteração estrutural grave do coração ou dos grandes vasos da base e que apresenta significância funcional real ou potencial. • Podem estar associadas a alterações genéticas e cromossómicas. • A correção cirúrgica primária é realizada no início da vida, muitas vezes no período neonatal, visto que, as manifestações clínicas ocorrem principalmente nos primeiros meses de vida. • Incidência: - 20% dos pacientes com cardiopatia congênita grave são prematuros e/ou pesam menos de 2.500 g ao nascimento. - Essa doença congênita estrutural, sendo moderadas ou graves, ocorre em 6 a 8 por 1.000 nascidos vivos. • As manifestações clínicas dependem do tamanho da anomalia e sua repercussão hemodinâmica. • Alterações secundárias podem incluir insuficiência cardíaca congestiva (ICC) crônica, hipoxemia, atraso do crescimento, infecções frequentes, alterações vasculares pulmonares irreversíveis, atraso do desenvolvimento cognitivo ou déficits neurológicos focais. • Pacientes internados no 1º ano de vida - As doenças mais prevalentes nesse período são dependentes do canal arterial, cujo fechamento exacerba o quadro clínico, como hipoplasia de ventrículo esquerdo, coarctação da aorta, transposição das grandes artérias, tetralogia de Fallot extrema e atresia pulmonar. • Pacientes que são internados em período maior que o 1º mês e inferior a 6 meses - Apresentam enfermidades cuja manifestação clínica depende da queda da resistência vascular pulmonar, como são a comunicação interventricular, a persistência do canal arterial e o defeito do septo atrioventricular. • Taxa de mortalidade: É extremamente alta, cerca de 20% das crianças morrem nos primeiros 12 meses de idade, e a sobrevida em 15 anos é de 77,11%. > Foram primariamente classificadas em cardiopatias cianóticas e acianóticas. > A apresentação clínica, no entanto, nem sempre obedece a essa nomenclatura, pois alguns pacientes com cardiopatia cianótica podem apresentar-se sem cianose, e outros, com cardiopatia acianótica, com cianose. > As cardiopatias congênitas também podem ser classificadas funcionalmente em: 1) cardiopatia de hipofluxo pulmonar; 2) cardiopatia de hiperfluxo pulmonar; e 3) cardiopatia de normofluxo pulmonar. CONGÊNITAS NA NEOPEDIATRIA ESTRUTURAS ESPECIAIS DA CIRCULAÇÃP FETAL • Veia umbilical – Transporta sangue oxigenado da placenta para o embrião. • Ducto Venoso - Manda o sangue da veia umbilical para a veia cava inferior. • Artérias umbilicais- conduzem o sangue não oxigenado do feto para a placenta. • Existe uma membrana importante que é o forame oval ele é uma abertura entre os átrios. • Ademais tem um canal chamado de ducto/canal arterial que liga a arterial pulmonar e aorta. DESAPARECIMENTO DESSAS ESTRUTURAS 1. O ducto venoso se fecha por contração do seu esfíncter. 2. O aumento da pressão do átrio esquerdo pressiona a válvula contra o septum secundum, o que fecha o forame oval. 3. Uma substância liberada pelos pulmões, durante a distensão inicial, fecha o ducto arterial. ✓ A época de apresentação e a sintomatologia associada dependem da natureza e da gravidade do defeito anatômico, dos efeitos in útero (se houver), da lesão estrutural e das alterações na fisiologia cardiovascular secundárias aos efeitos da circulação transicional: fechamento do canal arterial e queda da resistência vascular pulmonar. ✓ Os sintomas dos pacientes são manifestações de distúrbios hemodinâmicos e estão relacionados fundamentalmente às alterações no fluxo pulmonar. ✓ Os neonatos e os lactentes são encaminhados, geralmente, por 4 alterações clínicas: cianose, insuficiência cardíaca, sopro e arritmia. SHUNT DE ESQUERDA → DIREITA O sangue vai seguir seu curso normal até ser oxigenado e voltar para o Átrio Direito. A partir daí, pelo fato da força de ejeção do AD ser maior do que a do AE, o sangue, já oxigenado, acaba voltando para o AD e repetirá todo o percurso de oxigenação sanguínea. O fluxo que sai par o pulmão aumenta e isso gera a Congestão Pulmonar. CIANOSE É do tipo central, quase sempre generalizada, sendo um dos sinais mais comuns. Existe a cianose diferencial – que ocorre quando é evidente no dimídio inferior (membros inferiores) e ausente no dimídio superior (membros superiores e mucosas) ou vice-versa. Ela ocorre quando a concentração de hemoglobina é reduzida no sangue circulante e indica uma hipoxemia. Causas da cianose: 1) presença de uma lesão obstrutiva direita com shunt da direita para esquerda (p.ex., tetralogia de Fallot); 2) conexão ventrículo-arterial discordante (transposição das grandes artérias); e 3) presença de uma mistura comum (p.ex., ventrículo único). O seu grau dependerá da intensidade da hipoxemia (que determina o percentual de saturação de oxigênio) e da concentração de hemoglobina. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (ICC) Os sinais e sintomas de ICC surgem quando o coração não consegue atender às demandas metabólicas dos tecidos. A evolução para ICC ocorre em: cardiopatias congênitas de hiperfluxo pulmonar com hipertensão venocapilar pulmonar e as doenças obstrutivas. Ela será expressa através de: insuficiência cardíaca global, com taquipneia, cansaço e interrupções às mamadas, sudorese, taquicardia, cardiomegalia e hepatomegalia. Dois fatores são fundamentais para o desencadeamento da insuficiência cardíaca. 1) o fechamento do canal arterial, que ocorre funcionalmente nas horas ou nos dias iniciais de vida; 2) a diminuição da resistência vascular pulmonar, que ocorre ao longo dos primeiros meses de idade. Com o fechamento do canal, o fluxo sistêmico diminui abruptamente, ocorrendo a insuficiência cardíaca e o choque cardiogênico. SOPRO CARDÍACO É a maior causa de encaminhamento para investigação de cardiopatia congênita. Nessa categoria, estão as cardiopatias com shunt da esquerda para direita e as cardiopatias obstrutivas isoladas. As principais doenças desse grupo são: comunicação interventricular, comunicação interatrial, persistência do canal arterial, estenose pulmonar e estenose aórtica. ARRITIMIA Manifestação rara de cardiopatia congênita. O bloqueio atrioventricular total é a arritmia congênita isolada ou associada mais frequente. Em outras doenças, como a transposição corrigida das grandes artérias e a doença de Ebstein, a arritmia pode ser a primeira manifestação clínica. − Exame físico, durante a observação do neonato, deve-se prestar atenção ao padrão respiratório, incluindo o trabalho da respiração e o uso dos músculos acessórios. Avalia-se a ausculta, a palpação das partes distais dos membros com atenção à temperatura e ao enchimento capilar é fundamental. − O ecocardiograma bidimensional com doppler reflete as relações hemodinâmicas que existiam in útero, portanto, o ECG normal caracteriza-se por predomínio do ventrículo direito. − A radiografia de tórax e o eletrocardiograma são exames mais acessíveis e contribuem na formulação de uma hipótese de diagnóstico, porém em raras ocasiões indicam uma doença. − Pressão arterial nos quatro membros, a medição da pressão arterial deve ser realizada nos braços e nas pernas, usando o equipamento Dinamap, em RN o essencial seria utilizar o doppler. − Testes de hiperóxia é um recurso mais sensível e específico na avaliação inicial do recém-nascido suspeito de doença recente. O neonato que é “reprovado” no teste de hiperóxia muito provavelmente tem cardiopatia congênita envolvendo fluxo sanguíneo sistêmico ou pulmonar dependente do canal arterial, e deve receber prostaglandina E1 (PGE1) até que se possa definir sua anatomia. → A determinação dos 4 tipos irá depender da localização anatômica desse defeito: 1. CIA ostium secundum (OS): é o defeito mais comume ocorre na região da fossa oval, sendo, por isso, também conhecida como CIA tipo fossa oval. 2. CIA ostium primum (OP): é conhecida como defeito do septo atrioventricular parcial, e está localizada junto às valvas atrioventriculares. 3. CIA seio venoso (SV): está localizada junto à desembocadura da veia cava superior e, em geral, está associada à drenagem anômala parcial de veias pulmonares direitas. 4. CIA seio coronário (SC): é rara e deve- se à presença de orifício no teto do seio coronário, permitindo passagem do átrio esquerdo para o átrio direito através do óstio do seio coronário. → Ocorre desvio do sangue do átrio esquerdo para o átrio direito (sunht) devido à maior capacidade de distensão das paredes do átrio direito, à menor resistência vascular pulmonar e à maior complacência do ventrículo direito. → Esse shunt aumentará com o crescimento da criança, pois a resistência vascular pulmonar será diminuída e a complacência do ventrículo direito aumentará. → Isso faz com que ocorra um hiperfluxo pulmonar e um retorno de sangue aumentado para o átrio esquerdo, com esvaziamento para o átrio direito, e a pressão desse sistema não se eleva. → Com o volume aumentado nas cavidades direitas, há dilatação do átrio e do ventrículo direitos e da artéria pulmonar, e um prolongamento no tempo de esvaziamento do ventrículo direito, denotado clinicamente pelo desdobramento fixo da 2a bulha, que é o atraso no fechamento da valva pulmonar. → Sinais e sintomas: A maioria dos pacientes é assintomática. Algumas vezes, podem apresentar fadiga, infecções respiratórias de repetição e palpitações. Raramente, em lactentes ocorre insuficiência cardíaca e atraso no crescimento. → Essa doença é diferenciada pela localização do defeito segundo as porções do ventrículo direito, visão do defeito pela face direita do septo; e estruturas que compõem as margens do defeito; → Assim, os defeitos são classificados em CIV perimembranosa (mais comum), justatricuspídea, justa-arterial duplamente relacionada e muscular. → Após o nascimento, com o fechamento dos shunts fisiológicos (placenta, forame oval e canal arterial), ocorre queda na pressão pulmonar e aumento na pressão sistêmica, com passagem de sangue da esquerda para a direita. → Esta queda, que está associada à diminuição da resistência vascular pulmonar, ocorre mais rapidamente nas primeiras horas de vida com a expansão pulmonar e, depois, vai diminuindo lentamente ao longo dos primeiros meses. → O tamanho do defeito irá determinar a repercussão hemodinâmica da CIV, pois ela depende da resistência vascular pulmonar e do tamanho do defeito. → O aumento do fluxo na circulação pulmonar chega no AE e no VE promovendo elevação da pressão diastólica e dilatando essas estruturas. → A persistência crônica do fluxo pulmonar aumentado e da hipertensão venocapilar provoca uma reação das arteríolas pulmonares, com espessamento e fibrose da média e aumento da pressão da artéria pulmonar e do ventrículo direito. → Sinais e sintomas: taquipneia, dispneia aos esforços e interrupções às mamada. → Caso não haja correção cirúrgica: proliferação da íntima e obstrução total da luz, causando uma hiperresistência vascular pulmonar, com consequente aumento da hipertensão pulmonar, o que provoca um shunt invertido pela CIV, da direita para esquerda, e aparecimento da cianose. → Durante a vida fetal todo débito do ventrículo direito passa pelo canal arterial para a aorta descendente em direção a parte inferior e à placenta. → Após o nascimento, fechamento funcional do canal arterial deve ocorrer entre 12 e 15 horas de vida. Com isso, a pressão sistêmica eleva-se, e a pressão pulmonar diminui progressivamente. → Com a persistência desse CA o shunt passa a se direcionar da esquerda para a direita, levando a um desequilíbrio hemodinâmico, com aumento do fluxo na circulação pulmonar e nas cavidades esquerdas. → Assim, ocorre aumento de volume nas cavidades esquerdas provoca aumento das pressões diastólicas e, consequentemente, um aumento da pressão capilar. → A repercussão hemodinâmica dependerá, portanto, do diâmetro do canal arterial e da resistência vascular pulmonar. → Sinais e sintomas: sopro típico é contínuo (caso esse canal arterial seja grande), estalos múltiplos podem estar presentes, associados ao sopro, pulsos periféricos são amplos, lembrando fístulas arteriovenosas, inversão do shunt no canal arterial, com aparecimento de cianose em membros inferiores (quando há desenvolvimento da hiperresistência vascular pulmonar). Em prematuros também pode ser visto angústia respiratória e piorar o padrão respiratório, aumentando a taquicardia, a taquipneia e desenvolvendo edema pulmonar. → Consiste no conjunto de quatro alterações cardíacas: comunicação interventricular (CIV), estenose pulmonar, dextroposição da aorta e hipertrofia ventricular direita. → O defeito anatômico fundamental é o desvio ântero superior do septo infundibular, resultando em estenose subpulmonar. → Ocorre obstrução do trato de saída ventricular direito, comunicação interventricular (da variedade com desalinhamento anterior), “cavalgamento” da aorta sobre o septo interventricular e hipertrofia do ventrículo direito. → O ventrículo direito apresenta dimensões externas aumentadas por causa da hipertrofia. → A estenose pulmonar, em geral, é infundibulovalvar. → A obstrução da via de saída é total, sendo denominada atresia pulmonar com comunicação interventricular. → A CIV é do tipo perimembranosa, grande e não-restritiva. As artérias pulmonares podem ser normais ou apresentar diferentes anormalidades, incluindo alterações de calibre, de confluência e de distribuição. → A apresentação clínica depende da estenose pulmonar. A quantidade de sangue desviado do ventrículo direito para a circulação sistêmica será tanto maior quanto maior for a estenose pulmonar. → Sintomas de estenose pulmonar leve: acianótico, com sopro cardíaco alto. → Sintomas de estenose pulmonar progredida: cianose e o sopro vai diminuído. → É o estreitamento da via de saída pulmonar, provocando a obstrução do fluxo sanguíneo do ventrículo direito para a artéria pulmonar durante a sístole. → Também provoca uma hipertrofia do ventrículo direito, com aumento da pressão nessa cavidade. → Em situações em que a estenose é crítica, pode haver uma dificuldade no enchimento do ventrículo direito, com elevação da pressão no átrio direito e shunt da direita para a esquerda no forame oval. Nesse caso, o paciente torna- se cianótico com hipofluxo pulmonar. Em alguns casos, a pressão ventricular direita pode exceder a pressão do ventrículo esquerdo. → Sinais e sintomas: Na maioria dos casos, o paciente é assintomático. Sintomas como dispneia aos esforços, fadiga, dor precordial e síncope são referidos. Na estenose crítica, pode haver cianose central e ocorrer morte súbita. • É um procedimento complexo que tem importantes repercussões orgânicas, alterando de diversas formas os mecanismos fisiológicos dos doentes. • Levando a um estado crítico de pós- operatório que implica a necessidade de cuidados intensivos a fim de estabelecer uma boa recuperação dos pacientes. • Quanto aos tipos de cirurgia tem-se: cirurgias de correção das cardiopatias congênitas, para tratar de problemas como arritmias, para restabelecer o fluxo de sangue nas coronárias, revascularização do miocárdio e as cirurgias de pontes de safena. • A realização da Circulação Extracorpórea é uma prática em que envolve a retirada e devolução do sangue do paciente através de tubos e órgãos artificiais (cânulas), fazendo com que haja uma substituição temporária das atividades cardiopulmonares. • Assim, ela promoverá o fluxo sanguíneo sistêmico enquanto o coração e pulmão não funciona, enquanto a cirurgia é realizada, proporcionandoum campo operatório imóvel e livre de sangue.
Compartilhar