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Legislação Bizurada Delta Geral 2021 2

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1 
 
 
 
 
 
 
2021.2 
2 
 
DISCIPLINAS E LEIS 
PARTE 💀 
D. Constitucional 
- Constituição Federal (arts. 1º-144; 193-232; 243) 
- Lei nº 4.717/1965 - Ação Popular 
- Lei nº 7.347/1985 - Ação Civil Pública 
- Lei nº 9.507/1997 - HD 
- Lei nº 9.868/1990 - ADI/ADC 
- Lei nº 9.882/1990 - ADPF 
- Lei nº 11.417/2006 - Súmula Vinculante 
- Lei nº 12.016/2009 - MS 
- Lei nº 13.300/2016 - MI 
D. Penal - Código Penal 
D. Processual Penal - Código de Processo Penal 
PARTE 💀💀 
D. Civil 
- LINDB 
- CC (arts. 1º-232; 927-954; 1.196-1.224; 1.228-1.276) 
D. Empresarial - Empresarial no CC (arts. 887-926; 966-1.195) 
D. Tributário 
- Tributário na CF (arts. 145-162) 
- Lei nº 5.172/1966 - CTN 
D. Administrativo 
- Lei 8.112/1990 - Regime Jurídico dos Servidores Civis da União 
- Lei 8.429/1992 - Improbidade Administrativa 
- Lei 8.987/1995 - Serviços Públicos 
- Lei 9.637-98 - OS 
- Lei 9.784/1999 - Processo Administrativo 
- Lei 9.790-99 - OSCIP 
- Lei 11.079/2004 - PPP’s 
- Lei 11.107/2005 - Consórcios Públicos 
- Lei 12.527/2011 - Lei de Acesso à Informação 
D. Humanos 
- Declaração Universal de Direitos Humanos 
- Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) 
- Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou 
degradantes 
- Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos 
- Pacto internacional sobre direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
- Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional 
D. Ambiental 
- Resolução do CONAMA nº 237/1997 - Licenciamento Ambiental 
- LC 140/2011 
- Lei 6.938/1981 - Política Nacional do Meio Ambiente 
- Lei 9.433/1997 - Política Nacional dos Recursos Hídricos 
- Lei 9.985/2000 - Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC 
- Lei 11.105/2005 - Lei de Biossegurança 
- Lei 11.284/2006 - Florestas Públicas 
- Lei 11.428/2006 - Mata Atlântica 
- Lei 11.516/2007 - Instituto Chico Mendes 
- Lei 12.305/2010 - Resíduos Sólidos 
- Lei 12.651/2012 - Código Florestal 
Legislação Especial 
- Decreto-Lei 201/1967 - Lei de Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores 
- Decreto-Lei 3.688/1941 - Contravenções Penais 
- Lei 1.521/1951 - Crimes contra a Economia Popular 
- Lei 2.889/1956 - Crime de Genocídio 
- Lei 4.737/1965 - Crimes Eleitorais 
3 
 
- Lei 7.210/1984 - LEP 
- Lei 7.492/1986 - Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional 
- Lei 7.716/1989 - Crimes de Preconceito 
- Lei 7.960/1989 - Prisão Temporária 
- Lei 8.069/1990 - Crimes do Eca 
- Lei 8.072/1990 - Crimes Hediondos 
- Lei 8.078/1990 - Crimes contra o Consumidor 
- Lei 8.137/1990 - Crimes contra a Ordem Tributária 
- Lei 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais 
- Lei 9.296/1996 - Interceptações Telefônicas 
- Lei 9.455/1997 - Crime de Tortura 
- Lei 9.503/1997 - Crimes de Trânsito 
- Lei 9.605/1998 - Crimes Ambientais 
- Lei 9.613/1998 - Lavagem de Dinheiro 
- Lei 9.807/1999 - Lei de Proteção a Vítimas e Testemunhas 
- Lei 10.446/2002 - Lei de Atribuições da Polícia Federal 
- Lei 10.671/2003 - Crimes do Estatuto do Torcedor 
- Lei 10.741/2003 - Crimes contra o Idoso 
- Lei 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento 
- Lei 11.101/2005 - Crimes Falimentares 
- Lei 11.340/2006 - Lei Maria da Penha 
- Lei 11.343/2006 - Lei de Drogas 
- Lei 12.037/2009 - Identificação Criminal 
- Lei 12.830/2013 - Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado de Polícia 
- Lei 12.850/2013 - Organizações Criminosas 
- Lei 13.260/2016 - Lei Antiterrorismo 
- Lei 13.869/2019 - Abuso de Autoridade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
💣 ATUALIZADO: INFORMATIVOS: 1015 STF e 694 STJ – SÚMULAS: 648 STJ 
4 
 
SUMÁRIO 
 
1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) – DECRETO-LEI Nº 4.657/1942 ........................... 6 
2. CÓDIGO CIVIL .................................................................................................................................................................................................... 15 
3. EMPRESARIAL NO CC ................................................................................................................................................................................... 110 
4. TRIBUTÁRIO NA CF/88 ................................................................................................................................................................................. 174 
5. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ........................................................................................................................................................... 205 
6. REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES CIVIS DA UNIÃO – LEI Nº 8.112/1990 ........................................................................ 259 
7. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LEI Nº 8.429/1992 .................................................................................................................. 329 
8. SERVIÇOS PÚBLICOS – LEI Nº 8.987/1995 ........................................................................................................................................... 360 
9. LEI DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS – LEI Nº 9.637/1998 ................................................................................................................. 378 
10. PROCESSO ADMINISTRATIVO – LEI Nº 9.784/1999....................................................................................................................... 385 
11. LEI DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO – LEI Nº 9.790/1999 .................................. 407 
12. PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS (PPP’S) – LEI Nº 11.079/2004 ................................................................................................ 414 
13. CONSÓRCIOS PÚBLICOS – LEI Nº 11.107/2005 .............................................................................................................................. 427 
14. LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO – LEI Nº 12.527/2011 ............................................................................................................... 434 
15. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS.................................................................................................................... 451 
16. CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS – DECRETO Nº 678/1992 (PACTO DE SÃO JOSÉ DA 
COSTA RICA) ......................................................................................................................................................................................................... 456 
17. CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS OU 
DEGRADANTES – DECRETO Nº 40/1991 ................................................................................................................................................... 476 
18. PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS – DECRETO Nº 592/1992 ............................................ 487 
19. PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS – DECRETO Nº 591/1992 ..... 500 
20. ESTATUTO DE ROMA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL – DECRETO 4.388/2002 ................................................ 508 
21. LICENCIAMENTO AMBIENTAL – RESOLUÇÃO Nº 237/1997 DO CONAMA ......................................................................... 563 
22. LC Nº 140/2011 ............................................................................................................................................................................................ 568 
23. POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – LEI Nº 6.938/1981 ............................................................................................. 575 
24. POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS – LEI Nº 9.433/1997 ................................................................................ 589 
25. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – LEI Nº 9.985/2000.................................................................. 599 
26. LEI DE BIOSSEGURANÇA – LEI Nº 11.105/2005 ............................................................................................................................... 619 
27. FLORESTAS PÚBLICAS – LEI Nº 11.284/2006 .................................................................................................................................... 631 
28. MATA ATLÂNTICA – LEI Nº 11.428/2006 ........................................................................................................................................... 652 
29. INSTITUTO CHICO MENDES – LEI Nº 11.516/2007 ........................................................................................................................ 660 
30. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS – LEI Nº 12.305/2010 ..................................................................................... 663 
31. NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO – LEI Nº 12.651/2012 ............................................................................................... 679 
32. CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS E VEREADORES – DECRETO-LEI Nº 201/1967 ................................. 716 
33. CONTRAVENÇÕES PENAIS – DECRETO-LEI Nº 3.688/1941 ........................................................................................................ 724 
34. CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR – LEI Nº 1.521/1951.............................................................................................. 735 
35. LEI DE GENOCÍDIO – LEI Nº 2.889/1956 ............................................................................................................................................. 739 
5 
 
36. CRIMES ELEITORAIS – LEI Nº 4.737/1965 ........................................................................................................................................... 740 
37. LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210/1984 ................................................................................................................................ 752 
38. CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – LEI Nº 7.492/1986 ..................................................................... 834 
39. CRIMES DE PRECONCEITO – LEI Nº 7.716/1989 ............................................................................................................................. 845 
40. LEI DE PRISÃO TEMPORÁRIA – LEI Nº 7.960/1989 ......................................................................................................................... 852 
41. CRIMES DO ECA – LEI Nº 8.069/1990 .................................................................................................................................................. 857 
42. LEI DE CRIMES HEDIONDOS – LEI Nº 8.072/1990 .......................................................................................................................... 882 
43. CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR – LEI Nº 8.078/1990 ............................................................................................................ 891 
44. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA – LEI Nº 8.137/1990 ................................................................................................. 896 
45. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS – LEI Nº 9.099/1995 ................................................................................................................. 912 
46. LEI DE INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS – LEI Nº 9.296/1996 ................................................................................................... 931 
47. LEI DE TORTURA – LEI Nº 9.455/1997 ................................................................................................................................................. 944 
48. CRIMES DE TRÂNSITO – LEI Nº 9.503/1997 ...................................................................................................................................... 950 
49. CRIMES AMBIENTAIS – LEI Nº 9.605/1998 ........................................................................................................................................ 964 
50. LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO – LEI Nº 9.613/1998.................................................................................................................... 989 
51. LEI DE PROTEÇÃO À VÍTIMAS E À TESTEMUNHAS – LEI Nº 9.807/1999 ............................................................................ 1010 
52. ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL – LEI Nº 10.446/2002 ..................................................................................................... 1016 
53. ESTATUTO DO TORCEDOR – LEI Nº 10.671/2003 ....................................................................................................................... 1018 
54. CRIMES DO ESTATUTO DO IDOSO – LEI Nº 10.741/2003 ........................................................................................................ 1020 
55. ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI Nº 10.826/2003 .......................................................................................................... 1024 
56. CRIMES FALIMENTARES – LEI Nº 11.101/2005 ............................................................................................................................. 1049 
57. LEI MARIA DA PENHA – LEI Nº 11.340/2006 ................................................................................................................................. 1055 
58. LEI DE DROGAS – LEI Nº 11.343/2006 .............................................................................................................................................. 1075 
59. LEI DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL – LEI Nº 12.037/2009 ......................................................................................................... 1119 
60. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO DELEGADO DE POLÍCIA – LEI Nº 12.830/2013 ................................ 1124 
61. LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS – LEI Nº 12.850/2013.................................................................................................. 1126 
62. LEI ANTITERRORISMO – LEI Nº 13.260/2016 ................................................................................................................................. 1152 
63. ABUSO DE AUTORIDADE – LEI Nº 13.869/2019 ........................................................................................................................... 1156 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 
(LINDB) – DECRETO-LEI Nº 4.657/1942 
 
Obs.: A LINDB é um conjunto de normas sobre normas, ou uma norma de sobredireito (lex legum), consistente 
no conjunto de regras cujo objetivo é disciplinar as próprias normas jurídicas, isto é, disciplina a emissão e aplicação 
de outras normas jurídicas. 
 
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada. 
 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de 
oficialmente publicada. (#CUIDADO: 3 meses não é o mesmo que 90 dias) 
- Vacatio Legis: É o lapso temporal entre a publicação e o começo da vigência da lei, de sorte que o legislador 
apenas estabeleceu em seu art. 1º que, salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta 
e cinco dias depois de oficialmente publicada, independentemente de ser norma de direito material ou norma 
de direito processual. 
Obs.: A contagem do prazo para entrada em vigor de leis que estabelecem período de vacância far-se-á com a 
inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua 
consumação integral. Não interessa se a data final seja feriado ou final de semana, entrando em vigor mesmo 
assim, logo a data não é prorrogada para o dia útil seguinte.ENTRADA EM VIGOR 
Brasil Estados Estrangeiros 
45 dias, salvo disposição contrária 3 meses 
 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste 
artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 
 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
 
 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou 
revogue. (PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DAS NORMAS) 
 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare (revogação expressa), quando seja com 
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior (revogação tácita). 
 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a 
lei anterior. 
 
REVOGAÇÃO 
Quanto à 
Extensão 
Revogação Total ou 
Ab-rogação 
- Ocorre quando uma lei nova torna sem efeito uma lei 
anterior de forma integral. 
Revogação Parcial ou 
Derrogação 
- Ocorre quando uma lei nova torna sem efeito parte de uma 
lei anterior. 
 Quanto ao 
Modo 
Revogação Expressa ou por 
Via Direta 
- A lei nova expressamente exclui lei anterior do 
ordenamento jurídico. 
Revogação Tácita ou por Via 
Oblíqua 
- A lei nova é absolutamente incompatível com a anterior. 
 
 
 
7 
 
ANTINOMIAS 
CONCEITO 
É a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade competente, 
sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto. 
CRITÉRIOS 
Três critérios (ou para alguns, metacritérios clássicos) construídos por Norberto Bobbio 
devem ser levados em conta para a solução dos conflitos: 
1) Hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior; 
2) Especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral; 
3) Cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior. 
Dos três critérios acima, o cronológico, constante do art. 2º da Lei de Introdução, é o mais 
fraco de todos, sucumbindo diante dos demais. O critério da especialidade é o 
intermediário e o da hierarquia o mais forte de todos, tendo em vista a importância do 
Texto Constitucional. 
CLASSIFICAÇÕES 
- Quanto ao metacritérios envolvidos: 
a) Antinomia de 1º grau: conflito de normas que envolve apenas um critério; 
b) Antinomia de 2º grau: conflito de normas que envolve dois critérios. 
- Quanto à possibilidade ou não de solução: 
a) Antinomia aparente: situação que pode ser resolvida de acordo com os metacritérios 
antes expostos. 
b) Antinomia real: situação que não pode ser resolvida de acordo com os metacritérios 
antes expostos. 
 
De acordo com essas classificações, devem ser analisados os casos práticos em que estão 
presentes os conflitos: 
Antinomia de 1º Grau: 
- Norma posterior x Norma anterior: 
Prevalece a primeira (critério cronológico) 
- Norma especial x Norma geral: 
Prevalece a primeira (critério da especialidade) 
- Norma superior x Norma inferior 
Prevalece a primeira (critério hierárquico) 
Esses são os casos de antinomia de primeiro grau, todos de antinomia aparente, eis que 
presente a solução de acordo com os metacritérios antes analisados. 
Antinomia de 2º Grau: 
- Norma especial anterior x norma geral posterior: 
Prevalece o critério da especialidade 
- Norma superior anterior x norma inferior posterior: 
Prevalece o critério hierárquico 
- Norma geral superior x norma especial inferior: 
O critério da especialidade também é de suma importância, constando a sua previsão na 
CF de 1988. O art. 5.º do Texto Maior consagra o princípio da isonomia ou igualdade lato 
sensu, pelo qual a lei deve tratar de maneira igual os iguais. E é por isso que ele até pode 
fazer frente ao critério hierárquico. 
Desse modo, em havendo choque entre os critérios hierárquico e da especialidade, dois 
caminhos de solução podem ser dados no caso de antinomia real, um pelo Poder 
Legislativo e outro pelo Poder Judiciário: 
Solução do Poder Legislativo - cabe a edição de uma terceira norma, dizendo qual das 
duas normas em conflito deve ser aplicada. 
Solução do Poder Judiciário - o caminho é a adoção do princípio máximo de justiça, 
podendo o magistrado, o juiz da causa, de acordo com a sua convicção e aplicando os 
arts. 4º e 5º da Lei de Introdução, adotar uma das duas normas, para solucionar o 
problema. Também pode ser utilizado o art. 8º do Novo CPC, segundo o qual, “ao aplicar 
o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, 
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a 
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência”. 
8 
 
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
(REPRISTINAÇÃO) 
 
#NÃOCONFUNDA: 
REPRISTINAÇÃO EFEITO REPRISTINATÓRIO 
Fenômeno do processo legislativo Fenômeno do controle de constitucionalidade 
É a restauração da lei revogada pela revogação da 
lei revogadora. 
É a restauração da lei revogada pela declaração de 
inconstitucionalidade da lei revogadora, e desde que 
não haja modulação de efeitos temporais. 
É vedada, salvo expressa previsão legal (art. 2º, § 3º, 
da LINDB). 
É permitido - Medida cautelar em ADI (art. 11, § 2º, da Lei 
nº 9.868/99); e ADI com efeitos “ex tunc”. 
Existe uma terceira lei revogando a lei revogadora. 
Não existe uma terceira lei revogando a lei revogadora, 
mas sim uma decisão judicial que declara a 
inconstitucionalidade da lei revogadora. 
 
 
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. (PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE 
DAS NORMAS) 
 
 
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a Analogia, os Costumes e os Princípios 
gerais de direito. 
 
Formas de INTEGRAÇÃO do 
ordenamento jurídico 
 
Obs.: A doutrina civilista 
tradicional entende que a 
ordem das formas de 
integração previstas no 
dispositivo deve ser seguida 
pelo magistrado: primeiro 
deve ele se valer da analogia, 
depois dos costumes e 
depois dos princípios gerais 
do direito. 
 
BIZU: Ordem alfabética: A, 
C, P 
Analogia 
É a utilização de uma norma próxima ou semelhante para 
regular uma situação que não foi regulamentada pelo direito. 
 
Pode ser dividida em: 
a) Analogia Legal ou Legis: a relação da semelhança toma 
por base somente uma norma próxima; 
b) Analogia Jurídica ou Iuris: a relação de semelhança é 
estabelecida com base em um conjunto de normas próximas. 
Costumes 
É o uso reiterado, constante, notório e uniforme de uma 
conduta, na convicção de ser a mesma obrigatória. Ou seja, 
é uma prática que se estabelece por força do hábito, com 
convicção. 
 
Possui dois elementos: 
- Objetivo: uso reiterado e uniforme de um comportamento; 
- Subjetivo: convicção de que o mesmo é obrigatório. 
 
Pode ser dividido em: 
a) Costume segundo a lei (secundum legem): Incide 
quando há referência expressa ao costume no texto legal; 
b) Costume na falta da lei (praeter legem): É aplicado 
quando a lei for omissa, sendo denominado de costume 
integrativo; e 
c) Costume contra a lei (contra legem): É a aplicação do 
costume contraria a lei (é o desuetudo). Nesse caso, há abuso 
de direito (art. 187, CC). 
Princípios gerais 
de direito 
São as ideias centrais do sistema, estabelecendo suas 
diretrizes e dando um conteúdo harmonioso, lógico e 
racional. 
 
 
9 
 
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
 
 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a 
coisa julgada. 
 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possaexercer, como aquêles 
cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. 
 
ATO JURÍDICO PERFEITO O já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
DIREITO ADQUIRIDO 
Que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço 
do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a 
arbítrio de outrem. 
COISA JULGADA A decisão judicial de que já não caiba recurso. 
 
 
Art. 7o A lei do país em que DOMICILIADA A PESSOA determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, 
o nome, a capacidade e os direitos de família. 
 
Lei do DOMICÍLIO 
 
BIZU: FACA NO PE 
Família 
 
Capacidade 
 
Nome 
 
Personalidade 
 
CASAMENTO 
§ 1o Realizando-se o casamento no brasil, será aplicada a LEI BRASILEIRA quanto aos impedimentos dirimentes e 
às formalidades da celebração. 
 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de 
ambos os nubentes. 
 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do PRIMEIRO 
DOMICÍLIO CONJUGAL. 
 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes DOMICÍLIO, e, se 
este for diverso, a do PRIMEIRO DOMICÍLIO CONJUGAL. 
 
Invalidade do matrimônio Domicílio diverso - PRIMEIRO DOMICÍLIO CONJUGAL 
Regime de bens 
Domicílio igual - DOMICÍLIO DOS NUBENTES 
Domicílio diversos - PRIMEIRO DOMICÍLIO CONJUGAL 
 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer 
ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão 
parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
 
10 
 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil 
depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, 
caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das 
sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, 
a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de 
divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. 
 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não 
emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. 
 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que 
se encontre. 
 
 
BENS 
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que ESTIVEREM 
SITUADOS. 
 
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for DOMICILIADO O PROPRIETÁRIO, quanto aos bens moveis que ele trouxer 
ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
 
§ 2o O penhor regula-se pela lei do DOMICÍLIO QUE TIVER A PESSOA, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. 
 
 
OBRIGAÇÕES 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que SE CONSTITUIREM. 
 
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, 
admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 
 
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no LUGAR EM QUE RESIDIR O PROPONENTE. 
 
 
SUCESSÃO POR MORTE 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que DOMICILIADO O DEFUNTO OU O 
DESAPARECIDO, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no país, será regulada pela LEI BRASILEIRA em benefício do 
cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal 
do de cujus. 
 
§ 2o A lei do DOMICÍLIO DO HERDEIRO OU LEGATÁRIO regula a capacidade para suceder. 
 
#EMRESUMO: 
Começo e fim da personalidade, nome, capacidade, direitos de 
família e penhor 
(art. 7º e art. 8º, § 2º) 
DOMICÍLIO DA PESSOA 
Qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes 
(art. 8º) 
SITUAÇÃO DOS BENS 
Bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para 
outros lugares 
(art. 8º, § 1º) 
DOMICÍLIO DO PROPRIETÁRIO 
Qualificar e reger as obrigações 
(art. 9º) 
CONSTITUIÇÃO 
11 
 
Sucessão por morte ou por ausência 
(art. 10) 
DOMICÍLIO DO DEFUNTO OU 
DESAPARECIDO 
Sucessão de bens estrangeiros localizados no Brasil 
(art. 10, § 1º) 
LEI BRASILEIRA 
Capacidade para suceder 
(art. 10, § 2º) 
DOMICÍLIO DO HERDEIRO OU 
LEGATÁRIO 
 
 
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei 
do ESTADO EM QUE SE CONSTITUÍREM. 
 
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos 
aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. 
 
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituido, 
dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de 
desapropriação. 
 
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes 
diplomáticos ou dos agentes consulares. 
 
GOVERNOS 
ESTRANGEIROS 
Não podem adquirir no Brasil 
- bens imóveis ou 
- bens susceptiveis de desapropriação 
Podem adquirir no Brasil 
- propriedade dos prédios necessários à sede dos 
representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. 
 
 
Art. 12. É competente a AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA, quando for o RÉU domiciliado no Brasil ou aqui 
tiver de ser cumprida a obrigação. 
 
§ 1o SÓ À AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no 
Brasil. (COMPETÊNCIA EXCLUSIVA) 
 
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei 
brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto 
das diligências. 
 
 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela LEI QUE NELE VIGORAR, quanto ao ônus 
e aos meios de produzir-se, NÃO ADMITINDO os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
 
 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. 
 
 
Art. 15. Será EXECUTADA NO BRASIL a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi 
proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição Federal) Leia-se: SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art105
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art105
12 
 
#INFO 
- É possível que o cassino cobre no Brasil por dívidas de jogo contraídas no exterior. #IMPORTANTE 
A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no exterior é 
juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes e a soberania nacional. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.628.974-SP,Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017 (Info 610). 
 
 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a 
disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 
 
 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no 
Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
 
 
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o 
casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos 
de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
 
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual 
de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, 
devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e 
à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção 
do nome adotado quando se deu o casamento. 
 
§ 2o É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de 
petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não 
se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública. 
 
 
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na 
vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. 
Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com 
fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) 
dias contados da data da publicação desta lei. 
 
 
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, NÃO SE DECIDIRÁ com base em valores jurídicos 
ABSTRATOS sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. 
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de 
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. 
 
 
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, 
ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e 
administrativas. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para 
que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, NÃO SE 
PODENDO IMPOR aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam 
anormais ou excessivos. 
 
 
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades 
reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657.htm
13 
 
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma 
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a 
ação do agente. 
 
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela 
provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente. 
 
CRITÉRIOS A SERES CONSIDERADOS NA 
APLICAÇÃO DAS SANÇÕES 
- Natureza e gravidade da infração cometida; 
- Danos causados à Administração Pública; 
- Agravantes; 
- Atenuantes; 
- Antecedentes. 
 
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma 
natureza e relativas ao mesmo fato. 
 
 
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação NOVA sobre 
norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever 
regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de 
modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. 
 
 
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, 
processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais 
da época, sendo VEDADO que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas 
situações plenamente constituídas. 
Parágrafo único. Consideram-se ORIENTAÇÕES GERAIS as interpretações e especificações contidas em atos 
públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática 
administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. 
 
 
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, 
inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando 
for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar 
COMPROMISSO com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua 
publicação oficial. 
 
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: 
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais; 
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por 
orientação geral; 
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em 
caso de descumprimento. 
 
 
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor COMPENSAÇÃO 
por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. 
 
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma 
e, se for o caso, seu valor. 
 
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os envolvidos. 
 
14 
 
Art. 28. O agente público responderá PESSOALMENTE por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo 
ou erro grosseiro. 
 
 
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera 
organização interna, poderá ser precedida de CONSULTA PÚBLICA para manifestação de interessados, 
PREFERENCIALMENTE por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. 
 
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, 
observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver. 
 
 
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive 
por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. 
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter VINCULANTE em relação ao 
órgão ou entidade a que se destinam, ATÉ ULTERIOR REVISÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2. CÓDIGO CIVIL 
 
P A R T E G E R A L 
 
LIVRO I 
DAS PESSOAS 
 
TÍTULO I 
DAS PESSOAS NATURAIS 
 
CAPÍTULO I 
DA PERSONALIDADEE DA CAPACIDADE 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CC/02 
PRINCÍPIO DA 
ETICIDADE 
Deve haver ética nas relações. Valoriza a boa-fé, na lealdade da conduta entre as partes. 
É a boa-fé objetiva, a qual tem função de interpretação dos negócios jurídicos, mas 
também a função de controle das condutas humanas, além de possuir a função de 
integração. 
Ex.: se o contrato foi omisso em determinado ponto, e não há norma contratual que 
regule este ponto, deverá integrar a lacuna por meio da boa-fé objetiva, por meio do 
comportamento esperado de alguém que se encontre naquela situação. 
PRINCÍPIO DA 
SOCIALIDADE 
A ideia é deixar de ser um código egoísta e passar a ser um código com preocupação 
da função social. Todas as categorias civis têm função social, como propriedade, 
empresa, posse, família, responsabilidade civil, contratos, etc. 
PRINCÍPIO DA 
OPERABILIDADE 
Há dois sentidos: simplicidade (permite operá-lo de forma mais fácil) e a efetividade 
(permite que seja aplicado facilmente, tornando-o efetivo). 
 
 
Art. 1o TODA PESSOA é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 
DICAS INICIAIS IMPORTANTES 
- Todas as pessoas têm a capacidade de direito, o que pressupõe a capacidade de fato, em regra, pois a 
incapacidade é a exceção; 
- No direito brasileiro não existe incapacidade de direito ou de gozo, porque todos se tornam, ao nascer, capazes 
de adquirir direitos (art. 1°). Há, portanto, somente incapacidade de fato ou de exercício. Incapacidade, assim, é 
a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, imposta por lei, somente ao que, por exceção, necessitam de 
proteção, pois a capacidade é a regra; 
- Quem tem personalidade, também tem capacidade, mas a recíproca não é verdadeira, pois, existem aqueles que 
têm capacidade, mas não possuem personalidade. É o caso dos entes despersonalizados, que possuem capacidade, 
podendo praticar atos, contratar, ser proprietários, muito embora não possuam personalidade; 
- Sujeito de direito: é o titular de interesses juridicamente protegidos, qualificado como tal por uma norma 
jurídica. 
- Personalidade jurídica: autorização prévia e genérica do ordenamento jurídico para a prática de qualquer ato 
jurídico que não seja proibido pelo Direito. 
Obs.: Prevalece o entendimento de que pessoa jurídica possui direitos da personalidade: 
- Súmula nº 227, STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.” 
- Capacidade: aptidão jurídica (de gozo) ou de fato (exercício). 
- Legitimação: aptidão especial exigida para a prática de determinados atos (exs.: arts. 496, 1749, I, 1.687). 
- Súmula nº 525, STJ: “A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade 
judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.” 
 
 
 
16 
 
CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO 
Toda pessoa possui Aqueles que tem 18 anos completos e emancipados 
Aptidão para contrair direitos e deveres na ordem civil Aptidão para exercer, por si só, atos da vida civil 
Equipara-se à noção de personalidade, não pode ser 
recusada. Até recém-nascidos e pessoas sem 
discernimento possuem 
Não subsistem sem a capacidade de direito 
Capacidade de Direito (Gozo) + Capacidade de Fato (Exercício) = Capacidade Plena 
BIZU: DIGO FE 
 
 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa COMEÇA DO NASCIMENTO COM VIDA; mas a lei põe a salvo, desde a 
concepção, os direitos do nascituro. 
 
TEORIAS SOBRE O INÍCIO DA PERSONALIDADE 
TEORIA NATALISTA OU NEGATIVISTA 
ADOTADA PELO CC/02 
A personalidade só é adquirida do nascimento com vida, de 
maneira que aquele já concebido, mas ainda não nascido, não teria 
personalidade. Trata-se de uma teoria negativista para os 
nascituros, que tem apenas expectativa de direitos. 
TEORIA CONCEPCIONISTA 
ADOTADA PELO STJ E DOUTRINA 
MAJORITÁRIA 
A personalidade jurídica é adquirida desde a concepção, de 
maneira que o nascituro já seria titular deste atributo. 
TEORIA DA PERSONALIDADE 
CONDICIONAL OU CONDICIONALISTA 
O nascituro, ao ser concebido, já pode titularizar alguns direitos, em 
regra, de caráter extrapatrimonial. Seriam os nascituros dotados, 
desde a concepção, de Personalidade Formal. Entretanto, apenas 
com o nascimento com vida (condição suspensiva) é que o atributo 
da personalidade se completaria, sendo possível a conferência de 
direitos patrimoniais ao nascituro (Personalidade Material). 
 
#INFO 
- Grávida que sofre aborto por causa de acidente de trânsito tem direito de receber do DPVAT indenização 
pela morte do nascituro. 
O DPVAT é um seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, ou por 
sua carga, a pessoas, transportadas ou não. Em outras palavras, qualquer pessoa que sofrer danos pessoais 
causados por um veículo automotor, ou por sua carga, em vias terrestres, tem direito a receber a indenização do 
DPVAT. Isso abrange os motoristas, os passageiros, os pedestres ou, em caso de morte, os seus respectivos 
herdeiros. 
O art. 3º, I, da Lei 6.194/74 afirma que deverá ser paga indenização do DPVAT aos herdeiros do falecido no caso 
de morte no trânsito. 
O STJ decidiu que, se uma gestante envolve-se em acidente de carro e, em virtude disso, sofre um aborto, ela terá 
direito de receber a indenização por morte do DPVAT, nos termos do art. 3º, I, da Lei 6.194/74. 
O Ministro Relator afirmou expressamente que, em sua opinião, “o ordenamento jurídico como um todo – e não 
apenas o Código Civil de 2002 – alinhou-se mais à teoria concepcionista para a construção da situação jurídica do 
nascituro, conclusão enfaticamente sufragada pela majoritária doutrina contemporânea”. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.415.727-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/9/2014 (Info 547). 
 
 
Art. 3o São ABSOLUTAMENTE INCAPAZES de exercer pessoalmente os atos da vida civil os MENORES de 16 
(dezesseis) anos. 
 
 
 
 
 
 
17 
 
#INFO 
- Não se admite a declaração de incapacidade absoluta às pessoas com enfermidade ou deficiência mental. 
#IMPORTANTE 
Depois do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que alterou os arts. 3º e 4º do Código Civil, 
não é mais possível declarar como absolutamente incapaz o maior de 16 anos que, em razão de enfermidade 
permanente, encontra-se inapto para gerir sua pessoa e administrar seus bens de modo voluntário e consciente. 
A Lei nº 13.146/2015 teve por objetivo assegurar e promover a inclusão social das pessoas com deficiência física 
ou psíquica e garantir o exercício de sua capacidade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
A partir da entrada em vigor da referida lei, só podem ser considerados absolutamente incapazes os menores de 
16 anos, ou seja, o critério passou a ser apenas etário, tendo sido eliminadas as hipóteses de deficiência mental 
ou intelectual anteriormente previstas no Código Civil. 
O instituto da curatela pode ser excepcionalmente aplicado às pessoas com deficiência, ainda que agora sejam 
consideradas relativamente capazes, devendo, contudo, ser proporcional às necessidades e às circunstâncias de 
cada caso concreto (art. 84, § 3º, da Lei nº 13.146/2015). 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.927.423/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/04/2021 (Info 694). 
 
 
Art. 4o São INCAPAZES, RELATIVAMENTE a certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - os MAIORES de dezesseis e MENORES de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. 
 
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES (art 3º, CC) RELATIVAMENTE INCAPAZES (art 4º, CC) 
- Menores de 16 anos. 
- Maiores de 16 e menores de 18 anos; 
- ébrios habituais; 
- viciados em tóxico; 
- aqueles que, por causa transitória ou permanente, 
não puderem exprimir sua vontade;- pródigos. 
Representado Assistido 
BIZU: RA (representa o absolutamente); AR (assiste o relativamente) 
 
 
Art. 5o A menoridade CESSA aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de TODOS 
os atos da vida civil. 
Parágrafo único. CESSARÁ, para os menores, a incapacidade: 
 
Menoridade Incapacidade 
Cessa aos 18 anos completos Cessa com a emancipação 
 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
INDEPENDENTEMENTE de homologação judicial (VOLUNTÁRIA), ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o 
menor tiver dezesseis anos completos (JUDICIAL); 
 
II - pelo casamento; (LEGAL) 
Obs.: Não abrange união estável. 
 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; (LEGAL) 
 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; (LEGAL) 
 
18 
 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função 
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. (LEGAL) 
 
EMANCIPAÇÃO 
VOLUNTÁRIA 
(art. 5°, p. u., I, 1ª parte) 
JUDICIAL 
(art. 5°, p. u., I, 2ª parte) 
LEGAL 
(art. 5°, p. u., II, III, IV e V) 
Conceito e 
Hipóteses 
É aquela que se dá pela 
concessão de ambos os 
responsáveis, ou de um deles 
na falta do outro, mediante 
instrumento público, 
independentemente da 
homologação judicial, a 
menos que tenha, no mínimo, 
16 (dezesseis) anos 
completos. 
É aquela concedida pelo 
tutor ao pupilo - que 
tenha, ao menos, 16 
(dezesseis) anos 
completos -, mediante 
decisão judicial. 
É aquela que decorre da prática de 
ato jurídico, previsto em lei, 
incompatível com a condição de 
incapaz. Dar-se-á por: 
a) Casamento; 
b) Exercício de emprego público 
efetivo; 
c) Colação de grau de ensino 
superior; 
d) Estabelecimento civil ou 
comercial, ou a existência de 
relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com 
dezesseis anos completos tenha 
economia própria. 
Obs.: A simples prática de 
qualquer destes atos gera a 
emancipação automaticamente. 
Registro 
Público 
SIM 
(art. 9°, II, 1ª parte) 
SIM 
(art. 9°, II, 2ª parte) 
Não 
Resp. Civil dos 
Responsáveis 
SIM 
(Solidária – única hipótese) 
Não Não 
Obs.1: A emancipação não é um instituto intermitente. Portanto, aquele que foi emancipado, não retorna a 
situação de incapacidade, pois é definitiva, irretratável e irrevogável, em regra. 
Obs.2: No tocante à nulidade/anulabilidade do casamento, surge divergência sobre o efeito quanto à 
emancipação: 
- Havendo emancipação por conta de um casamento reconhecido como anulado, o efeito da emancipação 
permanecerá, vez que a anulação do casamento não retira seus efeitos pretéritos. 
- Se o casamento foi declarado nulo, ele não produziu efeitos e, portanto, a situação de incapacidade será 
retornada. Essa hipótese é ressalvada para os casos de casamento putativo, quando o cônjuge que estava de boa-
fé poderá permanecer emancipado em razão da putatividade. 
 
 
Art. 6o A existência da pessoa natural TERMINA COM A MORTE; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos 
casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
 
 
Art. 7o PODE SER declarada a MORTE PRESUMIDA, sem decretação de ausência: (ROL TAXATIVO) 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da 
guerra. 
Parágrafo único. A DECLARAÇÃO DA MORTE PRESUMIDA, nesses casos, SOMENTE PODERÁ SER REQUERIDA 
depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
 
 
 
 
 
19 
 
MORTE PRESUMIDA 
COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA 
- nos casos em que a lei autoriza a abertura de 
sucessão definitiva. 
- extremamente provável a morte de quem estava em 
perigo de vida; 
- desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não 
for encontrado até dois anos após o término da 
guerra. 
 
 
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na MESMA OCASIÃO, não se podendo averiguar se algum dos 
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão SIMULTANEAMENTE MORTOS. (COMORIÊNCIA) 
Obs.: Para configurar a comoriência, a morte não tem que ocorrer no mesmo lugar, mas apenas na mesma 
ocasião (tempo). 
 
 
Art. 9o Serão REGISTRADOS em registro público: 
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II - a emancipação por outorga dos pais (voluntária) ou por sentença do juiz (judicial); 
 III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. 
BIZU: Dica para ajudar a lembrar dos casos de registro: 
NASCEU (nascimento) - CRESCEU (emancipação) - CASOU (casamento) - FICOU DOIDO (interdição) - FUGIU 
(ausência) e MORREU (óbito e morte presumida). 
 
 
Art. 10. Far-se-á AVERBAÇÃO em registro público: 
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o 
restabelecimento da sociedade conjugal; 
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; 
 
REGISTRADOS em registro público AVERBADOS em registro público 
- nascimentos; 
- casamentos; 
- óbitos; 
- emancipação por outorga dos pais; 
- emancipação por sentença do juiz; 
- interdição por incapacidade absoluta; 
- interdição por incapacidade relativa; 
- sentença declaratória de ausência; e 
- sentença declaratória de morte presumida. 
- sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do 
casamento; 
- divórcio; 
- separação judicial; 
- restabelecimento da sociedade conjugal; e 
- atos judiciais ou extrajudiciais que declarem ou 
reconheçam a filiação. 
 
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE 
Art. 11. Com EXCEÇÃO dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade SÃO INTRANSMISSÍVEIS e 
IRRENUNCIÁVEIS, NÃO PODENDO o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DE 
PERSONALIDADE 
- Intransmissíveis 
- Irrenunciáveis 
- Extrapatrimoniais 
- Vitalícios 
- Inatos 
- Absolutos 
- Indisponíveis 
- Imprescritíveis 
- Impenhoráveis 
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Art. 12. Pode-se exigir que cesse a AMEAÇA, ou a LESÃO, a DIREITO DA PERSONALIDADE, e reclamar PERDAS 
E DANOS, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de MORTO, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o 
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. (DANOS EM 
RICOCHETE) 
 
#NÃOCONFUNDA: 
ART. 12, PARÁGRAFO ÚNICO, CC ART. 20, PARÁGRAFO ÚNICO, CC 
Lesão ou ameaça de lesão a DIREITOS DA 
PERSONALIDADE do morto 
Lesão à IMAGEM do morto/ausente 
Legitimados: cônjuge ou qualquer parente em linha 
reta, ou colateral até o 4º grau 
Legitimados: cônjuge, ascendentes ou descendentes 
BIZU: CAD 
 
 
Art. 13. SALVO POR EXIGÊNCIA MÉDICA, É DEFESO o ato de disposição do próprio corpo, quando IMPORTAR 
diminuição permanente da integridade física, ou CONTRARIAR os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será ADMITIDO para fins de TRANSPLANTE, na forma estabelecida 
em lei especial. 
 
 
Art. 14. É VÁLIDA, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição GRATUITA do próprio corpo, no todo ou 
em parte, para depois da morte. (PRINCÍPIO DO CONSENSO AFIRMATIVO) 
Parágrafo único. O ato de disposição PODE SER livremente revogado a qualquer tempo. 
 
 
Art. 15. Ninguém PODE SER CONSTRANGIDO a submeter-se, com risco de vida, a TRATAMENTO MÉDICO ou 
a INTERVENÇÃO CIRÚRGICA. 
 
#INFO 
- Os direitos da personalidade podem ser objeto de disposição voluntária, desde que não permanente nem 
geral. 
O exercício dos direitos da personalidade pode ser objeto de disposição voluntária, desde que não permanente 
nem geral, estando condicionado à prévia autorização do titular e devendo sua utilização estar de acordo com ocontrato estabelecido entre as partes. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.630.851/SP, Rel. Min. Paulo de Torso Sonseverino. Julgado em 27/04/2017 (Info 606). 
 
- A inobservância do dever de informar e de obter o consentimento informado do paciente viola o direito 
à autodeterminação e caracteriza responsabilidade extracontratual. 
O médico deverá ser condenado a pagar indenização por danos morais ao paciente que teve sequelas em virtude 
de complicações ocorridas durante a cirurgia caso ele não tenha explicado ao paciente os riscos do procedimento. 
O dever de informar é dever de conduta decorrente da boa-fé objetiva e sua simples inobservância caracteriza 
inadimplemento contratual, fonte de responsabilidade civil per se. A indenização, nesses casos, é devida pela 
privação sofrida pelo paciente em sua autodeterminação, por lhe ter sido retirada a oportunidade de ponderar os 
riscos e vantagens de determinado tratamento que, ao final, lhe causou danos que poderiam não ter sido causados 
caso não fosse realizado o procedimento, por opção do paciente. 
O dever de informação é a obrigação que possui o médico de esclarecer o paciente sobre os riscos do tratamento, 
suas vantagens e desvantagens, as possíveis técnicas a serem empregadas, bem como a revelação quanto aos 
prognósticos e aos quadros clínico e cirúrgico, salvo quando tal informação possa afetá-lo psicologicamente, 
ocasião em que a comunicação será feita a seu representante legal. 
Para que seja cumprido o dever de informação, os esclarecimentos deverão ser prestados de forma individualizada 
em relação ao caso do paciente, não se mostrando suficiente a informação genérica (blanket consent). 
21 
 
O ônus da prova quanto ao cumprimento do dever de informar e obter o consentimento informado do paciente 
é do médico ou do hospital, orientado pelo princípio da colaboração processual, em que cada parte deve contribuir 
com os elementos probatórios que mais facilmente lhe possam ser exigidos. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.540.580-DF, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF 5ª 
Região), Rel. Acd. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 02/08/2018 (Info 632). 
 
 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao NOME, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
 
Direito ao nome: É o direito à individualização da pessoa. Subdivide-se em: 
Prenome 
Identifica a pessoa e pode ser simples ou composto. 
Ex.: Eduardo ou Carlos Eduardo. 
Sobrenome ou Patronímico 
Identifica a origem ancestral, familiar e também pode ser simples ou 
composto. 
Ex.: Maia. 
Agnome 
Partícula diferenciadora que serve para distinguir pessoas pertencentes à 
mesma família e com o mesmo nome. 
Ex.: Júnior, Filho, Neto, Sobrinho, Segundo, Terceiro. 
Hipocorístico 
É um apelido, uma alcunha que designa alguém pessoal e profissionalmente. 
Ex.: Xuxa. 
Não é elemento do nome, embora mereça proteção. 
Pseudônimo, Codinome ou 
Heterônimo 
É o nome que identifica alguém tão-somente em sua esfera profissional. 
Ex.: Bruna Surfistinha, embora seu nome verdadeiro seja Raquel Pacheco. 
Pelo art. 19 do CC, o pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da 
proteção que se dá ao nome. 
Não é elemento do nome, embora mereça proteção. 
 
 
Art. 17. O nome da pessoa NÃO PODE SER empregado por outrem em publicações ou representações que a 
exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
 
 
Art. 18. SEM AUTORIZAÇÃO, NÃO SE PODE USAR o nome alheio em propaganda comercial. 
 
 
Art. 19. O PSEUDÔNIMO adotado para atividades lícitas GOZA da proteção que se dá ao nome. 
 
#INFO 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE DIREITO AO NOME 
- Imutabilidade relativa do nome. 
Em regra, o nome é imutável. É o chamado princípio da imutabilidade relativa do nome civil. 
A regra da inalterabilidade relativa do nome civil preconiza que o nome (prenome e sobrenome), estabelecido por 
ocasião do nascimento, reveste-se de definitividade, admitindo-se sua modificação, excepcionalmente, nas 
hipóteses expressamente previstas em lei ou reconhecidas como excepcionais por decisão judicial (art. 57 da Lei 
no 6.015/75), exigindo-se, para tanto, justo motivo e ausência de prejuízo a terceiros. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1138103/PR. Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma. Julgado em 06/09/2011. 
 
- Transgênero pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer cirurgia de 
transgenitalização e mesmo sem autorização judicial. #IMPORTANTE 
O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no 
registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá 
exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa. 
Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo 
“transgênero”. 
22 
 
Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de 
certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial. 
Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do 
interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos ou 
privados pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos. 
STF. Plenário. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911). 
Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização 
de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do prenome e do gênero (sexo) 
diretamente no registro civil. 
STF. Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 
28/2 e 1º/3/2018 (Info 892). 
 
- Transexual pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer a cirurgia de 
transgenitalização. 
O direito dos transexuais à retificação do prenome e do sexo/gênero no registro civil não é condicionado à 
exigência de realização da cirurgia de transgenitalização. 
Trata-se de novidade porque, anteriormente, a jurisprudência exigia a realização da cirurgia de transgenitalização. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.626.739-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 9/5/2017 (Info 608). 
 
- É admissível o retorno ao nome de solteiro do cônjuge ainda na constância do vínculo conjugal. 
#IMPORTANTE 
É admissível o retorno ao nome de solteiro do cônjuge ainda na constância do vínculo conjugal. 
Exemplo hipotético: Regina Andrade Medina casou-se com João da Costa Teixeira. Com o casamento, ela passou 
a ser chamada de Regina Medina Teixeira. Ocorre que, após anos de casada, Regina arrependeu-se da troca e 
deseja retornar ao nome de solteira. Ela apresentou justas razões de ordem sentimental e existencial. 
O pedido deve ser acolhido a fim de ser preservada a intimidade, a autonomia da vontade, a vida privada, os 
valores e as crenças das pessoas, bem como a manutenção e perpetuação da herança familiar. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.873.918-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/03/2021 (Info 687). 
 
- É possível a retificação do registro civil para acréscimo do segundo patronímico do marido ao nome da 
mulher durante a convivência matrimonial. 
O cônjuge pode acrescentar sobrenome do outro (§ 1º do art. 1.565, do Código Civil). 
Em regra, o sobrenome do marido/esposa é acrescido no momento do matrimônio, sendo essa providência 
requerida no processo de habilitação do casamento. 
A despeito disso, não existe uma vedação legal expressa para que, posteriormente, no curso do relacionamento, 
um dos cônjuges requeira o acréscimo do outro patronímico do seu cônjuge por meio de ação de retificação de 
registro civil, especialmente se o cônjuge apresenta uma justificativa. 
Vale ressaltar que o art. 1.565, §1º do CCnão estabelece prazo para que o cônjuge adote o apelido de família do 
outro, em se tratando, no caso, de mera complementação, e não alteração do nome. 
Assim, é possível a retificação do registro civil para acréscimo do segundo patronímico do marido ao nome da 
mulher durante a convivência matrimonial. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.648.858-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 20/08/2019 (Info 655). 
 
- Alteração do nome posterior ao casamento. 
Imagine a seguinte situação: marido e mulher se casaram e, no momento da habilitação do casamento, não 
requereram a alteração do nome. É possível que, posteriormente, um possa acrescentar o sobrenome do outro? 
SIM. É permitido incluir ao seu nome o sobrenome do outro, ainda que após a data da celebração do casamento. 
Vale ressaltar, no entanto, que esse acréscimo terá que ser feito por intermédio da ação de retificação de registros 
públicos, nos termos dos arts. 57 e 109 da Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/1973). Assim, não será possível 
a alteração pela via administrativa, mas somente em juízo. 
STJ. 4ª Turma. REsp 910.094/SC. Min. Rel. Raul Aratijo. Julgado em 04/09/2011. 
 
 
 
23 
 
- Possibilidade de voltar o nome de solteira após a morte do marido. 
É admissível o restabelecimento do nome de solteiro na hipótese de dissolução do vínculo conjugal pelo 
falecimento do cônjuge. 
Ex.: Maria Pimentel da Costa casou-se com João Ferreira. Com o casamento, ela incorporou o patronímico do 
marido e passou a chamar-se Maria da Costa Ferreira. Alguns anos mais tarde, João faleceu. Maria poderá voltar a 
usar o nome de solteira (Maria Pimentel da Costa), excluindo o patronímico do falecido marido? Sim. Vale ressaltar 
que não há previsão legal para a retomada do nome de solteira em caso de morte do marido. A lei somente prevê 
a possibilidade de o homem ou a mulher voltarem a usar o nome de solteiro (a) em caso de divórcio (art. 1.571, § 
2º, do CC). Apesar disso, o STJ entende que isso deve ser permitido. A viuvez e o divórcio são hipóteses muito 
parecidas e envolvem uma mesma razão de ser: a dissolução do vínculo conjugal. Logo, não há justificativa 
plausível para que se trate de modo diferenciado as referidas situações. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.724.718-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/05/2018 (Info 627). 
 
- Direito de a pessoa retificar seu patronímico no registro de nascimento de seu filho após divórcio. 
Se a genitora, ao se divorciar, volta a usar seu nome de solteira, é possível que o registro de nascimento dos filhos 
seja retificado para constar na filiação o nome atual da mãe. 
É direito subjetivo da pessoa retificar seu patronímico no registro de nascimento de seus filhos após divórcio. 
A averbação do patronímico no registro de nascimento do filho em decorrência do casamento atrai, à luz do 
princípio da simetria, a aplicação da mesma norma à hipótese inversa, qual seja, em decorrência do divórcio, um 
dos genitores deixa de utilizar o nome de casado (art. 3º, parágrafo único, da Lei nº 8.560/1992). 
Em razão do princípio da segurança jurídica e da necessidade de preservação dos atos jurídicos até então 
praticados, o nome de casada não deve ser suprimido dos assentamentos, procedendo-se, tão somente, a 
averbação da alteração requerida após o divórcio. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.279.952-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 3/2/2015 (Info 555). 
 
- É possível a exclusão dos sobrenomes paternos em razão do abandono pelo genitor. 
Imagine que determinado indivíduo foi abandonado pelo pai quando era ainda criança, tendo sido criado apenas 
pela mãe. Quando completou 18 anos, esse rapaz decidiu que desejava que fosse excluído o nome de seu pai de 
seu assento de nascimento e que o patronímico de seu pai fosse retirado de seu nome, incluindo-se o outro 
sobrenome da mãe. 
O STJ decidiu que esse pedido pode ser deferido e que pode ser excluído completamente do nome civil do 
interessado os sobrenomes de seu pai, que o abandonou em tenra idade. 
A jurisprudência tem adotado posicionamento mais flexível acerca da imutabilidade ou definitividade do nome 
civil. 
O princípio da imutabilidade do nome não é absoluto no sistema jurídico brasileiro. Além disso, a referida 
flexibilização se justifica pelo próprio papel que o nome desempenha na formação e consolidação da 
personalidade de uma pessoa. 
Desse modo, o direito da pessoa de portar um nome que não lhe remeta às angústias decorrentes do abandono 
paterno e, especialmente, corresponda à sua realidade familiar, sobrepõe-se ao interesse público de imutabilidade 
do nome, já excepcionado pela própria Lei de Registros Públicos. 
Sendo assim, nos moldes preconizados pelo STJ, considerando que o nome é elemento da personalidade, 
identificador e individualizador da pessoa na sociedade e no âmbito familiar, conclui-se que o abandono pelo 
genitor caracteriza o justo motivo de o interessado requerer a alteração de seu nome civil, com a respectiva 
exclusão completa dos sobrenomes paternos. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.304.718-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/12/2014 (Info 555). 
 
- É possível a exclusão do patronímico do ex-padrasto. 
É possível alterar o registro de nascimento para nele fazer constar o nome de solteira da genitora, excluindo o 
patronímico do ex-padrasto. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.072.402/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão. Julgada em 04/12/2012. 
 
- Alteração de registro civil após aquisição de dupla cidadania. 
O brasileiro que adquiriu dupla cidadania pode ter seu nome retificado no registro civil do Brasil, desde que isso 
não cause prejuízo a terceiros, quando vier a sofrer transtornos no exercício da cidadania por força da apresentação 
24 
 
de documentos estrangeiros com sobrenome imposto por lei estrangeira e diferente do que consta em seus 
documentos brasileiros. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.310.088-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Rel. para acórdão Min. Paulo de 
Tarso Sanseverino, julgado em 17/5/2016 (Info 588). 
 
 
Art. 20. SALVO se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, 
a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da IMAGEM de uma 
pessoa poderão ser proibidas, A SEU REQUERIMENTO e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe 
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. 
Parágrafo único. Em se tratando de MORTO ou de AUSENTE, são partes legítimas para requerer essa proteção 
o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
ART. 12, PARÁGRAFO ÚNICO, CC ART. 20, PARÁGRAFO ÚNICO, CC 
Lesão ou ameaça de lesão a DIREITOS DA 
PERSONALIDADE do morto 
Lesão à IMAGEM do morto/ausente 
Legitimados: cônjuge ou qualquer parente em linha 
reta, ou colateral até o 4º grau 
Legitimados: cônjuge, ascendentes ou descendentes 
BIZU: CAD 
 
#INFO 
- Inexistência do direito à indenização em razão da divulgação, no jornal, de imagem do cadáver morto em 
via pública. 
Jornal divulgou a foto do cadáver de um indivíduo morto em tiroteio ocorrido em via pública. 
Os familiares do morto ajuizaram ação de indenização por danos morais contra o jornal alegando que houve 
violação aos direitos de imagem. 
O STF julgou a ação improcedente argumentando que condenar o jornal seria uma forma de censura, o que afronta 
a liberdade de informação jornalística. 
STF. 2ª Turma. ARE 892127 AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/10/2018 (Info 921). 
 
 
Art. 21. A VIDA PRIVADA da pessoa natural é INVIOLÁVEL, e o juiz, a requerimento do interessado, ADOTARÁ 
as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
- Súmula nº 403, STJ: “Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem 
de pessoa com fins econômicos ou comerciais.” 
 
- A Súmula 403 do STJ é inaplicável para representaçãoda imagem de pessoa como coadjuvante em 
documentário que tem por objeto a história profissional de terceiro. 
Ação de indenização proposta por ex-goleiro do Santos em virtude da veiculação indireta de sua imagem (por 
ator profissional contratado), sem prévia autorização, em cenas do documentário “Pelé Eterno”. O autor alegou 
que a simples utilização não autorizada de sua imagem, ainda que de forma indireta, geraria direito a indenização 
por danos morais, independentemente de efetivo prejuízo. 
O STJ não concordou. 
A representação cênica de episódio histórico em obra audiovisual biográfica não depende da concessão de prévia 
autorização de terceiros ali representados como coadjuvantes. 
O STF, no julgamento da ADI 4.815/DF, afirmou que é inexigível a autorização de pessoa biografada relativamente 
a obras biográficas literárias ou audiovisuais bem como desnecessária a autorização de pessoas nelas retratadas 
como coadjuvantes. 
A Súmula 403/STJ é inaplicável às hipóteses de representação da imagem de pessoa como coadjuvante em obra 
biográfica audiovisual que tem por objeto a história profissional de terceiro. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.454.016-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 12/12/2017 (Info 621). 
 
25 
 
- A Súmula 403 do STJ não se aplica para divulgação de imagem vinculada a fato histórico de repercussão 
social. 
A Súmula 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada a fato histórico de repercussão 
social. 
 
#INFO 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE DIREITO DE PERSONALIDADE 
- O ordenamento jurídico brasileiro não consagra o denominado direito ao esquecimento. #IMPORTANTE 
É incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de 
obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e 
publicados em meios de comunicação social analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da 
liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais 
– especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral – e as 
expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível. 
STF. Plenário. RE 1010606/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/2/2021 (Repercussão Geral – Tema 786) 
(Info 1005). 
 
- O termo inicial da prescrição da pretensão de obter o ressarcimento pela perda de uma chance decorrente 
da ausência de apresentação de agravo de instrumento é a data do conhecimento do dano. 
Exemplo hipotético: João contratou Marcelo para ajuizar uma ação ordinária contra o plano de saúde. Foi ajuizada 
a ação, mas o juiz negou o pedido de tutela provisória de urgência. 
Marcelo, sem uma razão justificável, deixou de interpor agravo de instrumento. Em 06/06/2016, transcorreu in albis 
o prazo recursal. O processo continuou tramitando, no entanto, Marcelo sempre se mostrava negligente e sem 
compromisso para com seu cliente. 
Assim, em 07/07/2017, João revogou os poderes conferidos a Marcelo e contratou outro advogado para 
acompanhar o processo. O termo inicial do prazo prescricional para a ação de indenização pela perda de uma 
chance é 07/07/2017. 
No caso, não é razoável considerar como marco inicial da prescrição a data limite para a interposição do agravo 
de instrumento, haja vista inexistirem elementos nos autos - ou a comprovação por parte do causídico - de que o 
cliente tenha sido cientificado da perda de prazo para apresentar o recurso cabível. Portanto, o prazo prescricional 
não pode ter início no momento da lesão ao direito da parte (dia em que o advogado perdeu o prazo), mas sim 
na data do conhecimento do dano, aplicando-se excepcionalmente a actio nata em sua vertente subjetiva. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.622.450/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 16/03/2021 (Info 689). 
 
- Os hotéis são obrigados a pagar direitos autorais pelo fato de terem, em seus quartos, televisores, mesmo 
que a transmissão seja de TV por assinatura. 
a) A disponibilização de equipamentos em quarto de hotel, motel ou afins para a transmissão de obras musicais, 
literomusicais e audiovisuais permite a cobrança de direitos autorais pelo Escritório Central de Arrecadação e 
Distribuição - ECAD. 
b) A contratação por empreendimento hoteleiro de serviços de TV por assinatura não impede a cobrança de 
direitos autorais pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição - ECAD, inexistindo bis in idem. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.870.771/SP, Rel. Min. Antônio Carlos Ferreira, julgado em 24/03/2021 (Recurso 
Repetitivo – Tema 1066) (Info 692). 
 
- Se, no interior do ônibus, ficam sendo tocadas músicas na rádio, a empresa proprietária deverá pagar 
direitos autorais, recolhendo tais valores ao ECAD. 
Os ônibus de transporte de passageiros são considerados locais de frequência coletiva para fins de proteção de 
direitos autorais, o que gera dever de repasse ao ECAD. 
A execução, via rádio, de obras intelectuais (músicas) no interior dos transportes coletivos (ônibus) pressupõe 
intuito de lucro, fomentando a atividade empresarial, mesmo que indiretamente, não estando albergada por 
qualquer das exceções contidas no art. 46 da Lei nº 9.610/98. Logo, a empresa deverá pagar os direitos autorais. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.735.931/CE, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 09/03/2021 (Info 688). 
 
26 
 
- O uso da imagem de torcedor inserido no contexto de uma torcida não induz a reparação por danos 
morais quando não configurada a projeção, a identificação e a individualização da pessoa nela 
representada. 
Em regra, a autorização para uso da imagem deve ser expressa; no entanto, a depender das circunstâncias, 
especialmente quando se trata de imagem de multidão, de pessoa famosa ou ocupante de cargo público, há 
julgados do STJ em que se admite o consentimento presumível, o qual deve ser analisado com extrema cautela e 
interpretado de forma restrita e excepcional. 
De um lado, o uso da imagem da torcida - em que aparecem vários dos seus integrantes - associada à partida de 
futebol, é ato plenamente esperado pelos torcedores, porque costumeiro nesse tipo de evento; de outro lado, 
quem comparece a um jogo esportivo não tem a expectativa de que sua imagem seja explorada comercialmente, 
associada à propaganda de um produto ou serviço, porque, nesse caso, o uso não decorre diretamente da 
existência do espetáculo. 
A imagem é a emanação de uma pessoa, a forma com a qual ela se projeta, se identifica e se individualiza no meio 
social. Não há violação ao direito à imagem se a divulgação ocorrida não configura projeção, identificação e 
individualização da pessoa nela representada. 
No caso concreto, o autor não autorizou ainda que tacitamente a divulgação de sua imagem em campanha 
publicitária de automóvel. Ocorre que, pelas circunstâncias, não há que se falar em utilização abusiva da imagem, 
tampouco em dano moral porque o vídeo divulgado não destaca a sua imagem, mostrando o autor durante 
poucos segundos inserido na torcida, juntamente com vários outros torcedores. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.772.593-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/06/2020 (Info 674). 
 
- Na exposição pornográfica não consentida, o fato de o rosto da vítima não estar evidenciado de maneira 
flagrante é irrelevante para a configuração dos danos morais. 
Caso concreto: Paulo e Letícia eram namorados. Paulo tirou fotografias de Letícia em que ela aparece de biquini, 
em poses sensuais, mas sem aparecer seu rosto. Após o fim do relacionamento, Paulo, como forma de vingança, 
publicou tais imagens em um perfil criado no Facebook. Letícia denunciou as publicações por meio dos canais 
disponibilizados pelo Facebook, no entanto, a plataforma não aceitou retirar as fotografias alegando que não são 
fotografias pornográficas (considerando que não

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