Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Fibrose Cística na Pediatria Definição Fibrose: fibrose no pulmonar Cistos: cistos no pulmão. Pode ser chamada de doença do beijo salgado e Mucoviscocidose. É uma doença genética recessiva e multissistemica (vários sistêmicos principalmente Trato respiratório e TGI). A disfunção da proteína reguladora da condutância transmembrana da fibrose cística (RTFC absorve cloreto e sódio) presente no TR e TGI. Isso torna o Muco 30- 60x mais espessos acúmulo de bactérias e germes, inchaços, inflamações e infecções do trato respiratório. - A RTFC funciona como um canal de cloreto e sódio. - Mutações graves: I-III; - Mutações leves: IV e V. Fisiopatologia - Estrutura RTFC dois domínios ligados ao nucleotídeo que comandam a atividade do canal forma um poro de condutância cloro + domínio regulatório que depende do PKA (depende de AMPc) para secretar cloro para o lúmen respiratório. - Não há um sinal da fosforilação da PKA, e a partir disso a RTFC torna-se não funcionante, o que limita a capacidade de secreção de cloro. Há ainda um aumento de sítios de Na/K atapase na membrana basolateral absorção excessiva de sódio e água Muco mais espesso pouca água fora da célula. - Por que a fibrose cística afeta tantos sistemas? Espessamento mucoso tubulopatia obstrutiva Trato respiratório pneumonias de repetição. TGI: Deficiência do pâncreas exócrino (amilase pancreática) Esteatorreia, obstrução meconial no RN. Resumindo: Patologia - Tampões mucosos e inflamação. Inicia com uma bronquiolite que progride para uma bronquite. - Na infecção crônica (infecção pulmonar de repetição) temos uma resposta inflamatória intensa neutrofílica, com hiperplasia das células caliciformes e hipertrofia das glândulas submucosas bronquiectasia e bronquiolectasia estenose brônquica e fibrose. Manifestações clínicas: - Trato respiratório: Tosse; Dispneia; 2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Déficit no crescimento: deficiência de vitaminas, sais; Obstrução nasal e Rinorreia; Pólipos nasais. Exame físico: aumento AP torácico, baqueteamento digital (dificuldade de respirar hipóxia), Hiper- ressonância (muita secreção) e estertores grossos, sibilos. Complicações: Bronquiolite, pneumonias de repetição, cor pulmonale, bronquite, insuficiência respiratória. - Trato intestinal: Distensão abdominal, flatulência; Vômitos; Dificuldade para aumento do peso; Evacuação com fezes gordurosas. Exame físico: abdome distendido, RHA aumentados, dor a palpação superficial e profunda. Complicações: disfunções neurológicas, deficiência do pâncreas exócrino, íleo meconial, prolapso retal. - Trato biliar: Cólica biliar; Icterícia; Ascite; Hematêmese; Complicações: colelitíase (pedras na vesícula biliar), Cirrose biliar. - Pâncreas: Poliúria; Perda de peso; Polidpsia; Glicosúria; Complicações: DM I e II, déficits oculares, renais e vasculares, insuficiência pancreática exócrina. - Trato Genitourinário: Azoospermia; Hérnia; Hidrocele; Amenorreia; Cervicite; Criptorquidia. Critérios diagnósticos: - Avaliar o parto, pré-natal, pós-parto + histórico de irmãos; - Anamnese; - Exame físico; - 2 testes do suor: posteriormente a 2 testes do pezinho porém, não confirma, pois é um teste de triagem. 3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP OBS: Podemos usar a prova do broncodilatador, de modo que pacientes com fibrose cística demoram de responder ao broncodilatador. OBS1: Estudos microbiológicos: avaliar os patógenos no escarro. OBS2: Radiologia: bronquiectasias. Tratamento - Manter o paciente em bom estado basal, evitar complicações e retardar a progressão da doença, mantendo o paciente estável; - Tratamento sintomático: no Brasil não tem remédio para FC. Nebulizações: ADNase recombinante humana (torna a secreção mais fluida) + solução salina (o sol puxa a água e ai promove a retirada da secreção das vias aéreas); Percussão do tórax: fazer uma onda vibratória, a fim de mover a secreção para fora; Fisioterapia torácica: choro, tosse, exercício; Antibioticoterapia oral: precisa saber primeiro o patógeno (anteriormente fazer a cultura). Só iremos fazer antibioticoterapia aerossol se o paciente não responder ao oral. Ainda assim não melhora, podemos usar antibiótico IV. - História pulmonar: característica da tosse, início da tosse, a tosse impacta no dia a dia da criança, etc. Além disso, é importante avaliar sinais e sintomas de alerta. - Outras terapias: Anti-inflamatórios: deve ter cautela. 4 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Lavagem; Orientação nutricional: Ajustes dietéticos: hipercalórica e hiperproteica; Reposição de enzimas pancreáticas; Suplementos vitamínicos; Reposição de eletrólitos. OBS: É importante posteriormente avaliar, fazer novamente o teste do suor. Prognóstico - Progressão lenta; - Doença que limita a vida; - Estimativa atual: sobrevida que ultrapassa 35 anos. OBS: É importante lembrar-se das vacinas: pneumococo e meningo, pois são crianças imunocomprometidas. Questões A) A I-III mais grave; B) F Mutação gene CFTR. C) V; D) F é uma doença recessiva. Letra B. A) V; B) V; C) V; D) F Podem ocorrer sim. Resposta: Letra C. Resposta: Letra B Se fosse secreção, iria ter mais cloro e sódio no sangue e isso não formaria um muco viscoso. 5 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Resposta: Letra D mutações graves. Resposta: Letra B.
Compartilhar