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Ao nascer, crianças sem anemia falciforme tem hemoglobinas 2 alfa e 2 beta, sendo 80 a 100% HbFetal, 0 a 20% HbA1 e 0 a 1% HbA2. Atingindo aos 6 meses de vida o mesmo padrão que seguirá até adulto HbA1 96 a 98%, HbA2 2 a 3,7 e HbF menos de 2%. Teste do pezinho ♥ É um teste feito logo após o nascimento, a partir do qual é possível identificar a susceptilidade para diversas doenças genéticas, além da avaliação do padrão de hemoglobina do bebê. ♥ Esse teste reduziu a morbidade e a mortalidade decorrentes dessas doenças, pois permitiu a instauração de cuidados preventivos. ♥ O resultados são descritos pelos padrões de Hemoglobina detectados na ordem de maior concentração: Padrão Interpretação Quadro clínico FA (Hb FA) Normal Assintomático FAS (Hb FAS) Traço falcemico Assintomático FS - HbSS (HBFS) FSA (Hb FSA) Anemia falciforme ou Sbeta talassemia Anemia hemolítica FSC (Hb FSC) Hemoglobinopat ia SC Anemia hemolítica FSD (HbFSD) Hemoglobinopat ia SD Anemia hemolítica ♥ O diagnóstico definitivo é realizado aos 6 meses através da eletroforese de hemoglobina. Variações morfológicas da HB Esferócitos: eritrócitos de tamanho pequeno com forma esférica e hipercromáticas. São observadas em esferocitose e em anemias hemolíticas autoimunes. Eliptócitos/ovalócitos: eritrócitos em forma elíptica. Ocorre em eliptocitose, anemias carências, talassemias e, raramente, em outras anemias. Drepanócitos: são os eritrócitos comuns na doença falciforme e nas talassemias, tem formato de foice. Codócitos ou células em alvo: tem formato de alvo e estão presentes em talassemias, hemoglobinopatias C, deficiência de ferro e doenças hepáticas graves. Hemoglobinopatias As hemoglobinopatias podem ser divididas em dois grandes grupos: 1. Talassemias: diminuição da produção de cadeia de globina. 2. Doença falciforme: grupo de enfermidades hematológicas de caráter genético, hereditário autossômico recessiva, onde ocorre uma mutação na HbA que torna-se HbS. A anemia falciforme é a principal doença deste grupo. Toda pessoa com DF apresenta a mesma mutação genética HbS, mas esta pode ser combinada com outras hemoglobinas, formando HbSC, HbSD e outras, o que reflete em diversas manifestações clínicas. A anemia falciforme é a principal doença deste grupo e é formada por hemoglobinas HBSS. Anemias A anemia é a redução da concentração de hemoglobinas e/ou massa eritrocitária, sendo essa variação diferente de acordo com a idade, o sexo, a raça e a altitude em relação ao mar. Principais etiologias das anemias: o Deficiência de Hematopoese o Hemólise exagerada o Perda importante de sangue Em crianças, quase não há sinais ou sintomas no início do desenvolvimento de anemias, sendo mais comum que nessas fases apresentem mais manifestações gerais e inespecíficas como fadiga, cansaço e palidez. Conforme a anemia agrava, há hipercinese circulatória, com taquicardia, pulso amplo, cardiomegalia e presença de sopro sistólico. Na avaliação laboratorial de anemias devemos focar na série vermelha, principalmente: o Dosagem de hemoglobina (g/dL) o Volume corpuscular médio (tamanho da hemácia) o Hemoglobina corpuscular média (quantidade de Hb na hemácia) A idade é um fator importante no diagnostico diferencial das anemias. Nos RN as causas estão relacionadas a infecções perinatais, isoimunização (ocasiona a hemólise), perda de sangue no parto… A anemia ferropriva é a anemia adquirida em qualquer faixa etária. As anemias que surgem entre o terceiro e o sexto mês são sugestivas das hemoglobinopatias, pois nessa faixa etária tem a queda das taxas de hemoglobina fetal. Júlia Malta Braga FCM-TR MED 01 Júlia Malta Braga FCM-TR MED 01 Anemia Ferropriva Crianças são mais propensas a anemia ferropriva devido a maior velocidade de crescimento e aumento da massa muscular, requerindo mais ferro na alimentação. A deficiência de ferro impacta no desenvolvimento neurológico e cognitivo e pode acarretar em um déficit de crescimento e de imunidade (atrofia precoce do timo). Os bebês possuem reserva de ferro para 4 meses de vida e a partir desse deve ser suplementado. Fontes de ferro na alimentação: o Carnes e vísceras: possuem grupo heme e são 2 a 3 vezes mais bem absorvidos. o Verduras verde escuro possuem ferro mais difícil de ser absorvido. o Ácido ascórbico, frutose e carotenoides facilitam a absorção de ferro. Consumo após comer verduras verde escuro auxilia na absorção do ferro presente nesses. Manifestações da anemia ferropriva: o Assintomático o Pálido o Cansado o Déficit de crescimento o Susceptibilidade a adoecer “vive gripado” Indicações para investigação: o Dosagem sérica entre 9 e 12 meses. o Anualmente dos 2 aos 5 anos. o Hb: who <11g/dL Estágios da deficiência de ferro: o 1º estágio: os estoques de ferro estão reduzidos, apenas a ferritina apresenta-se diminuída. Devem ser observados os hábitos alimentares. o 2º estágio: há redução do ferro sérico e da ferritina, mas não há anemia. Devemos considerar uma suplementação de ferro. o 3º estágio: redução de ferro com anemia identificável laboratorial por Hb, VCM, ferro sérico e ferritina reduzidos. Tratamento: o Objetivo: corrigir a causa determinante, normalizar os níveis hemantimétricos e repor o estoque de ferro. o Suplementação de ferro: deve ser reavaliada após 4 semanas do início. - Ferro elementar 3 a 6 mg/kg/dia VO, 1 a 2x/dia, por 3 a 6 meses. Medidas de prevenção: o AME até os 6 meses o Evitar leite de vaca antes de 1 ano de idade o Fortificação de alimentos (uso de farinhas enriquecidas) o Controle de infecções e verminoses o Suplementação profilática de acordo com a diretriz brasileira ♥ RN a termo sem complicação AIG: 1 mg/kg/dia VO do 3º mês de vida ao 24º ♥ RN a termo PIG ou RN pré-termo com peso 2500 a 1500g: 2 mg/kg/dia VO do 2º ao 13º mês de vida + 1 mg/kg/dia do 14º ao 25º mês de vida. ♥ RN pré-termo com peso 1500 a 1000g: 3 mg/kg/dia VO do 2º ao 13º mês de vida + 1 mg/kg/dia do 14º ao 25º mês de vida. ♥ RN pré-termo com peso <1000g: 4 mg/kg/dia VO do 2º ao 13º mês de vida + 1 mg/kg/dia do 14º ao 25º mês de vida. Júlia Malta Braga FCM-TR MED 01
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