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Luíza Barreto – 2021.1 COVID-19 CORONAVÍRUS: São grandes vírus com uma única fita de RNA e um nucleocapsídeo (estrutura composta pelo ácido nucleico do vírus (neste caso RNA) e seu invólucro proteico, o capsídeo) helicoidal. - Somente 7 espécies de coronavírus causam infecção em humanos: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-CoV, MERS-CoV, e o SARS-CoV-2. Os 4 primeiros causam doença branda, uma faringoamidalite, sinusite, rinorinites. No entanto, os 3 últimos, SARS-Cov originado na china em 2002, o MERS-CoV dos camelos na arabia saudita e o atual SARS- COV-2, são vírus patogênicos, causam uma doença mais grave. - É um vírus de RNA de fita simples, positivamente orientado → Significa que é um RNA mensageiro (na hora que ele entra e o nucleocapsídeo abre, ele vai ser orientado por algumas proteínas não-estruturais para áreas específicas, onde o RNA produz poliproteínas nos ribossomos diretamente → já entra fazendo tradução, serve diretamente para síntese proteica). - É envelopado, possui diversas proteínas na superfície, e a “spike” proteína é a responsável pela ligação ao receptor celular. - A entrada na célula humana é através do receptor da ECA2. - Coronavírus são peplômeros em forma de coroa → Peplômeros são estruturas proeminentes, geralmente constituídas de glicoproteínas e lipídeos, as quais são encontradas expostas na superfície do envelope viral de certos vírus como o coronavírus; - Coronavírus apresentam RNA fita única, proteína de nucleocapsídeo, uma proteína de envelope, proteína de membrana e uma glicoproteína saliente denominada de “spike” (S). PROTEÍNA S: - Constituída por 2 subunidades (S1 e S2), e a S1 é dividida em domínios A, B e C. - SARS-CoV-2 e SARS-CoV entram na célula através de interação direta com o domínio B, que se liga ao receptor da ACE2. - A estrutura da proteína S em ambos SARS-CoV e SARS-CoV- 2 são muito semelhantes. No entanto, há 5 aminoácidos diferentes no sítio de ligação da protéina S1 no SARS-CoV-2 em relação ao SARS-Cov. - Um sítio de clivagem polibásico (RRAR → é ÚNICO, somente o SARS-CoV-2 possui esse sítio) está presente no local de união de S1 e subunidade S2 da proteína Spike no SARS-CoV-2 e é fundamental para a estabilização da ligação vírus-célula. Obs: Esse sítio de clivagem polibásico único leva a um aumento da virulência. - Além disso, o resíduo de prolina também é introduzido antes deste local de clivagem, e a sequência no SARS-CoV-2 torna- se PRRA (sequenciação única de proteínas em SARS-CoV-2). → isso torna a sequência do SARS-COV-2, uma sequenciação única de proteínas. É através de pontes de hidrogênio que vão se formar em vários resíduos de aminoácidos fazendo com que a ligação seja extremamente forte – reação covalente: ligação permanente. ADESÃO: - Os coronavírus entram na célula, particularmente os pneumócitos tipo-II através da ligação com receptores ECA2 para o SARS-CoV-2 e CD90L para o SARS-CoV. - No SARS-CoV-2 o domínio de ligação do receptor da subunidade S1 se liga ao receptor ECA2, enquanto a subunidade S2 facilita a fusão entre o hospedeiro e a membrana celular viral. - Os locais de clivagem da furina facilitam uma ligação muito forte da S-glicoproteína com o receptor hACE-2 de SARS-CoV- 2. A clivagem de 'S' ocorre no limite entre as subunidades S1 e S2 que é de natureza não covalente. ENTRADA: - Normalmente a protease lisa a proteína presente entre as subunidades S1 e S2 após sua ligação com o receptor hACE. Esta lise faz mudanças na conformação covalente (irreversível), o que aumenta a afinidade de ligação da proteína e transforma a proteína para a fusão. - Os locais de clivagem da furina e locais de ligação ao receptor modificados da subunidade S1 podem ser as razões prováveis por trás da transmissão rápida, replicação e infectividade deste vírus. LIBERAÇÃO DO NUCLEOCAPSÍDEO NO CITOPLASMA: - Por via endocitose ou por entrada direta a partícula viral penetra na célula e o nucleocapsídeo é liberado no citoplasma. - RNA-sense+ inicia de imediato a tradução/translação para 2 grandes polipeptídeos: pp1a e pp1ab → Lembrando que o vírus positivo é o de RNA mensageiro, que já entra fazendo a tradução no retículo através dos ribossomos produzindo suas poliproteínas (pp1a e pp1ab). - Essas poliproteínas são clivadas por proteases presentes na própria célula: Papaina-símile protease (PLpro) e 3C-símile protease (3CLpro) dando origem a proteínas não-estruturais NSP1-11 e NSP1-16 → Lembrando que as primeiras proteínas a serem sintetizadas são chamadas de proteínas estruturais, pois vão formar a partícula viral. As tardias são proteínas não- estruturais, que participam do processo de replicação viral. Luíza Barreto – 2021.1 - Essas proteínas não estruturais serão responsáveis pela replicação do RNA viral e transcrição de proteínas ➔ replicase e transcriptase. PROCESSO DE PRODUÇÃO VIRAL: - A replicase, que veio através das proteínas não-estruturais que por sua vez veio da clivagem das poliproteínas, vai ser responsável por pegar a ponta negativa do RNA, fazer a transcrição e gerar fitas positivas – reprodução. Ela também começa a gerar RNA mensageiros de fitas positivas para produção das proteínas estruturais que vão integrar a célula → (transcrição em novos RNA mensageiros para a produção de proteínas estruturais como proteína do envelope, da membrana, da Spike, hemaglutinina, etc.) - A replicase vai reproduzir o RNA, e juntamente com as proteínas estruturais o nucleocapsídeo se une e se dirige a membrana celular para junto com as proteínas que estão na superfície se unirem e o novo vírion ser liberado. TRANSMISSÃO: - Como muitos vírus respiratórios, SARS-CoV-2 pode se espalhar através de pequenas gotículas liberadas do nariz e boca de um indivíduo infectado ao tossir ou espirrar. Obs: O vírus também é capaz de passar horas em algumas superfícies, apesar de que a principal via de transmissão ainda é pelas gotículas respiratórias. - A transmissão se relaciona a quantidade de partículas virais presentes nas secreções e o período de transmissibilidade situa-se entre 1 dia antes do início dos sintomas até no máximo 12 dias após iniciado os sintomas. (Obs: Já se chegou ao consenso de 10 dias após o início dos sintomas). Obs: A carga viral elevada está relacionada com a transmissibilidade, não com a gravidade dos sintomas (uma carga viral elevada não significa que os sintomas serão mais acentuados). - Medida de infectividade pelo número de reprodutibilidade basal = Rho. O Rho significa do ponto de vista epidemiológico a taxa de reprodutibilidade basal. Ex: 1 pessoa infectada pelo coronavírus é capaz de infectar 4, 4 pessoas já transmitem para 16... Gerando uma exponencial. → Rho representa o quanto em média 1 indivíduo transmite eficazmente a doença (hoje em dia é de 4 a 6). TEMPO DE INCUBAÇÃO: Classicamente, vai do período que ele se infecta até o momento que ele começa a produzir sintomas. Nesse período de incubação, eu não tenho vírus se replicando ativamente, eu não tenho medida dos vírus naquele momento, ele está dentro do organismo, mas em um processo de maturação. Ele começa em um processo lento e avança, depois começa a gerar uma resposta imune e a produzir sintomas. No período de incubação não adianta ir atras de RNA que não vai ter, o indivíduo não tem sintomas e não tem a quantidade de vírus. - As estimativas para o período de incubação médio ou mediano variam de 4 a 6 dias (média de 5 dias). PATOGÊNESE: Ao penetrar na célula humana, os ribossomos da célula hospedeira traduzem as informações contidas neste material genético, produzindo proteínas como a RNA polimerase do vírus. Essa enzima replica o material genético do vírus dentro da célula hospedeira, produzindo primeiro uma fita intermediária de RNA sentido negativo(subgenômica) e, depois, novas fitas sentido positivo. Essas últimas vão compor novas partículas virais, após serem associadas a proteínas virais, como receptores de superfície. A montagem final dos novos vírus ocorre no retículo endoplasmático e no complexo de Golgi da célula hospedeira. Após a montagem, as partículas saem da célula e estão prontas para infectar outras novas células. SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA: - A ECA cliva a angiotensina I para gerar angiotensina II, enquanto a ECA2 inativa a angiotensina II e é um regulador negativo do sistema. - ECA2 também foi identificado como um potencial receptor do vírus SARS e é expresso nos pulmões. PATOGÊNESE COVID-19: - O receptor de ligação da subunidade S1 nas proteínas Spike se liga ao receptor hACE2 que estão presentes principalmente nos pulmões, particularmente pneumócitos tipo II. → Isso leva à subsequente regulação negativa dos receptores hACE2. - Essa regulação negativa de receptores ACE2 pode levar ao aumento da produção de angiotensina-2 (AT2) pela enzima relacionada ACE1. → O aumento da produção de AT2 aumenta potencialmente a permeabilidade vascular pulmonar e pode causar lesão pulmonar. FIGIOPATOGENIA COVID-19: - SARS-CoV-2 permite que células apresentadoras de antígeno que se ligam à célula dendrítica de um hospedeiro ativarem macrófagos, levando à reação imunológica grave resultando na liberação excessiva de citocinas pró- inflamatórias (IFN-α, IFN-γ, IL-1β, IL-6, IL12, IL-18, IL-33, TNF-α, TGFβ, etc.) e quimiocinas (CCL2, CCL3, CCL5, CXCL8, CXCL9, CXCL10, etc.) chamada de ‘tempestade de citocinas". - Tempestade de citocinas: Esses mediadores inflamatórios danificam o revestimento das células epiteliais e atingem a circulação sanguínea onde causam danos a outros órgãos. - Essas interleucinas vão levar a edema pulmonar, dispneia, síndrome respiratória aguda grave e lesão aguda pulmonar. Vão atacar o fígado, levando a lesão hepática, aumentando as transaminases. Essas citocinas também são capazes de Luíza Barreto – 2021.1 levar a agressão renal chegando à insuficiência renal. No sangue, essas citocinas levam a situações pro-coagulantes. Com isso geramos, embolia pulmonar, infarto agudo do miocárdio e AVC hemorrágico ou isquêmico. APRESENTAÇÃO CLÍNICA: - Estima-se que pelo menos 30% de todos os pacientes infectados pelo SARS-Cov-2 não tenham sintomas clínicos, e que em torno de 55-60% apresentem sintomas leves gripais como febre, tosse, perda do paladar (ageusia) e olfato (anosmia), mialgias, astenia, dor de cabeça, e menos frequentemente diarreia e mal-estar abdominal. - Após um tempo médio de incubação de cerca de 5 dias, uma infeção típica por COVID-19 começa com tosse seca e febre baixa (38,1-39 °C), frequentemente acompanhada por anosmia e ageusia. Na maioria dos doentes, a COVID-19 permanece leve ou moderado e os sintomas desaparecem numa semana e os doentes geralmente recuperam em casa. Cerca de 10% dos pacientes permanecem sintomáticos até a segunda semana. Quanto mais os sintomas persistirem, maior é o risco de desenvolver COVID-19 mais grave, sendo que poderá exigir hospitalização, terapia intensiva e ventilação invasiva. O resultado da COVID19 geralmente é imprevisível, principalmente em doentes idosos com comorbilidades. O quadro clínico varia de cursos de completamente assintomáticos a cursos rapidamente devastadores. - Entre 10-15% do total de pacientes sejam hospitalizados por sintomas persistentes, e entre 20-40% desses pacientes hospitalizados evoluam para formas graves da doença, principalmente uma pneumonia viral severa. O primeiro estágio da doença, o estágio I, você tem um estágio de resposta viral muito alto, a viremia é muito alta, mas ao mesmo tempo os sintomas são constitucionais, como mal estar, astenia, mialgia, febre, tosse, pode ter diarreia e dor de cabeça e os sinais clínicos seriam linfopenia, aumento do tempo de protrombina e aumento D-dímero e do LDH. O estágio II é a fase pulmonar. Nesse estágio o vírus está se reproduzindo cada vez mais nos pneumócitos e isso vai gerar uma falta de ar, hipoxemia, relação dos fluidos decaindo e você vai ter alterações de imagens pulmonar, principalmente tomografia com infiltrados em vidro fosco periféricos, são muito periféricos, que vão fazendo a partir desses infiltrados periféricos uma “couve-flor” por meio de condensações cada fez mais confluentes. Essa fase pulmonar começa a se associar com uma fase de resposta inflamatória. Então vou ter marcadores inflamatórios, citocinas, aquela tempestade de citocinas com produção de IL-1, IL-6 e várias outras citocinas, aumentando a resposta inflamatória ao mesmo tempo que essa fase de resposta viral vai caindo você vai tendo uma resposta inflamatória muito grande que vai caminhar para a terceira fase que é uma fase de hiperinflamação que você tem SARA (Síndrome da angústia respiratória aguda), choque, insuficiência cardíaca e aumento das proteínas inflamatórias, principalmente IL1,IL6, D- dímero, proteína C reativa e assim por diante. Obs: A letalidade é maior no sexo masculino. Obs: A fase pró inflamatória não caminha certinho logo depois da fase pulmonar, muitas vezes ela pode vir antes, tendo os marcadores de PCR aumentados. É muito comum que os pacientes internados tenham a febre como um marcador importante. Obs: Febre, tosse e dor de cabeça são muito comuns nos pacientes que vão ser internados. - Características laboratoriais que chamam atenção desses pacientes que vão ser internados: linfopenia absoluta (número de linfócitos < 1000), que variam nesses estudos de 25 a 82%. A linfopenia pode acontecer, normalmente, pela própria infecção do SARS-CoV-2 de uma forma leve, tendo uma linfopenia transitória, depois ele recupera e acabou, já está bem. Mas aquele paciente que se mantém constantemente com linfopenia não é um bom sinal, do mesmo jeito que febre não é um bom sinal. COVID é para ter febre 3 dias no máximo, paciente tem 6, 7 dias de febre vai ser internado. Outro marcador importante é a proteína C reativa, principalmente se for > 10 mg/dl ou 100 mg/l. - Os assintomáticos tem uma alta prevalência, e em geral fazem uma resposta muito baixa (praticamente nula) e muitas vezes acabam nem fazendo anticorpos. - Alguns estudos americanos mostraram que os pacientes que têm alteração no olfato possuem comprometimento do nervo olfatório até o bulbo olfatório, então a lesão vai até lá em cima no cérebro e isso justifica a perda do olfato definitiva em alguns pacientes. - A idade é o principal fator que determina o prognóstico, até mais do que algumas comorbidades, como problemas cardíacos e diabetes → Um indivíduo que tem menos que 50 anos o risco dele de ter COVID e morrer é 10 x menor de quem tem 80 anos para cima. - A mulher tem mais ou menos 20% de proteção a mais em relação ao homem e isso é determinado no nascimento. Ainda não sabemos o porquê. SRAG - A síndrome respiratória aguda grave decorre de edema pulmonar secundário ao aumento da permeabilidade de células endoteliais capilares pulmonares e células epiteliais alveolares, levando a hipoxemia. Está associada com a infecção por inúmeros agentes virais, como influenza, VSR, coronavírus. MECANISMO DE LESÃO: - O coronavírus se multiplica exatamente na célula que reveste o alvéolo, pneumócitos tipo I e tipo II, destruindo essas células e é por isso que temos um processo inflamatório. Quando é muito extenso tem a destruição do alvéolo, que, por sua vez, não consegue se recuperar. Quando isso ocorre, os pacientes são candidatos imediatos para o transplante de pulmão, porque não tem mais alvéolo, ou seja, não tem mais superfície de troca. Além disso, tem a resposta imune com aquela tempestade de citocinas que faz um processo Luíza Barreto – 2021.1 inflamatório monstro no interstíciopulmonar e a parte genética. - Na parte genética, os pacientes graves tinham uma concentração especifica no cromossomo 3p21.31. A outra questão foi do grupo ABO, o tipo A é o que tinha maior risco e o tipo O, maior proteção. SRAG: Dispneia; paciente com desconforto respiratório; saturação de oxigênio abaixo de 95% em ar ambiente; exacerbação de doença pré-existente. Obs: Pacientes COVID-19 são descritos como exibindo ausência de dispneia associada a níveis de oxigênio incompatíveis com a vida → “Hipóxia feliz”. Esse mecanismo tem relação com como a tensão predominante de paCO2 altera a resposta do cérebro à hipóxia (paCO2 >39mmHg); os efeitos da doença e da idade no controle da respiração (resposta ventilatória a hipóxia é reduzida em 50% em > 65 anos e em diabéticos); imprecisão da oximetria de pulso em baixas saturações de oxigênio; mudanças induzidas pela temperatura na curva de dissociação de oxigênio. - Muitos pacientes chegam felizes, conversando, com saturação 80%, mas temos que lembrar que saturação < 90% já é indicação de intubação → o coração precisa de oxigênio e o cérebro também, são dois órgãos que precisam de grande quantidade de O2 e se ele cai o coração começa a bater mais rápido, querendo passar mais sangue para pegar mais O2, só que com isso ele aumenta o trabalho cardíaco e chega uma hora que essa equação não fecha e ela não fechando o indivíduo pode caminhar para uma parada cardíaca ou pode evoluir rapidamente para uma questão de dano cerebral agudo (A HIPOCAPNIA MASCARA A HIPÓXIA → inibe a percepção cerebral). APRESENTAÇÕES RADIOLÓGICAS: - Na tomografia de um paciente com COVID-19, o fator mais discriminante é a distribuição periférica, as opacidades em vidro fosco e o espessamento vascular. - Começa assim, depois o vidro fosco vai fazendo consolidações periféricas, lembrando couve-flor. - Consolidações peribrônquicas, confluentes e subpleurais (a dor torácica pode estar relacionada a isso). - Consolidação pulmonar, podendo evoluir para fibrose e para a BOOP, um processo horrível, porque na verdade é um alveolite, um bronquiolite esclerosante. - O vidro fosco começa e depois passa para esse. - São esses os padrões vistos nas tomografias e vamos mensurar isso por tamanhos, exemplo: vidro fosco ocupando 25% do pulmão. De 50% para cima já vamos ter manifestações de queda de saturação. Quando você tem esses infiltrados até 50% o paciente compensa a saturação dele hiperventilando conseguindo ficar com a saturação em 95%, mas quando ele chega em 50% de comprometimento ele não consegue mais manter essa saturação, mesmo hiperventilando começando ter a queda da saturação. MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS: - Tromboembolismo pulmonar → o COVID é uma doença trombogênica, por conta da tempestade de citocinas que ativam o sistema de coagulação e fazem com que a COVID- 19 tenha uma fase de hipercoagulabilidade. - AVCs agudos (tanto isquêmicos quanto hemorrágicos) → Também relacionados ao estado de hipercoagulabilidade. Luíza Barreto – 2021.1 - Injúria miocárdica → Associado à fase de hipercoagulabilidade. Obs: Outros coronavírus já tinham potencial trombogênico. O paciente com COVID que está no respirador pode descompensar com IR, disfunção miocárdica, aumento de transaminases, e isso provavelmente está relacionado ao processo de CIVD (coagulação intravascular disseminada), de modo que hoje em dia já é feita uma coagulação estendida para pacientes na UTI. FATORES DE RISCO: Doença aguda, estar deitado sem se movimentar, fator genético, febre (desidratação), diarreia, sepse, doença hepática, etc. Resposta pró inflamatória com alteração endotelial e infecções super imposta: Apresenta linfopenia e aumento das citocinas inflamatórias (IL 6, proteína C reativa) e tudo isso vai propiciar a formação de microtrombos pulmonares piorando a ventilação do paciente, coagulopatia intravascular que pode fazer lesão renal. Alguns pacientes fazem injúria miocárdica, começam a fazer esse estado trombogênico e fazem obstrução miocárdica, levando ao aumento dos biomarcadores cardíacos. Aumento do D-dímero associado a esse estado de coagulabilidade, assim como os fatores de degradação da fibrina, tempo de trompombina e as plaquetas. Desfechos clínicos: Tomboembolismo venoso, IAM e coagulação intravascular disseminada que pode se manifestar como disfunção múltipla de órgãos. DIAGNÓSTICO: O diagnóstico de referência é a reação de amplificação da cadeia de polímeros (PCR) que consiste em amplificar seguimentos específicos só da COVID. Atualmente, temos o teste rápido de antígeno que é semelhante e tem também os anticorpos como o IgA, que é só secretória, na parte respiratória tanto nasal quanto na parte mais inferior, que começa a ser medido a partir do 5º dia, tendo IgM podendo permanecer por até 2 meses e a partir do 7º ao 10º dia tem IgG. A IgA geralmente a gente não mede porque ela está nas mucosas, mas tem kits para medir a IgA. - O RT-PCR continua sendo o teste laboratorial de escolha para diagnóstico em pacientes sintomáticos na fase aguda (1 a 12 dias de sintomas). → O positivo confirma a infecção pelo SARS-CoV-2, mas o negativo não exclui.
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