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Morfofuncional do Sistema Cardiovascular e Imunitário (Embriologia, Histologia, Anatomia)

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Universidade de Brasília 
Faculdade de Medicina 
 
 
Morfofuncional do Sistema Cardiovascular e Imunitário 
(Embriologia, Histologia, Anatomia) 
QUESTÕES DE ANATOMIA 
 
Questão 1. Paciente do sexo masculino, 36 anos de idade, evolui com cefaleia, vômitos, convulsões e 
oftalmoplegia dois dias após submeter-se a um procedimento de harmonização facial com injeção de ácido 
hialurônico no ângulo da mandíbula. A anamnese, exame físico e a ressonância nuclear magnética, 
permitiram diagnosticar uma embolia do seio cavernoso de origem iatrogênica. Considerando o caso 
descrito: (1,0) 
A. Descreva dois possíveis trajetos (citando os nomes dos vasos sanguíneos), que o ácido hialurônico 
percorreu, desde o local de injeção, até alcançar o seio cavernoso. (máximo 10 linhas) 
 
O ácido hialurônico poderá ter percorrido vários trajetos, dois dos possíveis trajetos são: a aplicação 
do ácido hialurônico na região do ângulo da mandíbula, na veia facial comum, a qual segue seu 
trajeto até a veia facial. Após isso, a veia oftálmica inferior, que fica na extremidade entre a veia 
fecaila e a veia angular, segue seu trajeto até o seio cavernoso; além disso, outro possível trajeto é 
a injeção do ácido hialurônico também na veia fácil comum, porém ele segue para a veia facial que 
posteriormente segue para a veia angular que por fim seguem para as veias palpebrais inferior e 
superior até a veia oftálmica superior. Logo após, o ácido hialurônico segue para o seio cavernoso. 
 
 
B. Qual caraterística dos vasos da face permite que o sangue e possíveis corpos estranhos se 
desloquem bidireccionalmente em relação ao coração? (máximo 10 linhas) 
 
A característica dos vasos que permitem que eles se desloquem bidireccionalmente em relação ao 
coração é o fato dos vasos sanguíneos da face não possuírem válvulas que impedem o refluxo, fato 
denominado de avalvulares. 
 
Questão 2. Quanto à vascularização do membro superior: (1,0) 
A. Cite dois vasos onde é possível aferir a pulsação e os pontos de referência anatômicos para a 
localização dos mesmos. (máximo 10 linhas) 
 
Os pulsos periféricos podem ser aferidos em seis locais do membro superior, dois deles são: pulso 
ulnar na parte distal do braço – artéria ulnar, imediatamente abaixo da margem lateral do tendão do 
músculo flexor ulnar do carpo; e o pulso radial na tabaqueira anatômica – artéria radial quando cruza 
a região lateral do punho, entre o tendão do músculo extensor longo do polegar e os tendões dos 
músculos extensor curto do polegar e abdutor longo do polegar, 
 
B. Cite dois vasos superficiais onde é possível realizar punção para administração medicamentosa e 
descreva a localização dos mesmos, utilizando pontos de referência anatômicos. (máximo 10 linhas) 
 
Um possível vaso de punção para administração medicamentosa é a veia intermédia do cotovelo 
que se localiza no assoalho da fossa cubital do cotovelo, encontra-se anteriormente à aponeurose 
do músculo bíceps braquial e logo após cruza o assoalho, conectando assim a veia basílica que 
está medial à veia cefálica que está lateral. Conjuntamente a isso, a veia cefálica, originada na 
tabaqueira anatômica na base do polegar, é uma possibilidade para a punção medicamentosa. Ela 
passa lateralmente ao redor da extremidade distal do antebraço, alcançando superfície anterolateral 
do braço, ascendendo proximalmente e cruzando o cotovelo, seguindo além do braço, por onde 
 
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passa pelo trígono clavipeitoral, uma depressão regular próxima a clavícula, entre os músculos 
peitoral maior e deltóide. 
 
Questão 3. Ao sair da sua festa de casamento, um noivo se desequilibrou, caiu e teve um corte na veia 
femoral provocado por fragmentos de uma taça que ele havia colocado no bolso. O homem foi encaminhado 
ao hospital, mas não resistiu à hemorragia e veio a óbito no caminho. Segundo relato de convidados da 
festa, o sangramento foi intenso, com sangue “esguichando” pelo ferimento (adaptado de um fato verídico 
ocorrido em 2012). Considerando o acidente descrito, responda: (1,0) 
A. O texto afirma que o vaso atingido foi a veia femoral. Considerando outros dados do texto, você 
concorda com essa afirmação? Justifique. (máximo 10 linhas) 
 
Ao ler o relato descrito no texto, nota-se que o termo “sangue “esguichando” pelo ferimento é 
característica de hemorragia arterial, não de hemorregia venular como citado no texto. Esse fato 
acontece porque a oressão emu ma artéria é muito maior que a pressão do sangue me uma veia. 
Desse modo, o acidente ocorrido com o homem deve ter sido na artéria femoral que é um vaso de 
grande calibre que recebe fluxo sanguíneo a uma pressão alta. Também, a artéria femoral é 
responsável pelo suprimento sanguíneo da região inferior do corpo. Portanto, tais fatos justificam a 
intensidade do esguicho do sangue na região. 
 
B. Em que região do corpo o vaso foi atingido? Cite o nome e descreva como as estruturas vasculares 
estão dispostas nessa região. (máximo 10 linhas) 
 
A região do corpo que o vaso foi atingido é o trígono femoral, que é a zona de transição entre o 
abdômen e a coxa, onde se localiza a artéria femoral. Delimitado superiormente pelo ligamento 
inguinal, medialmente pelo músculo adutor longo (parte medial) e lateralmente pelo músculo sartório 
(parte medial). O trígono femoral possui em seu conteúdo o nervo femoral e seus ramos, al´me da 
bainha femoral, a qual abrange a artéria femoral e seus ramos e a veia femoral e suas tributárias 
proximais: veias safena magna e femoral profunda. Esses ramos da artéria femoral são a artéria 
epigástrica superficial, arteria circunflexa ilíaca superficial, arteria pudenda externa superficial e 
pudenda externa profunda. 
 
C. Descreva como o vaso atingido é formado (nome do(s) vaso(s)) desde a aorta e quais os seus 
principais ramos na coxa e na perna. (máximo 10 linhas) 
 
A formação da artéria femoral inicia-se na artéria aorta abdominal, que origina a artéria ilíaca comum, 
que forma a artéria ilíaca externa que se continua na artéria femoral. A artéria femoral profunda é 
o maior ramo da artéria femoral e a principal artéria da coxa. As artérias circunflexas 
femorais circundam a parte superior do corpo do fêmur e se anastomosam entre si e com outras 
artérias, que suprem os músculos da coxa e a extremidade superior (proximal) do fêmur. A artéria 
circunflexa femoral medial emite ramos responsáveis pela maior parte da vascularização para a 
cabeça e o colo do femur. A artéria obturatória emite ramos que ajudam a artéria femoral profunda 
a suprir os músculos adutores. As artérias perfurantes suprem a parte posterior da coxa. A artéria 
poplítea é a continuação da artéria femoral e é a irrigação principal da perna. 
 
 
Questão 4. Sobre a Anatomia do Coração, leia atentamente a situação problema e responda os itens a 
seguir: “Uma mulher hispânica de 35 anos chega ao consultório cansada e queixando-se de dispneia, fadiga 
 
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recente e dificuldade para dormir, que atribui a estresse relacionado ao trabalho. No exame, a frequência 
cardíaca é de 120 batimentos/min e o ritmo não tem um padrão discernível (é irregular). A ausculta do 
coração indica sopro sistólico (durante a ejeção de sangue do ventrículo esquerdo) que tem característica 
estridente. O diagnóstico mais provável é de fibrilação atrial em decorrência de intumescência do átrio 
esquerdo, que foi confirmado com a realização dos devidos exames” 
A. Considerando o diagnóstico de fibrilação atrial, descreva sobre a localização e organização dos 
componentes do complexo estimulante do coração, cuja função foi afetada no caso descrito. (0,5) 
 
O nó atrioventricular localiza-se peto da fixação da válvula septal da valva atrioventricular direita, 
próximo ao óstio do seio coronariano e dentro do septo atrioventricular. A continuação direta do nó 
atrioventricular,conhecido como fascículo atrioventricular, segue pela margem inferior da parte 
membranácea do septo interventricular e se divide em ramos direito e esquerdo. O ramo direito se 
direciona ao ápice do coração, ao lado direito do septo interventricular e para alcançar a base do 
músculo papilar anterior entra na trabécula septomarginal, conjuntamente a isso o ramo esquerdo 
passa ao lado do septo interventricular e se direcionada até o ápice do ventrículo esquerdo, que emite 
ramos que se tornarão contínuos com as fibras de Purkinje. Conhecido como marca-passo natural do 
coração, o nó sinoatrial localiza-se na parede interior do átrio direito e na extremidade superior da 
cristal terminal, local de união d veia cava superior e do átrio direito. Citado anteriormente, as fibras 
de Purkinje que são ramos subendocárdicos de células de condução ventricular, propagam-se por 
todo o ventrículo. 
 
B. Os exames da paciente demonstraram estenose da valva atrioventricular esquerda o que justifica a 
intumescência atrial. Nesse sentido, discorra sobre a anatomia das quatro valvas cardíacas 
relacionando-as com o esqueleto fibroso do coração. (0,5) 
 
Ao analisar a anatomia das quatro valvas cardíacas, observa-se que a valva atrioventricular esquerda 
é constituída por duas válvulas (a anterior, maior, e a posterior, menor) que possui o óstio por anel 
fibroso, o qual é derivado do esqueleto fibroso do coração. Essa valva possui suas válvulas fixadas 
em cordas tendíneas de músculos capilares. Localiza-se posteriormente ao esterno, no nível da 4a 
cartilagem costal. Além disso, há a presença na valva atrioventricular esquerda de músculos papilares 
situados ântero-lateralmente e o outro póstero-medialmente 
Outra valva, a valva tricúspide fixa suas válvulas septal, anterior e posterior, por meio de cordas 
tendíneas, aos ápices do músculo papilar anterior, do músculo papilar posterior e do músculo papilar 
septal, que se encontram na parede ventricular. A fixação da válvula septal, componente da valva 
atrioventricular, no lado direito encontra-se fixa no meio da parte membranácea do esqueleto fibroso. 
Conjuntamente a isso, a valva atrioventricular direita, constituída pelas válvulas anterior, posterior e 
septal, possui o óstio dessas valvas circundados por anéis fibrosos, que são formados pelo esqueleto 
fibroso do coração, Esse esqueleto fibroso é composto por colágeno e possui a função de manter o 
óstio das valvas cardíacas permeáveis, impedindo que sejam distendidos pelo volume sanguíneo 
bombeado através deles, mantendo constante o calibre do óstio 
Ademais, a valva da aorta é composta por três válvulas semilunares, possuindo margem livre de cada 
uma se projetando superiormente para a parte ascendente da aorta e não apresenta sustentação por 
cordas tendíneas. Localiza-se obliquamente entre o ventrículo esquerdo e a parte ascendente da 
aorta e situada posteriormente no lado esquerdo do esterno, no nível do terceiro espaço intercostal. 
Há também a presença dos seios direito, esquerdo e posterior da aorta que se localizam entre as 
válvulas semilunares e a parede da parte ascendente da aorta. O esqueleto fibroso do coração forma 
o anel fibroso que circunda o óstio da valva aorta. Por fim, observa-se que a valva aorta possui uma 
característica semelhante à valva tronco pulmonar, que será discutida a seguir, que é a presença da 
lúnula, uma região mais espessa, e a nódulo, ápice da margem mais espessa. 
 
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Por fim, a valva tronco pulmonar é responsável pela comunicação do ventrículo direito com a artéria 
pulmonar. Localiza-se no ápice do cone arterial e situada no nível da terceira cartilagem costal 
esquerda, é composta pelas válvulas semilunares anterior, direita e esquerda com margens livres, 
projetando-se superiormente em direção à luz do tronco pulmonar. Possui o óstio circundado pelo 
anel fibroso do esqueleto fibroso cardíaco e suas válvulas não apresentam sustentação por cordas 
tendíneas. Como citado anteriormente, possui uma semelhança com a valva aorta ao apresentar uma 
região mais espessa denominada lúnula da válvula semilunar e o ápice da margem livre angulada é 
mais espesso sendo denominado de nódulo da válvula semilunar. E por fim, nota-se na parte superior 
de cada válvula semilunar, uma dilatação denominada seio pulmonar. 
 
Questão 5. Um homem de 57 anos desenvolve um infarto do miocárdio na parede inferior do coração e 
observa-se que tem frequência cardíaca de 40 batimentos/min. O cardiologista diagnostica uma oclusão da 
artéria coronária direita. Qual das estruturas cardíacas é a mais provavelmente comprometida, justificando 
a bradicardia? Como se divide a artéria coronária direita? (0,5) 
 
A bradicardia significa frequência cardíaca lenta e ocorre devido ao transtorno na condução atrioventricular. 
A estrutura que provavelmente foi mais acometida é o nó sinoatrial, conhecido como o marca-passo natural 
do coração, pois ele inicia e controla os impulsos para as contrações cardíacas. Assim, como a frequência 
cardíaca está alterada, é provável que o nó sinoatrial foi mais acometido, justificando a bradicardia. 
Quanto a divisão da artéria coronária direita, próximo da sua origem, a artéria coronária direita (ACD) emite 
um ramo do nó sinoatrial, ascendente, que irriga o nó sinoatrial. Ao descer no sulco coronário, a artéria 
coronária direita emite o ramo marginal direito, o qual irriga a margem direita do coração. Logo após, a ACD 
vira para a esquerda e continua no sulco coronário até a cruz do coração, que é a junção dos septos 
interatrial e interventricular entre as quatro câmaras cardíacas, sendo origem ao ramo do nó atrioventricular, 
que irriga o nó atrioventricular. A ACD dá origem ao grande ramo interventricular posterior, que desce no 
sulco IV posterior em direção ao ápice do coração. O ramo interventricular posterior irriga áreas adjacentes 
de ambos os ventrículos e envia ramos interventriculares septais perfurantes para o septo IV. Por fim, o 
ramo terminal (ventricular esquerdo) da artéria coronária direita continua por uma curta distância no sulco 
coronário. Em síntese a artéria coronária direita supre a face diafragmática do coração que representa 
geralmente: o átrio direito, a maior parte do ventrículo direito, a face diafragmática do ventrículo esquerdo, 
o terço posterior do septo IV, o nó sinoatrial e o nó atrioventricular. 
 
 
Questão 6. Acerca da Anatomia dos Órgãos Linfoides, leia a situação problema e responda o item a seguir: 
“Um homem de 34 anos sofre um acidente de motocicleta e cai com o dorso apoiado em superfície irregular. 
Ele é levado ao pronto-socorro e percebem que apresenta fratura das costelas flutuantes esquerdas e 
hemorragia esplênica. O homem foi submetido à esplenectomia.” Apesar de o paciente conseguir sobreviver 
sem o baço, este órgão desempenha funções importantes nos sistemas circulatório e imunitário. Nesse 
sentido, discorra sobre a anatomia do baço e identifique suas funções e relações topográficas. (0,5) 
 
Ao analisar a anatomia do baço, suas funções e suas relações topográficas, nota-se que o baço além de 
ser a maior massa de tecido linfoide do corpo, também possui importantes funções imunológicas, algumas 
delas são: produção de linfócitos, remoção e destruição de hemácias antigas ou mal formadas e plaquetas 
aumentadas. Também possui reservatório de sangue que pode ser utilizado caso ocorra choque 
hemorrágico. O baço apresenta, exceto no hilo, uma cápsula revestida por peritônio. No hilo não existe essa 
cápsula pois há a entrada e saída de vasos que promovem a irrigação e a drenagem do baço. Ele localiza-
se entre a nona e a décima costela, e separado delas pelo diafragma e pelo recesso costodiafragmático, no 
quadrante superior esquerdo do hipocôndrio esquerdo. Situa-se anteriormente ao estômago, posteriormente 
a porção esquerda do diafragma, inferiormente a flexuraesquerda do colo e medialmente ao rim esquerdo 
e devido a sua maleabilidade, causam impressões côncavas (área gástrica, área renal e área cólica) na face 
visceral do baço. A margens inferior e posterior do baço são arredondadas e, como resquícios da lobulação 
 
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fetal, as margens superior e anterior possuem chanfraduras. O ligamento gastroesplênico e o ligamento 
esplenorrenal. Conectam o baço com o estômago e o rim esquerdo, respectivamente. 
A drenagem venosa do baço é realizada pela veia esplênica, constituída por tributárias que saem do hilo, e 
recebe a veia mesentérica inferior, seguindo posteriormente ao corpo e a cauda do pâncreas. Une-se a veia 
mesentérica superior e forma a veia porta, quando localizada posteriormente ao colo do pâncreas Já a 
irrigação arterial do baço é realizado pelo maior ramo do tronco celíaco, a artéria esplênica, que se divide 
em cinco ou mais ramos que adentram o hilo esplênico. Possui drenagem dos vasos linfáticos esplênicos, 
que deixam o hilo e seguem com a linfa em direção aos linfonodos pancreaticoesplenicos. E por fim, possui 
inervação dos nervos esplênicos, ramos autônomos do plexo celíaco, os quais possuem função vasomotora 
e estão distribuídos ao longo dos ramos da artéria esplênica. 
 
 
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QUESTÕES DE HISTOLOGIA/EMBRIOLOGIA 
 
Questão 7. Leia o seguinte fragmento de texto extraído do relato de caso Tromboembolismo Pulmonar e 
Visualização de Trombo em Forame Oval Patente, de autoria de SOUTO S.M.F; et al., 2014: 
“A presença do forame oval persistente (FOP) é fundamental na vida fetal ao permitir que o sangue 
oxigenado passe diretamente para a circulação sistêmica, evitando os pulmões colapsados nessa fase 
da vida. Com a expansão pulmonar ao nascimento, o septum primum desloca-se de encontro à face 
atrial esquerda do septum secundum, provocando a fusão dos septos e o fechamento do forame oval 
por volta do primeiro mês de vida. No entanto, cerca de um quarto da população geral não apresenta 
essa fusão e o forame oval pode permanecer patente ao longo da vida ou fechar-se inicialmente para 
tornar a abrir diante de situações de sobrecarga pressórica direita. Na maioria dos casos o encontro do 
FOP é um achado casual do ecocardiografista e que não gera repercussões significativas na vida do 
paciente. Entretanto, estudos têm destacado a associação do FOP com patologias diversas”. 
De acordo com o texto, a persistência do forame oval ao longo da fetogênese é fundamental por permitir a 
passagem do sangue entre os átrios direito e esquerdo, entretanto, o coração primitivo do embrião passa 
por fases onde apenas um átrio é evidente. Descreva como e quando o coração primitivo é septado no 
embrião humano. (5 a 10 linhas) (1,0) 
No final da quarta semana ocorre: a formação dos coxins endocárdicos atrioventriculares, nas paredes 
dorsal e ventral do canal atrioventricular, que se aproximam e se fundem enquanto células mesenquimais 
invadem esse tecido, septando o canal AV; ocorre a fusão dos septos primário e secundário que divide o 
átrio primitivo, o primário crescendo em direção aos oxins endocárdicos que estão se fusionando no átrio 
primitivo e depois se funde com o coxim endocárdico AV para formar o septo AV primitivo,e o septo 
secundário, cresce da parede ventrocranial do átrio direto; 
O septo interventricular (IV) faz a septação do ventrículo primitivo, ocorrendo a proliferação ativa de 
mioblastos e está completamente fechado e formado no final da sétima semana. Há a formação de cristas 
bulbares e do tronco arterioso, a partir de células mesenquimais, que sofrem uma rotação de 180 graus e 
posterior fusão, formando o septo aórtico-pulmonar, durante a quinta semana. 
 
Questão 8. De que maneira os arcos faríngeos são importantes para o desenvolvimento do sistema 
imunológico humano? (5 a 10 linhas) (0,5) 
 
Os arcos faríngeo se entendem para bolsas faríngeas correspondentes e são importantes para o 
desenvolvimento dos nódulos linfáticos da tonsila palatina, porque o endoderma da segunda bolsa faríngea 
se prolifera e cresce penetrando o mesênquima adjacente, formando criptas tonsilares que se diferenciam 
em tecido linfoide, organizando-se em nódulos linfáticos dessa tonsila. Ademais, o desenvolvimento do timo 
é auxiliado pelo terceiro par de bolsas faríngeas devido o crescimento de tubos neurais, a partir das células 
epiteliais derivadas desse par de bolsas e do mesênquima, tornando-se cordões maciços que geram ramos 
laterais que formam os lóbulos do timo. Ademais, uma fina camada de mesênquima circunda o primórdio 
tímico e a organização de células epiteliais em torno de um ponto central ocasiona a formação dos 
Corpúsculos de Hassall. 
 
Questão 9. Identifique o órgão presente na imagem abaixo (Coloração H&E), explicando suas 
características histológicas diferenciais. A estrutura tecidual e as células citadas precisam ser devidamente 
denominadas. (máximo 10 linhas) (0,5) 
 
O órgão apresentado é o coração. O coração apresenta em sua composição o músculo estriado cardíaco 
que diferenciando-se dos outros músculos estriados devido a presença dos discos intercalares, a localização 
no centro da célula dos núcleos das células musculares cardíacas e a ramificação de suas fibras. As fibras 
 
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musculares cardíacas diferem em um aspecto fundamental das fibras do músculo esquelético: enquanto a 
fibra muscular cardíaca consiste em um alinhamento terminoterminal de células musculares cardíacas, já a 
fibra muscular esquelética é uma única unidade protoplasmática multinucleada. Analisando uma fibras 
cardíaca ao longo de seus eixos maiores, encontram-se locais de ramificação. As fibras de Prukinje são 
células especializadas na condução dentro dos ventrículos e diferenciam-se das células musculares 
cardíacas, pois são maiores e têm as suas miofibrilas localizadas principalmente na periferia da célula, além 
se ser maior que as células musculares cardíacas, 
 
 
 
 
 
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Questão 10. Identifique as estruturas presentes nas imagens abaixo (A e B: Coloração H&E; C: Aldeído-
Fucsina), explicando suas características histológicas diferenciais. A estrutura tecidual e as células citadas 
precisam ser devidamente denominadas. (máximo 15 linhas) (1,0) 
A imagem A demonstra uma artéria muscular que possui: a túnica íntima, camada interna composta de 
endotélio; a túnica média, que apresenta com uma grande quantidade de músculo liso e pouco conteúdo 
elástico; e a túnica adventícia, que nas artérias musculares, é relativamente espessa e composta por 
fibroblastos e fibras de colágeno. Na foto histológica fica evidente a lâmina elástica pois apresenta 
ondulações. As células musculares lisas presentes nesse vaso são responsáveis pela produção de colágeno 
extracelular, elastina e substância fundamental. 
Conjuntamente a isso, a imagem B apresenta uma veia de grande calibre, na qual: a túnica íntima é a mais 
interna e possui algumas fibrilas de colágeno; a túnica média é composta por células musculares lisas; e a 
túnica adventícia possui fibras de colágeno e elásticas, além de algumas células musculares lisas dispostas 
longitudinalmente e é a camada mais espessa. 
Por fim, a imagem C apresenta uma artéria elástica, na qual: a túnica íntima é a mais fina dentre as camadas; 
a túnica média é composta por células musculares lisas, lâminas de tecido elásticas, que se evidencia na 
imagem na cor roxa escura, e é a mais espessa; e a túnica adventícia é a camada externa composta por 
tecido conjuntivo denso e irregular. 
 
 
 
 
 
 
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Questão 11. Identifique o órgão presente na imagem abaixo (Coloração H&E), explicando suas 
características histológicas diferenciaise funcionais. A estrutura tecidual e as células citadas precisam ser 
devidamente denominadas. (máximo 10 linhas) (0,5) 
 
O órgão apresentado é o baço que filtra o sangue e reage imunologicamente aos antígenos transportados 
pelo sangue. A polpa esplênica consiste em polpa vermelha e branca. A polpa branca é rica em linfócitos, 
os quais demonstram-se como áreas esbranquiçadas, que formam uma bainha linfática periarterial (PALS) 
ao redor dos ramos da artéria esplênica que penetram na polpa branca. Porém, por conta dos núcleos 
densos dos linfócitos, o corte histológico apresenta-se azulado. O tecido linfático que constitui a polpa branca 
difere dos nódulos observados em outros locais do corpo, visto que acompanha e embainha um vaso 
sanguíneo, a artéria central. A polpa vermelha contém grande número de eritrócitos, ocasionando a 
coloração vermelha da polpa, que são filtrados e degradados pelo órgão. Ela é constituída de seios venosos 
e cordões esplênicos (de Billroth), área situada entre os seios. Os cordões esplênicos contêm plasmócitos, 
macrófagos, e hemácias, todos sustentados por um estroma de células reticulares e fibras reticulares. 
 
 
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Questão 12. Identifique o órgão presente na imagem abaixo (Coloração H&E), explicando suas 
características histológicas diferenciais e funcionais. A estrutura tecidual e as células citadas precisam ser 
devidamente denominadas. (máximo 10 linhas) (0,5) 
 
O órgão apresentado na imagem é o timo. O timo é um órgão linfoide primário e histologicamente possui 
uma cápsula, formada por tecido conjuntivo e possui macrofagos, linfocitos, granulocitos e plasmocitos, que 
emite trabéculas que se estendem até o parênquima tímico e delimitam lóbulos tímicos. Possui um córtex 
que possui linfócitos T em desenvolvimento (basofílico e evidente a no coloção da lâmina) e se localiza em 
uma porção mais externa. As células T em maturação são sustentadas por uma arcabouço promovido pelas 
células retículo epiteliais. Já a medula do timo possui presença de corpúsculos de Hassal, estruturas 
acidófilas, formados por células reticulares epiteliais em arranjos concêntricos. Ela também possui uma 
menor densidade de linfócitos. 
 
 
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Questão 13. Sobre esse órgão (Coloração H&E), leia as sentenças abaixo, informe se são verdadeiros ou 
falsas e justifique a sua resposta: 
A. Na condição denominada agamaglobulenemia a região nodular periférica está ausente. (máximo 5 
linhas) (0,3) 
 
A informação apresentada é verdadeira pois como a camada cortical superficial do linfonodo possui 
partes constituídas de nódulos linfáticos (formados por linfócitos B), a região nodular vai ser ausente 
pois na agamaglobulenemia ocasiona a ausência de linfócitos B devido a não diferenciação das 
células B em plasmócitos e a consequente pouca ou ausência de produção de imunoglobulina. 
 
B. Na imunodeficiência combinada o parênquima é ausente nas regiões periférica e intermediária. 
(máximo 5 linhas) (0,3) 
 
A informação apresentada é falsa pois há um prejuízo na quantidade de linfócitos T e os linfócitos B 
tornam-se incapazes de produzir anticorpos, na imunodeficiência combinada. Assim como a região 
do parênquima periférica é composta principalmente por linfócitos B, ela não se apresenta ausente. 
Há a possibilidade da ausência da região intermediária pois ela possui uma maior concentração de 
linfócitos T 
 
C. Os capilares sinusóides penetram pela cápsula e se ramificam dentro do órgão (máximo 5 linhas) 
(0,4) 
A informação apresentada é falsa pois o linfonodo é percorrido por vasos linfáticos aferentes, não 
por sinusóides. Esses vasos linfáticos despejam a linfa no parênquima e segue para seios corticais 
e medulares até sair por vasos linfáticos eferentes. 
 
 
 
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BOA PROVA!!!

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