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Grupos Operativos O que é? Para Pichon, o grupo operativo é um instrumento de trabalho do psicólogo, um método de investigação e cumpre, além disso, uma função terapêutica. Todo grupo que tiver uma tarefa a realizar e que puder, através desse trabalho operativo, esclarecer suas dificuldades individuais, romper com os estereótipos e possibilitar a identificação dos obstáculos que impedem o desenvolvimento do indivíduo e que, além disso, o auxilie a encontrar suas próprias condições de resolver ou se enfrentar com seus problemas é terapêutico. É terapêutico porque ao elaborar tarefas, os membros podem também identificar questões em si, em sua própria vida. Criado por Pichon-Reviére (suiço/argentino, psiquiatra e psicanalista) em meados de 1940; Ele começou a observar que cada sujeito em sua individualidade ocupava um papel dentro do grupo que pertencia , organização realizada para o cumprimento com excelência das atividades que realizavam . Outrossim, ele compreendeu que o papel que o s indivíduos ocupam dentro do grupo está muito ligado a organização familiar de cada um deles, o que foi possível observar na história de vida de seus pacientes; Modelo constituído a partir de dois referenciais – psicanálise e dinâmica de grupos; Maior contribuição latino-americana no trabalho com grupos. Histórico @psicomleilacastro Como surgiu? 1945 a partir do trabalho com hospital psiquiátrico de Rosário; Necessidade de improviso com pacientes na função de enfermeiros; Problema fundamental: formação de enfermeiros; Habilitou pacientes para “operarem” funções de enfermeiros. Características Relação que seus integrantes mantêm com a tarefa; Grupo terapêutico – obtenção de “cura”; Grupo de aprendizagem – aquisição de conhecimentos; Porém distinção não tem importância para Pichon R.; Todo grupo terapêutico proporciona aprendizagem de novas pautas; Todo grupo de aprendizagem proporciona a criação de um clima para resolução de conflitos (todo grupo é terapêutico); Objetivo da tarefa grupal – resolução de situações estereotipadas e a obtenção de mudanças, sendo que o nível da mudança dependerá dos indivíduos que no grupo estão inseridos; Para Pichon R. tudo que “está vivo” está em constante movimento e se alterando continuamente (grupo). Grupos Primários e Secundários Os grupos primários e os grupos secundários. Os primários se dão no interior das famílias, sendo o primeiro grupo em que fazemos parte, o qual será extremamente importante para a nossa constituição subjetiva. É essencial entender que chegamos a esse mundo por meio das expectativas e dos desejos dos nossos pais, isto é, nós somo s uma idealização/projeção deles. Entretanto, entre a idealização e a concretização do que foi idealizado existe uma distância muito grande, e esse fato afeta a dinâmica familiar, visto que por conta desse ide al criado, nós recebemos uma função dentro da família, a qual já existe antes de nascermos. O grupo primário tem uma influência nos demais grupos (os secundários/ sociais) que iremos participar. Os pais depositam um conteúdo nos filhos (os pais são os depositantes, e os filhos, os depositários). Assim, nós, filhos, vamos introjetando o mundo. Pinchon diz que quando os papeis não são elaborados na relação familiar, as pessoas crescem e ocupam os papéis familiares nos grupos secundários/sociais. @psicomleilacastro Os grupos operativos permitem observar: Como agem as pessoas no grupo e como vão descobrindo novas maneiras de agir. Como sentem e o quanto isso facilita ou não o relacionamento com as pessoas no grupo em relação às tarefas. Como as tarefas vão sendo ou não realizadas, bem como cada um se compromete ou não no desenvolvimento das tarefas. Como pensam os integrantes e com o o grupo se relaciona com as diversas formas de pensar, lidando com novas perspectivas e permitindo que repensem suas formas de ser. 1. 2. 3. VERTICALIDADE & HORIZONTALIDADE O grupo operativo integra duas dimensões – resolução das dificuldades do campo grupal. E também daquilo que surge da individualidade de cada membro; O trabalho no grupo se dá em duas direções: interpreta-se o porta-voz em sua história pessoal e por meio do que fala (enuncia) as fantasias do grupo; Verticalidade – são as características individuais de cada membro e sua história pessoal; Horizontalidade – denominador comum do grupo consciente ou inconsciente; Verticalidade e horizontalidade se conjugam no PAPEL assumido por cada um daquilo que foi adjudicado pelo grupo. Papéis Como em todo grupo, observamos o desempenho de papéis, que são entendidos como rótulos, atribuições, cargos ou funções a depender do contexto. São criadas para satisfazer as necessidades, expectativas, individuais e do grupo. O indivíduo assume um papel de acordo com sua história de vida, suas necessidades, mas este papel só pode ser exercido se corresponder a uma necessidade grupal ou institucional. Papéis instituídos no grupo operativo: Coordenador: cuja função é facilitar a articulação dos integrantes do grupo com a tarefa; colaborar com o processo grupal desocultando os fatos implícitos que possam vir entravar o seu desenvolvimento, tornando a comunicação fluida e criativa. Observador: Cuja função é observar e registrar o processo grupal, responsabilizando-se pelo registro da história do grupo, para posteriormente, junto com o coordenador analisar o ocorrido em determinada reunião, com a finalidade de aperfeiçoar os mecanismos de ajuda ao grupo. @psicomleilacastro Integrantes: cuja função é desenvolver a tarefa, se auto-desenvolver integrando o pensar, o sentir e o agir na direção dos objetivos comuns. Outros papéis vivenciados: Porta-voz: é o que explicita aquilo que está implícito no grupo e, com isso, permite a tomada de consciência, a compreensão pelo grupo dos obstáculos à tarefa. - Membro do grupo que diz ou enuncia algo que até então permaneceu implícito; - Expressa algo de significação grupal; - Denuncia a enfermidade grupal ou os elementos bloqueadores da tarefa grupal. Bode expiatório: este papel surge quando o grupo não aceita o que foi explicitado pelo porta-voz, e este se torna o alvo de crítica e rejeição. Líder de mudança: surge quando o grupo aceita o que foi explicitado pelo porta-voz, pois expressou algo que todos estavam sentindo e contribuiu assim para a caminhada, para a ocorrência de um salto de qualidade no processo do grupo. Outros papeis: disciplinador, palhaço, o que ouve tudo e nada fala, o que interrompe todos, o inteligente, o sabotador, etc. @psicomleilacastro Momentos de um grupo operativo PRÉ-TAREFA: Trabalho referente ao período inicial de um grupo – predominam os medos básicos e há muita resistência à mudança; Mecanismos de defesa de postergação da entrada na Tarefa e a resolução dos medos básicos; Uma etapa em que todos os dispositivos que os participantes colocam na atividade grupal têm a função de por a salvo o existente dos sujeitos implicados no grupo. TAREFA: RUPTURAS DE ESTEREOTIPIAS REPARAÇÃO DAS REDES DE COMUNICAÇÃO LEITURA CRÍTICA DA REALIDADE ADAPTAÇÃO ATIVA A REALIDADE PROJETO: - Resolução das ansiedades e projeto para o futuro; - É o momento de elaboração das 4 etapas da função operativa: logística, estratégia, tática, técnica; LOGÍSTICA- Delineamento e Contextualização do problema > Todos os recursos utilizados no planejamento ESTRATÉGIA- como se consegue o resultado esperado (objetivo final) – trajeto necessário TÁTICA- forma de abordar o plano estratégico para se conseguir êxito TÉCNICA- procedimentos, regras de aplicabilidade prática que vai servir como referencial de atuação 1. 2. 3. 4. - Tarefa operativa leva a construção do PROJETO; - Planejamento para o futuro; - O grupo é capaz de se propor objetivos que vão além das tarefasiniciais; - Momento em que detecta-se um amadurecimento do grupo; @psicomleilacastro - Momento que também se percebe e se assume que o grupo deve chegar ao fim, pois houve a conclusão da tarefa. Resistência a mudança Cura > mudança é uma aprendizagem; RESISTÊNCIA <> MEDOS BÁSICOS; MEDO DA PERDA do OBJETO – medo que um processo de mudança provoque perdas daquilo que já foi sedimentado no ser da pessoa > ansiedade depressiva; MEDO DO ATAQUE ao EU– temor daquilo que está por vir (desconhecido) > ansiedade paranoica; Tarefa operativa – resolver (diminuir os medos básicos para haver mudança necessária a aprendizagem ou a cura). Medo da perda + Medo do ataque
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