Buscar

Prát Sim V_Peça 5_Apelação_Fato do animal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA ....
Processo nº ....	
ANTONIO (nome completo), menor impúbere, representado por Isabel (nome completo), nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da Carteira de Identidade nº ..., inscrita no CPF/MF sob o nº ..., residente e domiciliada no endereço ...... , por seu advogado, com endereço profissional na ......, nos autos da AÇÃO INDENIZATÓRIA que tramita pelo rito ...., que move em face de WALTER (nome completo), nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Carteira de Identidade nº ..., inscrito no CPF/MF sob o nº ..., residente e domiciliado no endereço ......, inconformado com a respeitável sentença de folhas ....., vem a este juízo, tempestivamente, interpor recurso de
APELAÇÃO
ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado ..., apresentando as razões em anexo, assim como o comprovante de recolhimento das custas relativas ao preparo do recurso. 
 Diante do exposto, requer a este juízo, se digne em receber o presente recurso nos efeitos suspensivo e devolutivo, nos termos do art. 520, 1ª parte do Código de Processo Civil, remetendo os autos à Superior Instância.
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, ... de ........ de 2012.
____________________________
Nome do advogado – OAB/RJ nº ....
DAS RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante: ANTONIO (nome completo) , representado por Isabel
Apelado: WALTER (nome completo)
Ação: INDENIZATÓRIA
Processo nº:...
 
EGRÉGIA CÂMARA,
 
 
A r. sentença de fls. ... que concluiu pela improcedência da pretensão autoral, embora proferida por ilustre magistrado, foi equivocada, merecendo, data maxima venia, de reforma, em razão da má apreciação das questões de fato e de direito, como irá demonstrar o apelante.
DA TEMPESTIVIDADE
A sentença foi publicada no D.O. em .....
Tendo em vista que o termo inicial da contagem do prazo recursal de 15 (quinze) dias foi o dia ..... e que o referido lapso temporal transcorreu continuamente, verifica-se que a apelação ora intentada é tempestiva, em conformidade com o que preceituam os artigos 184, 242 e 508, todos do CPC, quanto à contagem e prazo.
DOS FATOS
Trata-se de Ação indenizatória na qual se requer a reparação por danos patrimoniais e morais em razão dos danos impingidos ao Autor-Apelante pelo animal de propriedade do Apelado.
A parte ré apresentou contestação às fls ... e a parte autora, réplica às fls ....
Designada audiência preliminar, a tentativa de conciliação não restou exitosa (fls....).
Encerrada a instrução, os autos foram conclusos ao nobre magistrado a quo, sobrevindo decisão de improcedência dos pedidos deduzidos na inicial. 
Em sua r. Sentença, houve por bem o i.julgador julgar improcedentes os pedidos autorais ao fundamento de inexistência de culpa do Apelado e de configuração da prescrição trienal da ação de reparação.
Data maxima venia, o Apelante não pode se conformar com dita decisão.
DOS FUNDAMENTOS
DA INOCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO
O Apelante é menor absolutamente incapaz e contava com apenas 7 (sete) anos quando da ocorrência do evento danoso que o fustigou.
A teor do disposto no artigo 198 do Código Civil, não há a fluência do prazo prescricional para as pessoas absolutamente incapazes. 
A despeito disso, a r. sentença de fls ... aplicou ao caso sub examine a prescrição trienal, motivo pelo qual julgou extinto o feito com fundamento no artigo 269, inciso IV do Código de Processo Civil.
Ora, resta indene que o dispositivo legal a ser observado é o 198, inciso I, do Código Civil porquanto constitui norma especial à do art. 206 §3º do mesmo diploma. A mens legis do legislador foi, indubitavelmente, proteger os incapazes dos efeitos deletérios da prescrição.
Desta feita, em que pese a lesão à incolumidade física e psíquica do Apelante ter ocorrido em 2005 e a competente ação indenizatória ter sido proposta somente em 2009, em razão da aplicação do art. 198, inciso I, do Código Civil à hipótese ventilada nos autos, fica obstado o início do prazo prescricional, de forma que, concessa maxima venia, equivocou-se a r. decisão do magistrado a quo no tocante à configuração da prescrição.
DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA PELO FATO DO ANIMAL 
Outro equívoco incidente no nobre decisum trata da responsabilidade civil pelo fato do animal. 
Ao contrário do entendimento do ilustre julgador a quo no sentido de que faz-se mister a configuração de culpa do proprietário do animal para fins de imputação do dever de indenizar pela ocorrência do evento danoso, da leitura do artigo 936 do Código Civil depreende-se que a responsabilidade civil em questão é objetiva.
Neste sentido pedimos vênia para invocar os ensinamentos do festejado ilustre Des. Sérgio Cavalieri Filho:
“(...) Mas o Código de 2002 mudou de posição. O art. 936 não mais admite ao dono ou detentor do animal afastar sua responsabilidade provando que o guardava e vigiava com cuidado preciso, ou seja, provando que não teve culpa. Agora, a responsabilidade só poderá ser afastada se o dono ou detentor do animal provar fato exclusivo da vítima ou força maior. Temos, destarte, uma responsabilidade objetiva tão forte que ultrapassa os limites da teoria do risco criado ou do risco-proveito. Tanto é assim que nem todas as causas de exclusão do nexo causal, como o caso fortuito e o fato de terceiro, afastarão a responsabilidade do dono ou detentor do animal. A vítima só terá que provar o dano, e que este foi causado por determinado animal. A defesa do réu estará restrita às causas especificadas na lei, e o ônus da prova será seu. (...)”
(CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 7 ed. 2. reimpr. São Paulo: Atlas, 2007). 	 			 (destaque nosso)
Diga-se que a interpretação acima esposada também é o entendimento aplicado pela jurisprudência, como demonstrado nos acórdãos transcritos a seguir:
RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. AUTORA VITIMADA POR MORDIDA DE CACHORRO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES AUTORAIS. AUSÊNCIA DE PROVA NOS AUTOS DE CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. DANOS MATERIAIS E MORAIS CARACTERIZADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO ADEQUADAMENTE FIXADO. DESPROVIMENTO DO RECURSO. 1. Trata-se de caso de responsabilidade civil, tipificado no artigo 936, do Código Civil, que prevê a obrigação dos donos ou detentores de animal de indenizar pelos danos por este causados. A RESPONSABILIDADE NESTA HIPÓTESE É OBJETIVA, PRESCINDINDO DA COMPROVAÇÃO DO ELEMENTO SUBJETIVO, A SABER, DOLO OU CULPA, BASTANDO QUE RESTEM PROVADOS O FATO, O DANO E O NEXO DE CAUSALIDADE. 2. Da dinâmica dos fatos narrados, e provas carreadas aos autos, vislumbra-se a verossimilhança das alegações autorais, não tendo restado comprovada a alegada culpa exclusiva da vítima, como querem os apelantes, e tampouco concorrente. 3. Logo, deve a parte ré responder pelos prejuízos suportados pela parte autora, neles se incluindo os danos materiais comprovados nos autos, bem como os danos morais, inequivocamente presentes. 4. O quantum indenizatório arbitrado na sentença, a título de danos morais, não carece de redução, afigurando-se adequado às circunstâncias do caso em tela, e em consonância com os princípios norteadores das reparações sob essa rubrica, a saber, razoabilidade, proporcionalidade, e vedação ao enriquecimento sem causa. (destaque nosso)
(Apelação Cível nº 0034251-32.2006.8.19.0001, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Relator: Des. Carlos Santos de Oliveira, Julgamento: 22/06/2010) 
Agravo Inominado na Apelação Cível. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. EXCLUDENTES NÃO COMPROVADAS. 1. Nos termos do artigo 936 do Código Civil, o dono ou o detentor do animal ressarcirá o dano por esse causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. Doutrina. 2. In casu, foram comprovados que os danos sofridos pela vítima decorreram da mordida do cachorro de propriedade da ré, restando, assim, configurada a responsabilidade civil. 3. O fato da demandada estar custodiada no dia do sinistro não exclui sua responsabilidade, uma vez que a mordida de umcachorro é perfeitamente evitável, pois o evento poderia ser evitado, bastando que os empregados da casa ou até mesmo sua filha, responsável pela residência no momento do ataque, tomasse todos os cuidados e medidas necessárias para evitar qualquer dano a terceiros, como por exemplo, prender o cão no interior da residência de forma eficiente, impedindo-o de fugir para rua. 4. De outro lado, não se há de falar em força maior, a uma, porque inexiste qualquer fato da natureza, e a duas, porque não houve o preenchimento do elemento imprescindível para a configuração dessa excludente, qual seja, um acontecimento inevitável. 5. Manutenção dos danos morais. 6. Danos materiais configurados diante da incidência da teoria da causalidade adequada. Precedente. 7. Recurso não provido. 
(Apelação Cível nº 0009434-30.2004.8.19.0014, Décima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Relator: Des. José Carlos Paes, Julgamento: 23/02/2011) 
Forçoso reconhecer, portanto, que, verificados o dano e a narrativa fática, para se poder afastar a responsabilidade do Apelado pelo fato de seu animal, necessária seria a comprovação da existência de alguma das excludentes, dentre as quais se enquadra a culpa exclusiva da vítima, do que o Réu não se desincumbiu.
Nessa linha, não havendo controvérsia que o evento danoso ocorreu em razão de haver um cavalo de propriedade do Apelado em um terreno à margem da estrada, e não demonstrado que o Apelante contribuiu para a ocorrência do acidente, configurado o dever de indenizar.
DO PEDIDO 
Em razão de todo o exposto, requer a este Egrégio Tribunal:
1) Seja conhecido e provido o presente recurso no sentido de julgar procedente o pedido nos exatos termos formulados na petição inicial;
2) A intimação do apelado para, querendo, oferecer suas contrarrazões;
3) A intimação do Ministério Público;
4) condenação do apelado ao ônus da sucumbência.
 
 
Nestes termos,
Pede deferimento,
Rio de Janeiro, ... de ........ de 2012.
____________________________
Nome do advogado – OAB/RJ nº ....

Outros materiais