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MARCELO SANTOS DISCENTE DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA - UNILEÃO Síndrome Braquicefálica • Também conhecida como síndrome obstrutiva das vias aéreas dos braquicefalicos ou Síndrome das vias áreas superiores dos braquicefalicos • A síndrome é constituída por estenose de narinas, alongamento de palato mole, eversão de sáculos laríngeos e colapso laríngeo Sinais clínicos • o animal é assintomático em alguns casos • Sincope, dificuldade de inspiração, taquipneia, cianose, hipertermia Diagnostico • Avaliação física - raças predispostas • Histórico clinico Cirurgias • Posicionamento: decúbito ventral • Ressecção da asa da narina em formato de triângulo ou meia lua. Utilização de fio Nylon inabsorvível. Posicionamento decúbito ventral • Em caso de estenose de narina não é necessário realizar abertura da boca do animal • Estafilectomia: retirada do excesso de palato mole. O tamanho necessário para remoção é determinado através da sua avaliação do animal. necessário bastante cuidado para não ter aspiração do sangue para traqueia (broncopneumonia). Sutura do tipo simples contínuo. Necessário administração de antibiótico devido a cavidade oral ter risco de contaminação Colapso de traqueia • Se caracteriza por um achatamento dorsoventral da traqueia • É uma doença congênita • Comumente as raças de pequenos portes são as mais acometidas com essa enfermidade Sinais clínicos • Dificuldade inspiratória • Cianose • Tosse engasgo • Sincope Diagnostico • Normalmente radiografia da região torácica projeção tangencial – determina o grau do colapso MARCELO SANTOS DISCENTE DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA - UNILEÃO • Classificação: I – achatamento de 25% II – achatamento de 50%, III – achatamento de 75%, IV – achatamento de quase 100%, o animal chega em choque nesse grau • Traqueoscopia é mais indicada para diagnosticar o grau Tratamento Clínico Favorecer o controle da obesidade dos pacientes, pois os animais obesos tendem a respirar com maior dificuldade; evitar o uso de coleira do tipo cervical, pois pressiona a traqueia; Medicações utilizadas: antitussígena (utiliza quando o animal estar em crise), ansiolíticas (utilização permanente), corticoide (em crise, pois o animal força a respiração e causa edema peritraqueal, logo o corticoide vai ajudar a reduzir edema); fortalecedor de cartilagem (condroitina, glicosamina e colágeno tipo II que tem o objetivo de evitar que piora a situação da cartilagem – evita que a malacia continue se desenvolvendo) Cirúrgico Consiste na utilização de próteses. Deve-se evitar o máximo a cirurgia pois tem um grau de complicação altíssimo • Complicações: migração do stent, a fratura do stent, formação de granuloma, pneumonia e tosse crônica, necrose de traqueia Utilizar apenas em pacientes que não respondem ao tratamento clinico Tipos de próteses • Prótese de prolipropileno (anéis de polipropileno). Com o uso os animais possuem um tempo médio de vida acima de 4 anos, se não houver complicações • Prótese com nitinol: é um anel extraluminal • Stent intraluminal: colocado através de traqueoscopia; possui mais taxa de complicação, devido o risco de se romper As próteses fazem com que a traqueia não se achate Neoplasias pulmonares • As de ordem primária tem prevalência menor que 1%, já as secundárias acontecem em caso de metástase e tem maior prevalência • Os lobos caudais são os mais acometidos Sinais clínicos • Dificuldade respiratória, dispneia, cianose, tosse, intolerância ao exercício, letargia e alguns são assintomáticos (neoplasias que não afetam muito os lobos) Diagnostico • Radiografia • Tomografia é o padrão ouro pois detecta micrometastase e quantifica os nódulos presentes Tratamento • Cirúrgico, mas se a neoplasia estiver espalhada por vários lobos pulmonares não realiza a cirurgia MARCELO SANTOS DISCENTE DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA - UNILEÃO Técnica cirúrgica Caso não saiba a localização do nódulo, realiza a externotomia mediana (abertura através do externo), casosaiba em qual lóbulo vai mexer, realiza-setoracotomia Lobectomia parcial • Indicada quando a massa é única e se localiza na extremidade do lobo • Faz a utilização da pinça de satinsky atraumática. Isola o nódulo com as pinças, realiza a sutura com padrão Wolf contínuo que é a mais utilizada, transecção da região acometida e depois faz simples contínuo na borda pulmonar para garantir a aerostasia, ou seja, que não tenha a passagem de ar se não desenvolve pneumotórax iatrogênico. Durante a remoção, os lobos adjacentes devem ser separados através uma compressa cirúrgica úmida • Os fios mais utilizados são inabsorvíveis de seda. Mas pode utilizar do tipo absorvível • Tubo de toracostomia: utilizado para drenar ar ou liquido que se forme após a cirurgia • Toracorrafia – ir colocando os fios ao redor das costelas e depois que coloca até o último é que vai fechar e serrar o nós – primeiro o do meio e depois os laterais. Padrão de sutura simples separado, em X ou contínua sutura de cadarço • Esternorrafia: utiliza fio de aço em padrão • X ou simples separado. Sempre deixar dreno torácico Lobectomia total • No ilo de cada lobo tem um brônquio, uma artéria e uma veia, logo é necessário fazer a ligadura de cada uma separadamente Teste para avaliar se tem passagem de ar Coloca soro fisiológico morno em toda a cavidade torácica. Se tiver o surgimento de bolha é porque tem a passagem de ar, logo necessário repetir a sutura Pneumotórax Se caracteriza pelo acúmulo de ar ou gás no espaço pleural, podendo ser aberto: quando tem comunicação com o espaço externo (acontece em casos de mordedura, projetil por arma de fogo). Podendo também ser fechado. O aberto é menos grave pois no fechado, não tem por onde o ar acumulado no espaço pleural sair, logo pulmão não consegue se expandir e o animal não consegue respirar e entra em quadro de choque Causas • traumático – associado a acidentes automobilísticos, mordeduras, brigas. • Iatrogênico – erro no manejo cirúrgico (lobectomia pulmonar – não verifica que ficou vazando ar do lobo que foi retirado, resultando em acúmulo de ar). • Espontâneo – sem causa aparente. • Infeccioso – acontece por bactérias produtoras de ar MARCELO SANTOS DISCENTE DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA - UNILEÃO Sinais clínicos Taquipneia ou dispneia que inicialmente causa uma alcalose respiratória e ao decorrer do tempo o animal hiperventila causando diminuição da tensão arterial de oxigênio e eliminação de co2, resultando em acidose, pode ter choque cardiovascular, mucosas pálidas ou cianóticas, tpc aumentado, posição ortopneica, sangue espumoso nas narinas • Ausculta = sons cardíacos abafados, percussão= sons timpânicos. se fro aberto enfisema cutâneo Diagnostico • Animal com dispneia não pode ir pra rx torácica, pois quando colocado em decúbito para realizar o rx ele pode ter parada respiratória devido a compressão. Realizar toracocentese bilateral para estabilizar a respiração. Histórico, radiografia torácica 3 projeções • Importante sedar o animal para realização devido ele chegar muito agitado, impossibilitando o manejo (utilizar sedativo que não causa depressãorespiratória – butorfanol, memperidina) Tratamento • Toracocentese ou tubo de toracostomia (o tubo deverá ser mantido até tirar menos de 10 ml de ar a cada 12 horas) + suplementação de oxigênio; drenagem pelo tubo deve ser feita a cada 30 minutos nas primeiras 4 horas, depois a cada 4 ou 6 horas – avaliar a necessidade de sedativo ou intubação • Se o pneumotórax persistir por mais de 48 horas – cirurgia • Toracocentese 7º ou 8º espaço intercostal, acima da linha media do tórax scalpe 19g, ou cateter 18g (verde) • Para realização das técnicas de toracocentese ou toracostomia não é recomendando anestesiar o animal, apenas realizar um bloqueio local com lidocaína Piotorax Infecção e inflamação supurativa da cavidade pleural • Causas: traumático, alguns dias após o trauma • Sinais clínicos: dispneia, cianótico, leucocitose desvio esquerda • Pode ser aberto ou fechado. Fechado – causa não indicada, cirurgia iatrogênica (cirurgia esôfago sem total coaptaçao dos bordos , resultando em extravasamento conteúdo para tórax), infecção ascendente via hematogena, ou por cirurgia contaminada • Alguns animais com piotórax aberto podem ser assintomáticos, a depende da quantidade de efusão acumulada na cavidade Diagnostico • toracocentese, e análise laboratorial do liquido cavitário • É encontrado no líquido a presença de neutrófilos degenerados, bactérias (pasteurela, nocardia, actinomisses), e fibrina Tratamento • Encontrar causa primaria, • Antibioticoterapia de amplo espectro até realização da cultura do liquido MARCELO SANTOS DISCENTE DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA - UNILEÃO • Tubo de toracostomia – para realizar a drenagem do líquido. Realizar lavagens da cavidade torácica 2-3x ao dia (20ml kg solução salina aquecida). Cirurgia para correção de causa primaria ou desbridamento Quilotórax Acumulo de quilo (liquido gorduroso com grande quantidade de triglicerídeos maior q no sangue) ou linfa no espaço pleural • Normalmente não encontra causa • Traumático é raro • A quantidade de triglicerídeos do quilo é maior que a quantidade presente na corrente sanguínea • Normalmente por anormalidades cardíacas, também pode ser por ruptura do ducto torácico. • Principais causas: Tumores na base cardíaca pressiona o ducto torácico; corpos estranhos; anormalidades congênitas cardíacas; hérnia diafragmática peritônio pericárdica Sinais Clínicos • dispneia, cianose, sons cardíacos abafado unilateral normal • Gatos acumula mais do lado esquerdo e cão do lado direito Diagnostico • Toracocentese com analise da altura que o ducto torácico se rompeu. Faz linfagiografia injeta azul de metileno ou contraste iodado no linfonodo mesentérico ou poplíteo - detecta a ruptura do ducto torácico. • Analise laboratorial do liquido – concentração de triglicerídeos maior que sangue • Manejo clinico: utilização de toracocenteses intermitentes ou com tubo de toracostomia, dieta pouco gordurosa para auxiliar na drenagem do liquido e facilita a cicatrização do ducto torácico; utilização da rutina 50- 100mg kg vo tid • Após 2-3 meses sem resposta a manejo clinico ou quilotorax idiopático, é indicado a realização da cirurgia • Tratamento Cirúrgico: consiste na ligadura do ducto torácico + pericardiectomia devido a inflamação e fibrose, que por sua vez espessa pericárdio e compromete a função do coração. toracotomia lateral direita em cães e esquerda em gatos. No 8ºou 10º espaço intercostal normalmente é o local eu tem ruptura do ducto torácico • Toracoscopia é um método de realizar a ligadura do ducto torácico, também podendo ser realizado de forma aberta Hemotórax • Efusão de sangue no espaço pleural • Para determinar se é hemotórax é necessário realizar a analise do sangue, tendo que está de 10-25% de hematócrito • Causas: principalmente traumática, mas também podendo ser devido neoplasias ou de forma idiopática • No hemotórax o sangue não coagula, ou demora a formar um coágulo firme Sinais Clínicos • Dispneia, intolerância ao exercício, mucosas hipocoradas ou cianóticas. • Possibilidade de choque hipovolêmico MARCELO SANTOS DISCENTE DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA - UNILEÃO Diagnóstico • Punção e análise laboratorial do sangue • Pode determinar se é sangue do hemotórax através da não coagulação ou presença de coágulos não firmes Tratamento • Manejo clinico: toracocentese e realizar a autotransfusão com o sangue presente na cavidade pleural para evitar que o animal venha a óbito por choque hipovolêmico. Aferir a pressão arterial do animal, caso esteja abaixo de 60, ele está com hipotensão grave, logo necessário corrigir • A hipotensão é devido mecanismo compensatório do próprio organismo, na tentativa de diminuir o sangramento, logo, é de suma importância não aumenta-la de forma rápida, pois corre o risco do animal ter um sangramento maior devido a expansão de volume grande
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