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Elementos e Excludentes da Culpabilidade

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CULPABILIDADE
É aquilo que pode ser censurado, configura censurabilidade. Ou seja, é o juízo de
reprovação sobre aquele que pode e deve agir de acordo com o Direito - mau uso de
sua liberdade.
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE EXCLUDENTES DA CULPABILIDADE
Imputabilidade Inimputabilidade
Potencial consciência de ilicitude Erro de proibição (inevitável)
Exigibilidade de conduta diversa Inexigibilidade de conduta diversa
1. INIMPUTABILIDADE
São 3 as causas da inimputabilidade do réu: menor de 18 anos, embriaguez
acidental completa e transtorno mental.
a) Transtorno mental - art 26, CP
No caso do transtorno mental, previsto no artigo 26 do CP, se aplica àquele que
em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado
(causa biológica) não tem condições de compreender o caráter ilícito do
fato ou comportar-se de acordo com tal entendimento (consequência
psicológica).
Tal artigo adota, portanto, o critério biopsicológico para a inimputabilidade -
deve haver o transtorno e a incapacidade de entender o ilícito.
No caso do inimputável que pratique crime (fato típico e antijurídico) receberá
medida de segurança em sentença de absolvição imprópria. Se for
praticado fato típico sem antijuridicidade, terá absolvição própria (é o caso
do portador de doença mental que mata alguém em legítima defesa - esta exclui a
antijuridicidade do ato).
b) Transtorno do semi-imputável
O semi-imputável, também previsto no artigo 26 do CP, tem a mesma causa
biológica (desenvolvimento mental incompleto ou retardado) mas a
consequência psicológica é parcial, perde apenas parte da capacidade de
autodeterminação. Sua compreensão do caráter ilícito do fato é parcialmente
clara, se comportando de acordo com isso.
No caso de prática de fato típico e antijurídico, será condenado e receberá
pena reduzida OU medida de segurança.
Atualmente adota-se o modelo vicariante - não é permitido cumulação de pena e
medida de segurança pela prática do crime - será uma OU outra.
c) Embriaguez
É uma intoxicação aguda causada pela ingestão de álcool ou substância análoga,
capaz de provocar euforia, alucinações, perda de certas habilidades e até mesmo a
morte - no caso das drogas, tem lei específica, então não se aplica aqui.
Intensidade da embriaguez:
- incompleta: perda de seus limites inibitórios com euforia
- completa: perda da autodeterminação seguida de amnésia (é mais rara
do que se imagina, normalmente o sujeito vai da embriaguez incompleta para
a comatosa direto)
- comatosa: sono profundo com descontrole das funções fisiológicas
Classificação da embriaguez:
- preordenada: o sujeito se embriaga para praticar o crime (criar coragem) -
situação agravante porque demonstra premeditação
- voluntária/culposa: sujeito se embriaga intencionalmente ou por descuido
(não é para praticar o crime, somente para ficar bêbado mesmo) - não afeta a
imputabilidade, o autor responde normalmente
- acidental: vem de caso fortuito (imprevisível) ou força maior (inevitável). É
muito difícil algo assim acontecer. Se for embriaguez completa, o sujeito
se torna inimputável sem medida de segurança. Se for incompleta,
a pena será diminuída.
- patológica: sujeito alcoólatra - considera-se doente mental e aplica as
medidas do artigo 26 CP.
“Se a culpabilidade exige liberdade de escolha e a embriaguez pode afastar essa
liberdade (embriaguez completa), toda embriaguez completa, mesmo voluntária ou
culposa, deveria tornar o sujeito inimputável. No entanto, essa solução é inadmissível
no ponto de vista político criminal, pois as pessoas viveriam bêbadas para praticar
crimes impunemente. A solução é justificar a culpabilidade da liberdade que o autor
tem para se embriagar ou não, uma vez que a embriaguez foi a causa do crime” -
professor de penal (Teoria da Ação Livre da Causa - actio libera in causa)
2. ERRO DE PROIBIÇÃO
Sujeito equivocadamente tem uma compreensão errada do que é permitido e
proibido. Pode ser classificado como evitável e inevitável.
- Erro de proibição inevitável - o autor não sabia e, nas suas circunstâncias
de vida, não teria como saber (não potencial consciência da ilicitude) da
proibição - afasta/excludente da culpabilidade.
- Erro de proibição evitável - o autor não sabia, mas poderia conhecê-la
pelas suas condições de vida - diminuição da pena.
O artigo 21 do CP deixa claro que o desconhecimento da lei é inescusável. Mas
também permite que o erro de proibição absolva ou diminua a pena. No Brasil,
prevalece o entendimento que o erro não incide sobre a existência da lei, mas sim
sobre a proibição que ela veicula. A pessoa podia saber que a lei existe, mas não
entende o que ela diz/proíbe.
3. INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
São duas as condutas previstas de inexigibilidade de conduta diversa, no artigo 22 do
CP: coação moral irresistível e obediência hierárquica.
a) Coação moral irresistível
É aquela coação imposta sobre a vontade do sujeito, como ameaça, determinando
uma conduta impossível de contrariar/ resistir - afasta a culpabilidade, quem
responde é o coator.
b) Obediência hierárquica
Será considerado sujeito sob obediência hierárquica quando houver dois requisitos:
ordem não manifestamente ilegal de superior para inferior (aparentemente ato legal)
e vínculo público/ serviço público (não é suficiente apenas o vínculo empregatício) -
afasta a culpabilidade do inferior que cumpria ordens - responde o
superior pelo crime.

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