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Larissa Murici Sousa @medcomlari Infecçõe� urinária� n� gestaçã� Na gravidez, há várias alterações fisiológicas que podem propiciar bacteriúria assintomática ou até com manifestações clínicas da ITU. CONCEITO ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GRAVIDEZ - Menor motilidade de m. lisa - Maior relaxamento de esfíncter - Maior secreção vaginal - Mais estrogênio na vagina > mais células no epitélio e mais glicogênio > favorece a proliferação epitelial - E. coli > maior aderência no epitélio com muito estrogênio EPIDEMIOLOGIA As ITU são a segunda patologia mais comum na gravidez e a 1a patologia infecciosa mais comum. Ocorre em ⅕ das gestantes e responde por 10% das internações na gravidez. FATORES DE RISCO SINTOMAS Disúria e algúria → facilitam o diagnóstico. GRAVIDEZ ● Útero comprime a bexiga → capacidade vesical reduzida → polaciúria, urgência miccional ● Pressão do útero e pressão sobre a bexiga → desconforto suprapúbico Larissa Murici Sousa @medcomlari Além da progesterona e da relaxina, há essa dextrorrotação → há uma hidronefrose leve na maioria das gestantes. Essa estase urinária facilita ainda mais a ascensão bacteriana. FISIOPATOLOGIA Urina com características mais favoráveis + estase + refluxo + alterações que favorecem a colonização da vagina. Há uma solução de continuidade entre vagina e intestino, permitindo que as bactérias alcancem a vagina. Uma vagina que favorece a proliferação bacteriana e um sistema urinário que também contribui. Vagina mais estrogênica, epitélio mais espesso, mais secreção vaginal → vagina favorece proliferação bacteriana + bactérias do reto chegam mais facilmente na vagina (umidade) + urina com características que facilitam infecção + maior estase e refluxo → ITU. Larissa Murici Sousa @medcomlari Proteus → alcaliniza o pH, favorecendo a formação de cálculos. ETIOLOGIA Lembrar que nem todas as infecções causam sintomas. Por que a E. coli é o principal agente infeccioso: Essas fímbrias (ou pili) favorecem muito a adesão em urotélio, especialmente no epitélio muito proliferado. CLÍNICA 30% das pcts com bacteriúria assintomática não tratada evoluem para pielonefrite. Geralmente, não tratamos bacteriúria assintomática, porém na gestante nós tratamos sim! → Fazemos o rastreamento com os exames de urina do pré-natal. BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA Pielonefrite ocorre, então, mais no final da gravidez. EAS e urocultura no 1° e 3° trimestres (MS). Algumas fontes: 1°, 2° e 3° trimestres. Como fazer o rastreio: Diagnóstico quando: Larissa Murici Sousa @medcomlari CISTITE Temos sintomas devido à invasão das bactérias na mucosa vesical: Disúria e algúria (mais específicos) associadas à urgência e polaciúria. Urgência e polaciúria → sintomas mais pronunciados do que na gravidez normal. Rastrear se os sintomas estiverem pronunciados, mesmo fora da época. Atentar para sintomas mais gerais que sugerem pielonefrite. Diagnóstico de cistite: Se houver sintomas + EAS sugestivo → iniciamos ATB antes da urocultura. Depois da urocultura, continuamos ou ajustamos o ATB. Exames: E. coli converte nitrato em nitrito! → VPP alto. Ou seja, se der positivo, confia. Se der negativo, pode ter infecção ainda, pois tem outras bactérias que não produzem nitrito. PORÉM, podemos ter falso positivo por contaminação de bactérias da vagina. 1 bactéria no gram → já caracteriza infecção, além de dar uma suspeição etiológica (ex. E. coli → bastonetes gram negativos). DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Larissa Murici Sousa @medcomlari Ex. candidíase pode causar disúria (cândida na uretra). PIELONEFRITE Clínica: Na gravidez, o risco de evolução para sepse está aumentado. Essa sensibilidade é o sinal de Giordano. Mesmo se a pct só tem manifestações sistêmicas, pedimos exame de urina para descartar pielonefrite. Diagnóstico Exame de imagem não é de rotina, mas podemos fazer em alguns casos. Diagnósticos diferenciais Nefrolitíase: pode ser diferencial, mas pode ser concomitante. Larissa Murici Sousa @medcomlari COMPLICAÇÕES DA ITU NA GRAVIDEZ ● Bacteremia e sepse Puérperas: também têm maior risco de ITU similar ao das gestantes. Consequências fetais: TRATAMENTO ● Bacteriúria assintomática Via oral, 7 a 10 dias. 1 semana depois de acabar o ATB: urocultura de controle. ● Cistite ○ Mesmo tto da anterior. Larissa Murici Sousa @medcomlari ○ MS: realizar nova urocultura após sete a dez dias do final do tto para controle de cura. ● Pielonefrite Tto sempre é inicialmente venoso e, após 48hs afebril, pode mudar pra via oral. NÃO usamos quinolonas em gestantes e evitamos sulfas. Cistite pode usar clavulin também. SEPSE - TTO Se a febre persistir depois de 48-72hs… Causas mais frequentes de sepse no período gravídico-puerperal: A gestante demora para dar sinais de choque séptico. Quando fica grave, piora de uma vez. Mas responde bem ao tto correto, então o manejo precisa ser muito assertivo → identificação precoce e tto. Sepse: causa mais frequente é pielonefrite! Hemocultura, gasometria, lactato. Garantir via áerea. Ressuscitação volêmica. ATB. PVC = suporte ventilatório? Larissa Murici Sousa @medcomlari PROFILAXIA Esses ATB podem ser dose diária ou pós coito, depende da pct. As pcts que já sabem que a ITU ocorre pós coito, têm indicação de profilaxia pós coito. As demais é profilaxia diária. Mais comum: 100 de N… ou 500 de C… Mantém a profilaxia até 6 semanas pós parto. Nitrofurantoína para tto só usa até 35* semanas, pois pode causar hemólise (icterícia), etc. Mas profilaxia pode usar até o final do puerpério. CONSIDERAÇÕES FINAIS Além da rotina, sempre faz exame se tiver sintomas.
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