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Prof. Luiz Cláudio Cândido ANÁLISE DE FALHAS (Parte I) Prof. Leonardo Barbosa Godefroid candido@em.ufop.br leonardo@demet.em.ufop.br METALURGIA MECÂNICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas – Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Grupo de Estudo Sobre Fratura de Materiais Telefax: 55 - 31 - 3559.1561 – E-mail: demet@em.ufop.br MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas – Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Grupo de Estudo Sobre Fratura de Materiais Telefax: 55 - 31 - 3559.1561 – E-mail: demet@em.ufop.br MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas – Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Grupo de Estudo Sobre Fratura de Materiais Telefax: 55 - 31 - 3559.1561 – E-mail: demet@em.ufop.br MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas – Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Grupo de Estudo Sobre Fratura de Materiais Telefax: 55 - 31 - 3559.1561 – E-mail: demet@em.ufop.br Falha de um componente estrutural - Definição de falha - Razões para a falha - O processo de falha - A fratura - Funções da análise de falha - Procedimento investigativo Objetivo: Esta Parte caracteriza de forma introdutória o problema da falha de um componente estrutural, com apresentação de conceitos básicos sobre o assunto e de metodologias para a condução da sua análise. Falha de um componente estrutural Definição de falha em uma estrutura: quando a estrutura fica completamente inutilizada; quando ela ainda pode ser utilizada, mas não é mais capaz de desempenhar a sua função satisfatoriamente; quando uma séria deterioração a torna insegura para continuar a ser utilizada. Razões para a falha de uma estrutura: negligência durante o projeto, a fabricação, a montagem (construção) ou a operação da estrutura; aplicação de um novo projeto, ou de um novo material, que venha produzir um inesperado (e indesejável) resultado. O processo de falha Por deformação plástica Por impacto (instantâneo) Trincamento por fadiga (função do tempo) Trincamento assistido pelo ambiente (função do tempo) Por desgaste (dano superficial) Desempenho de materiais, como resultado da interação entre composição, processamento, estrutura e propriedades. A Fratura: um fenômeno indesejável Exemplos de casos: 7. Chernobil 8. Challenger 9. Ayrton Senna 10. Eschede 11. Concorde 12. WTC 13. Columbia 1. Titanic 2. Hindenburg 3. Tacoma 4. Liberty 5. Comet 6. JAL A Fratura : Exemplo 1: Fratura frágil do transatlântico TITANIC, 12/04/1912. Metalografia do aço usado no casco do Titanic, mostrando bandeamento de ferrita e perlita, com inclusões de MnS. a) d = 60,40 m Metalografia de um aço ASTM A-36, com d = 26,17 m. b) d = 41,92 m Metalografia do aço usado no casco do navioTitanic, mostrando bandeamento de ferrita e perlita, com inclusões de MnS. Fratogafia de impacto a O0C do aço usado no casco do navio Titanic, mostrando facetas de clivagem, com inclusões de MnS quebradas. Curvas de transição ductil-frágil do aço do casco do Titanic, e de um aço ASTM A-36 % de fratura dúctil do aço do casco do Titanic, e de um aço ASTM A-36 A Fratura : Exemplo 2: a explosão do Hindenburg, 06/05/1937 A Fratura : Exemplo 3: ressonância na Tacoma Narrows Bridge, 07/11/1940 Dados da ponte: comprimento de 1810m; distância entre colunas de 853m; inauguração em 01/07/1940; colapso em 07/11/1940 após ventos de 64km/h. Estado de Washington, USA. A Fratura : Exemplo 3: ressonância na Tacoma Narrows Bridge, 07/11/1940 1940 2005 A Fratura : Exemplo 4: Fratura frágil em duas partes do casco de navios de carga Liberty e T-2 em 1941 no Oceano Atlântico. Localização de trincas em diversas partes da construção de navios Liberty. A Fratura : Exemplo 5: Fratura por fadiga da fuselagem de um avião de passageiros Comet em 1954 no Mar Mediterrâneo. Os aviões Comet. Várias partes do avião Comet são remontadas para análise de falha, após acidente em 1954. Ensaio de pressurização com a fuselagem do avião (à esquerda) e conseqüente fratura produzida (à direita). Note a forma da janela do avião. A Fratura : Exemplo 6: Fratura por fadiga da parede traseira do Boeing 747 SR em 12/08/1985 no Japão. A Fratura : Exemplo 7: O acidente de Chernobil, 26/04/1986. O acidente. A construção do “sarcófago”. A Fratura : Exemplo 7: O acidente de Chernobil, 26/04/1986. Contaminação com césio-137 na região de Chernobyl. A Fratura : Exemplo 7: O acidente de Chernobil, 26/04/1986. Contaminação com césio-137 na Europa. A Fratura : Exemplo 8: O desastre do Challenger, 28/01/1986. A Fratura : Exemplo 9: A morte de Ayrton Senna, 01/05/1994. A Fratura : Exemplo 10: O desastre de trem em Eschede, 03/06/1998. A Fratura : Exemplo 11: Queda do Concorde, 25/07/2000 A Fratura : Exemplo 11: Queda do Concorde, 25/07/2000 A Fratura : Exemplo 12: Ataque ao WTC, 11/09/2001 A Fratura : Exemplo 13: Queda do ônibus espacial Columbia, 01/02/2003 A Fratura : Exemplo 13: Queda do ônibus espacial Columbia, 01/02/2003 Funções da análise de falhas: As razões principais para se conduzir uma análise de falhas consistem na determinação e na descrição dos fatores responsáveis para a falha do componente estrutural ou da própria estrutura. Esta determinação pode ser motivada tanto pela prática de engenharia como por considerações de ordem legal. Prática da engenharia: relação da análise de falha com o projeto e a produção de um componente. Economia Segurança Função Projeto Seleção de materiais Fabricação Processamento Montagem Serviço Aparência História prévia Análise de falha A engenharia forense (engenharia de detetive) Definição: Do latim forensic: significa “público”. Relaciona-se ao meio jurídico, às cortes judiciárias. Diz respeito a argumentações legais ou públicas. Engenharia forense: é a ciência concernente às relações entre a engenharia e as leis. Características mais comuns: A engenharia forense reune atividades relacionadas com a análise de falhas. Trata-se de uma especialidade relativamente recente na engenharia. A medicina forense é um assunto muito mais conhecido. A engenharia forense (engenharia de detetive) Qualificações de um engenheiro forense: Especialista no assunto sob investigação • Educação formal • Experiência • Engenheiro licenciado • Ativo em sociedades técnicas Honesto, imparcial, ético • Verdadeiro • Objetivo • Que evita conflito de interesses A engenharia forense (engenharia de detetive) A engenharia forense na Corte Nos EUA menos de 10% dos casos vão a julgamento em uma Corte. A maioria dos casos é resolvida após gasto dispendioso com advogados. Para os casos que são levados à Corte, a engenharia forense desempenha um papel muito importante. A engenharia forense (engenharia de detetive) Salários em 2001 (EUA) Engenheiro civil (geral) $73,0k Engenheiro civil estrutural $75,0k Engenheiro geotécnico $68,5k Engenheiro forense $143,5k http://www.tech.plym.ac.uk/sme/Interactive_Resources/index.html Procedimento investigativo Modelo para resolver um problema de engenharia. Identificação do problema Determinação da causa raiz Desenvolvimento de ações corretivas Validação e verificação das ações corretivas Padronização Causa Raiz de Falhas Tipo de raiz Falha de um vaso de pressão Falha de um parafuso Raízes físicas Dano por corrosão; redução da espessura da parede Trinca de fadiga; vibração do equipamento Raízes humanas Inspeção executada de forma inadequada Equipamento instalado de forma imprópria Raízes latentes Treinamento inadequado do inspetor Processo inadequado de verificação da especificação Métodos gráficos: espinha de peixe Operação Sobrecarga Uso incorretoProjeto Seleção do material Configuração Modo de falha Humano Manutenção Ausência de lubrificação Perda de conexão Fabricação Defeitos de solda Trat. Térmico errado Métodos gráficos: espinha de peixe Procedimento investigativo: Wulpi (1993) 1) Coleta de dados e seleção de amostras. 2) Exame preliminares da parte falhada (exames visuais com armazenamento – fotografia). 3) Ensaios não destrutivos. 4) Ensaios mecânicos (incluindo dureza e tenacidade). 5) Seleção, identificação, preservação e/ou limpeza de amostras (para comparação com partes não fraturadas). 6) Exames macroscópicos, análise e documentação fotográfica (superfícies de fratura, trincas secundárias e outras características superficiais). 7) Observação microscópica (lupa, MEV) e análise. 8) Seleção e preparo de amostras metalográficas. 9) Exame e análise das amostras metalográficas. 10) Determinação do mecanismo de falha. 11) Análise química (total, local, produtos de corrosão, depósitos ou recobrimentos e microanálise). 12) Análise por mecânica de fratura. 13) Ensaios sob condições simuladas de serviço. 14) Análise de todas as evidências, formulação das conclusões e confecção de um relatório (incluindo as recomendações). Retirada de partes do componente estrutural para os diversos tipos de análise propostos. Propriedades mecânicas: a) Tração b) Dureza c) Impacto Metalografia: a) Longitudinal b) Transversal Análise química: a) Via úmida b) Espectroscopia Superfície de fratura: a) Exame visual e estereoscópico b) MEV c) MET Superfície de fratura
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