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NEMATELMINTOS TRICURÍASE/TRICOCEFALIASE Parasitose intestinal provocada por um verme do filo nematelminto (corpo cilíndrico) Trichuris trichiura. (“Lombriga chicote”) REINO: Animalia FILO: Aschelminthes CLASSE: Nematoda ORDEM: Trichuroidea FAMÍLIA: Trichuridae GÊNERO: Trichuris ESPÉCIE: Trichuris trichiura Parasitose cosmopolita (mundial), porém, maior em climas tropicais e subtropicais ( clima + economia + condições sanitárias ), nas periferias e grandes centros. Se classifica como: - Geohelmintíase: em algum momento do ciclo biológico o verme necessita do meio externo para completar seu desenvolvimento, o que favorece a contaminação de solo, água e alimentação (principal transmissão via oral fecal). As crianças são o principal grupo acometido. Transmissão e ciclo biológico O verme apresenta 2 formas evolutivas as quais são responsáveis pela parasitose: OVOS - FORMA AMBIENTAL ➔ O seu formato característico é essencial para sua diferenciação de outros ovos ➔ Ovóide, grandes e pesados ➔ Operculados (massa mucóide em cada polo do ovo, o tornando completamente fechado) ➔ Embrionados (dá origem a larva em condições ideais de temperatura e umidade -região tropical e subtropical-) ➔ Até 5 anos no ambiente VERME ADULTO - FORMA INTESTINAL ➔ Cilíndrico - nematelminto - ➔ Lombriga “chicote” ➔ Dimorfismo sexual (2 tipos diferentes de vermes adultos -masculino e feminino-) ➔ Fêmeas maiores ➔ Forma linear/porção anterior: onde se encontra a cabeça ➔ Forma em espiral/ porção posterior: diâmetro maior; encontra-se o sistema reprodutor; localiza-se externo à mucosa intestinal ➔ Pode sobreviver de 3 a 8 anos do TGI TRANSMISSÃO ➔ Fecal oral - Alimentos e água contaminados por fezes contaminadas - Contato direto com a mão contaminada ➔ Transmissão mecânica - Moscas e formigas carregando os ovos aderidos nas patas, os quais contaminam alimentos CICLO BIOLÓGICO ➔ Ciclo monoxeno - Homem é o único hospedeiro - No seu ciclo, não se apresenta fase pulmonar Patogênese e quadro clínico ➔ Período de transmissibilidade: anos ➔ Período de incubação: 40 a 60 dias ➔ Grupo mais acometido: crianças ➔ Sintomas se relacionam com a carga parasitária e situação nutricional do hospedeiro ➔ Geralmente, assintomático ➔ Sintomas: dor abdominal, febre, diarreia crônica, disenteria, anemia, anorexia, desidratação ➔ Patogênese: modo como o agente etiológico provoca a doença e qual a resposta imunológica do hospedeiro - Quadros inflamatórios na mucosa intestinal - Alterações na motilidade intestinal (aumento) - Eosinofilia, aumento de eosinófilos a fim de combater o verme - Alteração na permeabilidade nas células da mucosa intestinal (aumento) - Se a qtd de vermes adulto for intensa; = anemia, enterorragia e diarreia crônica - Em crianças, prolapso retal, com a presença dos vermes - Pode acontecer apendicite aguda, visto a proximidade dessa estrutura ao ceco Diagnóstico ➔ Clínico: - Não são específicos para doença, visto que os sintomas são semelhantes a outras parasitoses - Prolapso retal ➔ Exames parasitológicos - Lutz ou Hoffman: método qualitativo, que define a presença de ovos operculados nas fezes - Exame de Faust: método qualitativo - Método de Kato- Ktaz: método quantitativo (diz a intensidade da infecção); método mais utilizado ➔ Laboratorial - Não pode ser utilizado como ferramenta única - Anemia - Eosinofilia ➔ Retossigmoidoscopia: visualiza a presença de vermes adultos Tratamento ➔ Mebendazol ➔ Albendazol - Restrições: gestantes e crianças menores de 2 anos ➔ Pamoato de Pirantel ➔ Invermectina ➔ Controle da cura pelo método Kato- Ktaz Em casos de prolapso retal: ➔ Reintrodução retal Profilaxia ➔ Medidas gerais - medidas de saneamento - educação em saúde (ação sobre as crianças) - destino adequado das fezes - controle dos indivíduos ➔ Medidas específicas - lavar as mãos - lavar bem os alimentos - proteger os alimentos, a fim de evitar a transmissão mecânica ENTEROBÍASE Uma das parasitoses mais comuns da infância, a qual é conhecida popularmente como oxiurose. Causada pelo verme Enterobius vermiculares, também conhecido como “oxiúros” REINO: Animalia FILO: Nematoda CLASSE: Secernentea ORDEM: Oxyurida FAMÍLIA: Oxyuridae GÊNERO: Enterobius ESPÉCIE: Enterobius vermiculares O Enterobius vermiculares é uma parasitose característica do homem. Encontrado no ceco intestinal e região perianal, porém, também pode ser encontrado na bexiga, útero e vagina. Além disso, apresenta como principal forma de transmissão a Heteroinfecção (alimentos, brinquedos e água contaminados com ovos embrionados), assim como, a forma direta (mão contaminada na boca). Considerada uma parasitose cosmopolita, o que também inclui países desenvolvidos. Um sintoma característico desta patologia é o prurido anal. Morfologia e formas evolutivas Há três formas evolutivas: ➔ OVO - Formato de “D” - Membrana dupla - Pequenos - Embrionado = forma infectante ➔ LARVA - A princípio: tipo Rabditóide (presença de esôfago) = não infectante - → após duas mudas → tipo filarióide = infectante ➔ VERME ADULTO - Cilíndrico - Filiforme - Cor leitosa - Asa cefálica - Dimorfismo sexua - Fêmea maior com cauda pontiaguda - Macho menor com cauda curva Ciclo biológico Ciclo do tipo: monoxênico Transmissão OVO ➔ Heteroinfecção ➔ Auto- infecção direta ➔ Auto- infecção indireta LARVA ➔ Auto- infecção interna - Eclosão dos ovos fecundados no meio interno ➔ Retroinfecção ➔ Contato oral- anal Quadro clínico ➔ Período de incubação: 3 a 6 semanas ➔ Patologia auto- resolutiva - Macho morre após a fecundação - Fêmea morre após a ovipostura ➔ Período de transmissibilidade: 4 a 8 semanas ➔ Maioria das vezes, assintomática ➔ Sintomas em casos de reinfecção constante: prurido anal (sintoma característico), principalmente a noite Diagnóstico ➔ Clínico - Prurido anal intenso noturno ➔ Epidemiológico ➔ Laboratorial - Método da fita- gomada / Método de Graham: análise da presença de ovos - Região peri- anal ou leito ungueal Tratamento ➔ Na maioria dos casos, a enterobíase é auto- resolutiva ➔ O tratamento só se inicia no aparecimento de sintomas, sinal de reinfecção - Albendazol (não utilizado em crianças menores de 2 anos) - Mebendazol (contra- indicado em gestantes) - Pamoato Pirvínio - Petrolato ➔ É necessário repetir o tratamento após 2 semanas para evitar casos de reinfecção Profilaxia ➔ Diagnosticar e tratar ➔ Educação sanitária ➔ Educação em saúde ASCARIDÍASE Conhecida popularmente como “Lombriga” REINO: Animalia FILO: Nematoda CLASSE: Secernentea ORDEM: Ascaridida FAMÍLIA: Ascarididae GÊNERO: Ascaris ESPÉCIE: Ascaris lumbricoides Costuma habitar o jejuno e íleo, porém, se a densidade populacional for muito alta, este pode sair do intestino. Apresenta o homem como reservatório natural e único hospedeiro. A principal transmissão é a fecal- oral e de forma direta (mão contaminada à boca). Assim como, pode ocorrer a transmissão mecânica. Também é tratada como uma parasitose cosmopolita, e participa do grupo da STH - Helmintos transmitidos pelo solo. São encontradas principalmente em regiões de clima quente e úmido e equivale a parasitose de maior prevalência no Brasil. Morfologia e formas evolutivas ➔ OVO - Forma ambiental; forma de resistência - Grandes - Estágios de maturação → Não embrionado: Interior desorganizado; acastanhado; oval a redondo; alongado → Embrionado: Forma fértil (massa de células germinativas no interior); Interior organizado, oval a redondo; membrana externa mamilonada; menos alongado ➔ LARVA - Forma pulmonar - Passam por ecdises (Rabditóides → Filarioides) ➔ VERME ADULTO - Intestinal (principalmente, jejuno e íleo) - Cilíndrico - Cor leitosa - Extremidades afiladas - Dimorfismo sexual - Fêmea maior com cauda retilínea Ciclo biológico Ciclo do tipo monoxênico Quadro clínico ➔ Período pré- patente (ingestão a liberação): 60 a 75 dias ➔ Período de transmissibilidade:1 a 2 anos (tempo de sobrevivência do verme adulto no ambiente intestinal) ➔ Parasitose, em sua maioria, assintomática ➔ Em caso de densidade alta: - Desnutrição - Ação tóxica por parte dos vermes - Ação mecânica por parte dos vermes - Fígado - Ciclo de Loss → Recrutamento de grande quantidade de eosinófilos → Edema → Síndrome de Loffler (inflamação pulmonar) Diagnóstico ➔ Clínico- epidemiológico - Não há sintomas clínicos específicos para a ascaridíase ➔ Visualização direta das fezes ➔ Exame parasitológico de fezes (EPF) - Técnica de Lutz/ Hoffman, a qual se caracteriza como uma técnica qualitativa que avalia a presença ou não do ascaris nas fezes. - Método de Kato- Katz, método quantitativo de alta sensibilidade o qual permite a quantificação da carga parasitária no hospedeiro ➔ Exames laboratoriais - avaliação da presença de anemia e eosinofilia ➔ Exames de imagem Tratamento ➔ Albendazol ➔ Mebendazol ➔ Ivermectina Profilaxia ➔ Diagnóstico e tratamento dos doentes ➔ Educação sanitária ➔ Educação em saúde
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