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SAÚDE MENTAL AULA TEÓRICA TOC E OUTROS TRANSTORNOS RELACIONADOS

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SAÚDE MENTAL – AULA TEÓRICA – TOC E OUTROS TRANSTORNOS RELACIONADOS
1. TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC)
· Na sua forma completa o paciente tem a Obsessão e Compulsão Porém, podemos ter somente um ou o outro.
· OBSESSÃO:
· Refere-se ao PENSAMENTO.
· São os pensamentos, sentimentos, sensações ou ideias obsessivas que acontecem de forma INTRUSIVA E RECORRENTE, ou seja, paciente não consegue controlar.
· COMPULSÃO:
· O paciente tem comportamento consciente padronizado e repetitivo.
· A compulsão costuma se desenvolver para tentar aliviar a obsessão E mesmo realizando o ato compulsivo, depois de um tempo a obsessão retorna.
· A obsessão e compulsão são comportamentos egodistônicos o paciente se sente mal fazendo isso, ele não gosta e causa prejuízo a ele.
Obs.: egosintônico é um comportamento que não causa prejuízo ao paciente.
1.1. EPIDEMIOLOGIA
· Prevalência na população geral: 2 a 3%.
· Em adultos, não há diferença entre os sexos.
· Em adolescentes, meninos são mais afetados.
· Idade média de início: 20 anos ( Homens: média de 19 anos / Mulheres: média de 22 anos).
· 2/3 das pessoas afetadas: início antes dos 25 anos.
1.2. COMORBIDADES ASSOCIADAS
· Transtorno depressivo maior (67% na vida) Pode ser causado pelo TOC, devido ao sofrimento causado no paciente.
· Fobia social (25% na vida) evitar pessoas por exemplo com toc de limpeza/contaminação.
· Transtorno de Tourette (5 a 7%) Histórico de tiques (20 a 30%).
· Transtorno por uso de álcool, TAG, TP, fobia específica, transtornos da personalidade.
Obs.: No TOC o paciente frequentemente tem comorbidades, sendo o transtorno depressivo e os históricos de tiques os mais frequentes (acredita-se que o TOC e os tiques tenham base genética em comum).
1.3. ETIOLOGIA
· Fatores biológicos:
· Sistema serotonérgico (déficit de SEROTONINA) Sabemos disso porque as drogas que melhor tratam TOC são aquelas que aumentam a serotonina.
· Neuroimunologia É muito documentado o desenvolvimento de TOC após a infecção por Streptococcus, principalmente nas crianças com infecção de repetição. O mecanismo se deve a áreas cerebrais serem atacadas por anticorpos relacionados aos Streptococcus.
· Alterações de neuroimagem - Não serve para diagnóstico, mas, temos maior ativação em algumas áreas frontais nos pacientes com TOC.
· Genética: O TOC não é tão herdável quando a esquizofrenia e transtorno bipolar, porém também tem base genética.
· Fatores comportamentais:
· Teoria do aprendizado: É quando o paciente faz uma relação sem coerência e ligação com a realidade, e ela se perpetua, ou seja, em um dado momento, o paciente faz uma interpretação errada da realidade, e ele aprende a ficar repetindo aquela interpretação errada.
· EX: O paciente está andando em uma sala de piso claro, e de repente ele pensa que alguém vai morrer, então passa a ter a sensação que sempre que estiver andando em um piso claro alguém vai morrer, e que ele precisa sair dali.
· Fatores psicossociais:
· 10 a 35% apresentam traços pré-mórbidos. 
· Pacientes com tendência a organizar demais, a querer tudo muito certo.
· Ganhos secundários.
· Estressores ambientais.
1.4. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS (DSM V)
· Presença de obsessões, compulsões ou ambas.
· As obsessões ou compulsões tomam tempo ou causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas da vida do indivíduo.
· Os sintomas não se devem aos efeitos de uma substância ou a outra condição médica.
· A perturbação não é melhor explicada pelos sintomas de outro transtorno mental.
· Podemos classificar de acordo com o insight (insight bom ou razoável, pobre ou ausente) - Quanto melhor o insight, melhor a pessoa reconhece que aquilo não é verdadeiro.
EX: Paciente tem a sensação que se pisar no chão claro alguém vai morrer, mas ele sabe que aquilo não vai acontecer.
Insight razoável, pensamos que provavelmente não é verdadeiro. EX: Paciente tem a sensação que se pisar no chão claro alguém vai morrer, mas ele acha que provavelmente aquilo não vai acontecer
Insight pobre, pensamos que tem chance de não ser verdadeiro, porém acreditamos que é. EX: Paciente tem a sensação que se pisar no chão claro alguém vai morrer, e ele acha que tem mais chance de acontecer do que não acontecer.
Insight ausente, o paciente acredita piamente que aquilo é verdadeiro. EX: Paciente tem a sensação que se pisar no chão claro alguém vai morrer, e ele acredita realmente que isso vai acontecer.
Obs.: Até o DSM IV era dito que era preciso que as obsessões e/ou compulsões do paciente ocupassem no mínimo uma hora por dia.
1.5. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
· Obsessão + Compulsão: Até 75% dos pacientes
· Próximo a 100%: Compulsões mentais O paciente tem que pensar ou fazer alguma coisa silenciosamente.
· EX: O paciente pensa que se ele pisar no chão claro, mas rezar três pai-nossos ninguém vai morrer.
· Somente obsessão.
· Desejo de resistir: Nem sempre o paciente consegue, mas quando ele consegue, isso gera ansiedade e o pensamento obsessivo aumenta.
· Reconhecimento da irracionalidade.
· Supervalorização das obsessões e compulsões: O paciente fica tentando justificar e explicar aquele comportamento para minimizar o impacto disso em sua vida.
· EX: Paciente diz que não aguenta ver o ambiente sujo, mas que aquilo é bom porque o ambiente fica limpo, os filhos gostam do cheiro de limpeza...
· O TOC pode demorar muito para ser diagnosticado porque os pacientes levam muitas queixas para médicos não psiquiatras, e eles não percebem isso como sinais de TOC.
1.6. PADRÃO DE SINTOMAS
· Contaminação:
Obsessão mais comum, seguida pelo lavar ou acompanhada da evitação compulsiva do objeto
EX: Existem muitos pacientes que precisam até jogar fora os objetos com os quais entram em contato.
Crença na transmissão ao menor contato
Podem ocorrer lesões ou incapacidade de sair de casa
· Dúvida Patológica:
Segundo tipo de obsessão mais comum, seguida pela compulsão de verificar - O paciente tem dúvida se fez algo e precisa ficar conferindo se fez
Essas obsessões frequentemente estão relacionadas a algo violento, e se eles não voltam e verificam, ficam se sentindo muito culpados.
EX: Pacientes que precisam ficar conferindo se fecharam portas porque um ladrão pode entrar, se apagaram o fogão porque pode pegar fogo na casa.
· Pensamentos intrusivos:
Terceiro tipo de obsessão mais comum, sem compulsão
Geralmente de conteúdo sexual ou agressivo, repreensível para o paciente O paciente se sente muito mal fazendo isso.
EX: O paciente olha para uma pessoa e imagina ela tendo atividade sexual
· Simetria:
Quarto tipo de obsessão mais comum, pode levar a compulsão e lentidão
O paciente demora para fazer tudo porque fica conferindo
EX: Paciente que precisa ficar alinhando as notas de dinheiro todas com o símbolo para o mesmo lado, etc.
· Outros padrões de sintomas
Obsessões religiosas
Poupar compulsivo
Roer as unhas
1.7. CURSO E PROGNÓSTICO
· 20 a 30%: Melhora significativa Resolução.
· 40 a 50%: Melhora moderada Melhora a qualidade de vida do paciente, porém não há resolução.
· 20 a 40%: Sem melhora ou com piora
· 1/3 dos pacientes desenvolve depressão maior.
· Risco de suicídio.
1.8. TRATAMENTO
· Antidepressivos:
· ISRS São os principais medicamentos, e utilizamos em doses mais altas.
· EX: A dose de sertralina utilizada para tratamento de TOC é cerca de 400mg - Para depressão e ansiedade, a dose máxima é de 200mg.
· Antidepressivo tricíclico: Clomipramina.
· Efeitos iniciais podem demorar mais de 4 semanas.
· Pode haver recaída na suspensão do antidepressivo.
· Outros Antipsicóticos atípicos e outros potencializadores
Obs.: Como clínicos, o que devemos fazer? Podemos iniciar com sertralina 150mg e encaminhar para o psiquiatra. Se depois de um mês não tiver melhorado podemos subir a dose de mês em mês.
· Terapia comportamental
· Desenvolve junto com o paciente estratégias para desviar os pensamentos obsessivos e evitar os comportamentos compulsivos.
· Eficácia semelhante à farmacoterapia.
· Efeitos benéficos mais duradouros.
· Necessidade de comprometimento do paciente.· A psicoterapia analítica não ajuda muito os pacientes com TOC.
· Outros tratamentos:
· ECT: Eletroconvulsoterapia.
· Psicocirurgia: Lesão seletiva em uma ou mais partes do circuito córtico-estriado-tálamo-cortical
As taxas de melhora variam de 27 a 100%.
Pode melhorar resposta a outros tratamentos.
Risco de convulsões transitórias, ganho de peso, fadiga, lentificação mental, apatia e irritabilidade.
Obs.: Se pedir na prova qual o tratamento de TOC: Antidepressivos serotoninérgicos, potencializadores de antidepressivos, terapia comportamental e psicocirurgia.
2. TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL (DISMORFOFOBIA)
· Preocupação excessiva com um defeito imaginado na aparência O defeito pode ir variando. A pessoa um dia pode se achar nariguda, no outro dia bochechuda.
· Se existir uma pequena anomalia física, a preocupação é excessiva e incômoda.
· Comportamento compulsivo em algum momento: Seja de se olhar muito no espelho, de se arrumar demais.
· Epidemiologia
· Procura por outros especialistas.
· EUA: prevalência de 2,4% - É subdiagnosticado porque esses pacientes não procuram psiquiatras.
· Idade de início: Entre 15 e 30 anos.
· Mulheres são mais afetadas.
· Frequentemente comórbidos: depressão, ansiedade, psicose.
· Etiologia
· Provável envolvimento da serotonina.
· Conceitos estereotipados de beleza.
· Tratamento:
· Antidepressivos serotonérgicos (melhora 50% dos casos).
· Psicoterapia: Melhor resposta.
3. TRANSTORNO DE ACUMULAÇÃO
· Aquisição sem descarte de coisas de pouco valor, resultando no amontoamento dos espaços.
· Prejuízo em funções como alimentar-se, dormir e se arrumar.
· Só acumula, não tem espaço pra mais nada na vida.
· Pode resultar em problemas de saúde e higiene, morte por incêndio ou queda, infestações.
· Medo obsessivo de perder itens importantes que a pessoa acredita poderem vir a ser úteis no futuro, crenças distorcidas sobre a importância de posses e apego emocional extremo a elas.
· Epidemiologia
· 2 a 5% da população
· Ocorre igualmente entre homens e mulheres.
· Mais comum entre pessoas solteiras.
· Etiologia:
· Pouco conhecida.
· Genética.
· Tratamento
· Psicoterapia (TCC).
· Antidepressivos: Funcionam pouco.
4. TRICOTILOMANIA (TRANSTORNO DE ARRANCAR O CABELO)
· Puxar o cabelo repetitivamente, levando a perdas que podem ser visíveis
· Aumento da tensão antes de puxar o cabelo e alivio ou gratificação após puxar
· Diferentes áreas: Pode ser em qualquer área que tenha pelos.
· Tricofagia Alguns pacientes após arrancarem os pelos acabam comendo-os, formando bezoares.
· Epidemiologia
· Início na adolescência: Forma mais grave e crônica (0,6 até́ 3,4% na população)
· 10 mulheres: 1 homem
· Tricotilomania infantil: Menos grave
· 35 a 45% dos pacientes tem tricofagia
· Tratamento:
· Farmacoterapia:
· Antidepressivos serotonérgicos
· Antipsicóticos (como potencializadores dos antidepressivos): Olanzapina, aripiprazol, risperidona
· Naltrexona
· N-acetilcisteína: Em doses altas funciona como adjuvante
· Psicoterapia
5. TRANSTORNO DE ESCORIAÇÃO (SKIN-PICKING)
· Comportamento compulsivo e repetitivo de escoriar a pele, podendo causar danos graves
· Epidemiologia:
· Prevalência de 1 a 5%
· Idade média de início entre 12 e 16 anos
· Maior prevalência em mulheres
· Tratamento:
· Antidepressivos serotonérgicos
· Naltrexona
· N-acetilcisteína
· Lamotrigina
· Psicoterapia
· Medidas mecânicas: Como usar luvas, por exemplo.

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