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Direito do Consumidor

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MARIZA STEFANE DE SOUSA HENRIQUES
DIREITO DO CONSUMIDOR
1) José, dono de um mercadinho de bairro, foi surpreendido com uma fiscalização do Procon em seu
comércio, que encontrou produtos alimentícios fora do prazo de validade. Tais produtos foram
apreendidos e José notificado para apresentar defesa sob pena de multa e outras sanções previstas
no art. 56 do CDC. O advogado do mercadinho de José, quando da defesa, argumentou que os
produtos já foram apreendidos de forma que a aplicação de quaisquer outras sanções a mais,
importaria em medida inconstitucional.
Como responsável pela análise da defesa e emissão de decisão no Procon, qual seu posicionamento
sobre as alegações da defesa? (2,0 pontos)
R= A defesa está equivocada. Não há que se falar em medida inconstitucional,
tendo em vista que as mencionadas sanções podem ser aplicadas
cumulativamente. No caso em tela, a defesa alega que não pode haver a
aplicação de quaisquer outras sanções a mais, porque os produtos já foram
apreendidos; no entanto, esta alegação é infrutífera, já que a aplicação de
multa, como no caso, pode ser aplicada de forma cumulativa com a apreensão
dos produtos, conforme previsto no parágrafo único do art. 56 do Código de
Defesa do Consumidor.
2) Em fiscalização de rotina do Procon Municipal juntamente com o Ministério Público, foi verificada
lotação em excesso, ou seja, além da capacidade permitida, de uma casa de espetáculos da cidade
que faz uso de fogos, água, luzes e música em suas apresentações. Apesar da lotação superior à
permitida, nenhum dos consumidores presentes sofreu quaisquer danos relacionados ao fato. Com
base no CDC, quais as possíveis condutas podemos identificar na situação acima relatada? (2,0
pontos)
R= Constata-se que a conduta relatada enquadra-se na prática abusiva
configurada no inciso XIV do art. 39 do CDC, ou seja, “permitir o ingresso em
estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de
consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo”,
bem como a infração prevista no art. 65 do mesmo dispositivo legal, que
apresenta: “Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando
determinação de autoridade competente”, de modo a encaixar-se, de acordo
com o seu §2°, a conduta do inciso XIV, do art. 39, anteriormente expressa.
Assim, para que seja configurada a conduta, não importa se não houve danos
aos consumidores, apenas a mera realização das práticas dos mencionados
artigos já configuram a conduta.
3) Após ter sofrido grave acidente, Morgana procurou o cirurgião plástico Dr. Humberto para
correção das consequências estéticas, já que ficou com queimaduras no abdômen. No mesmo
procedimento, Morgana pretende a implantação de próteses de silicone, uma vez que, segundo ela,
iria aproveitar o momento da cirurgia para tal. Dr. Humberto, já na primeira consulta, tratou dos
implantes de silicone, advertindo-a das possíveis complicações e demonstrou graficamente o
possível resultado. Quanto as correções decorrentes da queimadura no abdômen, também a
advertiu sobre os possíveis resultados, ressaltando a dificuldade no procedimento. Dr. Humberto, de
forma diligente, colheu assinatura da paciente em termo de consentimento, no qual manifesta
ciência dos riscos de ambos os procedimentos. Alguns meses após a cirurgia, constatou-se que as
marcas de queimadura não foram amenizadas, já o implante de silicone foi muito bem sucedido.
Morgana ajuíza ação contra o Dr. Humberto, pedindo indenização por danos morais e materiais em
virtude de não ter havido melhora na cirurgia plástica a qual se submeteu no abdômen, sustentando
que em razão da responsabilidade objetiva, o resultado deveria ter sido alcançado.
Como advogado de Dr. Humberto, qual seria sua linha de defesa? Fundamente!! (2,0 pontos)
R= Por tratar-se de ação referente à cirurgia corretiva no abdômen, a
obrigação assumida pelo médico é de meio, não de resultado. Nesse caso,
conforme doutrina de João Monteiro de Castro, “ a cirurgia reparadora ou
corretiva, laborada com o objetivo de tentar a correção de defeitos congênitos
ou adquiridos (por exemplo: cicatrizes, queimaduras, lábio leporino etc.). Tem
um fim terapêutico conectado, não raro, com uma preocupação estética, mas
esta absorvida por aquele fim. Enquadra-se como reparadora a cirurgia
estética para retificar cirurgia embelezadora mal sucedida", sendo assim,
diferentemente da cirurgia estética de silicone, que a atividade é de resultado,
não há que se falar em dever de indenização, já que a realização da cirurgia
reparadora não obriga o resultado; nem mesmo em responsabilidade objetiva,
pois a responsabilidade seria subjetiva, de acordo com o art. 14, §4° do CDC.
Ademais, o médico assegurou-a dos riscos e possíveis resultados, já que a
mencionada cirurgia trata-se de difícil procedimento, apresentando termo de
compromisso, que foi consentido pela autora da ação.
4) (VUNESP - 2021 - CODEN - SP – Advogado) Assinale a alternativa que consagra uma das súmulas
vigentes do STJ acerca do serviço de proteção ao crédito, que é corolário da correta forma de se
realizar cobrança de dívidas pelas regras consumeristas. (2,0 pontos)
a) A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito até o prazo
máximo de três anos, independentemente da prescrição da execução.
b) Não cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor
antes de proceder à inscrição em seu banco de dados.
c) Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito cabe indenização por dano moral,
mesmo quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
d) É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a
negativação de seu nome em bancos de dados e cadastro. - Súmula 404, STJ.
5) (IGECS - 2020 - Câmara de Jandira - SP - Procurador Jurídico) De acordo com o Código de Defesa do
Consumidor, o consumidor que for cobrado por quantia indevida, não sendo caso de engano
justificável, tem direito à repetição do indébito, em valor correspondente: (2,0 pontos)
a) ao triplo do valor que pagou pelo produto ou serviço contratado, acrescido de juros e
correções legais.
b) ao dobro do valor que pagou em excesso, acrescido de juros e correções legais. - Art. 42,
parágrafo único, do CDC.
c) ao mesmo valor do produto ou serviço contratado, acrescido de juros e correções legais.
d) ao valor pago em excesso, acrescido de juros e correções legais.

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