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08. Emergências e Cuidados Intensivos ATUALIZADA

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Emergências e Cuidados Intensivos – Professor Sérgio 
 
 
08. Aula - 21/10/2020 - Síndrome Choque – Parte 01 
Síndrome Choque 
 - Temos alguns sintomas que se repetem. Se pegarmos o choque anafilático, séptico, 
hemorrágico, tem algumas coisas que serão iguais, não vai mudar em nada. 
 - “Diminuição do fluxo sanguíneo efetivo (precisa ter um problema circulatório) ao ponto da 
distribuição de oxigênio aos tecidos estar alterado resultando em baixa demanda tecidual”. 
 - O sistema circulatório não consegue funcionar direito, dizemos que o paciente está 
chocado. 
 - “Estado no qual a redução ampla e profunda da perfusão tecidual efetiva ocasiona 
inicialmente lesão tecidual reversível que, mais tarde, torna-se irreversível”. 
 - Temos um tempo para perceber que o animal está chocado e perceber e temos um 
tempo para tratar. 
 - Choque é quando temos uma insuficiência circulatória que não deixa levar oxigênio para 
todas as células, no começo isso vai machucar as células (durante algum tempo, dá para 
reverter, mas se passar desse tempo, é irreversível, mesmo que o animal não esteja morto, 
sabemos que ele vai morrer). 
 
 - Tipos de Choque: 
 - Na literatura existe várias classificações de choque. 
 - Choque Hipovolêmico: o que está gerando o problema é falta de volume, vamos tratar 
aumentando a volemia desse animal, fluidoterapia. 
 - Choque Cardiogênico: é uma doença cardiopatia que o animal tem. Quem tem choque 
cardiogênico tem alguma doença cardíaca ou alguma doença dando problema no coração. E o 
tratamento é resolver a causa da doença. 
 Exemplo: Edema Pulmonar por Insuficiência de Mitral, vamos tratar a insuficiência de 
mitral, é um tratamento clinico que você pode usar de forma intensa. 
 - Choque Distributivo: temos a volemia normal, mas ele está mal distribuído pelo corpo, 
tem algum lugar que está muito vasodilatado. 
 Exemplo: Sepse, paciente tem alguma infecção e está super dilatado, o sangue fica na 
periferia e não volta para o coração, vamos resolver esse problema com vasoconstrição (temos 
que ter um fármaco vasoativo que faça vasoconstrição (noradrenalina). 
 - Choque Obstrutivo: quando temos alguma obstrução ou no sistema venoso ou no sistema 
arterial importante, o tratamento é desobstruir, sempre será cirúrgico. 
 Exemplo: Torção gástrica, o estomago dilata e comprime a cava, precisamos murchar o 
estômago. 
 - Essa classificação é boa, mas não é específica. 
 Exemplo: Choque hipovolêmico é qualquer um que você esteja com a volemia baixa, mas 
podemos ter a volemia baixa por desidratação, ou por hemorragia, o tratamento será diferente. 
Pois no choque hemorrágico vamos pensar em transfusão, na desidratação, nunca vamos 
pensarem transfusão. 
 - Existem alguns tipos de choques que são classificados não só pelo mecanismo, mas pelo 
origem do problema, o que causou, é uma classificação casual, fala a causa do problema. 
 - Choque Hemorrágico: todo mundo sabe a causa que o animal entrou em choque, porque 
ele teve uma hemorragia, essa é a causa do choque. Esse choque é um tipo de choque 
Hipovolêmico, mas quando falamos em choque hemorrágico, estamos sendo específicos. 
 - Choque Séptico: sabemos qual o motivo que o animal entrou em choque, ele teve uma 
infecção, que teve um efeito sistêmico. Esse choque é um tipo de choque Distributivo, vamos 
precisar de muita vasoconstrição nesse paciente. 
 - Choque Neurogênico: é um tipo de choque distributivo, mas sabemos que temos alguma 
alteração neurológica importante para esse tipo de choque. 
 - Choque Anafilático: é uma mistura do choque hipovolêmico com o choque distributivo. 
 - A diferença é que cada um deles tem uma coisa muito importante: 
 - O que vai caracterizar o séptico o que vai caracterizar, a coisa mais importante no 
tratamento é o antibiótico. 
 - No neurogênico, além de tudo vamos precisar fazer uma neuroproteção. 
 - No anafilático, vamos ter que controlar a reação alérgica 
 - Quando classificamos pelo mecanismo ele não te explica como tratar a causa, mas te diz 
como estabiliza o sistema cardiovascular. 
 - Quando classificamos pela causa, ele direciona como tratar a causa de base, mas ele não 
te diz como estabiliza o sistema cardiovascular. 
 - O ideal é classificar pelos dois. Faremos a dupla classificação. 
 Exemplo: É um hipovolêmico, mas não é hemorrágico, então ficaremos só com a 
classificação do hipovolêmico. 
 Temos uma hemorragia, então ele é um choque hemorrágico e temos que 
saber se ele é do tipo hipovolêmico, essa será a sua melhor abordagem. 
 - Isso muda muito o tratamento, é muito importante. 
 - O prognostico é muito diferente. Se pegarmos um animal com hemorragia, a chance do 
animal sobreviver é muito maior do que um choque neurogênico e anafilático. Agora os 
sintomas não são muito diferentes, por isso damos o nome de “Síndrome”. 
 - O corpo entende que qualquer tipo de choque é hipovolemia, 
 
 - Fisiopatologia: 
 - Se tivermos hipovolêmico a primeira coisa que vai acontecer é ativar o Sistema Nervoso 
Autônomo Simpático, nesse momento será liberado 3 hormônios (cortisol, adrenalina e 
noradrenalina). 
 - O cortisol é liberado de imediato, ele é hiperglicêmico (aumenta a glicemia do paciente), dá 
suporte energético para todos os outros mecanismos de defesa. Causa vasoconstrição, é um 
trabalho muscular, também precisa de energia, esse energia ocorre com a glicose. 
 
PROVA Obs: aumentar a glicemia é muito importante, porque serve como índice de 
prognóstico, quanto mais alta a glicemia, mais grave é o choque. Vamos medir a glicemia, 
se ela estiver muito aumentada, significa que a ativação simpática foi muito grande, essa 
ativação é muito grande nos casos mais graves. A chance de complicação e morte é enorme. 
(alternativa barata). 
 
 - Quando libera adrenalina, vai fazer vasoconstrição periférica, vamos ver o animal ficando 
pálido e o TPC aumentando, extremidades frias. 
 - Temos a noradrenalina, ela potencializa a vasoconstrição, acentua o que vimos, causa 
inotropismo (coração começa a bater mais forte) e cronotropismo (bater mais rápido – 
taquicardia). 
 
 - Sintomas: Taquicardia, palidez, TPC aumentado, hiperglicemia, extremidades frias e 
taquipnéia. (quando pegarmos um paciente assim, ele estará chocado). 
 
 - Começa a não oxigenar bem as coisas, temos um estimulo do centro respiratório para poder 
fazer a taquipnéia. 
 
 - Além disso, vai ativar o Sistema Nervoso Central, liberando 2 hormônios importantes (ACTH 
e Vasopressina - ADH), 
 - Ativando o ACTH, vai liberar a aldosterona (no rim reabsorve água) vem mais um sintoma 
do choque – Oligúria. Do cortisol já falamos que causa hiperglicemia. 
 - o ADH ajuda a segurar ainda mais a água, tem poder de vasoconstrição muito forte, 
quando somar isso, teremos de oligúria para Anúria (animal para de urinar). 
 
 - Os rins vai liberar Renina, ativando o Sistema Renina Angiotensina Aldosterona. 
 - Todos os animais em choque terão esses sintomas, a única coisa que pode mudar um 
pouco são os animais em sepse, pois eles podem ficar hipoglicêmicos. 
 
 - Capilares: 
 - Vai começar a faltar volume nos capilares, nesse lado vai começar a não oxigenar as 
células, com isso elas vão produzir lactato 
 PROVA Obs: Outro exame que podemos fazer para diagnosticar choque é ver o índice de 
lactato, se tiver alto, podemos dizer que o animal está em choque. Quanto mais alto o lactato, 
maior a mortalidade do paciente. Dosar lactato é caro. 
 - Vamos ter disfunção dos órgãos, mas isso não ocorre tudo de uma vez, vamos ter 
acontecendo isso nos órgãos pela sequência (palidez, depois ele não quer comer, a 
musculatura perde força, animal não quer mais levantar, teremos perda de função renal, 
fígado,depois perde pulmonar e perda de coração e cérebro). 
 - Quando temos disfunção de vários órgãos temos disfunção de múltiplos órgãos, quando 
eles param de funcionar chamamos de falência de múltiplos órgãos acarretando em óbito. 
 
 
PROVAEstágios do Choque: 
 - O choque não acontece em uma evolução muito rápida, a não ser que seja anafilática ou 
aneurismo de aorta. 
 - O animal vai piorando na internação, ele vai passando por estágios do choque. 
 01. Estágio Compensado: 
 - Vai ocorrer a ativação do Sistema Nervoso Autônomo Simpático de uma forma discreta, 
não muito intensa e o animal consegue ainda manter a oferta de oxigênio, só que isso vai durar 
algum tempo, gera um gasto das reversas biológicas e que daqui a pouco vai perder o controle. 
 - Aqui não aumenta muito o lactato (nem chega a aumentar, se aumentar é muito pouco), 
porque quase não faz anaerobiose. 
 - Ele aguenta essa reserva por horas, só; 
 - É o que dá mais problema para o veterinário. 
 - Taquicardia discreta (normal ) 130 é um pouco alto, mas é normal ainda. 
 - Cronotropismo positivo discreto (normal) 
 - Inotropismo positivo; 
 - Taquipneia discreta; (normal) 30 respirações por minuto. 
 - Aumento da resistência vascular sistêmica; 
 - Aumento do consumo de oxigênio; fazer hemogasometria arterial e venosa (caro). 
 - TPC <1seg; 
 - mucosas hipercoradas; 
 - atividade mental normal; 
 - Internar e deixar em observação; fazer um leve analgésico e fluidoterapia bem lenta e tira 
parâmetro em hora e hora. Se der tudo certo, os parâmetros forem diminuindo, pode liberar e 
mandar para casa, deixar no mínimo 8 horas em observação, o ideal é 24horas. Se não 
normalizar em 8 horas o ideal é estender a observação para 48horas (por conta do pico da 
inflamação). 
 (Nesse estágio está tudo normal, o tutor não vai querer internar e deixar em observação). Se 
liberar esses pacientes, significa que alguns não vai acontecer nada e outros vão morrer do 
nada. 
 - Animal que toma pancada, cai ou algo do gênero, depois de algumas horas terá edema 
(tira liquido de dentro do vaso para fora do vaso). 
 - Não parece chocado, temos que observar o animal. 
 
02. Estágio Descompensado Inicial: 
 - Dispara o Sistema Nervoso Simpático, ele ativa muito e mesmo assim não consegue 
estabilizar, ele descompensa. 
 - Começamos a ter perda de função dos órgãos (começa a ter hipóxia tecidual – cão tem 
uma taquicardia absurda. Já os gatos não tem taquicardia no choque). Cão com até 200 bpm. 
 - O coração começa a bater fraco (inotropismo negativo); 
 - Ele tem quebra da barreira intestinal (bactérias começam a cair na circulação); 
 - Tem gente que já defende entrar com antibiótico nessa fase!! 
 - Taquipneia importate; 
 - Hipotensão; 
 - Redução do consumo de oxigênio; 
 - TPC > 2segundos 
 - Mucosas hipocoradas; 
 - Oligúria ou anúria 
 - Hipotermina 
 - Menos atividade Mental 
 - As pessoas tendem a tratar devagar demais, o ideal é tratar agressivo. 
 - Fluidoterapia para um Cão de 20kg, precisa de 400 gotas por minuto (fazer peso x 20). 
Essa é a velocidade que colocamos no ringer lactato. Soro bem rápido em um tempo curto, 
para encher o vaso. (Colocar cateter grossos e vários acessos). O tratamento precisa ser 
agressivo. Não pode fazer fluido lenta, tem que ser rápido. 
 
03. Estágio Descompensado: 
 - É quando acontece que já passou pelas 2 fases e você vai atende-lo, acabou as reservas 
biológicas dele, ele colapsa de vez e para. 
 - Ele terá uma vasodilatação generalizada; 
 - Bradicardia, 
 - Inotropismo Negativo; 
 - Hipotensão arterial; 
 - Mucosas Pálidas ou Cianóticas; 
 - TPC inviável; 
 - Anúria; 
 - Hipotermia; 
 - Coma. 
 - Prognóstico Péssimo, mesmo que fizer muito certo, a chance de sobreviver é pequeno. 
 
 - Para que serve dosagem de lactato? 
 - Um parâmetro muito importante quando atendemos um paciente na emergência é a 
dosagem de lactato; 
 - Lactato ajuda demais no tratamento; 
 - Marcador de anaerobiose, as células vão liberar lactato na circulação; 
 - Ele serve de índice de prognostico; 
 - Existe formas de fazer e condutas melhores e piores de se usar; 
 - Existe basicamente 2 grandes protocolos mundiais: 
 a) Um que se usa muito nos EUA (caro), dosa o lactato quando o animal chega, teremos 
um valor, quanto mais alto esse valor, mais grave. Vamos tratar com fluido e tudo. A cada hora 
que passar, o valor precisa estar 20% mais baixo que o valor anterior até normalizar. 
 Exemplo: animal chegou com 10 de lactato, vamos tratar, daqui uma hora vamos medir 
novamente, ele precisa estar menor que 8. Se abaixou para 9 significa que o tratamento não 
está suficiente, temos que aumentar tudo, se tiver fazendo fluido, vamos aumentar a fluido, se 
tiver fazendo vasoativo, vamos aumentar o vasoativo, mas precisamos potencializar o 
tratamento. 
 b) Existe uma variação desse protocolo de lactato, Protocolo Golden Hours (horas 
douradas); 
 - Vamos dosar quando o animal chega, 6 horas depois e 24 horas depois. 
 - Horas douradas = 0, 6 e 24. 
 - Hora 0 = quando o animal chega no hospital. 
 - Hora 6 = vamos medir 6 horas depois do tratamento. 
 - Hora 24 = vamos medir 24 horas após o início tratamento. 
 - Depois faremos 4 possíveis interpretações. 
 1° no valor de 0 = quanto mais alto o valor, mais grave é. A mortalidade é diretamente 
proporcional ao valor de admissão do paciente. 
 Exemplo: chegou com 8 
 2° no valor de 6 = o valor precisa estar menos da metade do valor de chagada. (diminuído 
no mínimo 50%). Se o valor estiver maior que a metade do que chegou, temos que mudar algo 
no tratamento, precisa ser mais agressivo no tratamento. 
 Exemplo: precisa estar menos que 4. 
 3° no valor de 24 = onde o paciente com bom prognostico precisa estar com lactato com 
valor de normalidade, que é menor que 2. 
 - No modo mais grave o valor de 24 horas ser mais do que o valor de 6 horas. Quando isso 
acontece a grande maioria dos pacientes vão morrer, porque falamos que durante o tratamento 
ele se mostrou irresponssível (o paciente piorou mesmo sendo tratado), alto índice de 
mortalidade. 
 
 
Obs: O lactato aumenta à medida que vai diminuindo a pressão na entrada do capilar, aí não 
fornece mais oxigênio para a célula. 
Temos a arteríola, ela tem o capilar e temos a vênula. Mas a pressão que chega na arteríola 
(para chegar no capilar) está muito baixa, quando essa pressão abaixa, faz vasoconstrição 
periférica, mas antes disso não terá oxigênio para as células, com isso começa a produzir 
lactato, esse lactato é ácido, quando produz ácido, o tecido fica ácido, nessa o capilar muda de 
formato (deixa de ser reto e vira um cone), ele fica grosso no começo e bem fino no final, isso é 
mediado do Ph, quando ocorre isso, forma um gargalo onde o sangue tem dificuldade de voltar 
para o coração. 
 O sangue vem e fica preso, fazendo com que volte muito pouco sangue para o coração, o 
corpo nessa hora faz o chamado estase sanguínea (se volta menos sangue para o coração, o 
mesmo fica murcho, o DC cai ainda mais, quando cai mais, chega menos sangue nessa 
periferia), o paciente vai piorando, nessa o capilar muda de formato, ele fica em formato de 
cone. 
 O DC cai muito, o mecanismo de defesa faz uma vasoconstrição, a pressão melhora um 
pouco, mas se ele não resolver, o organismo abre um processo que chama SHUNT (ele abre 
uma comunicação direta de arteríola para vênula sem passar pelo capilar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Aí o sangue consegue voltar. A hora que acontece isso o DC melhora, a clínica do paciente 
melhora, o animal fica mais esperto. Mas aí entra a melhora da morte.Porque todas as células 
que recebiam sangue através do capilar, vão morrer, porque o sangue não está passando para 
o capilar, nessa, as células não recebem sangue, nessa o órgão morre, paciente morre. Dá 
para reverter quando temos SHUNT, mas temos pouco tempo. 
 Quando temos valores muito alto de lactato, sabemos que o SHUNT está aberto. 
 Para o paciente melhorar de verdade, precisamos melhorar o DC desse paciente, se 
melhorarmos a oferta de oxigênio, ele volta a oxigenar o tecido. Se demorar para fazer isso, o 
sangue do capilar que está parado, vai começar coagular, teremos CIVD (Coagulação 
Intravascular Disseminada), qual hemocomponente será mais gasto nesse momemto da 
coagulação? As Plaquetas, 
 Se pegarmos um animal em choque e ele tiver também plaqueta baixa junto com lactato 
alto, terá altíssimo mortalidade, nesse momento não adianta aumentar o DC, as células vão 
morrer do mesmo jeito, estamos entrando na fase irreversível do choque. 
 Odiamos ver lactato alto com plaqueta baixa. É muito complicado. Nessa hora vamos 
utilizar anticoagulante. 
 
Tratamento: 
 - O tratamento do choque sempre se inicia com Oxigenioterapia e Fluidoterapia, exceto 
em choque cardiogênico. 
 - Fluidoterapia: 
 - No Brasil temos 4 possibilidades: 
 a) Cristolóides Isotônicos (os soros convencionais, ringer lactato, solução fisiológica, 
ringer simples, glicofisiológico, glicose 5%). 
 b) Cristalóides Hipertônicos (são soluções cheias de sal) 
 c) Colóides Sintéticos 
 d) Hemocomponentes (derivados de sangue). 
 
 a) Cristalóides Isotônicos: 
 - Vamos usar sempre!! Independente de qual for o tipo de choque, a nossa primeira 
abordagem será acesso venoso colocando soro isotônico. 
 - Único capaz de hidratar a célula (todos os outros só melhora o volume intravenoso ou 
intravascular, mas eles não melhoram o volume extravascular). 
 - Precisamos hidratar a célula, sempre terá cristaloide isotônico no nosso protocolo 
 - A nossa dúvida é se usaremos só ele ou vai contar com ajuda de mais alguém. 
 - O problema de tratar só com cristaloide isotônico é que precisamos de volumes muito 
grandes entre 3 a 4 vezes o volume que o animal perdeu. 
 Exemplo: animal perdeu 1 litro de sangue (precisamos repor com 3 a 4 litros de soro 
e rápido, isso nem sempre é fácil de fazer). 
 - Cerca de 2/3 a ¾ de tudo que fizer na veia, vira edema. Se fizermos 3 litros de soro no 
cachorro, 1 litro fica na veia, 2 litros vira edema (é um problema). Animal melhora e depois 
piora. 
 - Não devemos fazer volumes tão grandes de soro, porque isso piora as coisas, faz 
muito mal para o rim, intestino e coração. 
 - Colocaram o teste de carga ou prova de carga. 
 - Fazer um volume pequeno de soro mais extremamente rápido para testar se o 
animal responde ao soro ou não. A velocidade do soro é 100ml/kg/hora feito em 10 a 15 
minutos. 
 - Era difícil as pessoas fazerem contas baseado nesse valor. 
 - Vamos simplificar isso: 
 - gato: 10ml/kg em 10 minutos. (gato pesa 3 kg, faz 3 x 10 = 30ml em 10 minutos) 
 - cão: 15ml/kg em 15 minutos (cão pesa 10kg, faz 10 x 15 = 150ml em 15 
minutos). 
 - O ideal é fazer com bomba de infusão, só que se não tivermos a bomba de infusão 
vamos colocar para pingar, isso sempre vai dar 20 vezes o peso gotas por minuto 
(macrogotas). 
 - Exemplo: cão de 10kg, quantas gotas faríamos por minuto? 
 20 x 10 = 200 gotas por minuto, durante 15 minutos. 
 - No gato é a mesma coisa peso x 20 = desde fazer 15 minutos, faremos 10 minutos. 
 
 - O soro bom de se fazer é o ringer lactato é o fluido de escolha. Se não tivermos o 
ringer lactato, faremos solução Fisiológica (ele não é tão bom), o melhor é o ringer lactato. 
Mas a solução fisiológica é uma boa opção. 
 - Se não tiver solução fisiológica não pode fazer ringer simples, pois ele aumenta a 
mortalidade (fluido errado). 
 - Não faremos soluções com glicose, porque por regra o paciente com choque já está 
com hiperglicemia. Se tivemos um caso de sepse, vamos medir a glicemia do paciente, se ele 
tiver com hipoglicemia precisamos dar glicose. 
 - Nem sempre faremos teste de carga, vai depender, se soubermos o histórico do 
paciente e descartar hipovolemia, não devemos fazer teste de carga. Se não conseguirmos 
descartar, vamos sempre fazer teste de carga. 
 - Quando sabemos que é hipovolemia, vamos sempre tentar 3 testes de carga antes de 
entrar com fármaco vasoativo, se não for essa situação, logo depois do 1° teste de carga 
vamos entrar com vasoativo e vamos fazendo novos testes de carga, podendo chegar até 3 
mas já com fármaco vasoativo. 
 - Se soubermos que é hipovolemia, vamos fazer 3 testes de cargo, se não melhorou, vamos 
fazer vasoativo. Se não tenho certeza, vamos fazer 1 teste de carga, depois vamos entrar com 
vasoativo em dose baixa e faz o 2 e o 3 já tomando vasoativo. Faremos 2 acessos ou 
colocamos a torneira de 3 vias. 
 - A maior dificuldade é pegar o maior número de veias necessárias para fazer o teste 
(animais pequenos é mais fácil de se fazer teste de carga só com cristaloides isotônicos). 
 
 
 b) Cristalóides Hipertônicos: 
 - A solução hipertônica mais utilizada é o cloreto de sódio 7,5%; 
 - O resumo dessa história é jogar muito sal no sangue, pois é muito mais sal que temos no 
sangue. 
 - Sal atrai água, se jogar sal misturado no sangue, vai atrair água do corpo todo para os 
vasos, a pressão estabiliza. 
 - Vai pegar água do edema do próprio corpo. Se temos um paciente que está 
edemaciando, a hora que colocamos sal lá dentro, a água que estava fora do vaso, entra 
novamente no vaso. 
 - O volume é bem pequeno é de 2 a 4 ml/kg em 5 minutos. 
 Exemplo: cão de 40kg, temos que fazer de 80 a 160ml/kg de soro. Se conseguirmos 
pegar 1 veia, conseguimos fazer fácil, mas temos que fazer em 5 minutos. 
 - Para cães maiores. Não faremos ringer lactato de cara (pois para ringer vamos precisar 
de 4 ou mais veias, será muito difícil de conseguir tudo isso de veia, então podemos pegar uma 
veia e fazer cloreto de sódio, melhora a pressão, depois pegamos veia mais calibrosa para 
fazer ringer lactato). Só que aí só faremos metade do volume. 
 - Sempre vamos fazer o ringer lactato, mas a hipertônica ajuda demais na 
emergência. 
 - Só que o efeito dela é transitório, dura só 1 hora, temos que aproveitar essa estabilidade 
da pressão ou para colocar o animal em cirurgia para parar a hemorragia ou para pegar outros 
acessos para depois colocar ringer lactato. 
 Exemplo: animal que rompeu baço, está jorrando sangue, pressão está baixa, não dá 
para anestesiar, vamos entrar com a hipertônica, vai melhorar a pressão, vamos anestesiar 
para parar a hemorragia do baço, depois pegamos mais veias e vamos colocar ringer lactato 
em ação. 
 Professor raramento faz ringer lactato de cara, ele faz primeiro hipertônica, vai pegando 
as outras veias e depois coloca ringer lactato (paciente muito mal). 
 
 c) Colóides Sintéticos: (desespero) 
 - Eles já foram eleitos os melhores fluidos do mundo, mas hoje são considerados os 
vilões. 
 - Eles tem capacidade de segurar o liquido para dentro do vaso, eles são moléculas bem 
grandes, o liquido não sai, a pressão melhora e não abaixa, não tem efeito transitório. 
 - Ela dura muitas horas, mas aumenta a taxa de mortalidade. 
 - A pressão aumenta rápido e evita a morte nas primeiras horas de atendimento, mas 
depois ele funciona como corpo estranho no organismo, o organismo ataca.- Quando nada resolver (usou corticoide, soro, vasoativo, fez tudo e nada resolveu), 
vamos entrar com coloide. 
 - O paciente melhora na hora e raros sobrevivem depois. 
 - Soro do desespero, quando usamos coloide vamos usar só metade do ringer lactato. 
 - Os colóides que tem melhores resultados são os de base de amido (melhor resultado). 
 
 d) Hemocomponentes: 
 - Se pegar paciente com hemorragia grave que perdeu mais de 30% da volemia, ele vai 
se beneficiar com os hemocomponentes. 
 - Pacientes que perderam menos de 30% da volemia, geralmente não se beneficiam com 
os hemocomponentes, ou é até prejudicial. 
 - Se o animal se cortar e perder 10ml de sangue e alguém der sangue, será prejudicial 
para o animal. 
 - Se o animal foi atropelado e perdeu mais do que 30% da volemia e receber sangue, o 
animal vai se beneficiar com esse hemocomponente (pois vai repor componentes importantes 
para o sangue). 
 - O problema são as reações transfuncionais. É difícil o teste de compatibilidade. Nos 
gatos é mais difícil ainda. 
 - Se tivermos proteína baixa (principalmente albumina abaixo de 1 ou se tiver 
hipotensão, o melhor é usar albumina) 
 - Se tiver hipoproteinemia e não tiver albumina disponível, podemos usar plasma 
(não é taõ bom, mas podemos usar). 
 - Proteína baixa (albumina) e hipotensão  albumina. 
  se não tiver, pode usar plasma (é mais barato) 
 - Plasma é a melhor opção nas coagulopatias.(só precisamos ficar de olho nas 
plaquetas, pois se as plaquetas estão baixas, temos que fazer concertado de plaquetas 
também). 
 - Se o problema for perda de sangue, devemos fazer concentrado de hemácia. 
 - Se o nosso problema é anemia, devemos fazer concentrado de hemácia. 
 - Se não tiver concentrado de hemácia, vamos fazer sangue total, não é bom, é a 
última alternativa, o ideal é usar hemocomponente. 
 - Se formos usar sangue total, vamos usar essa fórmula: 
 
 V(ml) = 70 ou 90 X Peso X % de sangue que perdeu 
 ------------------------------------------------------------ 
 100 
 
 Se for gato = 70 
 Se for cão = 90 
 - Se for hemorragia aguda, vamos usar essa fórmula, o resultado será o tanto de 
sangue que teremos que fazer no paciente. 
 - Além do sangue temos que fazer o ringer lactato, porque o ringer lactato faremos em 
todo mundo, mas nesse caso vamos fazer também hemocomponente em casos de perda 
sanguineoa aguda ou muito forte. 
 - Exemplo: cão que perdeu 40% da volemia, pesa 10kg, quanto de sangue devemos 
fazer? 
 V = 90 X 10 X 40% 
 -------------------- 
 100 
 V = 360ml 
 
 - Como vamos saber essa % de quanto de sangue perdeu? 
 
Resumo menina da sala 
 
 
 
09. Aula – 28/10/2020 – Síndrome Choque – Parte 02. 
- Sepse e Edema Pulmonar 
Resumo menina da sala 
 
 
 
 
10. Aula – 04/11/2020 – Trauma Craniano e Reanimação Cardiorrespiratória: 
01. Trauma Craniano: 
 - Se pegarmos as emergências neurológicas a mais frequente para gente atender além dos 
status epiléticos é o Trauma craniano(das emergências neurológicas mais comuns o trauma 
craniano se destaca). 
 - O Trauma Craniano normalmente vem associado com outros traumas bastante significativos. 
 - Na maioria das situações o animal não chega só com o trauma craniano, ele chega com 
outros traumas associados. 
 - Ele deu um exemplo de boxer em situação de espancamento, vemos uma laceração 
importante na parte da escápula, mas também vamos encontrar uma lesão no meio da testa 
dele, é nítido que ele tem uma lesão na parte craniana e não temos dúvida que ele tomou uma 
pancada forte na cabeça, pode ter havido uma lesão cerebral ou não. 
 - Primeiro erro muito comum é as pessoas quererem cutucar a ferida, ou para lavar ou para 
tricotomizar, ou para suturar. DE JEITO NENHUM DEVEMOS FAZER ISSO. 
 - Não devemos fazer isso, porque se jogarmos água com sabão na região e tiver uma fratura, 
essa água com sabão vai cair no cérebro, pode atingir as meninges e automaticamente não 
será legal. 
 - Se temos uma lesão, vamos deixar ela ali quieta, não vamos colocar a mão e muito 
menos apertar o local. 
 - O que temos que fazer nesses casos é estabilizar o animal, vai chegar o momento que 
vamos radiografar o paciente para saber se temos ou não uma fratura. Só vamos mexer 
depois de um exame radiográfico. 
 - No trauma craniano não vamos mexer no começo, vamos estabilizar o paciente, vamos 
radiografar para saber se tem ou não fratura. 
 - Outro erro muito comum que os veterinários fazem de primeira é fazer corticoide e manitol, 
está errado, pois temos uma hora certa para se fazer. Se usar de primeira, vamos ver que não 
servirá para nada os medicamentos, pelo contrário, podemos aumentar a mortalidade desse 
paciente. 
 
 - Conceitos: 
 - O Processo é composto de 2 momentos: 
 a) Injúria Primaria  É o tecido afetado pela pancada; 
 Exemplo: tomei uma pancada e teve um afundamento da calota 
craniana, machucou uma parte do cérebro, contra essa injúria, não temos nada que podemos 
fazer, inclusive em situações que isso é fatal, não existe tentativa de reanimação. 
  Quando a injúria primária é fatal, não cabe reanimação, porque 
aquilo demoraria muito tempo para ser reestabelecido e o paciente não suporta tudo. 
  É a lesão inicial, é a pancada que você toma, não temos como 
evitar a lesão, temos que esperar o animal se recuperar. 
  Aquela lesão inicial, muitas vezes não é fatal, o animal tem a 
pancada, tem algum sintoma neurológico que começa evoluir nas próximas horas, aí nós 
chamamos de injúria secundária. 
 
 
 b) Injúria Secundaria  Temos um processo de lesão secundária a injúria primária. 
 Exemplo: Tivemos a pancada no cérebro, o cérebro entra em um 
processo inflamatório e esse processo inflamatório vai aumentar a área de lesão, esse 
aumento da área de lesão é a injúria secundária. Quando atendo um animal com trauma 
craniano é minimizando ela que eu tenho que trabalhar. 
  É a injuria que vem pelo processo inflamatório que vai acontecer 
por conta da injúria primária. 
  Essa injúria secundária é dividida em 2 momentos: 
 01. Edema Citotóxico (intracelular) 
 02. Edema Vasogênico. 
  Tanto o Edema Citotóxico como o Edema Vasogênico são 
secundários (temos como tentar prevenir). 
  Logo que o animal chega rápido para o atendimento ele está na 
fase do edema citotóxico, significa edema intracelular, ele será único nas primeiras 2 horas, 
nesse tipo de edema, o manitol não ajuda em nada. 
  Depois ele começa a ter um edema vasogênico, que é o edema 
intersticial (líquido de dentro do vaso, para fora do vaso), esse edema vai ser predominante 
cerca de 6 a 8 horas depois do trauma, nesse edema o manitol funciona muito bem. 
  Edema Citotóxico (2 horas) intracelular, manitol não ajuda nada. 
  Edema Vasogênico (6-8 horas) edema intersticial, manitol funciona 
O que acontecenos dois tipos de edema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
01.Injúria Primária: 
 - Primeira coisa importante, ocorreu o trauma, vamos ter edema e hemorragia, esse edema e 
essa hemorragia vão ser responsáveis por diminuir fluxo sanguíneo cerebral no local que está 
lesado (se temos hemorragia, tivemos comprometimento vascular e se temos edema, ele 
dificulta a circulação). 
 - Quando vai menos sangue com o local afetado, chega menos Oxigênio e menos glicose, 
consequentemente teremos menos ATP. 
 - Se temos menos ATP, a bomba de sódio(Na) e potássio(K), que precisa de ATP, não 
funciona direito. 
 - Se a bomba não funciona direito, ela não consegue colocar Na para fora, então o Na 
dentro da célula começa a aumentar. 
 - Se o Na está dentro da célula vai carregar água para dentro da célula, por isso vamos 
chamar de Edema Citotóxico (líquido entrando na célula), nesse momento já vai começar a 
morrer muitas células (morte neuronal). 
 - Junto com isso, nós temos reservas de glicose, só que se tivermos pouco oxigênio, faremos 
anaerobiose, anaerobiose significa aumento de ácido lático. 
 - Aumento de ácido lático, leva ao aumento o pH e leva mais a morte cerebral. 
 - Depois teremos outra cascata, que nesse quadro doloroso, teremos liberação de glutamato, 
o glutamato vai colocar cálcio (Ca) para dentro da célula, isso vai gerar bem no meio 
intracelular uma série de cascata, como a cascata do ácido aracdônico, da xantinas oxidases e 
ativação do sistema complemento (que é um sistema imunológico inespecífico – células killers 
vão começar atacar aquele local), nessa morre tanto agente infeccioso como células 
saudáveis. 
 - Tudo isso enche o cérebro de radicais livres, levando o aumento da morte cerebral. 
 
Obs: No primeiro momento temos que combater é a injuria primária que é o processo de 
edema citotóxico, vamos fazer isso melhorando a pressão arterial e oxigenando o paciente. É 
fundamental. 
 Vamos olhar a oxigenação do paciente, se a oxigenação estiver baixa, vamos fazer 
oxigenioterapia nele, faremos acesso venoso e vamos medir a pressão arterial dele, se a 
pressão arterial não estiver boa, vamos ter que arrumar isso. 
 Trauma Craniano chegou, vamos oxigenar o paciente e estabilizar a pressão arterial dele. 
 
02. Injúria Secundária: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Depois de algum tempo, o fluxo sanguíneo naquele local está menor, só que o oxigênio 
está menor e teremos um aumento de gás carbônico (CO2), toda vez que aumentar CO2 e 
diminuir oxigênio, teremos vasodilatação cerebral, quando vasodilata teremos um aumento no 
volume de sangue, mas também aumenta a pressão hidrostática. 
 - Junto com isso o processo inflamatório liberou citocina e alterou a permeabilidade vascular. 
 - A hora que juntamos as duas coisas (mais pressão dentro do vaso e permeabilidade 
aumentada), causa um edema vasogênico (líquido saindo de dentro dos vasos sanguíneos 
para o interstício). 
 - Nesse momento o manitol funciona. Mas esse processo não é o primeiro a acontecer, o 
primeiro a acontecer é o edema citotóxico, esse edema vai começar a acontecer 2 horas após 
a lesão, aí ele vai sendo progressivo e vai se tornar o principal 6 horas depois. 
 - Tendo um grande edema vasogênico, teremos um grande aumento da pressão 
intracraniana (PIC). 
 - A hora que aumenta PIC, criamos uma resistência a entrada de sangue, o sangue não 
consegue mais entrar dentro da calota craniana e vamos matar o cérebro por falta de 
oxigenação. Aí a lesão que de repente era pequena, se torna grande. 
 
 - Na Injúria Secundária o que devemos evitar a todo custo e o que dá mais problema é 
Hipóxia e Hipotensão. Se deixarmos o animal desaturado ou com pressão arterial baixa, vamos 
matar o paciente. A pressão arterial pode cair tanto pelo trauma craniano, mas também ela 
pode cair porque cerca de 60% dos casos vamos ter lesão em outro órgão. 
 
 - Se falarem que só temos 2 coisas que podemos fazer no trauma craniano, vamos 
colocar esse paciente em oxigenioterapia se ele precisar e estabilizar a pressão arterial 
dele (saturação e pressão arterial). 
 
 - Existe um conceito chamado Pressão de Perfusão Cerebral (PPC), significa o quanto de 
oxigênio chega no cérebro, vamos representar por uma fórmula: 
 PPC = PAM – PIC 
 
PPC – Pressão de Perfusão Cerebral 
PAM – Pressão Arterial Média 
PIC – Pressão Intracraniana 
 
 - Onde a PPC é a pressão arterial média menos a pressão intracraniana. 
 - Na maioria das vezes acontece que o animal sofreu um trauma e perdeu muito sangue, a 
hora que cai a pressão arterial, vai cair a PPC. Só que nessa o animal bateu a cabeça e depois 
de algumas horas vai subir a PIC, nessa vai cair ainda mais a PPC, estamos caminhando para 
a morte, sem oxigênio, o cérebro vai morrer. 
 
 
 
 
 - O que vamos fazer? A hora que eu atender esse animal de cara, vamos oxigenar e 
melhorar a pressão arterial. A hora que eu melhoro a pressão arterial já teremos uma resposta 
significativa do paciente. 
 - Se resolvermos o problema da pressão arterial, a oxigenação cerebral vai começar a 
melhorar. 
 
 
 
 
 
 - Nessa vamos perceber que a PIC ainda está atrapalhando, com isso vamos desenvolver 
manobras para controle da PIC. Se controlarmos os dois, a minha oxigenação cerebral voltará 
ao normal. 
 
 
 
 - Depois vamos ficar esperando o processo de regeneração que é limitado, mas o edema vai 
começar a regredir, com o edema regredindo teremos melhoras neurológicas significativas, 
vamos ter que esperar para ver se o paciente terá sequelas ou não, mas conseguimos salvar a 
vida de muitos pacientes. 
 - Na veterinária não medimos a PIC, mas a gente sabe que a PPC precisa ser maior ou 
perto de 70mmHg, para tentarmos ter isso, precisamos ter a pressão sistólica maior de 
90mmHg. 
 - Normal  PPC > 70mmHg 
  Pressão Sistólica > 90mmHg 
 
 - Exemplo: 
 a) Quanto que é o PPC de um animal que está com PAM 60 e uma PIC de 30? 
 Resposta: PPC = PAM – PIC 
 PPC = 60 – 30 
 PPC = 30mmHg. 
 Está longe de uma oxigenação ideal que é 70mmHg, pois temos uma PAM baixa e uma PIC 
baixa. 
 
 Vamos começar a melhoras ele, vou subir a PAM para 100mmHg por exemplo. 
 PPC = PAM – PIC 
 PPC = 100 – 30 
 PPC = 70 mmHg. 
 
 O valor está mais próximo do ideal. A melhora da PAM é muito mais rápida do que a queda 
da PIC, por isso é o nosso foco inicial, ai depois se puder vamos diminuir o edema cerebral 
para 15 mmHg por exemplo. 
 PPC = PAM – PIC 
 PPC = 100 – 15 
 PPC = 85mmhg 
 Agora temos chances do paciente sobreviver, isso que faremos sobre conceitos gerais no 
tratamento do trauma craniano. 
 1° Oxigenação + estabilizar a pressão (depois que estabilizar a pressão, vamos 
controlar a PIC). 
 2° Controlar a PIC. 
 
 
01. Hipotensão: 
 - Se temos um animal com trauma craniano e tiver com pressão baixa, vamos tratar o 
trauma craniano principalmente com Fluidoterapia. 
 - Onde usamos muito o Ringer Lactato ou a Solução Hipertônica (ajuda muito). 
 - Se não conseguirmos controlar com elas, vamos entrar com fármaco vasoativo, se não 
resolveu, vamos entrar com colóide, 
 - Se o animal teve uma hemorragia muito grande, vamos ter que usar Hemocomponentes 
(temos que evitar ao máximo, só usar quando realmente precisar). Por que? Para controlar a 
pressão em um quadro de hemorragia ideal seria entre 80-90, mas com 80-90 não dá para ter 
uma PPC boa, temos que subir mais a pressão arterial, só que quando eu subo mais a pressão 
arterial para melhorara oxigenação cerebral, vamos aumentar a hemorragia. É muito difícil 
estabilizar o paciente com choque hemorrágico mais trauma craniano. Se conseguirmos 
controlar a hemorragia logo, será ótimo, porque aí vamos conseguir subir a Pressão, mas 
quando são sangramentos difusos e que não tem correção cirúrgica é bem problemático, a 
maioria morre. Porque em um trauma craniano eu pressão acima de 90 e em uma hemorragia 
não podemos passar de 90, nessa vamos tentando achar um valor meio termo. 
 - Nunca podemos fazer soluções hipotônicas. (aumenta edema cerebral). 
 
 Exemplo: chegou paciente com sinal de trauma craniano, vamos fazer oxigenioterapia, acesso 
venoso, medir a pressão, se der baixa, podemos fazer solução hipertônica ou faz um ringer 
lactato com teste de carga, pode fazer vários testes de carga se for o caso (3 testes de carga), 
se não melhorou, vamos fazer fármaco vasoativo, se ainda não melhorar, vamos fazer colóide. 
 Se tiver necessidade de usar hemocomponente, significa que a hemorragia foi grave, quando 
isso acontece, temos altos índices de mortalidade. 
 
Resumo para melhorar a hipotensão: 
01. Oxigênioterapia; 
02. Acesso Venoso; 
03. Medir Pressão Arterial  Baixa  Solução Hipertônica ou; 
  Ringer Lactato com teste de carga (até 3 testes de 
carga). 
  Se não melhorar = Fármaco Vasoativo; 
  Se não melhorar = Colóide. 
04. Se tiver que usar Hemocomponente = aumento de mortalidade. 
 
 
02. Hipoglicemia x Hiperglicemia: 
 - Depois de controlar a hipotensão vamos controlar a glicemia do paciente, pois paciente 
com choque tem a tendência de ficar com hiperglicemia, mas não é impossível o paciente fazer 
hipoglicemia, se isso acontecer temos que controlar essa glicemia, se estiver alta vamos aplicar 
insulina, se tiver baixa vamos dar glicose, mas precisamos deixar o paciente normoglicêmico 
 a) Hipoglicêmico: (dar glicose) 
 - Se tivermos paciente com hipoglicemia, vamos entrar com solução com glicose e 
vamos acompanhando até normalizar. 
 - O problema do paciente sem glicose, não teremos ATP, as células vão edemaciar e 
vai morrer muito mais tecido cerebral. 
 
 b)Hiperglicêmico: (dar insulina) 
 - Se o animal tiver com hiperglicemia, teremos excesso de glicose e sem oxigênio 
direito no cérebro vai aumentar o lactato, com o lactato alto, vai aumentar a acidose cerebral e 
vai aumentar a mortalidade. 
 
 
03. Temperatura: Hipotermia x Hipertemia 
 - Depois que conseguirmos controlar a glicemia, vamos para a temperatura. 
 - Temos que deixar o paciente ou normotérmico ou com hipotermia branda (não pode 
ser muito hipotérmico mas não pode ser de jeito nenhum hipertérmico). 
 a) Hipotérmico: 
 - Se deixarmos o animal hipotérmico: 
 01.O lado bom é que diminui o metabolismo cerebral, 
 02. Mas se deixarmos a temperatura cair muito: 
 - Dará coagulopatia (piorando as hemorragias); 
 - Aumenta a viscosidade sanguínea (diminui efeito da circulação); 
 - Aumenta a chance do paciente ter arritmia; 
 - Piora o Débito Cardíaco (DC) 
 - Aumenta a chance do paciente desenvolver SEPSE. 
 - Deixar o animal com uma temperatura baixa, não é uma alternativa. 
 b)Hipertérmico: 
 - Se o animal tiver hipertermia: 
 - Cada 1°C que subir na sua temperatura, aumenta em 8% o seu metabolismo, 
aumentando o metabolismo, significa gastar mais oxigênio, teremos uma falência cerebral. 
 - Se por conta do edema está chegando pouco sangue, pouco oxigênio, pouca 
glicose, vai lá e aumenta o consumo, o paciente vai morrer. 
 
Resumo: 
 01. Quais são os primeiros 4 cuidados iniciais em um atendimento de um paciente com 
trauma craniano? 
 Resposta: Oxigenioterapia (olhando a saturação e vendo que ela está ruim); 
 Estabilizar a Pressão Arterial; 
 Controle de Glicemia; 
 Controle de Temperatura. 
 
 Atingindo esses 4 cuidados, o nosso foco vai para a PIC. 
 
04. Pressão Intracraniana (PIC): 
 - Se as 4 coisas explicadas acima estão controladas, vamos cuidar da PIC. 
 - Como vamos manter ou abaixar a PIC. 
 - O que altera a pressão intracraniana? 
 - A pressão intracraniana é a pressão dos tecidos intracranianos sobre o osso (sobre o 
crânio). 
 - Lá dentro vamos encontrar a massa encefálica, a quantidade de líquor e a quantidade 
de sangue. 
 - Se tivermos uma situação que aumente a massa encefálica (exemplo: edema), 
alguma coisa que aumente o líquor (exemplo: edema) ou alguma coisa que aumente a 
quantidade de sangue (exemplo: vasodilatação), vamos ter aumento de pressão 
intracraniana. 
 - Os três acontecem em um trauma craniano, mas vai chegar uma hora que o líquor 
diminui, pois ele é o único que não consegue resistir lá dentro. A hora que o cérebro vai 
aumentando de volume, o líquor vai sendo jogado para a medula. 
 - A pressão intracraniana normal é baixa, fica entre 5 a 10 mmHg. 
 - Só que ela pode atingir valores muito altos, dependendo do trauma craniano, se o 
cérebro for edemaciando muito, se tiver uma grande vasodilatação pode chegar até 70 mmHg, 
 - Vamos supor que você tem PAM de 70mmHg, se tivermos uma PIC de 70mmHg, o 
cérebro recebe 0mmHg de oxigênio. 
 PPC = PAM – PIC 
 PPC = 70 – 70 
 PPC = 0 mmHg. 
 - Nesses casos de aumento de PIC significativo, só a melhora da PAM não resolve. 
Vamos ter um animal com a Pressão boa ou as vezes até alta e o paciente está péssimo. 
 Exemplo: PAM = 150 mmHg 
 PIC = 90 mmHg 
 PPC = PAM – PIC 
 PPC = 150 – 90 
 PPC = 60 mmHg. 
 - Temos que tentar diminuir o volume encefálico para poder diminuir PIC para poder 
voltar oxigenar o cérebro. 
 - Como vamos saber que o animal teve um aumento de PIC? 
 - Aconteceu o trauma, temos uma situação de Hipóxia, Hipotensão e começamos a 
ter aumento da PIC (cérebro vai edemaciando e não vai começar a caber dentro da calota 
craniana), isso gera um início de isquemia cerebral, isso aumento o CO2, quando aumenta 
CO2, vamos perceber ativação do sistema nervoso simpático e nessa vamos perceber que a 
pressão do animal começa subir sozinho. 
 - Exemplo: a pressão do animal estava 90 e daqui a pouco quando olho de novo, ela está 
a 100, daqui a pouco olho de novo ela está 110 e assim vai. 
 - Se a pressão está subindo sozinho, provavelmente está aumentando a PIC. 
 - Aí acontece uma coisa que se chama: “Síndrome Cérebro-Coração”, a hora que a PPC 
ficar baixa por muito tempo, libera catecolamina, aí veremos um grande aumento da PIC (a 
pressão dispara – dá pressão de 180, 200, fica bem alta), até chegar um momento que vai 
acontecer o “Reflexo de Cushing’s” . 
 - A hora que acontece o reflexo de cushing’s teremos a pressão arterial tão alta que o 
animal terá uma bradicardia reflexa. 
 
Recapitulando: Tivemos uma lesão, o cérebro recebe pouco oxigênio, a pressão arterial vai 
começar a subir, para tentar oxigenar, chega uma hora que a pressão dispara (porque a PPC 
está muito baixa), esse aumento de pressão arterial está tão alto vai gerar uma bradicardia 
reversa. 
 
PROVA – O que caracteriza o Reflexo de Cushing’s?- Se atendermos um animal que sofreu um trauma craniano e ele apresentar alteração do 
nível de consciência, hipertensão (pressão alta) e bradicardia, ele é um paciente com 
reflexo de cushing’s. Isso indica que ele já tem um aumento significativo na PIC. 
 
 - Quais são as 3 alterações do Reflexo de Cushing’s? 
 - Alteração do nível de consciência; 
 - Hipertensão (pressão alta); avalia com pressão arterial 
 - Bradicardia (avalia através da frequência cardíaca) 
 
 - Agora é hora de baixar essa PIC. 
 A) Para abaixar essa PIC, faremos Manitol (ele será a nossa primeira tentativa que temos 
para abaixar a pressão intracraniana). Na literatura falam para fazer 1g/kg em 15 a 20 
minutos, intravenoso, mas isso está mudando, a maioria dos lugares estão fazendo em 5 
minutos. 
 - 01. Manitol – 1g/kg  Literatura: 15 a 20 minutos – IV 
  Hoje: 5 minutos – IV 
  Não se sabe qual é o certo, vamos saber os efeitos que terá mais 
para frente, ainda não chegou na padronização mundial, mas sabemos que a maioria das 
pessoas não fazem manitol tão lento assim. 
  Ele é um diurético osmótico, esse fármaco vai puxar liquido do 
cérebro, diminuindo o edema, como ele atrai água, ele diminui a viscosidade sanguínea 
(sangue fica mais líquido, fazendo com que ele flua melhor no cérebro) e diminui a produção de 
radicais livres. 
  O pico de ação acontece em 1hora (em uma hora o que tinha que 
acontecer, aconteceu). 
  O Efeito dele dura de 6 a 8 horas. 
 
 - Se não melhoras com Manitol, podemos usar solução hipertônica 3,5 a 7,5%. 
 
 - 02. Solução Hipertônica – 3,5 a 7,5%  Vamos fazer de 2 a 4 ml/kg em 5 minutos – IV 
  A pressão melhora muito; 
  O fluxo cerebral aumenta muito; 
  Diminui o processo inflamatório; 
  E o animal acalma. 
 
Obs: Quando o Manitol não der certo, vamos fazer a Solução Hipertônica. 
 
 
PROVA - Como faremos a Solução Hipertônica a 7,5%? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Explicação do desenho: 
 - Vamos misturar a Solução Fisiológica (SF) que é 0,9% e vamos pegar um outro soro 
que será a Solução Salina (SS) a 20% e no meio vamos colocar a porcentagem que 
queremos (professor quis 7,5%), depois faremos um “X”, faremos uma subtração. 
 - Faremos 0,9% menos 7,5%, dará 6,6ml (esse resultado colocaremos embaixo). 
 - Depois faremos 20% menos 7,5% dará 12,5 ml (esse resultado colocaremos em 
cima). 
 SF = 0,9% 
 SS = 20% 
 Concentração = 7,5% 
 
 SF = 0,9% 
 7,5% 
 SS = 20% 
 
 0,9% - 7,5% = 6,6ml 
 20% - 7,5% = 12,5 ml 
 
 - Se pegarmos uma seringa e colocarmos 12,5ml de solução fisiológica e 6,6ml de 
solução salina teremos uma seringa de solução a 7,5%. 
 - Essa diluição podemos fazer para qualquer solução na vida. 
 - Se eu quero duas seringas, vamos multiplicar 12,5 x 2 = 25ml de solução fisiológica. 
6,6 x 2 = 13,2 de solução salina. 
 - Quantas seringas vou ter que fazer? Até dar 2 a 4 ml/kg. 
 
- Exemplo: Animal com 15kg, quero fazer 2ml/kg. 
 - 15 x 2 = 30ml (precisamos de 30 ml). 
 - Se usarmos o exemplo acima não dá para usarmos 1 seringa, porque só uma seringa 
a soma dos dois deu 19,1ml, nesse caso vamos precisar fazer 2 seringas. 
 - Duas seringas dariam 38,1, ai nesse caso já dá, já conseguimos medicar o paciente, 
pois nesse paciente vamos precisar de 30ml. 
 
 - Outra coisa importante para diminuir a PIC. 
B) Elevar a cabeça do paciente, deixa a cabeça um pouco mais alta, vamos inclinar a mesa, 
pois não podemos dobrar o pescoço, o pescoço precisa ficar reto, precisa ficar entre 15 e 30°. 
 - A hora que você faz isso, melhora o retorno venoso, o sangue tem facilidade para descer do 
cérebro, isso faz o cérebro diminuir um pouco de volume e ai ele oxigena melhor. 
 - Não fazemos mais de 30°, porque fica mais difícil do sangue subir. 
 - Não devemos fazer nenhuma oclusão venosa no pescoço essa hora, não podemos coletar 
sangue da jugular, nada de manter o pescoço do animal dobrado. 
 
 - Se o animal não melhorar com nenhuma desses 3 itens citados acima, chegamos no nossa 
ultima tentativa: 
 
C) Podemos entubar o paciente e hiperventilar ele, para deixar o CO2 entre 30 e 40mmHg. 
 - Vamos colocar o animal na ventilação mecânica e vai aumentando a frequência respiratória 
até chegar em 30 e 40mmHg. 
 - Isso vai diminuir a PIC em 25%. 
 - O efeito disso é transitório, mas isso salva o cérebro do paciente. 
 - Não podemos abaixar mais o CO2, porque faz hipóxia cerebral (quando abaixa o CO2, 
você está fazendo vasoconstrição, a gente expulsa o sangue venoso lá de dentro, com isso 
diminui o volume cerebral, melhorando a oxigenação, só que existe um limite que você pode 
fazer de vasoconstrição). 
 - Só fazemos isso em casos mais graves. 
 
12,5 ml 
6,6 ml 
12,5ml 
 + 
6,6 ml 
 = 
19,1 ml 
 
- Se o animal não responde a nada, só cirurgia de descompressão (craniotomia). É muito difícil 
chegar até aqui, paramos no item C. 
 
Pergunta: Quais são as 4 técnicas de pressão intracraniana? 
 Resposta: Manitol 
 Solução Hipertônica 
 Inclinação da cabeça do paciente. 
 Hiperventilação. 
 
Sequência de um paciente com trauma craniano: 
 01. Oxigenioterapia. 
 02. Acesso Venoso 
 03. Avalia pressão arterial, se precisar vamos Estabilizar Pressão arterial (Ringer Lactato ou 
Hipertônica, se não responder vamos colocar vasoativos, se não responder vamos colocar 
coloide) 
 04. Controlar a Glicemia 
 05. Controlar a Temperatura 
 06. Os 4 estão tudo bem, agora vamos monitoras reflexo de cushing’s, se deu positivo para o 
reflexo vamos fazer Manitol, se não der certo vamos para solução hipertônica, se não der certo 
vamos inclinar a cabeça do paciente e se não der certo vamos entubar e hiperventilar. 
 07. Se ele não melhorar, animal vai morrer. 
 
Obs: a inclinação da cabeça não tem muita regra, podemos fazer a inclinação a partir do 
momento que ele chegou para gente, mas não é nossa prioridade. 
 
 - Como vamos saber dar prognóstico em casos de trauma craniano: 
 - Através da Escala de Glascow Modificada. Ela vai avaliar qual é a chance do paciente 
morrer dentro de 24 horas, ela não fala sobre sequelas, ela fala qual é a chance do paciente 
morrer e qual a chance dele viver. (Pega a amplitude da lesão). 
 - Vamos preencher 3 escalas. 
 01. Avaliando o Estado Mental do Paciente (avaliação de Córtex e Tronco Encefálico). 
 02. Faremos avaliação do Reflexo Pupilar e Reflexo Óculocefálico. (vamos avaliar 
diencéfalo, tronco encefálico e trajeto do sistema nervoso autônomo) 
 03. Faremos avaliação de Postura e Atividade Motora Voluntária (avaliamos cerebelo, 
tronco encefálico). 
 - Estamos avaliando o cérebro todo. 
 - A teoria desse teste, se temos um paciente com lesão focal, vai alterar só uma coisa, não vai 
alterar tudo (a chance dele viver é grande). 
 - Agora se tivermos tudo com nota baixa, significa que a lesão pegou o cérebro inteiro, a 
chance dele morrer é enorme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Quando avaliamos grau de consciência vamos dar nota de 1 a 6 para o animal. 
 - Se o animal chega com o comportamento normal (nota 6), se chega em como é nota 1, se 
ele chega delirando é nota 5, se o animal chega parado, mas quando vocêfaz algum estímulo 
visual, ele responde é nota 4, se você precisa fazer algum estímulo sonoro é nota 3 e se ele só 
responder a dor é nota 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Depois vamos para os reflexos, a área que controla midríase e miose do olho é a área mais 
central do diencéfalo e tronco encefálico, precisamos do sistema nervoso autônomo também. 
Estamos avaliando a parte mais central do cérebro. 
 - Se ele tiver os reflexos normais a nota será 6, se ele tiver pupila dilatada ou midríase e não 
responde a nada a nota será 1 e no meio do caminho, teremos a escala. 
Obs: Reflexo Pupilar joga a luz no olho e vemos a contração da pupila 
 Reflexo Óculocefálico  quando giramos a cabeça do cachorro para um lado, ele precisa 
olhar para o outro lado, esse é o movimento obrigatório. Quando esse reflexo não existe (olho 
parado), chamamos de olho de boneca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Depois vamos avaliar a parte motora do animal, tentar fazer o animal andar, se ele andar 
normal é nota 6. Se ele tiver paresia ou atividade descerebrada é nota 5. Se ele esticar a pata 
e flexiona é nota 4. Se ele ficar com as patas esticada é nota 3. Se ele ficar com a pata 
esticada e com a cabeça opistótono(olhar para as estrelas) nota. Se for flácido é nota 1. 
 
 
Avaliação: 
 - Vamos somar todos os pontos e ver em qual escala o animal está: 
 - Prognóstico Bom  15 – 18 
 - Prognóstico Reservado  09 – 14 
 - Prognóstico Ruim  03 – 08 
 - Podemos avaliar em um gráfico de porcentagem. 
 - Precisamos ter uma base de prognóstico para saber se o tutor vai querer eutanasiar ou lutar 
pelo animal. 
 
Para controlar PIC: 
 - Vamos tentar primeiro com diurético. 
 - Controle Pressão arterial priorizando a fluidoterapia. 
 - Nunca deixar o animal em isquemia e hipotensão; 
 - Manitol e solução hipertônica são ótimos para controlar PIC (junto vamos elevar a cabeça). 
 - Hiperventilação pede autorização do tutor. 
 - Usar bloqueadores de canal de cálcio (não ajuda); 
 - Não devemos fazer glicocorticoides (pelo menos não nas primeiras 24 horas). Entre 24 e 48 
horas a gente fica na dúvida. Depois de 48 horas podemos começar a usar. 
 - Toda vez que você fizer glicocorticoide nas primeiras 24 horas: 
 - Aumenta a chance de convulsionar; 
 - Animal tem descontrole da glicemia; 
 - Eles fazem úlcera gástrica; 
 - Dá uma grande de imunossupressão no trauma craniano 
 - Não é para usar corticoide no primeiro atendimento. 
 
Sequência do atendimento de um Paciente com Trauma Craniano: 
01. Oxigenioterapia; 
02. Estabilização de Pressão Arterial; 
03. Controle de Glicemia; 
04. Controle de Temperatura; 
05. Depois vamos nos preocupar com a PIC (de olho no reflexo de cushing’s), 
 - Inclina o paciente, faz o manitol, se não der certo faz a solução hipertônica, se não der 
certo, vamos pedir a autorização do tutor para entubar e hiperventilar, pois os riscos são 
grandes por conta da anestesia e aumenta os gastos. Para passar prognostico, faremos 
escala de glascow (mas ela não fala de sequela). A sequela só se avalia depois da 
recuperação do paciente, antes disso, só taxa de sobrevivência. 
 
 
02. Reanimação Cardiorrespiratória na Medicina Veterinária: 
 - Quando falamos sobre reanimação, durante muito tempo não tinha nenhuma regra, existia 
uma liberdade muito grande em como reanimar. 
 - Existiam muitas teorias pelo mundo, pois se não tinha nenhuma padronização, não existia o 
que era certo e o que era o errado, cada um fazia do seu jeito. 
 - Até o dia que foi criado a padronização. Essa padronização foi um acordo feito por vários 
especialistas onde foram convocadas pessoas do mundo inteiro que tivesse algum 
conhecimento da área. 
 - Foram convocados 77 especialistas mundiais (eles levantadas todas as informações da 
literatura). 
 - Taxa de sobrevida após a Parada Cardiorrespiratória: 
 - Veterinária - < 6% (mundo). No Brasil essa chance é de mais ou menos 0,1% (1 em cada 
1000 pacientes, vão embora para casa). Essa taxa é baixa, porque o tutor fica dentro do 
consultório com a gente na hora que o animal está em parada, não conseguimos ser tão 
técnicos por conta que a gente precisa se preocupar com o tutor junto. 
 - Paciente terminal não para, ele morre! (na internação conseguimos ser mais 
técnicos, mas no consultório não tem como). 
 - Humano – 20%. 
 
- Estrutura e Equipe: 
 - É importante em um hospital veterinário termos um local específico para reanimação (toda 
vez que algum animal parar em algum consultório, temos que tirar ele de lá e levar com o local 
próprio de reanimação único, pois no local próprio para reanimar, já teremos todos os 
equipamentos e medicamentos necessários e saberemos o local onde ficar cada instrumento). 
 - Armários e carrinhos com equipamentos e medicação. 
 - Quando os animais tem paradas cardíacas trans anestésicas, tem melhor prognóstico, pois 
o pessoal já está acostumado com o centro cirúrgico, tem todos os medicamentos e 
equipamentos necessários lá também. No centro cirúrgico temos 47% de chance de conseguir 
reanimar, agora no ambulatório tem 2% de chance só. 
 - Para conseguir fazer uma reanimação, você precisa treinar. O treino leva a perfeição. 
Temos que treinar em animais que acabaram de ser eutanasiados ou chegaram a óbito. Treino 
só ajuda no aprendizado. 
 - Não adianta contratar uma pessoa experiente para ensinar na rotina. Temos que fazer 
sessões de treinamento. 
 - O ideal é que as pessoas treinem juntas, quem vai reanimar junto precisa treinar junto,para 
se acostumar com a característica de cada reanimador. 
 Exemplo: Canhoto age de um jeito. 
 - Tamanho de equipe: Equipe Ideal = de 3 a 4 pessoas. 
 - No final de cada reanimação precisamos fazer uma reflexão, cada um pensar no seu ato, 
como agiu e tentar ter uma melhora na próxima tentativa. Vamos juntar toda a equipe e pensar 
no que podemos fazer de melhoria. 
 Exemplo: Pessoas baixas não conseguem massagear na mesa, então uma melhoria seria 
colocar o animal no chão. 
 
 - A reanimação é dividida em 2 grupos: 
 01. Suporte Básico a Vida 
 02. Suporte Avançado a Vida 
01. Suporte Básico a Vida: 
 - O básico nessa frase significa o mínimo que o paciente precisa, inclusiva esse suporte 
é o mais difícil que existe. 
 - O suporte básico a vida consiste: 
 - Em reconhecer que o animal está parado; 
 - Fazer a massagem cardíaca; 
 - Reestabelecer as vias aéreas; 
 - E fazer suporte ventilatório. 
 - Quando o animal está em parada, precisamos fazer o suporte básico a vida para esse 
paciente, vamos começar a fazer a massagem cardíaca, ver se as vias aéreas estão 
desobstruídas e iniciar a ventilação no paciente. 
 - Além disso podemos melhorar fazendo junto o suporte avançado. 
 
 a) Reconhecimento da Parada Cardiorrespiratória: 
 - Temos que reconhecer que o animal está em parada cardiorrespiratória; 
 01. Precisamos verificar se o animal tem consciência (mexendo nele e o chamando, 
para ver se ele responde de alguma forma). 
 - Se ele estiver mole, largado, você chama, dá uma balançada nele e nada, 
significa que ele está inconsciente. 
 
 02. Depois, o próximo passo é verificar se o animal está respirando 
 - Se ele estiver em apnéia ou estiver com respiração agônica (é quando o animal 
abre a boca para tentar respirar mas não consegue), é padrão de animal com parada 
cardiorrespiratória, 
 
 03. Depois vamos verificar o pulso (preferência da artéria femoral) ou se tiver algum 
outro método de monitoração, vamos verificar o batimento cardíaco. 
 - Ausência de Batimento Cardíaco, 
 
 
O que precisamos ver para saber se o animal está tendo parada? São 3 coisas: 
 -Inconsciência; 
 - Apnéia ou Respiração Agônica; 
 
 - Depois vamos verificar a parte circulatória  se não tiver nada para auscultar, vamos 
no pulso; 
  se tivermos algo, podemos usar também o 
estetoscópio ou monitor. 
 - Ausência de batimento cardíaco. 
 - Se der positivo para as 3 coisas, vamos dizer que o animal está com parada 
cardiorrespiratória. Se você estiver com dúvida do batimento cardíaco, você vai 
reanimar. 
 
 - Precisamos fazer isso o mais rápido possível, se demorarmos no reconhecimento de 
parada, quanto mais tempo passa, menor será a oxigenação dos tecidos. 
 
 
 b) Massagem Cardíaca: 
 - Depois que diagnosticamos que o animal está parado, faremos a massagem cardíaca. 
 - Um erro muito comum que muita gente faz é que as pessoas acham que a massagem 
tem que ser feita com o peso dos braços e não é com o braço, devemos colocar o nosso 
peso sob o tórax do paciente, só exceção dos animais pequenos. 
 - Se pegarmos os animais pequenos, vamos fazer com a mão, mas nunca usamos 
os braços na massagem cardíaca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E 
 
A 
B 
C 
D 
 - A primeira coisa importante que devemos saber para fazer a massagem é que devemos 
estar pelo lado das costas do cachorro e nunca pelo lado da pata (o tórax do cachorro é mais 
fino no lado do esterno, se o veterinário estiver pelo lado errado que é o esterno, a hora que ele 
aperta, ele empurra o cachorro para longe dele, aí você começa a massagear inclinado, fora 
que corremos o risco de jogar o cachorro no chão, pois ele pode escorregar da mesa e cair. 
Agora se ficarmos pelo lado das costas, quando você comprime, você joga ele no sentido do 
teu corpo e você apoia ele no seu corpo, automaticamente ele não cai no chão e você continua 
fazendo a manobra na vertical). 
 - Devemos olhar o formato do tórax do paciente. Eles são divididos em 3 grandes grupos: 
 a)Tórax standard (tórax padrão) 
 - Tórax normal – labrador, cocker, poodle 
 - Não devemos massagear em cima do coração. Vamos apertar o tórax para ele diminuir 
de volume e criar uma pressão que aperta o coração. 
 - Vamos olhar o animal de lado e vamos procurar o lugar onde o tórax é mais alto, a 
distância entre a mesa e o tórax do paciente for o lugar mais alto, é aí que você vai apertar. 
 - Sempre vai ser para trás do coração. 
 - As 2 mãos precisam estar abertas, entrelaçando os dedos e os braços esticados. Aí 
vamos descer o peso, desce o peso do tronco, não vamos flexionar o braço, ele fica esticado o 
tempo todo, vamos usar o peso para massagear. Esse é bomba Torácica. 
 - Para conseguirmos fazer isso o animal precisa estar na altura da minha coxa. Se você 
estiver em uma mesa mais alta que isso, ou você abaixa a mesa, ou você sobe em algum 
lugar, ou colocamos o cachorro no chão, a não ser que seja um animal bem pequeno. 
 Recapitulando: veterinário nas costas, mão posicionada no lugar mais alto do tórax, 
dedos abertos e entrelaçados, com o braço esticado 
 
 b) Tórax Afilados: 
 - Tórax fininho 
 - Devemos massagear em cima do coração; 
 - Muda a posição da mão. A mão de cima os dedos fecham sobre a debaixo, uma mão 
fica aberta e a outra fica fechada por cima (não serão as duas mãos abertas iguais a de cima). 
 - Vamos comprimir em cima do coração. Como o tórax é tão estreito que você consegue 
apertar o coração. Esse é bomba cardíaca. 
 - Vamos deixar o braço esticado, usando o peso no tórax. 
 
 
 c) Tórax em Formato de Tambor: 
 - Tórax redondo. Boxer, Bulldog, Pug, 
 - Vamos massagear com a barriga pra cima (eles tem a costela tão arredondada que ela 
permite a massagem ser lateral, é ineficiente fazer a massagem lateral) A chance de você 
apertar o esterno é grande. 
 
 d) Animais Pequenos: 
 - O ideal é fazer com os dedos 
 - Vamos colocar o dedão por cima e os outros 4 dedos por baixo e vamos fazendo o 
movimento com a mão (comprimindo o tórax). A outra mão vai apoiar nas costas. 
 
 e)Vamos evitar a última imagem que coloquei acima, mas se tiver que fazer, faça 
dobrando os braços, sem colocar o peso, só colocando os braços, porque podemos esmagar o 
tórax do paciente. 
 
 - Como faremos a massagem cardíaca (reanimação perfeita de suporte circulatório); 
 - Quando conseguimos com a massagem cardíaca garantir equivalente 25-30% do débito 
cardíaco normal. (É muito difícil). 
 - A massagem cardíaca deve ser feita de 100 a 120 compressões por minuto (na prática 
representa comprimir o tórax cerca de 2 vezes por segundo). 
 - Diagnostiquei a parada e comecei fazer a massagem, só vou parar depois de 2 minutos. 
 - Cada ciclo de massagem tem que duras 2 minutos (sempre que interromper a 
massagem com menos de 2 minutos, estamos piorando o prognóstico). 
 - Vamos comprimir de ½ a 1/3 do tórax do animal (vamos olhar a largura do tórax e 
vamos tentar apertar até ficar a metade). Em animais pequenos é fácil, agora tentar pegar um 
tórax de dogue alemão é difícil. 
 - Antigamente todo paciente que chegasse na emergência tínhamos que fazer o ABC do 
trauma (vias aéreas, respiração e circulação)  Esse ABC do trauma vale, mas não para 
pacientes que estão parados, ele vale para animais politraumatizados. Se o animal chegar em 
parada, a nossa prioridade será a parte circulatória, vamos iniciar pela massagem cardíaca. 
 - Se massagearmos há chances do animal voltar sem mais nada. A massagem cardíaca é 
a mais importante. 
 - Só depois de 4 minutos teremos uma queda de oxigênio muito grande no corpo, se não 
tivermos condição de oxigenar o paciente, só a massagem não terá tanta eficiência. 
 - Se tivermos uma 4 pessoa (se tiver 3 pessoas, não conseguimos fazer isso), na equipe 
de reanimação uma pessoa fica massageando, um fica ventilando, um fica ligando os 
monitores e puxando medicação, não dá pra fazer mais nada, se temos um quarto elemento 
ele vai comprimir o abdômen enquanto a gente massageia o coração, ele vai comprimir o 
abdômen, porque se ele apertar o abdômen o sangue não vai para o abdômen, ele vai para o 
cérebro, a gente prioriza a circulação cerebral, isso faz diminuir sequelas neurológicas. Se 
tivermos um quarto elemento e ele comprimir o abdômen, é o ideal. 
 - Outra coisa importante é trocar o massageador a cada ciclo. Deu 2 minutos, troca a 
pessoa que está massageando, de repente quem estava ventilando, troca com o massageador. 
É importante para as pessoas não ficarem exaustas. É o ideal revezar com alguém. 
 
 
c) Restabelecimento das Vias Respiratórias: 
 - Quando chegarmos nos 2 minutos de massagem, a gente nesse momento vamos dar uma 
atenção para as vias aéreas. 
 - O ideal é olhar para ver se não tem nada obstruindo (vômito, corpo estranho, edema – as 
vezes você abre a boca e tem edema de glote, não dá para oxigenar assim, vãos ter que fazer 
a traqueostomia), mas as vezes você olha e está desobstruído, nessa vamos pensar como o ar 
vai entrar. 
 
- Vias Aéreas Desobstruídas: 
 01. Podemos fazer com máscara e ambu (só que já estudamos e vimos que é difícil 
termos máscaras adequadas para o cão, mas se tiver, já será bem útil). 
 
 02. Se não tivermos nada, uma alternativa é fazer respiração Boca – Focinho (vamos 
fechar a boca do paciente e vamos assoprar nas narinas dele, vamos envolver a narina do cão 
com a boca e vai assoprar, nessa veremos o tórax enchendo de ar). O problema disso é o risco 
de zoonose. Não somos obrigados a fazer. 
 03. Outra possibilidade é entubar o paciente e podemos soprar no tubo traqueal (Boca – 
Sonda). 
Obs: O tem 02e o item 03 tem pouca eficiência de dar certo, mas se for para dar certo, vai dar 
certo, mas para dar certo precisa fazer isso muito cedo. Pois na prática você não tem 
mandando muito oxigênio, você está mandando mais gás carbônico, esse gás carbônico serve 
para estimular o centro respiratório central, mas para ele responder o cérebro precisa estar 
bem, se o cérebro estiver muito mal, porque não recebe oxigênio, ele não responde mais a 
esse aumento de CO2. 
 04. Agora se eu peguei e coloquei um tubo endotraqueal e temos aparelhos adequados, 
aí conseguimos fazer outras possibilidades. 
 
- Vias Aéreas Obstruídas: 
 01. Podemos fazer a Traqueostomia (ela é uma opção), podemos abrir uma passagem 
direto na traqueia. É uma cirurgia simples de ser feita, basta fazer uma incisão na pele, logo 
abaixo da laringe, bem longitudinal. A hora que fizer essa incisão que enxergarmos o músculo, 
se colocarmos uma pinça e abrir, já caímos na traqueia, só vamos afastar a musculatura. Faz o 
corte e entuba. 
 
- O que não devemos fazer de jeito nenhum é interromper um ciclo de massagem para 
entubar o paciente. 
 
- Vamos supor que conseguimos ventilar esse paciente: 
 - O correto é ventilar de 10 a 12 vezes por minuto (1 a cada 6 segundos). 
 - Se tivermos um ventilador mecânico é só colocar as informações (mas nem todo lugar tem) 
 - 10 a 12 respirações por minuto; 
 - 10 ml/kg; 
 - Tempo de respiração 1 segundo; 
 - Oxigênio Puro. 
 - A grande maioria vai fazer manual. No manual vamos apertar o ambu ou o balão contar 1 
segundo, o 2 segundo parado e depois vamos soltar contando até 4. 
 
- Se você tiver sozinho, como faremos? Até hoje ninguém desenvolveu uma técnica que 
consiga salva um animal parado com só 1 pessoa. Mas tentamos fazer 30 massagens e ventila 
2 vezes. É algo inviável reanimar sozinho. 
 
 
Parada Cardíaca: 
 - Existem 4 tipos de Paradas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 01. Assistolia; (é o famoso “pi” que vemos em filme/serie). 
 - É quando você tem ausência de atividade elétrica no coração, simplesmente o coração 
desligou. 
Não temos excesso de 
atividade elétrica, temos 
falta de atividade elétrica 
Temos excesso de 
atividade elétrica 
Olhar o eletro 
e olhar o pulso 
- Taquicardia Ventricular Sem Pulso 
 - AESP 
Adrenalina. 
Desfibrilador, 
Amiodarona 
ou Lidocaína, 
Massagem 
Adrenalina e 
Massagem - Assistolia 
- AESP 
- Fibrilação Ventricular 
- Taquicardia Ventricular 
Sem Pulso 
- Assistolia 
- Fibrilação Ventricular 
Pulso sempre 
estará ausente 
 02. Atividade Elétrica sem Pulso (AESP); 
 - O traçado do eletro é igual o ritmo idioventricular. 
 - Só que se pegarmos o idioventricular, vamos no pulso da artéria femoral e vemos que 
tem pulso, chamamos de bradiarritimia. 
 - Se pegarmos no pulso da artéria femoral e vemos que não tem pulso, vamos chamar 
de parada cardíaca com AESP. 
 - Quando você vê no eletro o ritmo idioventricular, precisamos ver o pulso da femoral, se 
tiver pulso é uma bradiarritmia, agora se não tiver pulso é uma parada cardíaca por AESP. 
 
 03. Taquicardia Ventricular sem Pulso; 
 - A mesma coisa será com a Taquicardia Ventricular, só que a taquicardia ventricular é 
uma arritmia que as células do ventrículo disparam e a FC fica alta. 
 - Se tivermos uma taquicardia ventricular, nós também iremos verificar o pulso na artéria 
femoral. 
 - Se tiver pulso é uma Taquiarritmia. 
 - Se não tiver pulso é uma Parada Cardíaca. 
 04. Fibrilação Ventricular. 
 - A fibrilação Ventricular é uma parada Cardíaca. 
 - Qualquer um desses 4 é parada cardíaca, cada um é diferente do outro. 
 - Tem duas alterações que indefere o pulso, sempre estarão ausentes. (Assistolia e 
Fibrilação). 
 - Agora teremos duas alterações que vamos ter que olhar o eletro e olhar o pulso para 
saber se é uma bradiarritmia ou uma parada, se é uma taquiarritmia ou parada (AESP e 
Taquicardia Ventricular sem pulso), 
 - Na Assistolia e na AESP, não temos excesso de atividade elétrica, temos falta de 
atividade elétrica. 
 - Agora no caso da Taquicardia Ventricular sem Pulso e Fibrilação Ventricular temos 
excesso de atividade elétrica. 
 - Quando usaremos o desfibrilador? Só na Taquicardia Ventricular e na Fibrilação 
Ventricular. 
 - Quando o Animal tem parada por Assistolia ou AESP, nunca devemos usar o desfibrilador, 
pois o desfibrilador ele vai desfibrilar, ele vai inibir as células. 
 
 02. Suporte Avançado a Vida: 
 01. Adrenalina: 
 - O tempo que você demorar para fazer a primeira dose de Adrenalina, é fundamental 
para determinar prognóstico. Se demorar para fazer a Adrenalina, vai morrer muito mais do 
que quando você faz rápido. 
 - Para fazer Adrenalina, temos que fazer o mais rápido possível. 
 - Vamos repetir a cada 3 a 5 minutos. (Para marcar isso legal precisamos lembrar que o 
ciclo de massagem cardíaca era a cada 2 minutos, vamos aplicar a Adrenalina em uma troca 
sim e uma troca não de massageador. Exemplo: Quando começamos a massagear o animal, 
fizemos uma aplicação de adrenalina, deu 2 minutos, trocou de massageador, nessa hora não 
iremos aplicar adrenalina, deu novamente mais 2 minutos e vai trocar de massageador 
novamente, aí iremos aplicar a segunda dose de adrenalina). 
 - Podemos substituir a Adrenalina por Vasopressina, só que vasopressina é caro, é muito 
difícil ter vasopressina na veterinária, no Brasil. Hoje ainda usamos mais Adrenalina nas 
paradas. 
 - Ela causa vasoconstrição para termos uma efetividade na circulação. 
 
 
02. Atropina: 
 - Animal parado, devemos dar atropina? Não precisamos dar, mas eu quero fazer, se for 
Assistolia ou AESP, podemos fazer, mas não ajuda muita coisa não. 
 - Se for Taquicardia Ventricular ou Fibrilação Ventricular não pode fazer. 
 - Na maioria das vezes não usamos atropina, porque precisamos saber o ritmo para saber 
se dou ou não. 
 
 
 03. Amiodarona ou Lidocaina: 
 - Ligou o monitor e viu que temos uma Taquicardia Ventricular ou uma Fibrilação 
Ventricular, devemos dar o mais rápido possível de uma dose de Amiodarona ou Lidocaína. 
 
04. Corticoide: 
 - Nunca fazer em parada 
 
05. Naloxona: 
 - Só usaremos se o animal parou por causa de overdose de opióides. 
 
06. Bicarbonato: 
 - Vamos dar bicarbonato se tentarmos reanimar o animal por mais de 10 minutos 
 
07. Gluconato de Cálcio: 
 - Se o animal estiver parado por causa de Hipercalemia ou por Hipocalcemia, vamos das 
Cálcio. 
 
 
Resumo: 
 - Quais são os 4 medicamentos importantes para gente? 
 - Adrenalina (sempre e o mais rápido possível e vamos reaplicar a cada 3 a 5 minutos); 
 - Amiodarona ou Lidocaina; (em casos de taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular); 
 - Bicarbonato (reanimação com mais de 10 minutos); 
 - Cálcio (animal parou por excesso de potássio por causa de ruptura de bexiga, obstrução 
uretral, ou falta da cálcio, pois ele tem chance de voltar, desde que você faça rápido). 
 
 
08. Desfibrilador: 
 - O desfibrilador só deve ser utilizado em Taquicardia Ventricular ou em Fibrilação 
Ventricular, pois as células do ventrículo estão disparando tão rápido que o coração não 
consegue encher e se ele não enche o nó sinusal não dispara. 
 - Quando entramos com desfibrilador, nós damos um choque, faz o coração inteiro contrair 
e abrir, quando ele abre, ele enche aí o nó sinusal dispara. Ele vai inibir as células, só vamos 
inibir onde temos excesso de energia. 
 - Será muito útil se tivermos a agilidade de fazer em até 4 minutos. Se demorarmos mais 
de 4 minutos para usar o desfibrilador, já teremos um prognóstico bem pior. 
 - A hora que você diagnosticou a parada,

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