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Camila Shelly de V. Ramos EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM OBS:VISÃO GERAL DO SISTEMA DIGESTÓRIO -Tubo digestório = boca, esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno, íleo), intestino grosso, reto, anus -Glândulas anexas = pâncreas, fígado, glândulas salivares • ORIGEM EMBRIONÁRIA DAS ESTRUTURAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO →3° SEMANA (EMBRIÃO TRILAMINAR) -Embrião sofre gastrulação e torna-se ↳Trilaminar (três folhetos embrionários) -No final da 3° semana ↳Começo da formação dos espaços intraembrionários (celômicos) *esses espaços surgem com a finalidade de dar espaço para a formação dos órgãos internos →4° SEMANA (DOBRAMENTOS) -Embrião sofrerá dobramento = passa a ter formato de tubo ↳Dobramento cefalocaudal ↳Dobramento dorsoventral #lateral *as pregas laterais se encontram após dobramento do embrião -> embrião passa a ser revestido completamente do ectoderma -Intestino primitivo ↳É um tubo formado no início da organogênese (dobramento) ↳Deriva da incorporação do endoderma ↳Divisões *Anterior *Médio *Posterior • DERIVADOS DO INTESTINO ANTEREIOR -Irrigados pelo tronco celíaco e inervado pelo nervo vago →FARINGE PRIMITIVA E DERIVADOS →SISTEMA RESPIRATÓRIO INFERIOR →ESÔFAGO -Estrutura que liga a faringe ao estômago -Sofre obliteração fisiológica (temporária) durante o desenvolvimento embrionário Camila Shelly de V. Ramos ↳Temporária graças a recanalização fisiológica -Formação ↳Tem início a partir do alongamento da base do aparelho faríngeo #surge caudalmente a faringe -Derivado de que estrutura? ↳Intestino primitivo anterior -Epitélio de revestimento derivado de qual folheto? ↳Endoderma -Tem desenvolvimento relacionado a traqueia ↳Septo traqueoesofágico = marca divisão entre traqueia e esôfago -Durante o seu desenvolvimento há um alongamento ↳Alongamento gradativo -> até alcançar comprimento final (geralmente na 7° semana) *a partir da 7° semana -> o esôfago do embrião não terá grande crescimento, mas sim, crescimento relacionado ao tamanho do corpo do embrião ✓ DESENVOLVIMENTO HISTOLÓGICO A) LÚMEN E EPITÉLIO DE REVESTIMENTO -Células endodérmicas -> diferenciam-se em tecido epitelial e glandular ↳Alta multiplicação -> obliteração do lúmen do esôfago (temporária) *crescimento de camada mucosa (epitélio de revestimento = derivado do endoderma) -> obliterando o lúmen (parcial ou completa) -> necessitando de recanalização ao final do período embrionário -Derivado do endoderma B) GLÂNDULAS ESOFÁGICAS -Derivadas do endoderma C) CAMADA DE TECIDO CONJUNTIVO -Derivado do mesoderma esplâncnico D) MUCULATURA ESTRIADA ESQUELÉTICA (1/3 SUPERIOR DO ESÔFAGO) -Derivado do mesênquima dos arcos faríngeos 4 e 6 pares E) MUSCULATURA LISA (2/3 INFERIORES DO ESÔFAGO) -Derivado do mesoderma esplâncnico Camila Shelly de V. Ramos OBS:SOMATOPLEURA X ESPACNOPLEURA -Espacnopleura (endoderma, mesoderma esplâncnico -> musculatura intestino primitivo) -Somatopleura (ectoderma, mesoderma somático) ✓ MALFORMAÇÕES ASSOCIADAS AO ESÔFAGO ATRESIA E/OU FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICAS *fístula do tipo H = paciente pode se manter assintomático por muito tempo -A atresia geralmente é associada a fistula ↳A atresia pode ser proveniente de: mal recanalização do esôfago, esôfago em fundo cego -Epidemiologia ↳Atinge 1/3 dos prematuros ↳1:3000-45000 nascidos vivos -Sinais de alerta = tosse + polidrâmnio + regurgitação imediata + sialorreia (salivação excessiva) OBS:POLIDRÂMNIO X ATRESIA TRAQUEOESOFÁGICA -Atresia traqueoesofágica -> feto não consegue engolir -> acúmulo de líquido amniótico dentro do útero -> polidrâmnio (líquido amniótico em excesso) ↳Polidrâmnio mais evidente a partir do 3° trimestre -> devido a queratinização da pele do bebê -> perda de uma das áreas de troca de água (pele não queratinizada) -Pode vir associada a outros defeitos congênitos: Camila Shelly de V. Ramos *necessita de pelo menos 3 defeitos associados para ser enquadrado na síndrome VACTERL HÉRNIA DO HIATO CONGÊNITA -Esôfago não sofre alongamento adequado -> esôfago curto -> ´´puxa´´ estômago para cima -> hérnia do hiato ↳Herniação do estômago através do hiato (do diafragma) -Na maioria dos casos é assintomática (diagnóstico acidental) ↳Quando causa algum sintoma = refluxo gastroesofágico →ESTÔMAGO -Bolsa assimétrica em que o alimento deglutido passará por processos químicos de digestão -Quando surge? ↳4° semana (organogênese, dobramento) -Surge a partir do que? ↳Dilatação (ventre-dorsal) da porção caudal do intestino anterior até a 6° semana *rebordo menor = ventre *rebordo maior = dorso A = embrião de 4 semanas B e C = embrião de 5 semanas D = embrião de 6 semanas ↳Rotação no sentido horário *rebordo menor para o lado direito *rebordo maior para o lado esquerdo OBS:MESENTÉRIOS DORSAL E VENTRAL -O tubo digestório estará preso as paredes abdominais por meio dos mesentérios (ventral e dorsal) -Os mesentérios após a rotação do estômago -> formação de omentos ↳Mesentério dorsal -> bolsa omental (omento maior) ↳Mesentério ventral -> omento menor Camila Shelly de V. Ramos ✓ MALFORMAÇÕES ESTENOSE HIPERTRÓFICA DO PILORO -Hipertrofia da túnica muscular pilórica (circular = principal, longitudinal) ↳Estreitamento do lúmen do esfíncter = estenose do canal do piloro *passagem de alimentos obstruída *vômitos à jato (sem náusea associada) -É mais frequente em meninos -Manifestações clínicas = vômitos em jato OBS:PILORO -Esfíncter com musculatura muito desenvolvida, localizada na porção terminal do estômago ↳Regula a passagem do quimo semi-digerido para o duodeno -Correção cirúrgica ↳Piloromiotomia →DUODENO -Quando ocorre o desenvolvimento? ↳A partir da 4° semana (organogênese/dobramento) -Qual a origem? #dupla ↳Porção caudal do intestino anterior + mesênquima esplâncnico ↳Porção cranial do intestino médio + mesênquima esplâncnico *devido as 2 origens embriológicas diferentes -> irrigação diversificada das duas partes do duodeno (ramos do tronco celíaco, ramos da artéria mesentérica superior) -O crescimento é relativamente rápido -Como ocorre o desenvolvimento? ↳Formação de uma alça ventral em forma de C -> rotação do estômago = rotação da alça para o lado direito ↳Sofre obliteração por conta da multiplicação de células do epitélio de revestimento *sofre recanalização, ainda, durante a organogênese ✓ MALFORMAÇÕES ATRESIA DUODENAL -Oclusão completa do lúmen do duodeno ↳Houve obliteração fisiológica do duodeno -> não houve recanalização -> atresia do duodeno *duodeno dilatado acima da atresia OBS:TUDO QUE DIFICULTA A DEGLUTIÇÃO DO LÍQUIDO AMNIÓTICO PELO FETO PODE GERAR POLIDRÂMNIO -Atresia traqueoesofágica -Atresia duodenal -Manifestações clínicas = crises de vômitos (geralmente contém bile) ↳Polidrâmnio, devido a dificuldade de ´´engolir´´ líquido amniótico Camila Shelly de V. Ramos -Frequente em crianças com síndrome de Down -Formação da bolha dupla ESTENOSE DUODENAL -Estreitamento do duodeno por falhas da recanalização ↳A recanalização ocorreu, mas de forma incompleta ou ineficiente *não se caracteriza por oclusão total -Manifestações clínicas = crises de vômitos (geralmente contém bile) →FÍGADO -Quando começa a se formar? ↳4° semana -Derivado do que? ↳Divertículo hepático *dará origem ao fígado (porção cranial do divertículo hepático) e a vesícula biliar (porção caudal do divertículo hepático) -Como se forma? ↳Evaginação ventral da porção distal do intestino anterior = divertículohepático *ação de fatores de crescimento fibroblastos (FGFs) -> secretados pelo coração em desenvolvimento A = embrião de 4 semanas B e C = embrião de 5 semanas D = embrião de 6 semanas OBS:SEPTO TRANSVERSO -Separa o coração em desenvolvimento da futura região da cavidade abdominal -Formado por mesoderma -Importante para formação do ligamento falciforme do fígado -Função ↳A partir da 6° semana = função hematopoiética (provisória) *na 9° semana -> fígado já é bastante desenvolvido -> 10% do peso do feto ↳Na 12° semana = início da produção de bile pelo fígado *início formação mecônio (matéria fecal estéril verde escura produzida pelos intestinos antes do nascimento) Camila Shelly de V. Ramos →VESÍCULA -Oriundo de que? ↳Porção caudal do divertículo hepático -Como se forma? ↳Evaginação ventral da porção distal do intestino anterior = divertículo hepático *ducto cístico é derivado do pedúnculo do divertículo hepático ✓ MALFORMAÇÕES DUCTOS HEPÁTICOS ACESSÓRIOS -Ductos hepáticos formados de forma atípica -Epidemiologia ↳Atinge 5% da população -Geralmente não apresenta manifestações clínicas -Relevância considerável em casos de necessidade cirúrgica ATRESIA DOS DUCTOS BILIARES EXTRA-HEPÁTICOS -Não recanalização dos ductos extra-hepáticos -> quadro inflamatório -> não extravasamento de bile + lesão do parênquima hepático -> acúmulo de bilirrubina (icterícia) + acolia fecal (fezes pálidas) -No caso de inviabilidade cirúrgica ↳Correção requer transplante de fígado →PÂNCREAS -Originado do que? ↳Células endodérmicas da porção caudal do intestino anterior -Como se desenvolve? ↳Crescimento ventral e dorsal da parte caudal do intestino primitivo -> broto pancreático dorsal e broto pancreático ventral -> broto pancreático dorsal de junta com o broto pancreático ventral a partir da rotação do estômago -> pâncreas *a maior parte do pâncreas é originada do pâncreas dorsal *pâncreas ventral origina pequena parte da cabeça do pâncreas (processo uncinado) -2 porções ↳Exócrina (maior) = ácinos pancreáticos *começam a se formar no 3° mês do desenvolvimento ↳Endócrino (menor) = ilhotas de langehans *desenvolvimento mais rápido = maior necessidade de utilização dos seus produtos de forma mais precoce do que os ácinos pancreáticos -No início do período fetal já há produção de insulina Camila Shelly de V. Ramos ✓ MALFORMAÇÕES PÂNCREAS ANULAR -Broto ventral bifurcado enrosca no duodeno a partir da rotação do estômago -> anel em torno do duodeno PÂNCREAS ECTÓPICO -Tecido pancreático formado em outras regiões, além do pâncreas -Assintomático ou presença de ulcerações, sangramentos -Fator de risco maior para o desenvolvimento de CA
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