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Dependência química 135 A abordagem psicossocial mais indicada para esse tipo de quadro clínico é a intervenção breve, que é des- crita detalhadamente no Capítulo 22 deste livro.25 Além disso, pode -se utilizar recursos das abordagens farma- cológicas, que serão descritas para o quadro clínico de dependência de álcool.12 É importante identificar nesse tipo de indivíduo possíveis comorbidades psiquiátricas associadas e fatores psicológicos, emocionais ou estres- sores que possam estar funcionando como “gatilho” para tal uso problemático de álcool. Por exemplo, indivíduos em estado depressivo podem abusar de álcool na ten- tativa de melhorar o humor. Já fóbicos sociais podem abusar na tentativa de ficar mais descontraídos ao falar em público ou tentar uma aproximação a outras pessoas. Ou, ainda, o álcool pode ser utilizado como recurso para ajudar a dormir, no caso daquelas pessoas que sofrem de insônia devido a preocupações com o trabalho.22 Síndrome de abstinência de álcool A síndrome de abstinência de álcool (SAA) caracteriza -se por um conjun to de sinais e sintomas que surgem já nas primeiras 6 horas após a diminuição ou a interrupção do uso de álcool, sendo o tempo e a inten- sidade desse uso diretamente proporcionais à gravidade da sua apresentação. A SAA tem curso flutuante e au- tolimitado, com pico de duração de 24 a 48 horas após o início dos sintomas, podendo durar de 5 a 7 dias.15,26 Seu quadro clínico está relacionado com o aumento da atividade autonômica, podendo incluir tremores de extremidades e da língua, ansiedade, sudorese, taqui- cardia, aumento da pressão arterial, insônia, alteração do humor, cefaleia, vômitos, náuseas, inquietação, au- mento da sensibilidade ao som e cãibras muscu lares.12 Internação versus tratamento ambulatorial Antes da década de 1970, a desintoxicação al- coólica era realizada exclusivamente em hospitais ou centros policiais, locais para onde eram conduzidas as pessoas encontradas em estado de embriaguez nas ruas. Foi na Inglaterra e nos Estados Unidos que a prá- tica de desintoxicação ambulatorial para casos leves e moderados de SAA começou a ser realizada com mais frequência.27 Entre as opções de tratamento da SAA, podem -se citar as seguintes modalidades: ambulatorial, internação domiciliar, hospital -dia e internação em regime fechado (p. ex., hospital geral, hospital psiquiátrico).15,28 Esses e outros settings terapêuticos serão discutidos em detalhes em capítulos específicos deste livro. O local de trata- mento da SAA depende basicamente da gravidade dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, dos insu- cessos em tratamentos anteriores, da presença de uma rede social de apoio continente e sobretudo da avaliação das condições clínicas do paciente, como desidratação, história de traumatismo craniencefálico (TCE), sinto- mas neurológicos, complicações clínicas (hipertensão arterial sistêmica [HAS] grave, insuficiência renal, sangramento digestivo, etc.), delirium tremens (DT), convulsões e sintomas psicóticos. Todas as condições citadas são tratadas de forma mais adequada em hos- pital geral.18 A desintoxicação ambulatorial apresenta algumas vantagens se comparada ao tratamento antes realizado (quase que de forma exclusiva) em hospitais, como a redução de até um terço dos custos e o aumento no número de pessoas que buscam tratamento, possibi- litando aos pacientes continuar exercendo normalmente suas atividades laborais e/ou domésticas.9,27 Manejo da síndrome de abstinência de álcool É possível classificar a gravidade da SAA nos níveis leve/moderado e grave. De forma mais objetiva, esse dado pode ser obtido a partir da aplicação de um ins- trumento chamado de Clinical Withdrawal Assessment Revised (CIWA -Ar) (Figura 12.4). Trata -se de uma escala com 10 itens, que requer apenas 2 a 5 minutos para aplicação e cujo escore final classifica a gravidade da SAA, fornecendo subsídios para o planejamento da es- tratégia terapêutica mais adequada. Escores de 0 a 9 indicam SAA leve; de 10 a 18, moderada; e maiores que 18, grave. Nível leve/moderado Os sinais e sintomas e as características apresenta- das pelo indivíduo com SAA leve/moderada são: a) leve agitação psicomotora, tremores finos de extre- midades, sudorese discreta, cefaleia, náuseas sem vômitos e sensopercepção inalte rada; b) orientação no tempo e no espaço; contato e juízo crítico da realidade preservados; ansiedade leve, sem episódios de auto ou heteroagressividade; c) paciente com rede social continente; d) ausência de complicações e/ou comorbidades clínicas e/ou psiquiátricas graves no exame geral. Nesse caso, o tratamento ambulatorial pode ser indicado. Deve -se orientar a família e o paciente sobre a natureza do problema, o tratamento e a evolução do quadro, e propiciar ambiente calmo, confortável e com pouca estimulação audiovisual. A dieta é livre, com atenção à hidratação.14,15,18 Especial atenção também deve ser direcionada à reposição vitamínica, com o ob- jetivo principal de evitar a síndrome de Wernick (tríade clássica de sintomas de ataxia, confusão mental e anor- malidades de movimentação ocular extrínseca). Além disso, a reposição vitamínica posterga os prejuízos da síndrome de Wernick -Korsakoff (fase crônica), resultan- do em melhora relativa dos quadros de demência. + iam " " 136 Diehl, Cordeiro, Laranjeira & cols. FIGURA 12.4 Instrumento de avaliação da gravidade da síndrome de abstinência de álcool (CIWA-Ar). Fonte: Laranjeira e colaboradores.29 Nome: –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Data: ––––––––––––––––––––––––––– Pulso ou FC: ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– PA: –––––––––––––––––––––––––––––––––––– Hora: ––––––––––––––––––––––––––– 1. Você sente mal -estar no estômago (enjoo)? Você tem vomitado? 0 Não 1 Náusea leve e sem vômito 4 Náusea recorrente com ânsia de vômito 7 Náusea constante, ânsia de vômito e vômito 2. Tremor com os braços estendidos e os dedos separados: 0 Não 1 Não visível, mas sente 4 Moderado com os braços estendidos 7 Grave, mesmo com os braços estendidos 3. Sudorese: 0 Não 4 Facial 7 Profusa 4. Tem sentido coceiras, sensação de insetos andando no corpo, formigamentos, pinicações? Código da questão 8. 5. Você tem ouvido sons a sua volta? Algo perturbador, sem detectar nada por perto? Código da questão 8. 6. As luzes têm parecido muito brilhantes? De cores diferentes? Incomodam os olhos? Você tem visto algo que lhe tem perturbado? Você tem visto coisas que não estão presentes? 0 Não 1 Muito leve 2 Leve 3 Moderado 4 Alucinações moderadas 5 Alucinações graves 6 Extremamente graves 7 Contínuas Recomenda -se tiamina (Benerva®) intramuscular (IM) (1 amp. IM ao dia) nos primeiros 7 a 15 dias; após esse período, a administração passa a ser via oral (VO), em dose de 300 mg/dia.30 Quanto aos benzodiazepíni- cos (BDZs), a prescrição deve se basear nos sintomas. Diazepam (Diazepem® 10 mg): 20 mg VO ao dia, com retirada gradual ao longo de uma semana; ou clordia- zepóxido (Psicossedim® 25 mg), até 100 mg VO ao dia, com retirada gradual ao longo de uma semana. Ambos os BDZs são os mais indicados por possuírem meia -vida 7. Você se sente nervoso(a)? (Observação) 0 Não 1 Muito leve 4 Leve 7 Ansiedade grave, um estado de pânico, semelhante a um episódio psicótico agudo 8. Você sente algo na cabeça? Tontura, dor, apagamento? 0 Não 1 Muito leve 2 Leve 3 Moderado 4 Moderado/grave 5 Grave 6 Muito grave 7 Extremamente grave 9. Agitação: (Observação) 0 Normal 1 Um pouco mais do que a atividade normal 4 Moderada 7 Constante 10. Que dia é hoje? Onde você está? Quem sou eu? (Observação) 0 Orientado 1 Incerto sobre a data, não responde com segurança 2 Desorientado em relação à data, mas não mais do que dois dias 3 Desorientado em relação à data, com mais de dois dias 4 Desorientado em relação a lugar e pessoa Escore:–––––––––––––––––– Dependência química 137 longa e, assim, protegerem o paciente por mais tempo. Nos casos de hepatopatias graves, recomenda -se lora- zepam (Lorax® 2 mg), 4 mg VO ao dia, com retirada gradual em uma semana.14,15 Nível grave Os sinais e sintomas e as características apresenta- das pelo indivíduo com SAA grave são: a) agitação psicomotora intensa, com tremores genera- lizados, sudorese profusa, cefaleia, náuseas com vô- mitos, sensibilidade visual intensa e quadros similares a crises convulsivas ou história de crises convulsivas pregressas; b) desorientação no tempo e no espaço, contato e juízo crítico da realidade comprometidos, ansiedade in- tensa; história de violência auto e heteroagressiva, com alteração do pensamento, podendo apresentar conteúdo delirante e alucinações auditivas, táteis ou visuais (microzoopsias); c) rede social de apoio inexistente ou am biente facilita- dor ao uso de bebidas alcoólicas; d) complicações e/ou comorbidades clínicas e/ou psi- quiátricas graves (p. ex., depressão grave com risco de suicídio). Nesse caso, o tratamento em hospital geral é indi- cado. O monitoramento do paciente deve ser frequente, e sua locomoção, restrita. O ambiente de tratamento deve ser calmo, com relativo isolamento, de modo a reduzir estímulos audiovisuais. Quanto à dieta, optar por alimentação leve, se aceita pelo paciente. É impor- tante que os pacientes em estado de confusão mental permaneçam em jejum, devido ao risco de aspiração e consequentes complicações respiratórias ou, até mesmo, óbito. Em tais situações, proceder a hidratação endoveno- sa (EV) com 1.000 mL de solução glicosada 5%, acrescida de 20 mL de NaCl 20% e 10 mL de KCl 19,1%, a cada 8 horas. A reposição vitamínica é a mesma recomendada para o nível leve/moderado.29 A prescrição de BDZs deve se basear em sintomas, avaliados preferencialmente a cada hora. Recomenda- -se diazepam (Diazepem®), 10 a 20 mg VO a cada hora (máximo de 60 mg/dia), ou clordiazepóxido (Psicossedim®), 50 a 100 mg VO a cada hora (máxi- mo de 200 mg/dia). Nos casos de hepatopatias graves, é indicado lorazepam (Lorax®), 2 a 4 mg VO a cada hora (máximo de 12 mg/dia). A administração de BDZs via endovenosa requer técnica específica e estar de so- breaviso para manejo de eventual parada respiratória. Deve -se administrar, no máximo, 10 mg de diazepam, durante 4 minutos, sem diluição.14 Os BDZs são consi- derados medicamentos seguros; com apresentação oral e parenteral, eles têm ação anticonvulsivante e auxiliam na profilaxia de delirium tremens; entretanto, a absorção muscular é errática, e apresentam metabolismo hepáti- co com potencial de desenvolver dependência.30 A contenção física deverá ser utilizada somente nos casos de agitação intensa, com riscos para o próprio paciente e para terceiros, ou quando não é possível admi- nistrar as medicações. Especial cuidado deve ser tomado para evitar lesão de plexo braquial.29 Para mais deta- lhes sobre a adequada contensão física e mecânica, ver Capítulo 70, no CD-ROM que acompanha este livro. Delirium tremens É uma das formas mais graves e complicadas da abstinência de álcool, potencialmente fatal e que se de- senvolve em geral de 1 a 4 dias após a instalação da SAA. A mortalidade nos pacientes que apresentam DT é de 5 a 25%.14,26,29 Trata -se de uma psicose orgânica que pode ser reversível em 2 a 10 dias. Caracteriza -se por um estado de confusão mental agudo,25 com rebaixamento do nível de consciência, desorientação temporal e es- pacial, estreitamento do campo vivencial e desatenção. O comportamento pode ficar desorganizado, pode ocor- rer agitação intensa, a fala pode ser ininteligível, com presença de agressividade verbal e física e humor disfó- rico.18 Uma característica do DT, nem sempre presente, são alucinações táteis e visuais. Em geral, o paciente relata visão de insetos ou pequenos animais próximos a ele ou caminhando por seu corpo. Esse tipo de aluci- nação pode evoluir para estado de agitação e violência na tentativa de afastar as microzoopsias. Podem ocorrer delírios, mas estes não são sistematizados.15 Manejo do delirium tremens O DT é uma condição clínica que deve ser tratada em ambiente de hospital geral, uma vez que a mortali- dade é de 10%. O tratamento medicamentoso consiste em diazepam, 10 a 20 mg VO de hora em hora, ou clor- diazepóxido (Psicossedim®), 50 a 100 mg VO de hora em hora, ou, ainda, lorazepam (Lorax®), 2 a 4 mg VO de hora em hora (sobretudo para hepatopatas). A redução é gradual, conforme a melhora clínica. Se necessário, administrar diazepam EV, 10 mg em 4 minutos, e estar de sobreaviso para manejo de eventual parada respi- ratória.13 Se necessário, administrar 5 mg/dia IM de haloperidol (Haldol®). Hidratar sempre que necessário e promover reposição vitamínica para outros níveis de desintoxicação.12 Monitorar sinais vitais e solicitar exa- mes laboratoriais. Alucinose alcoólica Os pacientes com alucinose alcoólica caracterizam- -se clinicamente pela presença de alucinações visuais 138 Diehl, Cordeiro, Laranjeira & cols. ou auditivas vívidas e de início agudo (p. ex., cliques, ruídos imprecisos, trechos de músicas, rugidos, baru- lhos de sinos, cânticos e vozes) que principiam após a suspensão ou a diminuição do consumo excessivo de álcool.24 As alucinações verbais consistem em vozes que podem falar diretamente com o paciente ou fazer comentários sobre ele. As alucinações podem ser im- perativas, ordenando -lhe que realize alguma atividade contra sua vontade (p. ex., tentativa de suicídio). As vozes podem aparecer ou desaparecer de forma súbita ou ocorrer de forma mais ou menos constante.24 Uma característica clínica importante é a ausência de alte- rações do nível de consciência, ou seja, as alucinações ocorrem em um cenário de clara consciência, podendo ser acompanhadas por ilusões, delírios, ideias de refe- rência e alterações do afeto. Os delírios são, na verdade, tentativas de explicar as alucinações. Não há alterações da forma do pensamento, sistema delirante complexo e afeto inapropriado. Há avaliação crítica de que as vozes são imaginárias, e o teste da realidade está preserva- do. Mesmo os pacientes que perdem o insight podem recuperá -lo quando as vozes diminuem. Na maioria dos casos, os sintomas remitem em horas, dias ou semanas, sendo que alguns podem persistir por meses, carac- terizando quadros permanentes.24 Os pacientes não evoluem com hiperatividade autonômica. Alguns po- dem expressar medo, ansiedade e agitação psicomotora em resposta às experiências alucinatórias.24 Manejo da alucinose alcoólica Recomenda -se a utilização de BDZs conforme o nível da SAA, e é indicado o uso do haloperidol 5 mg/dia VO. A reposição vitamínica é a mesma recomendada para os quadros psicopatológicos já descritos.13,15 Síndrome de dependência de álcool A síndrome de dependência de álcool (SDA) é uma condição clínica caracterizada por sinais e sinto- mas comportamentais, fisiológicos e cognitivos na qual o uso de álcool alcança uma grande prioridade na vida do indivíduo, tendo as demais atividades um plano se- cundário.14 Edwards e Gross descreveram o conceito psicopatológico para dependência, conhecido como sín- drome de dependência de álcool (SDA), propondo:14,31 a) um diagnóstico dimensional, avaliando frequência e intensidade dos sintomas ao longo de um continuum; b) uma validação clínica, embasada em pesquisas empí- ricas; c) uma distinção entre uso nocivo, dependência e pro- blemas associados ao uso de álcool; d) um entendimento do desenvolvimento e da manuten- ção da dependência que envolva processos de apren- dizagem (aprendizagem social, condicionamento operante e clássico) e influência de fatores plásticos (p. ex., cultura e personalidade) na expressão clínica da dependência de álcool; e) que os sinais e sintomas clínicos que compõem a SDA incluam estreitamento de repertório, tolerância, abs- tinência, alívio ou evitaçãoda abstinência pelo uso do álcool, desejo de consumir álcool e reinstalação da síndrome após abstinência (descritos em detalhe no Capítulo 8). Manejo da síndrome de dependência do álcool Alguns medicamentos podem ser utilizados junto com intervenções psicossociais. É importante lembrar que, para o tratamento ser eficaz, um fármaco deve ser administrado com regularidade. A não adesão me- dicamentosa é um problema muito comum na prática médica, não ficando restrita a pacientes com depen- dência de substâncias psicoativas. As razões para a não adesão ao tratamento incluem negação da doença, efeitos colaterais desagradáveis e falsas crenças sobre a medicação (em geral, relacionadas a impotência sexual, dependência, ficar “chapado” ou “babando” ou medo de engordar). Assim, parte da intervenção farmacológica necessita abranger uma intervenção pró -ativa que aju- de o paciente a aderir ao regime medicamentoso diário, pois, embora pareça lógico, ele precisa ser constante- mente lembrado de que o medicamento só ajuda se for usado conforme a prescrição.12 Dissulfiram O dissulfiram (DSF) é um fármaco utilizado no tratamento do alcoolismo desde 1951 nos Estados Uni- dos, sendo o primeiro medicamento aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento da SDA.32 No Brasil, é o único sensibilizante ao álcool atu- almente disponível. É comercializado com o nome de Antietanol® (Laboratório Avents Fharma) e em caixas com comprimidos de 250 mg, ou com o nome comercial de Sarcoton® (Laboratório Medley), apresentando con- teúdo de 10 mg de pó contendo DSF e metronidazol.12 A medicação é acessível, pois tem baixo custo. O medicamento age no metabolismo hepático do álcool, inativando especificamente a enzima acetaldeído- -desidrogenase, responsável pela conversão do acetaldeído em ácido acético, e levando a um acúmulo no organismo do primeiro quando o álcool é ingerido.32 Esse acúmulo causa a reação conhecida como “efeito antabuse”, caracte- rizada por rubor facial, cefaleia, taquipneia, precordialgia, náuseas, vômitos, sudoreses e cansaço. Quando a quanti- dade de álcool ingerida é grande, a reação pode progredir para visão turva, vertigem, confusão mental, hipotensão, rebaixamento do nível de consciência e, nos casos mais
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