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Fases oral e gástrica da digestão

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Fases da digestão 1
Fases da digestão
Fases oral e gástrica da digestão
A função geral do trato gastrointestinal é promover alterações físicas e químicas aos 
alimentos ingeridos, favorecendo a absorção de nutrientes e água, assim como a 
excreção de conteúdos residuais. O sistema digestório inicia na cavidade oral, 
portanto assim que o alimento entra na boca glândulas salivares começam a liberar 
suas secreções que são em conjunto chamadas de saliva. A saliva é importante 
para a fase química da digestão iniciada na cavidade oral, a saliva amolece e 
lubrifica os alimentos através de enzimas como a amilase que realiza a quebra do 
amido em maltose melhorando a percepção do gosto dos alimentos, a lizosima que 
tem função antibactericida e a imunoglobulina que inativa bactérias e vírus que 
possam estar presentes (SILVERTHORN,2010). 
Participam da produção de saliva três importantes pares de glândulas a parótida, A 
submandibular e a sublingual. Essas glândulas apresentam uma estrutura 
tubuloalveolar sendo que a parte acinar de cada glândula pode ser diferenciada de 
acordo com o tipo de conteúdo secretado que pode ser seroso, mucoso ou misto . 
Por exemplo, a parótida produz secreção serosa (mais aquosa), a submandibular 
secreção mista e a sublingual secreção mucosa. Nos ácinos observa-se a presença 
de células acinares que possuem núcleo basal, retículo endoplasmático 
desenvolvido e grânulos na região apical contendo enzimas como a amilase e 
outras, enquanto as células mucosas possuem grânulos mais volumosos e 
especializados contendo a glicoproteína mucina. Além disso, as secreções 
glandulares são conduzidas até a cavidade oral por três tipo de ductos os 
intercalados (menores), ductos estriados( são medianos e suas células de 
revestimento podem alterar a composição iônica e a osmolaridade da saliva) e os 
ductos excretores (são os maiores) (BERNE,2018).
A saliva de forma geral possui uma baixa osmolaridade, elevadas concentrações de 
potássio e enzimas como a amilase e a lisozima com o PH entre 6 e7. 
Primeiramente as células acinares produzem a secreção primária e depois células 
do ducto estriado fazem modificações através da adição de potássio e bicarbonato o 
que torna a secreção hipotônica e levemente alcalina, inibindo o crescimento de 
microrganismos e contribuindo para a neutralização do conteúdo ácido do estômago 
que possa sofrer refluxo (BERNE,2018).
As glândulas salivares possuem inervação parassimpática ( partem ramos dos 
nervos faciais e glossofaríngeo) e simpático( ramos do gânglio cervical superior). O 
Fases da digestão 2
parassimpático é responsável por aumentar a secreção salivar, enquanto a ação 
simpática diminui (BERNE,2018)
Além da digestão química outra importante fase é a digestão mecânica que na boca 
é feita pelos dentes, língua e lábios através da mastigação, criando assim uma 
massa amolecida e úmida que pode ser mais facilmente deglutida (BERNE,2018)
A deglutição consiste em uma ação reflexa em que o bolo alimentar é conduzido 
até o esôfago. A deglutição é estimulada quando o bolo alimentar é pressionado 
contra o palato duro pela língua, receptores de estiramento na abertura da faringe 
são estimulados e impulsos são conduzidos até o centro da deglutição no bulbo e 
na ponte de onde partem eferências que inervam a musculatura da faringe e do 
esôfago superior, logo em seguida o palato mole é puxado para cima, fechando a 
comunicação com a nasofarínge, as cordas vocais se aproximam e a laringe se 
movimenta para trás fechando a comunicação com a traqueia pela movimentação 
da epliglote, evitando a ida do alimento para a laringe, a respiração também é 
inibida. Assim, músculos da faringe se contraem forçando o movimento do alimento, 
logo em seguida inicia-se as ondas de peristaltismo que conduzem o alimento 
através da abertura do esfíncter esofágico superior ( formado por músculo estriado) 
em direção ao estômago.(BERNE,2018)
A distenção do esôfago causa a abertura reflexa do esfíncter esofágico inferior 
(formado por músculo liso) o alimento adentra o estômago que também é 
reflexamente relaxado para melhor acomodar o alimento que está chegando 
(BERNE,2018). O estômago é um órgão com função de armazenamento do 
alimento ( visto que o alimento é liberado aos poucos para o intestino), digestão( 
através da liberação de componentes químicos e ação mecânica do próprio 
músculo liso) e proteção (estômago atua destruindo bactérias e demais patógenos 
que possam ser deglutidos ). (SILVERTHORN,2010) 
Quando ingerimos mais alimentos do que é necessário para repor o gasto 
energético o alimento mais recentemente ingerido fica retido, em repouso, na 
metade superior do estômago essa fase é fundamental para garantir que o quimo 
seja liberado lentamente para ser devidamente absorvido pelas células intestinais , 
visto que elas não são capazes de realizar absorção em larga escala, evitando 
assim a sobrecarga do intestino e a eliminação de nutrientes que poderiam ser 
absorvidos. Ao mesmo tempo o alimento que já está na parte inferior do estômago 
passa por digestão, através do peristaltismo que mistura o alimento com o conteúdo 
gástrico e enzimas digestórias, formando um quimo bastante uniforme que devido 
ondas contráteis atravessa o piloro em pequenas quantidades, chegando até o 
duodeno (SILVERTHORN,2010) 
Fases da digestão 3
Alguns nutrientes podem ser digeridos no estômago como por exemplo os 
carboidratos por ação da amilase. Essa enzima se inativa no PH baixo, no entanto 
parte da amilase pode permanecer ativa no estômago quando seu sitio ativo está 
protegido pela ligação com carboidrato. A digestão de lipídios também tem início no 
estômago através da mistura com a lipase gástrica, no entanto ela não é essencial 
pois corresponde a apenas 10% da digestão dos lipídios, sendo que todo o restante 
é quebrado no intestino (BERNE,2018)
Outro importante tópico a ser discutido é sobre a motilidade gastrointestinal, 
fundamental para condução do alimento da boca até o ânus, bem como garantir o 
maior contato das partículas com as enzimas digestivas . O trato gastrointetinal é 
predominantemente formado por músculo liso que tem por característica a 
contração unitária, no entanto o padrão de contração pode mudar de acordo com o 
local. Pode-se observar o padrão é de contração tônica( mantido por minutos ou 
horas) encontrado nos esfíncteres, por exemplo e o padrão de contração fásica ( 
ciclos de contração e relaxamento) sendo que contrações desse tipo podem ser 
encontradas na parte distal do estômago e intestino delgado. 
O músculo liso do trato gastrointestinal tem seu ritmo de contração coordenado por 
células localmente distribuídas denominadas células intersticiais de Cajal, seriam 
elas as responsáveis por ditar os potenciais de ondas lentas que apresentam baixa 
frequência de disparo característico do músculo liso. Quando um potencial de onda 
lenta alcança o limiar canais de cálcio sensíveis a voltagem se abrem, intensificando 
a despolarização celular e dando inicio a contração muscular.
Essa motilidade gastrointestinal é dividida em três principais padrões o complexo 
motor migratório, que ocorre entre as refeições quando e tem a função de limpeza, 
conduzindo para o intestino sobras do bolo alimentar e bactérias. Outro padrão é a 
peristalse que atua promovendo e propulsão do bolo alimentar e o padrão de 
contração segmentar que consiste na contração de curtos segmento do intestino 
com o intuito de promover a mistura e propulsão do conteúdo a curtas distâncias, 
além de aumentar o contato do material intestinal com a paredes absortivas.
Fases da digestão 4
 Morfofisiologia do controle da secreção gástrica 
O fluido secretado pelo estômago na fase gástrica da digestão é chamado de suco 
gástrico sendo que um dos seus componentes é o H+ que forma com o cloreto o 
HCl (ácido clorídrico) esses íons são secretados pelas células parietais e o ácido 
clorídrico tem a função promover um PH luminal em torno de 1, tornadoo ambiente 
favorável para conversão de pepsinogênio( enzima estomacal inativa) em pepsina 
responsável por iniciar a digestão de proteínas, além disso o H+ impede a 
proliferação de microrganismos e demais patógenos (BERNE,2018).
O pepsinogênio é secretado pelas células principais das glândulas gástricas e 
quanto menor o PH mais rápida sua conversão em pepsina, no entanto sua função 
de digestão proteica pode ser substituída pelas proteases pancreáticas, visto que as 
pepsinas são inativadas assim que chegam ao duodeno devido o PH local mais alto 
(BERNE,2018).
Outra importante função gástrica é a secreção do fator intrínseco que é uma 
glicoproteína secretada peças células parietais do estômago e que tem a função de 
possibilitar a absorção de vitamina B12 (BERNE,2018).
Processos de secreção do conteúdo gástrico:
As células parietais são formadas por membranas tubulovesiculares que quando 
estimuladas se fundem aos canalículos secretores aumentando as proteínas de 
Fases da digestão 5
antiporte H+ K+. Primeiro, na membrana basolateral o cloreto entra dentro da 
células através de um trocador com bicarbonato (BERNE,2018).
O H+ é secretado para o lumen estomacal através de um trocador com potássio, e o 
cloreto que o foi jogado para dentro da célula segue para o lumen do estômago 
através de um canal iônico. Além disso, a secreção de H+ é acompanhada de 
transporte de bicarbonato para a corrente sanguínea o que auxilia no controle do 
PH intracelular (BERNE,2018).
Com o intuito de proteger a parede muscular do estômago da corrosão pelo 
conteúdo ácido produzido e pelas pepsinas liberadas as células mucosas no colo 
das glândulas gástricas e células epiteliais superficiais do estômago secretam 
mucinas tetraméricas e bicarbonato. As mucinas tetraméricas nada mais são do 
que glicoproteínas com aspecto viscoso que se aderem a parede estomacal 
formando uma camada de muco pegajosa e alcalina ( devido a presença de 
bicarbonato que também foi secretado). No entanto, esse muco precisa ser 
Fases da digestão 6
constantemente reposto pelas células responsáveis, pois a constante exposição as 
pepsinas pode resultar em quebra das pontes dissulfeto das mucinas, dissolvendo a 
camada protetora.(BERNE)
As células semelhantes a enterocromafins (ECL) secretam substância parácrina, a 
histamina. Enquanto as células G profundas as glândulas gástricas secretam o 
hormônio gastrina.(BERNE) 
Estimulação parassimpática pelo nervo vago: 
A secreção de gástrica tem início com um reflexo cefálico onde os neurônios 
parassimpáticos do nervo vago estimulam as células G que passam a liberar 
gastrina na corrente sanguínea. A gastrina e a acetilcolina liberada pelo Sistema 
Nervoso Entérico estimulam a liberação de histamina pelas células semelhantes a 
enterocromafins. A histamina, age sobe as células parietais estimulando a secreção 
ácida, esse conteúdo ácido aumentado no estômago estimula a liberação de 
pepsinogênio pelas células principais, além disso o ácido desencadeia a liberação 
de somatostatina pelas células D, essa hormônio atua quando o PH luminal está 
abaixo de 3, promovendo um feedback negativo onde a produção de ácido, 
gastrina, histamina e pepsinogênio são inibidos.(SILVERTHORN) 
Atenção: A histamina atua sobre os recepetores H2 provocando a maior liberação 
de ácido, sabendo disso os medicamentos mais recentemente desenvolvidos para 
controle da hiperacidez atuam como antagonistas sobre esses receptores , 
bloqueando a ação da histamina. Além desses, existem medicamentos como o 
omeprazol que atuam inibindo a bomba H+K+ ATPase luminal.(BERNE)
Fases da digestão 7
Reflexos vagovagais: 
A presença de alimento do estômago causa o estiramento das paredes estomacais 
e isso é detectado pelas terminações aferentes vagais que conduzem essa 
informação ao tronco encefálico, estimulando fibras eferentes vagais, resultando na 
secreção de ácido.(BERNE)
Estímulo olfatório, a salivação e o borborigmo (SNC) (não aprofundar).
Mecanismos neural regulador do trato gastrointestinal: A regulação neural do 
intestino é feita pelo sitema nervoso extrínseco ou também chamado Sistema 
Nervoso Autônomo (SNA) que caracteriza-se por apresentar neurônios com corpos 
celulares localizados fora da parede do intestino e Sistema nervoso intrínseco 
também pode ser chamado de Sistema nervoso Entérico (SNE), sendo que nesse 
caso os corpos dos neurônios estão localizados na parede do intestino. A inervação 
pelo SNA é dividida em parassimpática ( que chega ao intestino pelo nervo Vago e 
nervos pélvicos ) e simpática , além de fibras aferentes que podem detectar 
informações sobre acidez, concentração de nutrientes, osmolaridade, grau de 
contração ou relaxamento do músculos liso e envia-las ao SNC. (BERNE)
O sistema digestório possui uma regulação complexa e que envolvem vários 
mecanismos, como:
Reflexos longos integrados do Sistema Nervoso Central (SNC)- Esse tipo de reflexo 
inicia com receptores sensoriais, que podem estar localizados dentro ou fora do 
trato gastrointestinal, terminando no SNC. Quando o reflexo inicia com receptores 
localizados fora do sistema digestório o reflexo é dito do tipo cefálico e incluem 
reflexos antecipatório e emocionais(SILVERTHORN). No reflexo cefálico o fato de 
pensarmos no consumo de determinado alimento, sentirmos o cheiro, ou 
Fases da digestão 8
escutarmos "o jantar está pronto" tudo isso é capaz de aumentar os estímulos 
passimpáticos excitatórios para o intestino, a aferencias sensoriais enviam 
projeções para o tronco encefálico, além de envolver outras estruturas superiores 
como o sistema límbico, hipotálamo e cortes que passam a atuar sobre os campos 
cognitivo e emocional da resposta estimulada. No tronco cerebral fibras eferentes 
parassimpáticas são ativadas, como consequência projeções do nervo 
glossofaríngeo e facial ativam glândulas salivares e aumentam a secreção de saliva 
e através do nervo vago no estômago aumenta-se a secreção de ácido e enzimas 
digestórias, pâncreas é estimulado, bexiga é contraída e o esfíncter de Oddi ( 
controla a saída do conteúdo da bile para o duodeno) também relaxa. Portanto, o 
reflexo cefálico atua com o objetivo de preparar o organismo para o alimento que 
futuramente será ingerido (BERNE).

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