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João Estrela AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE A tríade epidemiológica é composta por agente, meio ambiente e o hospedeiro humano, que fazem um processo interativo que resulta na transmissão e manutenção das doenças. O agente é o fator cuja presença é essencial para a ocorrência da doença, já o hospedeiro é o organismo capaz de ser infectado pelo agente, e o meio ambiente é o conjunto de fatores que interagem com o agente e o hospedeiro. Os agentes podem ser biológicos, como protozoários, bactérias e fungos, podem ser elementos nutritivos, como excesso de colesterol e falta de vitaminas, podem ser agentes químicos como o veneno, o alérgeno e medicamentos, além da possibilidade dos agentes serem físicos, como traumas, fogo e radiação. Para que a interação aconteça é necessário que o hospedeiro seja suscetível, e os fatores de suscetibilidade humana dependem de fatores biológicos (fadiga, estresse, nutricionais), imunológicos (resistência natural ou doença autoimune), demográficos (sexo, idade), genéticos e sociais (sedentarismo, acesso a serviços de saúde). Já o meio ambiente é classificado em: - Biológico: inclui reservatórios de infecção, vetores que transmitem doenças, plantas e animais. - Social: é os termos da organização política, econômica e da inserção do indivíduo dentro da sociedade - Físico: inclui situação geográfica, recursos hídricos, poluentes químicos, agentes físicos e ambientais, que são os seus componentes. Em muitos casos, temos a presença de um quarto elemento que é o vetor, que pode ser insetos que transportam agentes infecciosos de um hospedeiro parasitado a outro que não estava infectado. -HND: As transformações históricas que a sociedade vem atravessando têm repercutido na distribuição dos problemas de saúde na população. No Brasil, o perfil de mortalidade sofreu profundas transformações, entre 1930-1950 as doenças infecciosas e parasitárias eram as que mais causavam morte na população, hoje a taxa de mortalidade por doenças infecto parasitárias no país não ultrapassa os 5%, mas nem por isso as pessoas deixam de contrair essa doença. É válido destacar que até a década de 50 a população brasileira era predominantemente rural e as doenças mais comuns no país eram aquelas cujos agentes patogênicos possuíam alguma fase do ciclo biológico em água ou solo, as pessoas nesse período eram mais pobres e tinham menor acesso a serviços de saúde, à vacinação, ao saneamento básico e à moradia adequada, então era muito comum a transmissão de doenças como tuberculose. Com o processo de industrialização, muitas pessoas migram para as cidades e, com isso, algumas condições de infraestrutura melhoraram, como a ampliação de rodovias e geração de energia elétrica, com o tempo há uma ampliação do aceso à saúde, melhorias de habitação, saneamento e comunicação. Na década de 70 houve a institucionalização do Programa Nacional de Imunização, que permitiu a implementação de um programa vacinal de ampla cobertura no país. TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA João Estrela Atualmente, a população urbana é predominante no Brasil. Houve um crescimento descontrolado e pouco planejado do espaço urbano que causou uma série de consequências na distribuição de doenças e as mudanças sociais vêm alterando os padrões de doenças infecciosas. O desmatamento e a ocupação de novos espaços fizeram com que as áreas de transmissão de doenças endêmicas se expandissem, como a febre amarela, além disso, doenças antes restritas a áreas rurais passam a se fazer presentes no espaço urbano, como a leishmaniose, as doenças que estavam quase controladas ressurgiram, como a dengue, e as que nunca tinham aparecido no Brasil, criaram um perfil de emergência no país, como HIV/AIDS. - A cadeia epidemiológica, também chamada de cadeia de infecção, explica as relações entre diferentes elementos que levam ao aparecimento de uma doença transmissível. Essa cadeia procura organizar os elos que identificam os pontos principais da sequência continua da interação entre a tríade epidemiológica. A cadeia é composta por: -> Agente causal: o agente é o fator que esta presente para a ocorrência da doença, podendo ser biológicos ou não biológicos (químicos e os físicos). Os agentes biológicos são caracterizados por: 1- Antigenicidade: é a habilidade de induzir a imunidade específica 2- São vulneráveis ao ambiente e às substâncias químicas, agentes físicos e terapêuticos, porem estão sujeitas a mudanças imprevisíveis, pode ser feita por mutação ou por mudança no equilíbrio dessa população microbiana, podendo criar resistência. 3- Tamanho, forma e estrutura, que são propriedades intrínsecas desses agentes A entrada do agente no hospedeiro é o que dá início ao processo de infecção, é valido destacar que infecção é a entrada, desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo do hospedeiro. A infectividade é a capacidade desses agentes de se alojarem e se multiplicarem dentro de um hospedeiro, a infectividade é medida pela dose infectante mínima. A patogenicidade é a capacidade de um agente de produzir a doença no hospedeiro infectado, a virulência é a capacidade de produzir casos graves e fatais e a letalidade é a capacidade de produzir casos fatais ->Reservatório: é o habitat onde o agente infeccioso vive e se multiplica, dependendo desse habitat para sua sobrevivência, reproduzindo-se de forma que possa ser transmitido a um hospedeiro. O reservatório pode ser humano ou extra humano, como plantas, animais (leptospirose), solos. ->Modo de transmissão do agente: o modo de transmissão é a forma que esse agente infeccioso se transporta do reservatório ao hospedeiro. Os principais mecanismos são: 1- Transmissão direta: é a transferência direta do agente a porta de entrada que causa a infecção, chamada também de infecção pessoa a pessoa 2- Transmissão indireta: pode ser por veículos de transmissão ou por meio de um vetor, através do ar, de núcleos goticulares ou pelo pó. ->Porta de saída do agente ->Porta de entrada do novo hospedeiro ->Suscetibilidade do hospedeiro João Estrela - Hepatite A: é um vírus da família piconaviridae, possui um período de incubação de 3 meses, possui vacina para maiores de 5 anos e as crianças são mais vulneráveis. -Doenças diarreicas agudas: são doenças causadas pelo rotavírus, com disseminação orofecal, acomete principalmente crianças menores de 5 anos e possui como tratamento principal a hidratação. -Doenças Infecciosas Relacionadas com a Água As doenças infecciosas relacionadas com a água são piores em lugares onde há escassez de água do quem em lugares que possuem água mas ela não é tratada, elas ocorrem por conta de dejetos lançados na água, podem ser causadas por E. coli ou leptospirose. Essas doenças possuem etapas como os insetos, hospedeiros aquáticos, escassez de água e agentes infecciosos transportados. -Doenças Infecciosas Relacionadas com Excretas (Esgotos)/lixo São doenças relacionadas com o acúmulo de lixo e a falta ou má qualidade do saneamento básico, como as verminoses. Fatores ambientais que favorecem o aparecimento dessas doenças e o papel da vigilância epidemiológica no combate a estas -Levantamento epidemiológico das doenças enteroparasitarias -> ciclo pobreza-doença: os agentes infecciosos e parasitários interagem numa dinâmica complexa em razão das condições socioambientais em que a população está inserida. As doenças infectoparasitárias são patologias relacionadas a condições de habitação, alimentação e higiene precárias. Além disso, a disseminação dessas doenças reflete as condições de desenvolvimento de uma determinada região, através da relação entre níveisde mortalidade e morbidade, assim como das condições de vida da população. Pois a pobreza leva a população a morar em condições de precariedade, sem bens e serviços, sem alimentação de qualidade e sem educação adequada, o que fragiliza e torna essa população mais susceptível a doenças, estando doente, as pessoas ficam mais fragilizadas e não conseguem trabalhar, estudar ou buscar meios para melhorar a sua condição de vida e continuam pobres, isso tudo resulta em um ciclo cruel de pobreza e doença. A ocorrência da hepatite A está relacionada com as condições de higiene e saneamento básico. A vacina contra hepatite A está disponível no calendário vacinal para menores de 5 anos. No estado da Bahia ocorreu uma redução significativa na taxa de incidência, de 3,1 para 0,2 (por 100 mil hab.), no período de 2010 a 2019, acredita-se que a diminuição dos casos de hepatite A se deu por conta da disponibilidade da vacina na rede pública e a melhoria das condições de higiene e de saneamento básico. Os núcleos regionais de saúde que apresentaram maiores taxas de detecção foram o Norte, Centro Norte e Oeste, a faixa etária de 1-14 anos foi a que apresentou maior risco de desenvolver infecção pela hepatite A. Já na leptospirose foi observado de 2017 para cá um aumento no número de casos nos meses de março a agosto que é quando tem maiores índices de chuva, além disso, a faixa etária de maior incidência é de 20-69 anos pertencentes ao sexo masculino. A letalidade foi de 11% dos 27 casos confirmados no período de janeiro a julho de 2020. As doenças diarreicas agudas são de notificação imediata e compulsória em unidades de monitorização das DDA, os núcleos regionais de saude que João Estrela apresentam o maior numero de notificações tanto em 2017 quanto em 2018, foram o Leste (região de Salvador) e o Norte (região de Juazeiro), que inclusive são os núcleos com menor porcentagem de cidades cadastradas para monitorização, o norte tem 89% e o leste tem 68%. -Os níveis de prevenção são: 1. Nível municipal e estadual - coordenam o plano nacional de vigilância, fazendo o tratamento de água, tentando evitar que a população tenha contato com os reservatórios da doença e com água de origem desconhecida 2. Nível federal- divulga dados epidemiológicos, disponibiliza material de controle e vigilância e gerencia ações de vigilância. -importância das medidas de vigilância e saneamento para doenças enteroparasitarias -comunidades indígenas: são ajudadas pela funasa e sesai, possuem ambiente propício para o aparecimento de doenças enteroparasitárias e tentam cuidar do meio ambiente. -importância das medidas de vigilância e saneamento para doenças enteroparasitarias – quilombolas: falta coleta de esgoto e falta água - importância das medidas de vigilância e saneamento para doenças enteroparasitarias - terreiro de candomblé: possui más condições de higiene e algumas medidas religiosas acabam expondo os integrantes à doenças
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