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Disciplina: Design Thinking aplicado a educação Aula 2: Origem do termo Design Thinking Apresentação Na aula anterior, introduzimos o conceito de design como um modo de pensar, uma atitude projetual focada no ser humano, que busca antever e solucionar problemas. Além disso, comentamos sobre como o campo do design se consolidou a partir de uma perspectiva histórica e de institucionalização como área do conhecimento. Nesta aula, vamos explorar como esse modo de pensar começou a ser considerado uma abordagem que pode se aplicar a diversas áreas e ser utilizada como um elemento de criatividade e inovação. Para isso, comentaremos quais autores foram fundamentais ao longo dessa trajetória e elencaremos algumas das suas proposições. Por �m, sintetizaremos essas proposições e introduziremos os elementos básicos constitutivos do pensamento do design, estabelecidos como pilares, e os correlacionaremos com etapas da metodologia de projeto. Ao propor a utilização dessa metodologia, não temos a intenção de estabelecer uma panaceia, um remédio para todos os males, mas sim estabelecer etapas de construção de uma abordagem factível e viável, capaz de produzir produtos e serviços desejáveis e com alta rentabilidade. Objetivos • Reconhecer autores fundamentais que de�niram o termo “design thinking”; • Identi�car as principais linhas de pensamento que trataram de design thinking e como se dividem seus processos; • Enumerar os três pilares do design thinking: empatia, colaboração e experimentação. O termo design thinking Design Thinking | Fonte: Shutterstock por Georgejmclittle Vimos na aula anterior que, independente da abordagem histórica que se assuma, o design é uma atividade que permeia toda a nossa cultura. Agora cabe perguntar: Como isso funciona? O designer tem que ter algo de especial? Ele pensa de jeito diferente das “pessoas comuns”? Tem um dom? Ele nasce criativo ou aprende a ser criativo e inovador? Para responder a essas questões, vamos discutir um pouco as origens do termo “design thinking”. Provavelmente, você já deve ter ouvido falar em design thinking, mas se nunca ouviu e tentar traduzir literalmente, provavelmente pensará em algo como “pensando design” ou “pensamento do design”. Bom, traduzir o termo não é uma tarefa simples, pois ele tem muitas abordagens advindas de diferentes autores. Todas elas caminham no sentido de ser uma abordagem para a resolução de problemas, porém entender sua origem não ajudará a compreender que na verdade ele é mais que isso. Na prática, design thinking é considerado uma abordagem ou um conjunto de métodos e processos que pode assumir diversas formas para abordar diferentes problemas. Ele se volta para a coleta de dados e informações, análises do que foi reunido, e sempre busca propor soluções inovadoras e criativas tanto para produtos quanto para serviços e experiências. Atenção Para trabalhar com a metodologia de design thinking, sempre devemos buscar a empatia com o usuário e com todos os atores de um contesto, buscando resolver um problema para alguém. Design thinking é centrado no usuário, ou seja, coloca as pessoas no centro do desenvolvimento do projeto. Dica Quem trabalha com essas ferramentas deve buscar se colocar no lugar das pessoas que se relacionam com o produto ou serviço, e estar disposto a gerar alternativas com criatividade para resolver problemas, utilizando a razão para analisar e adaptar as soluções para viabilizar suas ideias nas condições em que forem encontradas. Ou seja, o artefato ou serviço que você projeta deve ser desejável e viável. Atividade 1. Você acredita que, para se trabalhar com design thinking, é absolutamente necessário ser formado em design ou áreas a�ns? Contexto histórico do design thinking Começamos a encarar o design como uma “forma de pensar” ou a re�etir como o designer pensa a partir de 1969, no livro A ciência do arti�cial, de Herbert A. Simon. Quatro anos depois, em 1973, Robert McKim, com seu livro Experiences in Visual Thinking, começou a discutir essa abordagem no âmbito da engenharia. Em Stanford, dois professores são importantes: 1 Rolf Faste Professor de Stanford, que de�niu e popularizou o conceito de “design thinking” como uma forma de ação criativa a partir de 1984. 2 David M. Kelley Colega de Faste e fundador da IDEO, empresa de consultoria de design de produtos americana, que trouxe o termo para a área da administração. Para alguns autores, o termo design thinking como o usamos hoje também é atribuído a Peter Rowe, professor de Arquitetura e Desenho Urbano na Universidade de Harvard, pelo livro que publicou em 1987. A IDEO , em 1991, foi uma das primeiras formadoras de opinião sobre o tema, porém não cunhou o termo e nem mesmo criou um arcabouço teórico da área. Na verdade, a IDEO utilizou a metodologia do design thinking em seus cases e depois transformou a experiência em um conjunto de ferramentas que se tornou conhecido mundialmente, tanto no mundo acadêmico como no dos negócios. O design thinking, a partir desse momento, saiu do âmbito do design e se tornou um disciplina de diversos cursos, atendendo tanto a demanda por produtos inovadores quanto por serviço e experiência. Sua amplitude é inegável, e a cada dia a demanda por cursos, especializações, palestras, workshops e simpósios sobre o tema se torna crescente. 1 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula2.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula2.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula2.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula2.html Nesse sentido, a IDEO foi fundamental; porém, para discutir o arcabouço teórico que possibilitou todo esse movimento, temos que voltar ao ano de 1988 e falar de um livro que é considerado referência para todo esse processo, O design do dia a dia, de Donald A. Norman. Nesse livro, Norman introduz o conceito de design centrado no usuário e demonstra, através de alguns exemplos, como o mau design pode di�cultar o ato de abrir de uma porta ou atrapalhar o usuário que deseja simplesmente atender um telefone. Saiba mais Para entender melhor o que estamos falando quando mencionamos design thinking, não é possível deixar de citar Donald A. Norman, cientista cognitivo que escreveu o livro leve e descomplicado The Psychology of Everyday Things, que depois foi renomeado como The Design of Everyday Things e traduzido para o português com o título O design do dia a dia. A�nal, quando não conseguimos manipular algum objeto corriqueiro, do dia a dia, não é nossa culpa, e sim de um “mau design” ou de um design ine�ciente ou que não leva em conta as nossas necessidades. O uso de qualquer objeto deve ser facilitado e natural, principalmente os que usamos no nosso cotidiano. O objeto não deve impor obstáculos aos usuários. Se existem obstáculos é porque o projeto não pensou em que iria usar o objeto e logo ele não tem um “bom design”. Donald Norman ainda descreve como a nossa mente funciona ao interagirmos com objetos comuns e da importância de se redesenhar alguns produtos a partir dessas premissas. Ele propôs que os designers devem sempre trabalhar centrados em fatores humanos, a�rmação que carrega em si muito do humanismo de que tratamos ao falar de renascimento na aula anterior. Sua citação mais conhecida é considerada por muitos interessados no tema como a de�nição do termo. O cientista cognitivo a�rma: Os designers [...] não tentam encontrar uma solução até que tenham determinado o real problema e, mesmo nesse momento, em vez de partirem para a resolução daquele problema, eles param para considerar um grande conjunto de possíveis soluções. Somente aí convergem numa proposta de solução. Esse processo é chamado de design thinking.” Fonte: Donald Norman Essa frase de�ne basicamente todo o processo de design thinking. Vamos analisá-la para poder entender melhor. Atividade 2. Segundo Donald Norman, no seu livro Design do dia a dia, qual o primeiro cuidado que designers sempre tomam,ou pelo menos deveriam tomar, logo no início de qualquer projeto? 3: Nos seus estertores, os estudos sobre o campo do design thinking teve a contribuição de diversos pesquisadores muito importantes que abordaram o tema por diversos prismas. Assinale o nome do professor de Stanford que primeiro utilizou o termo “design thinking” e começou a popularizá-lo. a) Herbert A. Simon b) Robert McKim c) Rolf Faste d) David M. Kelley e) Donald A. Norman O processo do design thinking O autor começa falando em encontrar uma solução a partir de um problema real. Nesse ponto reside grande parte do que vamos praticar ao longo desta disciplina, a de�nição do problema. Exemplo Um problema mal de�nido provavelmente resultará em uma solução inadequada. Nunca devemos nos apegar a problemas demasiadamente genéricos ou imprecisos como: para aumentar as vendas e/ou divulgar a marca de uma lanchonete, vou fazer um site na web. Uma proposição vertical como essa parte de cima e se baseia de pressupostos pouco estudados e analisados, sem qualquer construção de empatia com o usuário e outros interessados, com a�rmações di�cilmente veri�cáveis antes de serem implementadas. Além disso, pode resultar em respostas pouco criativas e inovadoras, não trazendo, em um primeiro momento, nenhum diferencial real para o cliente. Ou seja, de�nir bem o problema com foco nas pessoas é fundamental. Essa parte do processo é normalmente considerado como parte de uma imersão, um momento em que se trabalha o primeiro pilar do design thinking, a empatia. Com essa de�nição, passaremos para uma fase de divergência, na qual se assumem diversas proposições, sem se apegar especi�camente a nenhuma delas antes de se ter constituído uma grande geração de alternativas, ou seja, da quantidade se buscará a qualidade. Essa fase tem como exemplo mais conhecido o método de brainstorm ou “tempestade de ideias”. Esse processo é normalmente de�nido com uma cocriação ou ideação, um momento em que se trabalha o segundo pilar do design thinking, a colaboração. 2 Por �m, temos a fase em que se busca a convergência em propostas que são testadas através de prototipagem e outros métodos voltados a entender com a solução se relaciona com as pessoas e se o que foi pensado realmente pode ser implementado. Esse processo é normalmente chamado de prototipação, um momento em que se trabalha o terceiro pilar do design thinking, a experiência. https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula2.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula2.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula2.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula2.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula2.html Muitos autores trabalham com essas de�nições e dividem o processo de design thinking a partir deles. Comentário Cabe lembrar que empatia é maior que a imersão, a colaboração é mais abrangente que a cocriação e a prototipação é apenas um tipo de experimentação. Ou seja, empatia, colaboração e experiência são pilares que sustentam um processo que é dividido em imersão, cocriação e prototipação. Assim, ao utilizar métodos e processos utilizados por designers, o design thinking busca novas perspectivas para a solução de problemas, com equipes multidisciplinares trabalhando de forma colaborativa em busca de soluções viáveis e inovadoras. Para que tal ocorra, devemos buscar um novo olhar sobre problemas complexos porém bem de�nidos, tendo o foco no usuário, através de um ponto de vista mais empático, que permita colocar no centro do desenvolvimento de um projeto as pessoas e gerar resultados desejáveis para elas. Ao mesmo tempo, esses resultados devem ser interessantes tecnicamente e �nanceiramente passíveis de implementação efetiva dentro de determinado contexto. Por meio dessa abordagem de design thinking, partimos de um problema bem de�nido em busca de uma solução, que modi�que ou melhore a vida das pessoas. Por isso é tão importante a participação delas. O design thinking almeja explorar o problema de muitos ângulos e, através da compreensão dos fenômenos, da observação e entrevistas com pessoas que vivenciam o problema, do reconhecimento das experiências pessoais, identi�car os maiores dos obstáculos, buscando sempre chegar a uma solução viável e desejável. Atividade 4. Quais são as três etapas do design thinking? 5. Quais os três pilares do design thinking? Notas IDEO1 IDEO é uma empresa internacional de design e consultoria em inovação, fundada em Palo Alto, California, em 1991. brainstorm2 No brainstorm, parte-se do princípio que, se atacarmos um problema com inúmeras soluções, propostas e ideias, por �m ele acaba sendo solucionado da melhor forma. Referências BAXTER, Mike R. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. São Paulo: Blucher, 2011. KELLEY, Thomas. As 10 faces da inovação estratégias para turbinar a criatividade. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2007. BROWN, Tim. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o �m das velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, Campus, 2010. GALVÃO, Joni; ADAS, Eduardo. Superapresentações: como vender ideias e conquistar audiências. São Paulo: Panda Books, 2011. KELLEY, Thomas. As 10 faces da inovação estratégias para turbinar a criatividade. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2007. NACHMANOVITCH, Stephen. Ser criativo: O poder da improvisação na vida e na arte. São Paulo: Summus, 2010. NORMAN, Donald A. The psychology of everyday things. New York: Basic Books, 2015. ______; EUCHNER, Jim. Design for use. Research Technology Management. 2016, Vol. 59 Issue 1, p15-19. 5p. PINHEIRO, Tennyson; ALT, Luiz. Design thinking Brasil: empatia, colaboração, experimentação. Rio de Janeiro: Campus, 2011. STICKDORN, Marc. Isto é design thinking de serviços: Fundamentos, ferramentas e casos. Porto Alegre: Bookman, 2014. Próxima aula • Aprofundamento nos pilares que são utilizados no design thinking; • Apresentação de métodos, técnicas, ferramentas e etapas de trabalho. Explore mais Assista aos seguintes vídeos: • Design thinking em ação; <https://www.youtube.com/watch?v=9Qyy4UmINvM> • Design Thinking - Solucionando problemas complexos; <https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s> • Design Thinking e a Gravidade Zero complexos; <https://www.youtube.com/watch?v=4nJLp6CiJLE> • Design Thinking - Tim Brown, CEO and President of IDEO; <https://www.youtube.com/watch?v=U-hzefHdAMk> • A Revolução da Empatia; <https://www.youtube.com/watch?v=M8sQwMZiBfM> https://www.youtube.com/watch?v=9Qyy4UmINvM https://www.youtube.com/watch?v=9Qyy4UmINvM https://www.youtube.com/watch?v=9Qyy4UmINvM https://www.youtube.com/watch?v=9Qyy4UmINvM https://www.youtube.com/watch?v=9Qyy4UmINvM https://www.youtube.com/watch?v=9Qyy4UmINvM https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=4nJLp6CiJLE https://www.youtube.com/watch?v=4nJLp6CiJLE https://www.youtube.com/watch?v=4nJLp6CiJLE https://www.youtube.com/watch?v=4nJLp6CiJLE https://www.youtube.com/watch?v=4nJLp6CiJLE https://www.youtube.com/watch?v=4nJLp6CiJLE https://www.youtube.com/watch?v=U-hzefHdAMk https://www.youtube.com/watch?v=U-hzefHdAMk https://www.youtube.com/watch?v=U-hzefHdAMk https://www.youtube.com/watch?v=U-hzefHdAMk https://www.youtube.com/watch?v=U-hzefHdAMk https://www.youtube.com/watch?v=U-hzefHdAMk https://www.youtube.com/watch?v=M8sQwMZiBfM https://www.youtube.com/watch?v=M8sQwMZiBfM https://www.youtube.com/watch?v=M8sQwMZiBfM https://www.youtube.com/watch?v=M8sQwMZiBfM https://www.youtube.com/watch?v=M8sQwMZiBfM https://www.youtube.com/watch?v=M8sQwMZiBfM • The Best Kept Secret - Design Thinking. <https://www.youtube.com/watch?v=8ccN-LmYNWQ> Leia: • Entenda o design thinking;; <//www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design-thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD> • Design thinking: inovação em negócios. <//www.livrodesignthinking.com.br/> https://www.youtube.com/watch?v=8ccN-LmYNWQ https://www.youtube.com/watch?v=8ccN-LmYNWQ https://www.youtube.com/watch?v=8ccN-LmYNWQ https://www.youtube.com/watch?v=8ccN-LmYNWQ https://www.youtube.com/watch?v=8ccN-LmYNWQ https://www.youtube.com/watch?v=8ccN-LmYNWQ https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design-thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design-thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design-thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design-thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design-thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design-thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design-thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design-thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design-thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD https://www.livrodesignthinking.com.br/ https://www.livrodesignthinking.com.br/ https://www.livrodesignthinking.com.br/ https://www.livrodesignthinking.com.br/ https://www.livrodesignthinking.com.br/ https://www.livrodesignthinking.com.br/
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